Respostas do Evangelho para Problemas e Desafios da Vida

Élder D. Todd Christofferson


Élder Perry: É com entusiasmo que vamos debater hoje sobre como o evangelho de Jesus Cristo é a resposta para os problemas e desafios da vida. Nossos presidentes da Igreja sempre nos deram grande esperança de que podemos encontrar essas respostas no evangelho. Escolhi apenas dois exemplos para citar aqui hoje. O primeiro é de um discurso do Presidente Spencer W. Kimball, da conferência de abril 1980, no qual ele disse: “Relembro a todos que, se vivermos o evangelho e seguirmos o conselho dos líderes da Igreja, seremos abençoados de modo a evitar muitos problemas que afligem o mundo. O Senhor conhece os desafios que enfrentamos. Se cumprirmos Seus mandamentos, teremos direito à sabedoria e às bênçãos do Céu para solucioná-los” (“A Deep Commitment to the Principles of Welfare Service”, Ensign, maio de 1980, p. 92).

E irmãs, sei que o evangelho é verdadeiro. Ele responde a todas as dúvidas e a todos os problemas que enfrentamos na vida. Agora, um trecho de um discurso do Presidente Ezra Taft Benson para os missionários: “Testifico que nós temos as respostas para os problemas do mundo. Sabemos para onde estamos indo. Estamos a caminho e o Senhor dirige Sua obra por meio de um profeta de Deus com testemunhas especiais que testificam a divindade de [nosso] Senhor [e Salvador], que é o Deus deste mundo sob a direção do Pai. Não há como fracassarmos neste trabalho” (“Keys to Successful Member Missionary Work”, Ensign, setembro, 1990, p. 7).

Essa confirmação dos profetas de Deus deixa claro que o curso está bem demarcado para aplicarmos o evangelho de Jesus Cristo em nossa vida. O Élder Christofferson e eu decidimos usar um formato do tipo perguntas e respostas para apresentar e utilizar três perguntas sobre a aplicação do evangelho: servir, resgatar e honrar. É claro que eu vou fazer as perguntas e o Élder Christofferson dará as respostas.

Será apenas uma resposta breve, esperando que vocês continuem a buscar mais conhecimento e compreensão a partir dessas perguntas. Primeiro: servir. Aplicamos o evangelho servindo ao próximo como o Salvador demonstrou no ministério de Sua vida. Primeiro, precisamos compreender como o mundo nos vê e quem somos. Portanto, a primeiro pergunta é: Os mórmons são cristãos?

Elder Christofferson: Sim. Você disse que as respostas para os desafios e problemas da vida estão no evangelho e na aplicação prática dele, e isso significa seguir os ensinamentos, os mandamentos e o exemplo de Cristo. Acho que é nessa conduta e serviço cristãos que mostramos o que há de melhor em nós, sendo o argumento mais persuasivo de que somos cristãos. Sei que há os que discordam, dizendo que não nos enquadramos em sua definição particular e ortodoxa de cristãos. Que seja. Mas nosso exemplo deve ser tal que ninguém possa negar que os santos dos últimos dias amam o Salvador. Ninguém pode negar que os santos dos últimos dias procuram imitar o Salvador. Portanto, creio que demonstramos com nossas ações aquilo que o Salvador declarou: “Por seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:20). Por sinal, moro em uma ala maravilhosa em que realmente há esse ambiente e padrão de vida.

Um rápido exemplo. Amy tem cinco filhos, está esperando o sexto e tem passado muito mal durante a gravidez. Tiffany é provavelmente a que tem mais filhos morando com ela dentre todos da ala. Mas Tiffany faz questão de ficar um tempo com os filhos da Amy, de quando em quando, para dar à Amy a oportunidade de ficar sozinha para descansar e se recuperar. Esse é um exemplo simples, mas se o multiplicarmos por centenas e milhares de vezes, é isso que significa para nós ser cristão.

Elder Perry: Acho que vou lhe dar nota dez por essa resposta. Obrigado.

Élder Christofferson: Obrigado.

Élder Perry: Próxima pergunta. De que modo o serviço prestado afeta nossa própria vida?

Elder Christofferson: O enfoque no serviço sempre tem de ser altruísta. Nós pensamos no que podemos fazer para ajudar os outros, mas não há como negar que isso nos afeta também. Há algo na empatia e na compaixão, creio eu, que muda nossa perspectiva e aumenta nossa coragem e força para lidar com nossas próprias necessidades. Ela nos refina. Nos santifica. O Presidente Marion G. Romney disse certa vez que o serviço não é apenas algo que fazemos para ir para o céu, mas que o serviço é o modo de vida do céu. Esse é o modo de vida de Deus. É o que fazemos lá.

O próprio Cristo não veio para ser servido, mas para ministrar aos outros. Estou pensando (assinalei isso antes da reunião) nas palavras de Amuleque. No capítulo 34 de Alma, ele diz: “Depois de haverdes feito todas estas coisas, se negardes ajuda aos necessitados e aos nus e não visitardes os doentes e aflitos nem HYPERLINK "http://lds.org/scriptures/bofm/alma/34.28?lang=por" repartirdes o vosso sustento, se o tendes, com os que necessitam {em} digo-vos, se não fizerdes qualquer destas coisas, eis que vossa HYPERLINK "http://lds.org/scriptures/bofm/alma/34.28?lang=por" oração é HYPERLINK "http://lds.org/scriptures/bofm/alma/34.28?lang=por" vã e de nada vos vale e sois como os hipócritas que negam a fé” (Alma 34:28).

Por sinal, o melhor serviço que podemos prestar, a meu ver, deve ser no lar. É nele que o serviço precisa ser mais constante e mais contínuo.

Elder Perry: Vejamos a terceira pergunta deste tema. Há pessoas de outras religiões que talvez compartilhem nossos valores. Há maneiras de unir-nos a elas na prestação de serviço cristão?

Elder Christofferson: Acho que isso é muito natural. Não precisamos concordar em todos os pontos de doutrina para colaborar e trabalhar com outras pessoas. Por experiência própria, tornei-me uma pessoa melhor com esse tipo de associação. Tive muitas oportunidades, em vários lugares em que morei nos Estados Unidos e no exterior, de trabalhar com outros grupos, com pessoas de outras religiões e, em alguns casos, pessoas sem religião nenhuma, mas realmente de boa vontade. E como disse, sinto que sou uma pessoa melhor por isso. E a organização da Igreja realmente possibilita o serviço em grupo. Nossos quóruns e alas e todas as organizações realmente nos preparam para liderar e facilitam essa liderança. Em alguns casos, para unir-nos a outros. Mas tive muitas experiências com isso, como sabem, não apenas em nível local, mas internacionalmente, no mundo inteiro. Já nos unimos a católicos, a evangélicos, a muçulmanos, a grupos seculares e a indivíduos. Creio que isso é um desdobramento natural do nosso serviço cristão e do nosso intento de seguir a Cristo vivendo o evangelho.

Elder Perry: Vamos passar à próxima parte: resgatar. Aplicamos o evangelho resgatando outros que têm necessidades espirituais e temporais. Tal como o Salvador demonstrou. Primeira pergunta: de que modo o trabalho de resgate é um ponto central de nossa crença?

Elder Christofferson: Novamente, voltamos a dizer que o evangelho tem soluções para os desafios da vida, para nossas necessidades. Para mim, o ponto-chave disso é o poder redentor de Jesus Cristo. Contamos com Sua graça para vencer o pecado, o sofrimento e até a morte. Parte da aplicação prática do evangelho em nossa vida, creio eu, é participar desse Seu trabalho de redenção, junto com Ele. Isso significa individualmente, como pais, como quóruns, como alas, como estacas, seja qual for o caso. Nosso trabalho é redimir pessoas. Ajudá-Lo a redimir as pessoas de suas necessidades espirituais, mas também temporais.

Tudo isso faz parte do resgate, e ao reler o manual, temos como um exemplo o armazém do bispo, e esse é apenas um exemplo. O armazém do bispo são toda a boa vontade, os talentos, o tempo e os recursos dos membros. Seja o que for que estejamos dispostos a contribuir, a doar e a ajudar nesse trabalho de redenção. Falamos, portanto, de serviço. Creio que esse resgate é o ponto culminante do serviço, e é com bom motivo que o Presidente Monson tanto nos pede que façamos isso. Em nossas reuniões de quinta-feira no templo, encerramos com os relatórios de nossas atividades da semana anterior e, sem exceção, com tudo o mais que faz como Presidente da Igreja, ele sempre tem para relatar um ministério ou um esforço individual de resgate.

Ele visitou alguém em um asilo para idosos. Deu uma bênção. Esteve em um funeral. Telefonou para uma pessoa que ele sabia estar solitária. Tudo isso, creio eu, é um grande exemplo do que significa fazer da nossa participação no trabalho redentor do Senhor um ponto central de nossa vida.

Elder Perry: Vejamos, qual é o papel do quórum do sacerdócio nesse trabalho de resgate?

Elder Christofferson: Para mim, os quóruns têm um papel central, um papel de liderança. Os presidentes do quórum, evidentemente, têm as chaves. E eles contam com a força de seus conselheiros para edificar a irmandade do quórum, estendendo a mão e incluindo todos os membros e as respectivas famílias desses membros do quórum, quer sejam ativas ou não, fortalecendo-as no convênio do evangelho. Ajudando-os a compreender como, na vida deles, o evangelho pode ajudá-los para vencer seus desafios.

Para mim, o resgate é o verdadeiro significado do juramento e convênio do sacerdócio. Magnificar o sacerdócio e as ordenanças que o sacerdócio realiza são elementos vitais desse resgate. Você ensinou muitas vezes o papel dos quóruns e do conselho da ala nesse resgate. Não quer dizer algo a respeito disso hoje?

Elder Perry: Eu amo os líderes dos quóruns de élderes e dos grupos de sumos sacerdotes. Eles lideram os quóruns, e esses quóruns precisam de liderança. Muito frequentemente não lhes damos um lugar adequado em nossas congregações para que compreendam o grande papel de liderança que têm. Espero que aumentemos a compreensão do que eles fazem para levar adiante o trabalho de resgate no reino de nosso Pai Celestial. E espero que eles passem mais tempo servindo do que acontece atualmente.

Elder Christofferson: Concordo. Eu diria, por sinal, que o que os quóruns realmente fazem é preparar as pessoas para que compreendam e apliquem o evangelho para vencer os desafios da vida.

Elder Perry: Muito bem, a última pergunta desta parte. Há semelhanças entre o trabalho de resgate de membros menos ativos e nosso empenho missionário entre os não membros?

Elder Christofferson: Fico feliz que você tenha ligado essas duas coisas porque acho que são a mesma coisa. Em um caso, o trabalho é dirigido aos que tiveram o evangelho na vida, e nós os estamos levando de volta ao Salvador. No outro caso, estamos levando-os pela primeira vez a Cristo. Mas no final, trata-se do mesmo trabalho. E eu diria, por sinal, que não estamos realmente dizendo às pessoas: “Venham e recomecem sua vida do princípio”. Em alguns casos, pode ser que sim, mas na maioria, geralmente o que dizemos é: “Mantenham o que já têm. Todas as coisas boas que desenvolveram ao longo dos anos fazem parte de sua vida até agora, e acrescentaremos o restante. Nós vamos completar o que falta com o que o Salvador nos proporciona por meio de Seu evangelho”.

Elder Perry: Muito bem, vamos para a parte final: honrar os convênios que fazemos com Deus. Sua primeira pergunta: Qual é o papel dos templos e dos convênios do templo em capacitar-nos para enfrentar e vencer os desafios da vida?

Elder Christofferson: Quanto a vencer os desafios, eu diria que o templo e as ordenanças do templo são a mais sublime aplicação prática do evangelho de Cristo. Digo às pessoas que uma das bênçãos do templo e de suas ordenanças é a perspectiva que nos provêm. Quando vamos ao templo, deixamos de lado as nossas preocupações, nossos problemas, nossas dúvidas e dificuldades. E, quando saímos, essas coisas ainda estão ali. Temos que apanhá-las de volta, elas não mudaram, mas o que mudou fomos nós mesmos.

Outra coisa, porém, é que existe um poder divino associado a esses convênios. Doutrina e Convênios diz que nas ordenanças do Sacerdócio de Melquisedeque, e eu diria especialmente nas do templo, o poder da Divindade se manifesta. E entre outras coisas, creio que isso significa que há uma influência divina, um poder divino que flui até nós, quando fazemos esses convênios e os guardamos.

Portanto, é um lugar de renovação. Um lugar de revelação. O templo só pode cumprir realmente seu propósito se estivermos preparados. As pessoas às vezes nos criticam em relação à nossa adoração no templo alegando ser indevidamente secreta. Mas o acesso é limitado não por ser algo secreto, mas simplesmente para garantir que as pessoas estejam preparadas. Realmente precisamos estar preparados e ser espiritualmente amadurecidos para fazer esses convênios e guardá-los. Eles são muito sagrados.

Elder Perry: Qual é o papel dos convênios para ocorrer a verdadeira conversão?

Elder Christofferson: Para mim, eles são o caminho do discipulado. O cerne de todos esses convênios é a obediência, incluindo o sacrifício e a consagração, mas resumindo trata-se da obediência. Ao longo do tempo, ela produz a mudança do homem natural para um santo. E não creio que haja nenhum outro caminho pelo qual isso possa acontecer. Para mim, desenvolve-se muita fé numa pessoa quando ela sabe que conta com a promessa pessoal e individual de Deus feita para ela, independente de qualquer outra. Fazemos esses convênios individualmente, um a um.

Li há alguns anos um artigo em um jornal francês que falava sobre nosso trabalho em prol dos mortos. Dizia que o que os mórmons faziam era pegar rolos de microfilme, mergulhá-los em um balde de água e tirá-los dali, então todas aquelas pessoas estavam batizadas. Pensei, puxa vida, quanto tempo isso economizaria! Mas não é assim. Não é assim que funciona porque esses convênios são individuais, porque as promessas de Deus e nossas promessas a Ele são de pessoa a pessoa, um a um.

E para mim, isso produz fé. Temos a promessa Dele. Sabemos que Ele não pode mentir. Sabemos que Ele vai cumprir Suas promessas, e isso, para mim, ajuda muito em nossa vida aqui e agora. Seja o que for que aconteça agora, sabemos o que virá no final, e conseguimos lidar com isso.

Elder Perry: Muito bem, sua última pergunta. O que significa na prática honrar nossos convênios?

Elder Christofferson: Lembro que uma Autoridade Geral disse certa vez que vamos ao templo para fazer convênios. Voltamos para casa para cumprir os convênios. E para mim, na prática, cumprir os convênios é primordialmente algo que acontece em casa, no casamento e na família. Mas estivemos discutindo a aplicação prática do evangelho para resgatar, servir e ministrar com obediência. Para mim, todas essas coisas são o que significa cumprir nossos convênios. Eu mencionaria especialmente um arrependimento contínuo que é facilitado pelo sacramento.

Se pudermos preparar-nos a cada semana em tudo o que precisa ser resolvido ou de que precisamos arrepender-nos ou confessar, na semana anterior ao domingo; e depois formos à reunião sacramental, partilharmos dos emblemas da Expiação do Senhor, abençoados pelo poder do sacerdócio, creio que não apenas renovaremos os convênios, mas receberemos novamente a prometida remissão dos pecados e o Espírito Santo como nosso guia por toda a vida. Isso é cumprir os convênios.

Elder Perry: Gostaria de prestar seu testemunho sobre o que acabamos de dizer?

Elder Christofferson: Obrigado. O evangelho realmente tem as respostas. É disso que estivemos falando: de servir, ministrar, realizar as ordenanças e cumprir os convênios. Ao longo do tempo, isso nos transforma. Aumenta nossa capacidade de lidar com os problemas. Realmente nos ajuda a prevenir e a evitar, como em sua citação do Presidente Kimball, muitos dos problemas e desafios da vida, invocando o auxílio divino. Para mim, o ponto-chave é o dom do Espírito Santo. Temos essa bênção, essa orientação, esse auxílio e consolo constantes e os dons do espírito para suster-nos ao longo da vida, aconteça o que acontecer.

Esse é nosso tutor na aplicação prática do evangelho, nosso guia e nosso consolo. E presto testemunho de que o Espírito Santo e Seu poder são reais. Que o Senhor Jesus Cristo e Seu poder redentor são reais. E que Deus, nosso Pai Celestial, que nos ama e preparou um caminho para nós por meio do evangelho, é realmente nosso Pai amoroso e que Ele vive. Presto testemunho de tudo isso, em nome de Jesus Cristo. Amém.

Elder Perry: Acrescento meu testemunho ao do Élder Christofferson. O evangelho foi restaurado. Esta é a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Ele é o Cabeça. Ele nos lidera, guia e dirige no trabalho que temos a responsabilidade de realizar. Esta é a dispensação da plenitude dos tempos. Ele nos mostrou o caminho, a verdade da vida, para seguirmos.

Presto solene testemunho de que Ele nos lidera, guia e dirige e que Ele nos dá a resposta para todos os problemas e desafios da vida, em nome de Jesus Cristo. Amém.