2010–2019
Juntos Nos Edificaremos
Abril 2015


Juntos Nos Edificaremos

Como homens e mulheres que cumprem os convênios, precisamos edificar e ajudar uns aos outros para ser o povo que o Senhor deseja que nos tornemos.

Muitas irmãs me contam que, depois das orações, da música e dos discursos inspiradores que sempre tocam nosso coração durante a conferência geral, o que elas mais gostam de observar é a Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos deixando o púlpito acompanhados de sua companheira eterna. Não é verdade que todos nós gostamos de ouvir as autoridades gerais expressarem ternamente o amor que têm por sua esposa?

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President and Sister Packer

Ao falar da esposa, Donna, o Presidente Boyd K. Packer disse: “Por causa do ofício que ocupo, tenho a solene obrigação de dizer a verdade: Ela é perfeita”.1

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President Dieter F. Uchtdorf and his wife.

“Ela é o sol da minha vida”,2 disse o Presidente Dieter F. Uchtdorf sobre a esposa, Harriet.

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President Henry B. Eyring and Sister Eyring at their wedding.

O Presidente Henry B. Eyring, ao referir-se à esposa, disse: “Ela [é] uma pessoa que me faz desejar fazer o melhor possível”.3

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LDS Church President Thomas S. Monson gives his wife, Frances, a kiss at their 60th anniversary celebration, 10/6/2008, at the Lion House. The two met in 1944 and were married in the Salt Lake Temple on Oct. 7, 1948.

E o Presidente Thomas S. Monson, falando de sua amada Frances, disse: “Ela era o amor da minha vida, minha confidente leal e minha melhor amiga. Dizer que sinto saudades dela é muito pouco para transmitir a profundidade de meus sentimentos”.4

Eu também gostaria de expressar o amor que tenho por meu amado esposo, Craig. Ele é uma bênção preciosa para mim! Referindo-se a meu marido, há uma frase querida e sagrada em minha bênção patriarcal que contém a promessa de que minha vida e a vida de meus filhos “ficarão bem em suas mãos”. É muito claro para mim que Craig é a realização dessa promessa. Nas palavras do escritor Mark Twain, para mim “a vida sem [Craig] não seria vida”.5 Eu o amo, de coração e alma!

Atribuições e Responsabilidades Divinas

Hoje eu gostaria de prestar homenagem aos maridos, pais, irmãos, filhos e tios que sabem quem são e que fazem o melhor que podem para cumprir seu papel divino. Eles agem conforme descrito na proclamação da família, provendo o sustento de sua família, presidindo-a e protegendo-a em retidão. Saibam que sou extremamente consciente de que os assuntos de paternidade, maternidade e casamento podem ser difíceis para muitos. Sei que alguns membros da Igreja sentem que seu lar nunca alcançará o que eles consideram ser o padrão ideal. Muitos estão sofrendo por conta de negligência, maus-tratos, vícios, tradições e costumes errados. Não são aceitáveis os atos de homens ou mulheres que deliberadamente ou mesmo por ignorância têm sido motivo de dor, angústia e desespero em seu lar. Mas hoje falo de algo diferente.

Estou convencida de que um marido é inquestionavelmente mais atraente para sua esposa quando está servindo em seu divino papel como um digno portador do sacerdócio — principalmente no lar. Eu me regozijo e acredito nestas palavras do Presidente Packer para os maridos e pais dignos: “Vocês têm o poder do sacerdócio diretamente do Senhor para proteger o seu lar. Haverá ocasiões em que o único escudo entre sua família e as armadilhas do adversário será esse poder”.6

Líder Espiritual e Professor no Lar

No início deste ano, fui ao funeral de um extraordinário homem comum — o tio Don, tio de meu marido. Um dos filhos do tio Don contou uma experiência que teve quando criança, pouco depois de seus pais terem comprado sua primeira casa. Como eles tinham cinco filhos pequenos para criar, não tinham dinheiro suficiente para colocar uma cerca no quintal. Levando a sério um de seus papéis divinos como protetor da família, o tio Don fincou algumas pequenas estacas de madeira no solo e amarrou um barbante de uma estaca para outra ao redor de todo o quintal. E então pediu que seus filhos viessem até ele. Mostrou-lhes as estacas e o barbante, explicando-lhes que, se permanecessem no interior daquela cerca improvisada, estariam protegidos.

Certo dia, as professoras visitantes ficaram admiradas ao se aproximar da casa e notar as cinco criancinhas paradas obedientemente à beira da cerca, olhando com anseio para uma bola que havia saltado para a rua, além dos limites da casa. Uma das crianças correu para chamar seu pai, que, em resposta, correu para recuperar a bola.

Anos depois, no funeral, o filho mais velho expressou em meio às lágrimas que tudo o que ele esperava na vida era ser como seu amado pai.

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Sister Burton's son and grandson reading together.

O Presidente Ezra Taft Benson disse:

“Oh, maridos e pais em Israel, vocês podem fazer tanto pela salvação e exaltação de sua família! (…)

Lembrem-se de seu sagrado chamado como pai em Israel — seu mais importante chamado nesta vida e na eternidade — chamado do qual jamais serão desobrigados.

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Sister Burton's son and grandson on a bed together.

Vocês devem ajudar a criar um lar em que possa habitar o Espírito do Senhor”.7

Como são aplicáveis essas palavras proféticas hoje em dia.

Deve ser difícil, para não dizer impossível, para homens do convênio viverem em um mundo que não apenas desvaloriza suas responsabilidades e seus papéis divinos, mas também envia mensagens falsas sobre o que significa ser um “homem de verdade”. Uma das mensagens falsas é: “Tudo gira em torno de mim”. No outro extremo, está a degradante e escarnecedora mensagem de que os maridos e pais não são mais necessários. Rogo-lhes que não deem ouvidos às mentiras de Satanás! Ele abriu mão daquele sagrado privilégio de algum dia se tornar um marido ou pai. Por causa da inveja que ele sente daqueles que têm o papel sagrado que ele nunca terá, ele está decidido a tornar “todos os homens tão miseráveis como ele próprio”!8

Edificar e Ajudar em Nossos Papéis Complementares

Irmãos e irmãs, precisamos uns dos outros! Como homens e mulheres que cumprem os convênios, precisamos edificar e ajudar uns aos outros para ser o povo que o Senhor deseja que nos tornemos. Precisamos trabalhar juntos para edificar a nova geração e ajudá-la a atingir seu potencial divino como herdeira da vida eterna. Podemos fazer como têm feito o Élder Robert D. Hales e sua esposa, Mary, ao seguir o provérbio: “Eleve-me, e elevá-lo-ei, e juntos nos edificaremos”.9

Sabemos pelas escrituras que “não é bom que o homem esteja só”. É por isso que o Pai Celestial criou “uma ajudadora idônea para ele”.10 A frase ajudadora idônea significa “uma ajudante adequada para ele, digna dele, ou correspondente a ele”.11 Por exemplo, nossas mãos são semelhantes uma à outra, mas não são exatamente iguais. Na verdade, elas são exatamente opostas, mas se complementam e são adequadas uma para a outra. Ao trabalhar juntas, são mais fortes.12

Em um capítulo sobre a família, o manual da Igreja contém esta declaração: “A natureza dos espíritos do sexo masculino e do feminino é tal que ambos se completam”.13 Observe que não diz que “competem um com o outro”, mas que “se completam”! Estamos aqui para ajudar e edificar um ao outro, regozijando-nos juntos à medida que nos tornamos o melhor que podemos ser. A irmã Barbara B. Smith ensinou sabiamente: “Há muito mais alegria quando nos regozijamos com o sucesso alheio e não apenas com o nosso”.14 Quando buscamos “completar”, em vez de “competir”, é muito mais fácil apoiarmos uns aos outros!

Quando eu era uma jovem mãe de vários filhos pequenos, ao final de dias cheios de fraldas, louças e broncas, ninguém cantava o hino da Primária “Quando Chega em Casa o Meu Pai” mais enfaticamente do que eu.15 Fico triste em admitir que eu nem sempre estava alegre quando Craig chegava em casa contente depois de um dia de trabalho árduo. Ele sempre cumprimentava cada um de nós com um beijo e um abraço, e transformava muitos dias difíceis e, às vezes, desastrosos em agradáveis momentos em família. Gostaria de ter sido um pouco menos preocupada com a lista interminável de tarefas a fazer e me concentrado mais sabiamente, como ele fazia, nas coisas que mais importavam. Eu teria parado com mais frequência, desfrutado de momentos sagrados com a família e expressado mais gratidão a ele por abençoar nossa vida!

“Oh! Falemos Palavras Amáveis”

Não muito tempo atrás, uma irmã fiel da Igreja compartilhou comigo uma profunda preocupação sobre a qual ela estivera orando havia algum tempo. Sua preocupação era sobre algumas irmãs de sua ala. Seu coração ficava pesaroso ao observar que elas às vezes falavam desrespeitosamente tanto ao marido como sobre ele, inclusive na frente dos filhos. Ela então me contou que, quando jovem, desejava e orava fervorosamente para encontrar e se casar com um digno portador do sacerdócio com quem pudesse edificar um lar feliz. Ela havia crescido em um lar onde sua mãe “governava a casa” e seu pai cedia às exigências da esposa a fim de manter a paz no lar. Ela sentiu que havia uma maneira melhor. Não viu esse exemplo no lar em que fora criada, mas, ao orar fervorosamente pedindo orientação, o Senhor a abençoou para saber como criar com o marido um lar no qual o Espírito fosse recebido calorosamente. Já estive na casa dela e posso testificar que é um lugar santo!

Irmãos e irmãs, com que frequência “[falamos] palavras amáveis” uns aos outros?16

Podemos averiguar nossa conduta com algumas perguntas. Com pequenos ajustes, estas perguntas podem se aplicar à maioria de nós, quer sejamos casados ou solteiros, seja qual for nossa situação familiar.

  1. Quando foi a última vez que elogiei sinceramente meu cônjuge quando sozinhos ou na presença de nossos filhos?

  2. Quando foi a última vez que agradeci a meu cônjuge, expressei meu amor a ele ou roguei fervorosamente por meu cônjuge em oração?

  3. Quando foi a última vez que me recusei a dizer algo que poderia magoá-lo?

  4. Quando foi a última vez que pedi desculpas humildemente — sem acrescentar as palavras “mas se ao menos você tivesse” ou “mas se ao menos você não tivesse”?

  5. Quando foi a última vez que escolhi ser feliz em vez de exigir estar “certa”?

Agora, se durante alguma dessas perguntas você se encolheu ou sentiu extrema culpa, lembre-se do que o Élder David A. Bednar ensinou: “A culpa é para nosso espírito o que a dor é para nosso corpo: um aviso de perigo e uma proteção contra lesões adicionais”.17

Peço que cada um de nós atenda ao apelo sincero do Élder Jeffrey R. Holland: “Irmãos e irmãs, nessa longa jornada eterna para tornarmo-nos mais semelhantes ao Salvador, procuremos ser homens e mulheres ‘perfeitos’ ao menos em um aspecto: não tropeçando em palavra; ou, para dizer claramente, falando em uma nova língua, a língua dos anjos”.18

Enquanto me preparava para esta oportunidade de hoje, o Espírito me ensinou e eu me comprometi a falar palavras amáveis com mais frequência para meu querido esposo e a respeito dele, a edificar os homens da minha família e a expressar gratidão pelo modo como eles cumprem seus papéis divinos e complementares. Fiz o compromisso de seguir o provérbio: “Eleve-me, e elevá-lo-ei, e juntos nos edificaremos”.

Vocês se juntarão a mim com o propósito de buscarmos a ajuda do Espírito Santo para ensinar-nos como melhor edificar uns aos outros em nossos papéis complementares como filhos e filhas do convênio, de amorosos pais celestiais?

Sei que, por meio do poder capacitador da Expiação de Jesus Cristo e de nossa fé Nele, podemos ter êxito. Oro para que depositemos nossa confiança Nele para nos ajudar a auxiliar uns aos outros a viver com alegria eternamente ao nos edificarmos juntos, em nome de Jesus Cristo. Amém.

Notas

  1. Boyd K. Packer, “Donna Smith Packer Receives Family History Certificate from BYU” [Donna Smith Packer Recebe Certificado de História da Família da BYU], news.byu.edu/archive12-jun-packer.aspx.

  2. Dieter F. Uchtdorf, em Jeffrey R. Holland, “Élder Dieter F. Uchtdorf: Rumo a Novos Horizontes”, A Liahona, março de 2005, p. 10.

  3. Henry B. Eyring, em Gerald N. Lund, “Élder Henry B. Eyring: Moldado por ‘Influências Determinantes’”, A Liahona, abril de 1996, p. 26.

  4. Thomas S. Monson, “Não Te Deixarei Nem Te Desampararei”, A Liahona, novembro de 2013, p. 85.

  5. Mark Twain, Eve’s Diary [O Diário de Adão e Eva], 1905, p. 107.

  6. Boyd K. Packer, “O Poder do Sacerdócio”, A Liahona, maio de 2010, p. 9.

  7. Ezra Taft Benson, “Aos Pais em Israel”, A Liahona, janeiro de 1988, p. 46.

  8. 2 Néfi 2:27.

  9. Ver Robert D. Hales, “Fortalecer as Famílias: Nosso Dever Sagrado”, A Liahona, julho de 1999, p. 37; ver também LaRene Gaunt, “Élder Robert D. Hales: ‘Retorne com Honra’”, A Liahona, setembro de 1995, seção infantil, p. 5.

  10. Gênesis 2:18.

  11. Gênesis 2:18, nota de rodapé b na Bíblia SUD em inglês.

  12. Ver Bruce K. Satterfield, “A Família Sitiada: O Papel do Homem e da Mulher”, apresentação na Semana Educacional do Ricks College, 7 de junho de 2001, p. 4; emp.byui.edu/SATTERFIELDB/PDF/RoleManWoman2.pdf.

  13. Manual 2: Administração da Igreja, 2010, 1.3.1.

  14. Barbara B. Smith, “Corações Que Se Assemelham”, A Liahona, julho de 1982, p. 155.

  15. “Quando Chega em Casa o Meu Pai”, Músicas para Crianças, p. 110.

  16. “Oh! Falemos Palavras Amáveis”, Hinos, nº 137.

  17. David A. Bednar, “Cremos em Ser Castos”, A Liahona, maio de 2013, p. 44.

  18. Jeffrey R. Holland, “A Língua dos Anjos”, A Liahona, maio de 2007, p. 18.