Estender as Cordas da Tenda

Irmãos e irmãs, testemunhamos um milagre; sou tão grato ao Élder Hunter por ele ter-nos dado o exemplo de quem devemos seguir.

Sinto-me pouco à vontade e profundamente preocupado ao vir a este púlpito hoje. Durante os dois últimos dias, duas passagens das escrituras, estiveram sempre em meus pensamentos. Uma delas encontra-se em Daniel, capítulo 2, e a outra no capítulo 54 de Isaías. O segundo capítulo de Daniel descreve a visão de Nabucodonosor e a interpretação de Daniel sobre a pedra cortada do monte, sem mãos, nos últimos dias, representando o reino estabelecido por Deus, que se espalhará por toda a Terra, pacificamente dominando todas as nações e convidando todas a virem a Cristo. (Ver Daniel 2:44-45.)

Os versículos 1 e 2 do capítulo 54 de Isaías falam da tenda que representa o evangelho de Cristo. Ele declara que nos últimos dias as cordas da tenda seriam estendidas por toda a Terra e plantar-se-iam estacas em todas as terras. (Ver Isaías 54:1-2.) Literalmente, estamos vendo isso cumprir-se nos dias de hoje. Ao considerar essas passagens, fiquei pensando na imensa tarefa de ajudar as Autoridades Gerais a levar o evangelho a toda nação, tribo, língua e povo. A responsabilidade do Bispado Presidente e de todos os que trabalham com ele é de ajudar as Autoridades Gerais em seu ministério mundial. Devido às visões de Isaías e Daniel, imploro-vos, irmãos, que nos auxilieis com vossa fé e com vossas orações. Desejo, de todo o coração, ser um servo desses homens e do Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Presto hoje uma homenagem a minha esposa. Ela me apóia há trinta e cinco anos. Mudamo-nos dezenove vezes nos primeiros vinte anos de casamento. Ela pensava ter-se casado com um homem instável. Mas presto-lhe homenagem pelo espantoso trabalho que ela tem realizado a meu lado na Área Ásia Norte. Participávamos de conferências em praticamente todos os fins de semana e observei que essa mulher de cabelos loiros, entre todos os belos santos de cabelos negros, conquistou corações. Havia multidões de mulheres a sua volta para abraçá-la, quando partimos. Ela é mãe de sete filhos e avó de quinze netos. Ainda mais importante, ela é minha companheira eterna e sou-lhe grato.

Encerro meu testemunho com uma breve história. Há alguns meses, a irmã Bateman e eu estávamos visitando a missão Japão Fukuoka. Os missionários em Kumamoto apresentaram-nos um jovem irmão japonês que se tornara membro da Igreja recentemente e contaram-nos como se dera sua conversão. Ele era de formação não-cristã. Ao encontrar os missionários, interessou-se por sua mensagem. Gostou dos rapazes que o ensinavam, mas durante as palestras não conseguia compreender ou sentir a necessidade de um Salvador. Os missionários ministraram-lhe as palestras e ensinaram-no a respeito de nosso Pai Celestial, de Cristo e do plano de salvação, mas ele não tinha testemunho. Os missionários pensaram sobre o que deveriam fazer e decidiram passar um filme que trata do Sacrifício Expiatório, chamado The Bridge (A Ponte). O rapaz viu o filme, ficou muito emocionado com ele, foi para casa, mas não conseguiu dormir naquela noite. Ainda assim, não obteve um testemunho.

Na manhã seguinte foi para seu trabalho em uma ótica. No decorrer do dia, uma senhora idosa apareceu na loja. Ele lembrou-se de que ela já estivera lá algumas semanas antes. Quebrara os óculos e precisava de novos, mas como não tinha dinheiro suficiente precisava economizar mais tempo para poder adquiri-los. Ao retornar naquele dia, mais uma vez mostrou-lhe seus óculos e o dinheiro que tinha. Ele percebeu que ainda não era suficiente. Foi aí que um pensamento lhe passou pela mente: Tenho algum dinheiro. Não preciso dizer-lhe nada. Posso cobrir a diferença. Disse-lhe que o dinheiro era suficiente, pegou os óculos e marcou o dia em que deveria buscá-los. Ela se foi.

Algum tempo depois, voltou. Os óculos estavam prontos. Ele entregou-os a ela, que os colocou. “Miemasu! Miemasu! Estou vendo. Estou vendo.” Ela começou a chorar. Naquele momento, um ardor queimou-lhe o peito e ele disse: “Wakari masu! Wakari masu! Estou compreendendo. Estou compreendendo.” E começou a chorar. Correu porta afora para procurar os missionários. Ao encontrá-los, disse-lhes: “Estou vendo! Meus olhos se abriram! Sei que Jesus é o Filho de Deus. Sei que a pedra se abriu na sepultura e, naquela gloriosa manhã de Páscoa, ele levantou-se dos mortos. Ele poderá cobrir a diferença em minha vida quando eu não tiver o suficiente”.

Dedico-me inteiramente ao serviço do Senhor. Tenho um profundo testemunho a Seu respeito e a respeito de Seu trabalho nessa Terra. É ele quem guia e dirige os negócios da Igreja. Em nome de Jesus Cristo. Amém.