1990–1999
O Reino Progride na África

Outubro 1994


O Reino Progride na África


A Igreja na África cresce continuamente, de acordo com um plano inspirado.

Ouvimos a música e a comovente letra de “Com Valor Marchemos” ao entrarmos na casa que servia de capela do Ramo Lagos Nigéria Quatro. Os cantores—dezoito missionários, duas missionárias e um casal missionário–-preparavam-se para a conferência de zona. Impressionaram-nos seus sorrisos brilhantes e vivos e seus rostos que resplandeciam de entusiasmo. Os missionários solteiros vinham de Gana, Serra Leoa e Nigéria. O casal era do Canadá e aquela era sua segunda missão.


Cantamos com convicção o hino de abertura da conferência:


Avante ao mundo proclamai: “Jesus é o Salvador.


O Unigênito do Pai É Cristo, o Senhor.”


Com esperança e devoção Aos povos anunciai


Que os homens todos são irmãos Pois Deus é nosso Pai.


Avante ao mundo proclamai Que a Restauração


Predita outrora aconteceu Na atual dispensação.


Poucos dias antes, eu presidira uma conferência de estaca na Cidade de Benin, na Nigéria. A estaca fora criada havia aproximadamente um ano e já contava com mais de 260 membros, na maioria famílias. O percentual de famílias que recebem visitas de mestres familiares naquela cidade grande e espalhada compara-se ao de estacas em países desenvolvidos, apesar de poucas famílias na Cidade de Benin terem carro ou telefone. A freqüência à reunião sacramental da nova estaca é alta, mesmo com as constantes agitações políticas e depredações do transporte público. Quase 50% dos membros da estaca compareceram à seção matutina no domingo da conferência, sendo que várias famílias caminharam distâncias consideráveis para lá chegar. Um coro bem ensaiado cantou com alegria os hinos de Sião. Níveis comparáveis de participação e liderança competente e dedicada são evidentes em todas as partes da África ao sul do Saara, onde quer que a Igreja esteja estabelecida. A África está realmente contemplando a aurora de um dia mais auspicioso.


A primeira estaca do continente foi criada na África do Sul em 1970. Há hoje cinco estacas naquele país. O Templo de Johannesburgo, África do Sul, foi dedicado em 1985. Mais cinco estacas foram criadas recentemente na Nigéria e em Gana, sendo que a primeira delas foi organizada apenas uma década após a revelação de 1978 a respeito do sacerdócio. Mais de cinqüenta distritos da Igreja estão crescendo na África, sob liderança local inspirada. A Igreja está autorizada a fazer a obra missionária em vinte e seis dos quarenta e quatro países da Área Africana.


A Igreja na África cresce continuamente, de acordo com um plano inspirado. Ao todo, são 80.000 membros, 12 missões, 10 estacas e 425 alas e ramos. O número de batismos em 1993 foi superior a 9.000. Números até maiores de batismos seriam possíveis se essa fosse a única medida de sucesso. Entretanto, estamos ansiosos para que todos os nossos irmãos africanos sejam lembrados e “nutridos pela boa palavra de Deus” (Morôni 6:4). A Igreja, por esse motivo, procede de uma maneira ordenada e planejada. Concentra-se na criação de centros de força. A meta é instituir concentrações de liderança que se tornem o alicerce da expansão da Igreja no futuro.


Geograficamente, a obra missionária gira ao redor das capelas atuais. Cada edifício serve duas ou mais unidades da Igreja. Os missionários focalizam seus esforços na conversão de famílias e líderes em potencial. Dá-se maior atenção ao treinamento da liderança local, o que é um trabalho fácil, pois os membros da África desejam ser ensinados e são rápidos em aprender e seguir os princípios do evangelho.


Quase metade dos 960 missionários de tempo integral servindo na África são africanos e o número está aumentando. Casais aposentados dos Estados Unidos e Canadá desempenham um importante papel nesse trabalho. Altruisticamente deixando para trás casa, filhos e netos, esses dedicados casais são anjos ministradores para pessoas gratas e amáveis. Procurar, testificar, batizar e, acima de tudo, amar, são tarefas avidamente assumidas pelos casais missionários que verdadeiramente compreendem o que sua aposentadoria pode representar. Esses casais também alfabetizam e proporcionam melhor saúde e serviços humanitários a membros e não-membros, os quais lhes são profundamente agradecidos.


Ricas e eternas são as recompensas decorrentes do trabalho desses casais, que nutrem e carregam “em seus braços e sobre seus ombros” as pessoas que buscam a verdade (ver 1 Néfi 22:6). Esses casais foram chamados para abençoar tais pessoas. Sacrifícios podem ser necessários—o discipulado nem sempre é fácil—mas a vida nunca mais será a mesma para um casal que provar a doçura e felicidade da obra missionária.


Caso contrário, por que tantos casais retornam para uma segunda e até terceira missão? Mais casais são urgentemente necessários na África e em outros lugares. Meus irmãos aposentados ou que vos aproximais da aposentadoria; por favor, considerai fervorosamente as ricas bênçãos que emanam da obra missionária. Se “trouxerdes a Mim, mesmo que seja uma só alma, quão grande será a vossa alegria … no reino de Meu Pai!” (D&C 18:15)


Quando a Igreja ainda estava em seus primórdios, o Profeta Joseph Smith declarou: “Nossos missionários estão indo para diferentes nações; … o Estandarte da Verdade foi levantado; ímpio algum poderá barrar o progresso da obra; … a verdade de Deus avançará com coragem, nobreza e independência, até que tenha penetrado cada continente, visitado cada clima, varrido cada país e soado em cada ouvido, até que os propósitos de Deus sejam cumpridos e o Grande Jeová diga que o trabalho está terminado.” [History of the Church (História da Igreja), 4:540.]


Sim, apesar dos desafios, a obra do Senhor avança na África. Sinto-me humildemente grato por meu chamado como Setenta e regozijo-me com esta oportunidade de servir. Eu amo o povo da África. Sou grato pela doce companhia de minha esposa e pelas orações sinceras de meus filhos e suas famílias.


Irmãos, sei que meu Redentor vive e é o Salvador do mundo, que esta é a única igreja verdadeira na Terra e que o Presidente Howard W. Hunter é um profeta de Deus. E disto presto solene testemunho, em nome de Jesus Cristo. Amém. 9