2010–2019
Fé — a Escolha É Sua
Outubro 2010


Fé — a Escolha É Sua

Escolham a fé em vez da dúvida, escolham a fé em vez do medo, escolham a fé em vez do desconhecido e do invisível e escolham a fé em vez do pessimismo.

Vivemos em uma das maiores dispensações de todos os tempos — uma época que os antigos profetas esperaram e sobre a qual profetizaram e pela qual, creio eu, ansiaram. No entanto, a despeito de todas as bênçãos celestes que nos foram concedidas, Satanás — sempre tão real — está sempre muito ativo, e somos continuamente bombardeados com mensagens conflitantes. O anjo Morôni advertiu o jovem Profeta Joseph Smith de que seu nome seria conhecido por bem e por mal no mundo inteiro (ver Joseph Smith—História 1:33), e nunca o cumprimento de uma profecia foi tão evidente. O Profeta deu a vida por seu testemunho, mas ainda hoje prosseguem os ataques contra a Igreja e contra o Próprio Salvador. A realidade do Salvador, Seu sacrifício expiatório e sua aplicação universal para todos nós são questionados e frequentemente descartados como mito ou vã esperança de uma mente fraca e iletrada. Além disso, a realidade da Restauração do evangelho nestes últimos dias continua a ser questionada. O contínuo bombardeio de mensagens como essas pode causar confusão, dúvida e pessimismo, cada qual atacando as verdades fundamentais nas quais acreditamos, nossa fé em Deus e nossa esperança no futuro.

Essa talvez seja a realidade de nosso mundo, mas ainda assim podemos decidir como vamos reagir a isso. Quando nossa doutrina e crenças sagradas forem desafiadas, teremos então a oportunidade de conhecer melhor a Deus, de modo muito mais íntimo e pessoal. Essa será nossa oportunidade de escolher.

Devido aos conflitos e problemas que enfrentamos no mundo atual, gostaria de sugerir uma escolha única, uma escolha de paz e de proteção e uma escolha adequada a todos. Essa escolha é a fé. Estejam cientes de que a fé não é um dom gratuito concedido sem que pensemos, desejemos ou nos esforcemos. Ela não nos chega como o orvalho que cai do céu. O Senhor disse: “Vinde a mim” (Mateus 11:28) e “Batei, e [dar]-se-vos-á” (Mateus 7:7). Esses verbos são de ação: “vir” e “bater”. Tratam-se de escolhas. Portanto, eu digo: escolham a fé. Escolham a fé em vez da dúvida, escolham a fé em vez do medo, escolham a fé em vez do desconhecido e do invisível e escolham a fé em vez do pessimismo.

A clássica preleção de Alma sobre a fé, registrada no capítulo 32 de Alma, no Livro de Mórmon, é uma série de escolhas para garantir o desenvolvimento e a preservação de nossa fé. Alma admoestou-nos a escolher. Suas palavras descrevem ações iniciadas por escolhas. Ele usou as palavras despertar, exercitar, pôr à prova, exercer, desejar, operar e plantar. Depois, Alma explicou-nos que, se fizermos essas escolhas e não descartarmos a semente por descrença, então “ela começará a inchar em [nosso] peito” (Alma 32:28).

Sim, a fé é uma escolha, e ela precisa ser buscada e desenvolvida. Portanto, somos responsáveis por nossa própria fé. Também somos responsáveis por nossa falta de fé. A escolha é sua.

Há muitas coisas que desconheço. Não conheço os detalhes da organização da matéria no belo mundo em que vivemos. Não compreendo as complexidades da Expiação, nem como o sacrifício do Salvador pode purificar todas as pessoas arrependidas, ou como o Salvador pôde sofrer “a dor de todos os homens” (D&C 18:11). Não sei onde ficava a Cidade de Zaraenla, que é mencionada no Livro de Mórmon. Não sei por que razão minhas crenças entram às vezes em conflito com o suposto conhecimento científico ou secular. Talvez esses sejam assuntos que nosso Pai Celestial descreveu como “mistérios do (…) céu” (D&C 107:19), que serão revelados posteriormente.

Mas, embora eu não conheça tudo, sei o que é importante. Conheço as verdades claras e simples do evangelho que conduzem à salvação e à exaltação. Sei que o Salvador realmente sofreu a dor de todos os homens, e que todas as pessoas que se arrependem podem ser limpas do pecado. E, quanto às coisas que desconheço ou que não compreendo plenamente, com a vigorosa ajuda de minha fé, preencho a lacuna e sigo em frente, partilhando as promessas e bênçãos do evangelho. Então, conforme ensinou Alma, nossa fé nos proporciona um conhecimento perfeito (ver Alma 32:34). Quando seguimos em frente rumo ao desconhecido, armados apenas com a esperança e o desejo, provamos nossa fé e nossa devoção ao Senhor.

Portanto, seguindo a fórmula de Alma, façamos nossa escolha. Vamos escolher a fé.

  • Se a confusão e a desesperança pesarem em sua mente, escolham despertar e exercitar suas faculdades (ver Alma 32:27). Ao achegar-nos humildemente ao Senhor com um coração quebrantado e um espírito contrito, seguimos pelo caminho da verdade e pela senda do Senhor, de luz, conhecimento e paz.

  • Se seu testemunho for imaturo, não testado e inseguro, escolham “exercer ainda que seja uma partícula de fé”; escolham “[pôr] à prova [Suas] palavras” (Alma 32:27). O Salvador explicou: “Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo” (João 7:17).

  • Quando a lógica, a razão ou o intelecto pessoal entrarem em conflito com a doutrina e os ensinamentos sagrados, ou quando mensagens conflitantes atacarem suas crenças, como os dardos inflamados descritos pelo Apóstolo Paulo (ver Efésios 6:16), escolham não lançar a semente fora de seu coração por descrença. Lembrem-se de que não recebemos um testemunho até que nossa fé tenha sido provada (ver Éter 12:6).

  • Se sua fé for testada e amadurecida, escolham nutri-la “com muito cuidado” (Alma 32:37). Por mais forte que seja nossa fé, com todas as mensagens confusas que a atacam, ela também se pode tornar muito frágil. Precisa de nutrição contínua por meio de constante estudo das escrituras, oração e aplicação de Sua palavra.

Quando os discípulos perguntaram a Jesus por que não conseguiam expulsar um demônio, como tinham visto o Salvador fazer, Jesus respondeu: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar” (Mateus 17:20). Nunca vi uma montanha de verdade ser movida. Mas, graças à fé, já vi uma montanha de dúvida e desespero ser removida e substituída por esperança e otimismo. Graças à fé, testemunhei pessoalmente uma montanha de pecado ser substituída pelo arrependimento e perdão. E graças à fé, testemunhei pessoalmente uma montanha de dor ser substituída pela paz, esperança e gratidão. Sim, já vi montanhas serem movidas.

  • Graças à fé, ativei o poder do sacerdócio que possuo e partilhei a serenidade das bênçãos do evangelho e aceitei as ordenanças de salvação.

  • Graças a minha fé, enfrento os problemas e as dificuldades da vida com paz e segurança.

  • Graças a minha fé consegui transformar perguntas e até dúvidas em certezas e compreensão.

  • Graças a minha fé, encaro o desconhecido, o invisível e o inexplicável com segurança inabalável.

  • E graças a minha fé, mesmo nos momentos aparentemente piores, reconheço com paz e gratidão que, na realidade, eles são os melhores momentos.

E quando escolhemos a fé e nutrimos essa fé até um perfeito conhecimento das coisas do Senhor, usamos então as palavras “eu testifico” ou “eu sei”. Plantei pessoalmente a semente em meu próprio coração, e durante toda a vida tenho procurado nutrir essa semente até um conhecimento perfeito. E hoje, atrás deste púlpito, testifico que Jesus é o Cristo, o Redentor do mundo. Testifico também que Joseph Smith foi um profeta de Deus e o instrumento vivo que o Senhor usou para trazer de volta à Terra o evangelho pleno e verdadeiro de Jesus Cristo. Testifico que o Presidente Thomas S. Monson é o profeta do Senhor em nossos dias. Da mesma forma, a escolha da fé é sua; a escolha da fé é minha. Que escolhamos a fé. Em nome de Jesus Cristo. Amém.