2000–2009
Fé, Família, Fatos e Frutos
Outubro 2007


Fé, Família, Fatos e Frutos

A crescente notoriedade da Igreja e o número cada vez maior de perguntas apresentam-nos grandes oportunidades de desenvolver relacionamentos, fazer amigos e disseminar informações exatas.

Irmãos e irmãs, desde o sesquicentenário da Igreja em 1997, tem havido um enorme aumento nas perguntas a respeito da Igreja no mundo todo. Esse interesse crescente é incentivado por nosso rápido crescimento, por acontecimentos como as Olimpíadas de Inverno aqui em Salt Lake City e pela projeção nas profissões escolhidas por muitos de nossos membros.

Estou certo de que essas inquirições não vêm apenas à Igreja, mas também chegam a vocês como membros, individualmente. Não é fácil explicar algo tão grande como a Igreja ou tão maravilhoso quanto o evangelho restaurado a pessoas que pouco ou nada sabem a nosso respeito. Mesmo as perguntas sobre algum aspecto específico podem ser difíceis de responder, porque toda pergunta parece estar ligada a outra. A solicitação mais comum que ouvimos é uma bem simples, mais ou menos assim: “Fale-me um pouco a respeito de sua Igreja”. A palavra-chave aqui é “pouco”. Eles não estão dizendo: “Conte-me tudo o que sabe e depois envie outros para contar-me o resto”.

É claro que apreciamos o interesse das pessoas, e muitos desejarão receber mais ensinamentos relacionados a nossas doutrinas e crenças. É por isso que temos mais de 53.000 missionários de tempo integral servindo e custeando as próprias despesas em todo o mundo.

Mas precisamos lembrar que existe uma diferença entre interesse e mera curiosidade. Às vezes, as pessoas simplesmente desejam saber o que é a Igreja. Os curiosos, de uma maneira geral, merecem informações claras e precisas, que venham diretamente de nós, membros, para que não fiquem na dependência de respostas incompletas, meias verdades ou declarações falsas que podem originar-se na mídia ou em outras fontes. Os muitos mal-entendidos e informações falsas a respeito da Igreja ocorrem em parte por nossa própria culpa, quando não explicamos claramente quem somos e no que acreditamos.

O Comitê de Assuntos Públicos, no qual sirvo, aprendeu que existe uma grande necessidade de declarações claras e simples que apresentem aos curiosos as coisas básicas a respeito da Igreja como ela é hoje. Permitam-me compartilhar algumas das coisas que descobrimos ser úteis. Vocês podem preparar sua própria lista de assuntos que os ajudarão a explicar nossas crenças a seus amigos e conhecidos de outras religiões. Pode ser-lhes útil, como é para mim, escrever em uma folha alguns fatos a respeito da Igreja como é hoje e entregar a eles juntamente com um cartão das Regras de Fé.

Aqui estão quatro assuntos que podem ajudar alguém, hoje em dia, a obter uma compreensão básica da Igreja. Sob cada um dos títulos, existem algumas declarações simples que achei serem úteis. Tentem imaginá-las sendo ouvidas ou lidas por uma pessoa que não sabe praticamente nada a nosso respeito. Os quatro assuntos principais tratam de fatos, fé, famílias e frutos do evangelho restaurado.

Fatos

Alguns fatos podem incluir:

  • Primeiro: “Mórmon” é um apelido para A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Com freqüência, os membros são chamados de “mórmons”, “santos dos últimos dias”, ou “SUD”. O termo “santo” significa “membro”.

  • Segundo: a Igreja foi restaurada em 1830, na parte norte do Estado de Nova York, e Joseph Smith foi seu primeiro profeta e presidente. A sede hoje fica em Salt Lake City, sendo o Presidente Gordon B. Hinckley o profeta atual.

  • Terceiro: existem atualmente mais de 13 milhões de membros, em 176 países e territórios. Cerca de 6 milhões estão nos Estados Unidos, o que nos torna a quarta maior denominação cristã da América. Como uma das religiões cristãs que mais crescem no mundo, a cada dia útil construímos uma nova capela. Os membros pagam o dízimo, que corresponde a 10 por cento de sua renda, tornando possível esse e outros programas.

  • Quarto: as congregações locais são dirigidas por membros voluntários e não remunerados. Tanto homens como mulheres servem em posições designadas de liderança.

  • E quinto: os mórmons estão bem representados na política e no governo. (Nos Estados Unidos, por exemplo, há 16 membros no Congresso, pertencentes a ambos os partidos políticos.) Os membros também servem em cargos importantes e de confiança no mundo todo, no comércio, medicina, direito, educação, mídia, esportes e entretenimentos.

Em seguida, as pessoas precisam saber alguma coisa a respeito de nossa como cristãos comprometidos e com fortes valores tradicionais. Juntamente com as Regras de Fé, precisamos salientar que:

  • Cremos na eternidade da alma, que Deus é o Pai de nosso espírito, e que podemos voltar a Ele depois da morte.

  • Cremos que Jesus Cristo é nosso Salvador pessoal e tentamos moldar nossa vida no Seu exemplo e em Seus ensinamentos. Celebramos o sacrifício expiatório de Cristo em nossas reuniões de adoração aos domingos, semelhantemente à comunhão em outras igrejas. Aceitamos como companheiros cristãos a todos os que crêem que Jesus Cristo é o Filho de Deus e o Salvador de toda a humanidade. Muitos cristãos não entendem que temos muito em comum com eles. Joseph Smith ensinou que Jesus Cristo é o centro de nossa crença e que todo o resto depende disso (ver Elders Journal, julho de 1838, p. 44). O nome da Igreja é “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”.

  • Cremos que a igreja original que Jesus estabeleceu foi perdida e novamente restaurada em nossos dias. O sacerdócio, a autoridade dada aos homens para agir em nome de Deus, com apóstolos e um profeta para nos dirigir, foi restaurado, assim como o foram todas as ordenanças de salvação.

  • Acreditamos na Bíblia Sagrada e usamos tanto o Velho como o Novo Testamento.

  • E acreditamos no Livro de Mórmon e em outros livros de escritura que apóiam e autenticam a Bíblia, e testificam do ministério e da divindade de Cristo e da revelação contínua de Deus ao homem. Na realidade, o Livro de Mórmon é “Outro Testamento de Jesus Cristo”.

Família

Outra coisa que as pessoas precisam saber é como nossa teologia e o nosso estilo de vida são centralizados na família. Mais uma vez, declarações simples são úteis a quem esteja desinformado, mas tenha curiosidade a respeito da importância que damos à família.

  • Os mórmons dão uma ênfase particularmente forte à família como a unidade básica da Igreja e da sociedade. Somos extremamente comprometidos com o casamento (definido como a união entre o homem e a mulher). A poligamia, uma prática limitada aos primórdios da Igreja, foi descontinuada em 1890, cerca de 117 anos atrás.

  • As famílias e os indivíduos, sejam de nossa religião ou não, podem assistir às reuniões de domingo em nossas capelas. Aqui adoramos juntos, instruindo-nos mutuamente a partir das escrituras.

  • As famílias dos membros da Igreja são incentivadas a realizar “noites familiares” semanalmente, em geral nas noites de segunda-feira. Isso proporciona um tempo regular e previsível aos pais para que ensinem valores aos filhos e se divirtam juntos. Convidamos todos os que não são de nossa religião a adotar essa prática com sua própria família.

  • A Igreja tem programas auxiliares para mulheres, jovens e crianças, como um apoio à família. Esses programas proporcionam coisas como: instrução religiosa, oportunidades de prestar serviço cristão, esportes, teatro, música e escotismo.

  • Existe também um grande enfoque nos outros parentes, na genealogia e na história pessoal da família, fornecendo aos jovens e idosos um senso mais forte de suas raízes, identidade e o sentimento de união. As ordenanças mais elevadas e sagradas de nossa religião relacionam-se a nossos familiares, tanto vivos quanto mortos, e algumas dessas ordenanças se realizam em nossos templos.

Frutos

Contudo, mesmo que alguém comece a entender alguns fatos a nosso respeito e a conhecer-nos mais corretamente pela nossa e pela importância da família, como o próprio Salvador disse: “pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:20; grifo do autor). Uma igreja, ou qualquer estilo de vida, deve ser julgada pelos frutos — pelos resultados — que gera. Aqui estão alguns exemplos extraídos de estatísticas dos Estados Unidos, mas que devem ser semelhantes no mundo todo entre os mórmons praticantes (isto é, os que freqüentam regularmente a Igreja e o templo):

  • Um dos frutos é uma vida mais longa. Estudos demonstram que os mórmons praticantes são mais saudáveis e, portanto, vivem mais que a média nacional. Em 1833, o Senhor revelou a Joseph Smith a “Palavra de Sabedoria”, que é uma forma de viver para desfrutar de uma existência longa e saudável.

  • Segundo, os que se casam no templo e o freqüentam regularmente apresentam uma média de divórcios muito abaixo das médias nacionais e mundiais.

  • Terceiro, atingimos um nível cultural mais alto do que a média nacional.

  • Quarto, mais de 70.000 membros comprometem-se, às próprias custas, a servir voluntariamente de 18 a 24 meses em trabalhos humanitários, designações de serviço da Igreja e serviço missionário de tempo integral no mundo.

  • E quinto, damos grande ênfase à auto-suficiência e a uma sólida ética profissional. Incentivamos o envolvimento ativo nas comunidades e na prestação de serviço ao próximo. A Igreja continua a doar grandes quantias, mercadorias e serviços a causas humanitárias ao redor do mundo, inclusive horas incontáveis de trabalho doado pelos membros para ajudar na limpeza dos locais de tragédia e no socorro a vítimas.

Irmãos e irmãs, no mundo agitado de hoje, descobri que a maioria das pessoas não vai ler ou dar atenção a mais do que uns poucos fatos importantes por vez. O que quer que escolham para informar os amigos e conhecidos a respeito da Igreja, tomem nota, verifiquem sua exatidão e mantenham o assunto simples e breve.

A crescente notoriedade da Igreja e o número cada vez maior de perguntas apresentam-nos grandes oportunidades de desenvolver relacionamentos, fazer amigos e disseminar informações exatas. Mas podem também apresentar uma possibilidade maior de gerar mal-entendidos e, até mesmo, preconceitos, se permitirmos que outros definam quem somos e em que acreditamos, em vez de o fazermos nós mesmos.

Em geral, o problema não se relaciona a pessoas conhecidas pelos membros. Mas há milhões e milhões de pessoas que não conhecem nenhum membro de nossa religião. Espero que aqueles que sabem pouco a respeito da Igreja procurem aprender mais a nosso respeito. Espero que queiram conhecer nossos membros em vez de julgar-nos pelas desinformações fornecidas por quem não nos conhece e até, em alguns casos, deliberadamente distorce as informações e nos difama.

Vocês, membros, podem ajudar para que isso aconteça, procurando e compartilhando com os outros as informações básicas encontradas nas Regras de Fé, juntamente com coisas como os fatos, a fé, as famílias e os frutos do evangelho.

Devemos também lembrar que, às vezes, a melhor forma de responder à curiosidade das pessoas pode ser a maneira como vivemos, como irradiamos a alegria do evangelho em nossa vida, como tratamos os outros e a sinceridade com que seguimos os ensinamentos de Cristo.

Para os que quiserem aprender mais do que as poucas coisas básicas que analisei aqui, os missionários podem ser contatados para ensinar-lhes as doutrinas do capítulo 3 de Pregar Meu Evangelho. Os missionários sabem responder a outras perguntas que tenham e levá-los à conversão e ao batismo.

Este é o momento de procurar oportunidades para dizer aos outros quem somos. Preparem alguns fatos simples, como os que compartilhei com vocês hoje, e ajudem os que estão curiosos, para que conheçam um pouco mais sobre a Igreja e tenham o desejo de aprender mais a respeito da Restauração do evangelho.

Irmãos e irmãs, nunca hesitem em prestar testemunho com amor e sinceridade. O poder do testemunho pessoal não pode ser negado, e ele freqüentemente desperta nos outros o interesse de saber mais. Sei que isso é verdade e testifico a vocês que sei incondicionalmente que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é verdadeira. Presto-lhes meu testemunho em nome de Jesus Cristo. Amém.