2000–2009
Joseph Smith — O Profeta da Restauração
Outubro 2009


Joseph Smith — O Profeta da Restauração

Por intermédio de Joseph Smith foram restaurados todos os poderes, chaves, ordenanças e ensinamentos necessários para a salvação e a exaltação.

Vamos supor, só por um momento, que alguém lhe contasse estes três fatos sobre um personagem do Novo Testamento e nada mais: Primeiro, o Salvador disse a essa pessoa: “homem de pouca fé” (Mateus 14:31); segundo, esse homem, num momento de fúria, cortou a orelha do servo de um sumo sacerdote e, terceiro, esse homem negou três vezes conhecer o Salvador, apesar de ter caminhado com Ele diariamente. Se isso fosse tudo o que você soubesse ou se você se concentrasse apenas nisso, poderia pensar que esse homem foi um patife e que não valia nada, mas deixaria de saber que foi um dos maiores homens que veio à Terra — o Apóstolo Pedro.

Do mesmo modo, algumas pessoas tentaram salientar ou aumentar algumas pequenas fraquezas do Profeta Joseph Smith, mas, nesse processo, também deixaram de ver o mais importante, ou seja, o homem e sua missão. Joseph Smith foi o ungido do Senhor para restaurar a Igreja de Cristo na Terra. Ao sair do bosque, ele finalmente aprendera quatro verdades fundamentais que não eram ensinadas pela maior parte do mundo contemporâneo cristão daquela época.

Primeiro, ele aprendeu que Deus, o Pai, e Seu Filho Jesus Cristo são dois seres separados e distintos. A Bíblia confirma a descoberta de Joseph Smith. Ela diz que o Filho sujeitou-Se à vontade do Pai (ver Mateus 26:42). Ficamos emocionados pela submissão do Salvador e encontramos força em Seu exemplo para fazer o mesmo; mas qual teria sido a profundidade e a intensidade da submissão de Cristo ou o poder motivador daquele exemplo, se o Pai e o Filho fossem a mesma pessoa e se, na realidade, o Filho estivesse meramente fazendo Sua própria vontade usando um nome diferente?

As escrituras dão-nos mais evidências dessa grande verdade: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito” (João 3:16). Um pai que oferece Seu único filho dá a suprema demonstração de amor que a mente e o coração humano podem conceber e sentir. Essa grande verdade é simbolizada pela comovente história de Abraão e Isaque (ver Gênesis 22). Mas, se o Pai é o Filho, então esse sacrifício e todos os demais não têm valor algum, e Abraão não estaria mais oferecendo Isaque — seria Abraão oferecendo o próprio Abraão.

A segunda grande verdade que Joseph Smith descobriu foi a de que o Pai e o Filho têm corpos glorificados de carne e ossos. Após a Ressurreição do Salvador, Ele apareceu a Seus discípulos e disse: “Apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lucas 24:39). Alguns dizem que isso foi uma manifestação física temporária e que, quando Ele ascendeu aos céus, livrou-Se do corpo e retornou a Sua forma de espírito. Mas as escrituras dizem que isso não era possível. Paulo ensinou: “Sabendo que, tendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele” (Romanos 6:9). Em outras palavras, tendo Cristo ressuscitado, Seu corpo não poderia mais se separar do espírito; do contrário Ele teria que morrer, consequência que Paulo mencionou não ser possível após Sua Ressurreição.

A terceira verdade que Joseph Smith aprendeu foi a de que Deus ainda fala com o homem hoje — que os céus não estão fechados. A pessoa precisa fazer apenas três perguntas que, certa vez, foram propostas pelo Presidente Hugh B. Brown, para chegar a essa conclusão (ver “O Perfil de um Profeta”, A Liahona, junho de 2006, p. 13). Primeira: Deus nos ama tanto hoje como amou as pessoas com quem falou na época do Novo Testamento? Segunda: Deus tem hoje o mesmo poder que tinha naquela época? E terceira: Precisamos Dele hoje tanto quanto as pessoas precisavam antigamente? Se as respostas a essas perguntas forem sim e se Deus é o mesmo ontem, hoje e sempre, como as escrituras declaram (ver Mórmon 9:9), então não resta dúvida — Deus fala ao homem hoje, exatamente como Joseph Smith testificou.

A quarta verdade que Joseph Smith aprendeu foi a de que a Igreja de Jesus Cristo, em sua forma completa e integral, não estava na Terra. É claro que havia pessoas boas e alguns componentes da verdade, mas o Apóstolo Paulo profetizara, muito tempo antes, que a Segunda Vinda de Cristo não aconteceria “sem que antes [viesse] a apostasia” (II Tessalonicenses 2:3).

Após a Primeira Visão de Joseph Smith, a Restauração da Igreja de Cristo foi ocorrendo “linha sobre linha, preceito sobre preceito” (D&C 98:12).

Por intermédio de Joseph Smith foi restaurada a doutrina de que o evangelho foi pregado aos mortos, no mundo espiritual, àqueles que não tiveram uma chance justa de ouvi-lo na Terra (ver D&C 128:5–22; ver também D&C 138:30–34). Isso não foi invenção de uma mente criativa; foi a restauração de uma verdade bíblica. Pedro ensinou há muito tempo que: “Por isto foi pregado o evangelho também aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito” (I Pedro 4:6). Frederic W. Farrar, um escritor e teólogo famoso da Igreja da Inglaterra, fez a seguinte observação sobre esse ensinamento de Pedro: “Foram feitos todos os esforços para explicar o significado dessa passagem. É um dos trechos mais importantes das escrituras e não há nele ambiguidade alguma (…). Pois se há algum significado na linguagem que foi empregada, é que Cristo, quando Seu espírito desceu ao mundo inferior, proclamou a mensagem de salvação para os mortos que outrora tinham sido impenitentes” [The Early Days of Christianity, (1883), p. 78].

Muitos ensinam que existe apenas um céu e um inferno. Joseph Smith restaurou a verdade de que há vários céus. Paulo falou de um homem que foi arrebatado ao terceiro céu (ver II Coríntios 12:2). Poderia haver um terceiro céu, se não houvesse um segundo e um primeiro?

Sob muitos aspectos, o evangelho de Jesus Cristo é semelhante a um quebra-cabeças de 1.000 peças. Quando Joseph Smith entrou em cena, talvez 100 peças estivessem encaixadas. Depois, Joseph Smith colocou muitas das 900 peças restantes no lugar, a ponto de as pessoas poderem dizer: “Ah, agora compreendi de onde vim, por que estou aqui e para onde vou”. Quanto ao papel de Joseph Smith na Restauração, o Senhor o definiu com clareza: “Esta geração, porém, receberá minha palavra por teu intermédio” (D&C 5:10).

Apesar dessa profusão de verdades bíblicas restauradas, alguns pesquisadores honestos comentaram: “Posso aceitar essas doutrinas, mas e aqueles anjos que Joseph Smith viu e as visões que ele disse que teve? É difícil acreditar nessas coisas hoje em dia”.

A esses honestos pesquisadores, respondemos com amor: “Não apareceram anjos e as pessoas não tiveram visões na Igreja de Cristo na época do Novo Testamento? Um anjo não apareceu a Maria e a José? Não apareceram anjos a Pedro, Tiago e João no Monte da Transfiguração? Pedro e João não foram tirados da prisão por um anjo? Um anjo não apareceu a Cornélio, depois a Paulo antes de naufragar, e a João na Ilha de Patmos? Pedro não teve uma visão na qual o evangelho seria pregado aos gentios? E Paulo, a visão do terceiro céu? E João, a visão dos últimos dias, e Estevão, a visão do Pai e do Filho?

Sim, Joseph Smith realmente viu anjos e teve visões — porque foi o instrumento nas mãos de Deus para restaurar a mesma Igreja de Jesus Cristo que existia antigamente — com todos os seus poderes, bem como com todas as suas doutrinas.

Infelizmente, às vezes, algumas pessoas preferem deixar de lado as preciosas verdades do evangelho restaurado por Joseph Smith porque perderam o foco em algumas questões históricas ou hipóteses científicas que não são importantes para sua exaltação; e, ao fazê-lo, trocam sua primogenitura por um prato de lentilhas. Trocam a certeza absoluta da Restauração pela dúvida e, nesse processo, caem na armadilha de perder a fé nas muitas coisas que de fato sabem, por causa de algumas poucas coisas que elas não conhecem. Sempre haverá algum tipo de crise intelectual assomando no horizonte enquanto a fé for necessária e nossa mente for finita; mas, da mesma forma, sempre existirão as doutrinas verdadeiras e seguras da Restauração, às quais podemos nos apegar e que são um alicerce firme sobre o qual podemos edificar nosso testemunho.

Quando muitos dos seguidores de Cristo se afastaram Dele, Cristo perguntou a Seus Apóstolos: “Quereis vós também retirar-vos?”

Pedro deu uma resposta que deveria ser gravada em todos os corações: “Para quem iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna” (João 6:67–68).

Se uma pessoa se desviar dessas doutrinas restauradas, aonde irá para aprender a verdadeira natureza de Deus como foi ensinada no bosque? Aonde irá para encontrar as doutrinas da existência pré-mortal, do batismo pelos mortos e do casamento eterno? E aonde irá para encontrar o poder selador que pode unir o marido à mulher e aos filhos eternamente?

Por intermédio de Joseph Smith foram restaurados todos os poderes, chaves, ordenanças e ensinamentos necessários para a salvação e a exaltação. Você não os encontra em nenhum outro lugar no mundo. Eles não estão em nenhuma outra igreja. Não se encontram em nenhuma filosofia do homem, compilação científica ou peregrinação a algum lugar sagrado, por mais intelectual que pareça. A salvação encontra-se em um lugar somente, como o próprio Senhor designou, quando disse que esta é “a única igreja verdadeira e viva na face de toda a Terra” (D&C 1:30).

Presto meu testemunho de que Joseph Smith foi o Profeta da Restauração, como alegou ser. Faço minhas as palavras deste hino arrebatador: “Foi ordenado por Cristo Jesus” (“Hoje, ao Profeta Louvemos”, Hinos, nº 14). Em nome de Jesus Cristo. Amém.