1990–1999
Como Jesus Nos Vê
Abril 1995


Como Jesus Nos Vê

Ele providenciou, por meio da grandeza de Sua expiação, tudo o que nos é necessário para compensar nossas faltas, erros, pecados e frustrações.

Ao externar meu apreço pelo privilégio de estar aqui nesta conferência histórica e pela oportunidade de apoiar nosso amado profeta e seus companheiros, devo também agradecer, em primeiro lugar, ao Senhor, pela oportunidade de servir neste santo chamado; em segundo, a todos os que me instruíram, admoestaram e apoiaram. Minha família, especialmente minha mulher, Sharon, sempre esteve disposta a suprir minhas necessidades. Muitos amigos e colegas, tanto fora quanto dentro da Igreja, tentaram entender o que esta designação significava para mim, foram extremamente atenciosos comigo e deram-me muito incentivo. As Autoridades Gerais foram particularmente pacientes e bondosas, e serei sempre grato àqueles que com todo o amor me ajudaram durante essas várias semanas de auto-avaliação e adaptação.

Durante esse recente processo de auto-exame, confesso ter imaginado o que as outras pessoas poderiam estar pensando sobre a designação que recebi. Refleti nas palavras do poeta Robert Burns, as quais modernizei, mas sem qualquer intenção de desrespeitar seu trabalho: “Ó, que ⌦( … ) dádiva para nós nos vermos como os outros nos vêem” (“To a Louse”). Se for interessante e importante saber como somos vistos pelos outros, principalmente por aqueles de quem mais gostamos, então, que dádiva deve ser compreender como o Salvador nos vê.

De que forma sabemos como somos vistos por Jesus Cristo? Pelo quão próximo estamos dos padrões que Ele estabeleceu para nós e pela pureza dos intentos do nosso coração. Ele deu o exemplo e o padrão perfeito para toda a humanidade, não somente por tudo o que Ele é e fez, mas pela pergunta direta e objetiva: “Que tipo de homens devereis ser? Em verdade vos digo que devereis ser como eu sou.” (3 Néfi 27:27). Fazer o que Ele pede e ser o que devemos ser, assegura-nos Sua aprovação; porém, agir de outra forma O desaponta.

Ele, que não somente nos conhece mais que todos, como nos ama mais do que qualquer outra pessoa, providenciou, por meio da grandeza de Sua expiação, tudo o de que precisamos para compensar nossas faltas, erros, pecados e frustrações, bastando que aceitemos Seu convite de nos aproximarmos Dele pelo caminho estreito e pela porta apertada mencionada pelos profetas (ver 2 Néfi 31), e obtendo ⌦as bênçãos que estão à disposição ⌦de todos que as buscarem por ⌦intermédio de Seus representantes autorizados.

Àqueles que amam o Salvador e se esforçam em agradá-Lo, o Presidente Gordon B. Hinckley lembrou tempos atrás: “Como Seus seguidores, não podemos fazer nada vil, falso, ou desagradável sem manchar Sua imagem. Nem tampouco fazer algo bom, cortês e generoso sem abrilhantar ainda mais o símbolo Daquele cujo nome tomamos sobre nós.” [Be Thou an Example (“Sede um Exemplo”), ⌦Salt Lake City: Deseret Book Co., 1981, p. 90.]

Na parábola do Bom Samaritano, o Filho de Deus esclareceu Suas expectativas quanto a todas as pessoas que gostariam de ser como Ele (ver Lucas 10:30–37). Jesus não somente deu o modelo e ensinou-nos as atitudes e ações que Ele espera e requer de nós, como forneceu as ordenanças e convênios pelos quais nós, por intermédio de Seus servos devidamente designados, poderíamos obter todas as bênçãos prometidas tanto nesta vida quanto na eternidade.

Com Seu grandioso poder e maravilhosa compaixão, o Salvador foi capaz de alimentar miraculosamente multidões de pessoas quando assim requeriam as circunstâncias (ver Lucas 9:10–17), mas estava também disposto a fornecer a “água viva”, com sua orientação para a vida eterna, ao solitário pecador, professamente de baixa condição social (ver João 4:7–26).

Cristo, com toda a Sua bondade, pregou o evangelho a congregações imensas, mas também se dispôs a responder ao aparentemente insignificante Natanael e suas perguntas pessoais. (Ver João 1:45–51.)

Ele, que sob a direção do Pai, criou o mundo e literalmente poderia ter feito tudo sozinho, envolveu outros em Seu ministério. Na ocasião de Sua crucificação, pediu ao amado João que tomasse conta de Sua mãe, Maria, como se fosse sua própria mãe (ver João 19:25–27). Em nossa época, o próprio Jesus Cristo, juntamente com o Pai, apareceu ao Profeta Joseph Smith; porém, a Morôni foi dado o privilégio e a honra de ser o responsável por trazer à luz o Livro de Mórmon. Esta é a Igreja do Salvador e, contudo, Ele chamou o Presidente Gordon B. Hinckley para presidir-nos nesta época. Asseguro a todos com gratidão, mas também com o devido temor, que o Senhor chamou a mim e a todos aqui para representá-Lo de várias maneiras e em deveres importantes, independente de parecerem pequenos ou grandes para nós. Ao nos esforçarmos para compreender melhor como Jesus nos vê e contemplarmos nossas próprias tentativas de viver como o Redentor gostaria que vivêssemos, lembremo-nos de Suas observações instrutivas e de sua aplicação universal em literalmente tudo o que fazemos: “Se me amais, guardai os meus mandamentos” (João 14:15) e “quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Mt. 25:40). Em nome de Jesus Cristo. Amém. 9