2002
Força durante as Dificuldades
Março de 2002


Força durante as Dificuldades

O Senhor pode garantir que está próximo e que nos conduzirá pela mão nos momentos mais atribulados de nossa vida.

A vida nem sempre é fácil de ser vivida, mas a oportunidade de fazê-lo é uma bênção que transcende nossa compreensão. No decorrer da vida, enfrentaremos dificuldades, muitas das quais nos farão sofrer e padecer dores. Muitas pessoas sofrerão com dificuldades pessoais, enquanto outras sofrerão ao verem seus entes queridos afligirem-se.

A fim de adquirirmos força em nossas dificuldades, precisamos ter uma perspectiva positiva dos princípios do plano de salvação. Precisamos perceber que temos um Salvador pessoal em quem podemos confiar e ao qual podemos recorrer em momentos de necessidade. Precisamos também aprender e viver os princípios que o Senhor concedeu para recebermos a força necessária durante nossas provações.

Uma Perspectiva Positiva

Esta Terra é o lugar para provarmo-nos dignos e nos prepararmos para voltar à presença do Senhor. Ele explicou: “E assim os provaremos para ver se farão todas as coisas que o Senhor seu Deus lhes ordenar”. (Abraão 3:25)

O Senhor explicou o propósito pelo qual precisamos ser testados durante esta experiência terrena: “Meu povo deve ser provado em todas as coisas a fim de preparar-se para receber a glória que tenho para ele”. (D&C 136:31)

Parte do plano é que “haja oposição em todas as coisas”. (2 Néfi 2:11) Recebemos o arbítrio para escolher entre esses opostos no processo de provação. (Ver 2 Néfi 2:27; D&C 29:35.) Em nossa vida pré-terrena, compreendemos e apoiamos o plano de salvação com os princípios da oposição e do arbítrio. Sabíamos que teríamos experiências nesta vida que nos trariam dificuldades e por vezes sofrimento.

Algumas de nossas dificuldades envolvem a tomada de decisões, enquanto que outras são o resultado de decisões que tomamos anteriormente. Parte de nossas dificuldades resultam de escolhas feitas por outras pessoas, mas que afetam nossa vida. Nem sempre podemos controlar tudo o que acontece conosco nesta vida, mas podemos controlar nossa reação. Muitas dificuldades surgem na forma de problemas e pressões que às vezes causam dor. Outras vêm na forma de tentações, provações e tribulações.

Contudo, as dificuldades fazem parte do sagrado processo de santificação. Não há maneiras fáceis ou cômodas de santificarmo-nos a ponto de nos preparar para viver na presença do Salvador. E pode haver bênçãos nos fardos que carregamos. Em conseqüência dessas tribulações, nosso caráter torna-se mais semelhante ao de Cristo.

Embora essas experiências possam causar dor, sofrimento e tristeza, temos a seguinte promessa alentadora: “Nenhuma dor sofrida por homens ou mulheres na Terra deixará de ter seus efeitos compensadores se for padecida com resignação e enfrentada com paciência”. (The Teachings of Spencer W. Kimball, ed. por Edward L. Kimball [1982], p. 168)

O Salvador ofereceu consolo e conselhos ao Profeta Joseph Smith (1805–1844) enquanto ele estava sofrendo na Cadeia de Liberty, explicando os efeitos positivos e as bênçãos que receberemos se suportarmos bem nossos fardos: “Todas essas coisas te servirão de experiência e serão para o teu bem”. (D&C 122:7) Ele continuou:

“Meu filho, paz seja com tua alma; tua adversidade e tuas aflições não durarão mais que um momento;

E então, se as suportares bem, Deus te exaltará no alto; triunfarás sobre todos os teus inimigos.” (D&C 121:7–8)

As pessoas reagem às dificuldades de maneira diferente. Alguns se sentem derrotados e abatidos pelos fardos que são chamados a carregar. Muitos começam a culpar as outras pessoas por suas dificuldades e fracassos e deixam de seguir os conselhos do Senhor. Uma tendência natural é tentarmos achar um atalho mais fácil na estrada da vida e ficarmos desanimados, cheios de dúvidas e até mesmo deprimidos ao nos depararmos com as dificuldades da vida.

O Élder Neal A. Maxwell, quando assistente dos Doze, distinguiu a diferença que existe entre as reações das pessoas diante das dificuldades: “Os ventos da tribulação, que apagam as velas do comprometimento de alguns homens, apenas servem para alimentar a fogueira da fé de [outros]”. (“Why Not Now?” Ensign, novembro de 1974, p. 12)

Se seguirmos os princípios eternos revelados pelo Senhor, adquiriremos força durante nossas dificuldades e seremos abençoados ao carregarmos nossas cargas e lidarmos com as provações e transpormos os obstáculos em nossa vida. A fim de ganharmos a força de que necessitamos, precisamos conhecer o Salvador e seguir Seus conselhos.

Um Salvador Pessoal

O Salvador garantiu que nos conhece pessoalmente, tem ciência de nossas necessidades e está presente em nossos momentos de aflição. Ele aconselhou-nos: “Em verdade vos digo que meus olhos estão sobre vós. Estou no meio de vós e não me podeis ver”. (D&C 38:7) O Élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou: “O Salvador está em nosso meio, às vezes pessoalmente, com freqüência por meio de Seus servos, e sempre por meio de Seu Espírito”. ( The Lord’s Way [1991], p. 14)

O Salvador conhece todas as coisas passadas, presentes e futuras. Jacó ensinou: “Pois ele conhece todas as coisas e não há nada que não conheça”. (2 Néfi 9:20) Ele conhece as coisas de que precisamos antes mesmo de as pedirmos. (Ver 3 Néfi 13:8.)

Ele também conhece nossos pensamentos e os intentos de nosso coração e enxerga os recônditos mais profundos de nosso espírito eterno. (Ver Alma 18:32.) Ele ensinou: “Quanto às coisas que vos sobem ao espírito, eu as conheço”. (Ezequiel 11:5)

Ele conhece as tentações que enfrentamos. O Salvador foi tentado além de qualquer tentação que jamais poderíamos conhecer. As escrituras dizem: “Sofreu tentações, mas não lhes deu atenção”. (D&C 20:22) Ele está sempre pronto para libertar-nos em momentos de tentação. Paulo escreveu: “Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados”. (Hebreus 2:18) Pedro proclamou: “Sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos”. (II Pedro 2:9)

O Salvador “conhece as fraquezas do homem”. (D&C 62:1) Apesar de nossas fraquezas, Ele ama-nos de maneira incompreensível e oferece-nos grande esperança: “Dou a fraqueza aos homens a fim de que sejam humildes; e minha graça basta a todos os que se humilham perante mim; porque caso se humilhem perante mim e tenham fé em mim, então farei com que as coisas fracas se tornem fortes para eles”. (Éter 12:27)

Além de conhecer nossos pensamentos e intenções, tentações e fraquezas, Ele sabe tudo o que fazemos nesta vida. Ele disse: “Eis que meus olhos vêem e conhecem todas as suas obras”. (D&C 121:24; ver também 2 Néfi 27:27.) “E conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e (…) as tuas (…) obras.” (Apocalipse 2:19)

O Senhor está sempre pronto para auxiliar-nos nos dias de nossa dificuldade:

“Achegai-vos a mim e achegar-me-ei a vós; procurai-me diligentemente e achar-me-eis; pedi e recebereis; batei e ser-vos-á aberto.

Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome vos será dado, se for para vosso bem.” (D&C 88:63–64)

Ele está sempre pronto para consolar-nos e aconselhar-nos em nossos momentos de dificuldade e sofrimento. Jacó ensinou: “Confiai em Deus com a mente firme e orai a ele com grande fé; e ele consolar-vos-á nas aflições”. (Jacó 3:1)

O Senhor dá-nos um espírito de esperança e um sentimento de consolo e confiança de que podemos vencer os obstáculos que enfrentamos. Ele mostrou-nos a forma de adquirirmos força durante nossas dificuldades. Com o auxílio Dele, podemos ter êxito. Ouçamos Suas palavras de conselho e consolo: “Não temais, filhinhos, porque sois meus e eu venci o mundo (…); e nenhum dos que meu Pai me deu se perderá”. (D&C 50:41–42)

Mais uma vez, com um sentimento de amor, Ele garante-nos que está próximo e que nos guiará pela mão nos dias mais atribulados de nossa vida. Sua força nos susterá durante nossas dificuldades mesmo quando nos sentirmos enfraquecidos: “Portanto estou em vosso meio e sou o bom pastor e a pedra de Israel. Aquele que edificar sobre esta rocha jamais cairá”. (D&C 50:44)

Devido a Seu amor infinito por nós, Ele intercede ao Pai pelo perdão de nossos pecados e dá-nos as seguintes palavras de ânimo: “Rejubilai-vos e alegrai-vos, porque estou no meio de vós e sou vosso advogado junto ao Pai”. (D&C 29:5; ver também D&C 45:3; 62:1; 110:4.)

Se nosso embate for com o pecado, precisamos recordar que Ele está sempre disposto a perdoar-nos se verdadeiramente nos arrependermos. Com demasiada freqüência esquecemos que Ele é um Deus amoroso, terno e misericordioso. Alguns podem achar que não há esperança por terem falhado demasiadas vezes. O Senhor aconselhou-nos que há grande esperança para os pecadores se eles verdadeiramente se arrependerem:

“Se confessar seus pecados diante de ti e de mim e arrepender-se com sinceridade de coração, tu o perdoarás e eu também o perdoarei.

Sim, e tantas vezes quantas o meu povo se arrepender, perdoá-lo-ei de suas ofensas contra mim.” (Mosias 26:29–30)

Precisamos achegar-nos ao Senhor como Enos fez no passado: “E minha alma ficou faminta; e ajoelhei-me ante o meu Criador e clamei-lhe, em fervorosa oração e súplica, por minha própria alma; e clamei o dia inteiro, sim, e depois de ter anoitecido, continuei a elevar minha voz até que ela chegou aos céus”. (Enos 1:4)

Para recebermos a remissão de alguns pecados, pode ser que precisemos fazer orações da mesma intensidade. Os pecados graves devem ser confessados ao bispo, que é um juiz em Israel.

Os resultados do arrependimento verdadeiro e da remissão dos pecados são os sentimentos de paz, esperança, alegria e uma consciência tranqüila. (Ver Mosias 4:3.) Alma descreveu tais sentimentos com as seguintes palavras:

“Já não me lembrei de minhas dores; sim, já não fui atormentado pela lembrança de meus pecados.

E oh! que alegria e que luz maravilhosa contemplei! Sim, minha alma encheu-se de tanta alegria quanta havia sido minha dor.” (Alma 36:19–20)

Mórmon ensinou sobre o processo que ocorre quando recebemos a remissão de nossos pecados: “E a remissão dos pecados traz mansidão e humildade; e a mansidão e a humildade resultam na presença do Espírito Santo, o Consolador, que nos enche de esperança e perfeito amor, amor que se conserva pela diligência na oração até que venha o fim”. (Morôni 8:26)

Força Para Mudar

Para que o Senhor nos ajude a adquirir força durante nossas dificuldades, devemos fazer as coisas que Ele nos aconselhou a fazer. Isso envolve voltar-nos para Ele e aplicar certos princípios do evangelho.

Confiar Nele. A confiança envolve humildade, um espírito disposto e submisso que se escora Nele e Seus conselhos revelados. O Senhor orientou-nos: “Buscai-me em cada pensamento; não duvideis, não temais”. (D&C 6:36) Adquirimos força quando buscamos fazer a vontade Dele e não a nossa. Com ternura, Ele nos disse: “Sê humilde; e o Senhor teu Deus te conduzirá pela mão e dará resposta a tuas orações”. (D&C 112:10) Ele é o caminho, e somente por meio Dele é que teremos êxito.

Seguir Seus conselhos. Recebemos grande força ao seguirmos os conselhos do Senhor. Jacó disse: “Não tenteis dar conselhos ao Senhor, mas, sim, recebei conselhos de sua mão”. (Jacó 4:10) Alma ensinou: “Aconselha-te com o Senhor em tudo que fizeres e ele dirigir-te-á para o bem”. (Alma 37:37)

O Senhor dá-nos conselhos em resposta a nossas orações. Ele aconselha-nos ao estudarmos as escrituras em busca de respostas para nossas dúvidas. Néfi escreveu: “Banqueteai-vos com as palavras de Cristo; pois eis que as palavras de Cristo vos dirão todas as coisas que deveis fazer”. (2 Néfi 32:3)

O Senhor dá conselhos por intermédio de Seus servos escolhidos. (Ver D&C 1:38.) Conselhos inspirados também podem vir de entes queridos. Quando estamos enfrentando dificuldades, nem sempre conseguimos enxergar e pensar com clareza. É por esse motivo que devemos dar ouvidos aos conselhos recebidos.

Precisamos de coragem para seguir os conselhos que nos são dados. O Senhor advertiu-nos que quando acharmos que não precisamos de Seus conselhos e dos conselhos de Seus servos e daqueles que se importam, “[cairemos] e [traremos sobre nós] a vingança de um Deus justo”. (D&C 3:4)

Ponderar Suas promessas. As escrituras estão repletas de promessas maravilhosas para aqueles que seguirem os conselhos do Senhor. Devemos ponderar essas promessas vigorosas e desenvolver fé e confiança Nele. Suas promessas são certas.

Por meio do rei Lími, recebemos uma grandiosa promessa de força: “Se vos voltardes para o Senhor com todo o coração e colocardes vossa confiança nele e o servirdes com toda diligência de vossa mente, se assim fizerdes ele vos livrará do cativeiro, de acordo com sua própria vontade e prazer”. (Mosias 7:33)

O Salvador dá-nos outras promessas maravilhosas que devem fortalecer-nos durante nossos momentos de dificuldade:

“Portanto tende bom ânimo e não temais, porque eu, o Senhor, estou convosco e ficarei ao vosso lado.” (D&C 68:6)

“E se fordes humildes e fiéis e invocardes meu nome, eis que vos darei a vitória.

Faço-vos a promessa de que desta vez sereis libertados de vossa escravidão.” (D&C 104:82–83)

O Senhor revelou outros princípios de grande eficácia que podem conceder-nos força interior. Se os aplicarmos, seremos abençoados com poder e paz de espírito.

Assumir a responsabilidade por nossas escolhas. Admitir e aceitar a responsabilidade por nossas escolhas e suas conseqüências é um passo inicial e crítico no processo de mudança. O Senhor explicou: “porque viste a tua fraqueza, serás fortalecido” (Éter 12:37; ver também D&C 135:5.) No grande plano, o Senhor ordenou: “para que todo homem aja (…) de acordo com o arbítrio moral que lhe dei, para que todo homem seja responsável por seus próprios pecados no dia do juízo”. (D&C 101:78)

Quando atribuímos a culpa por nossos atos às outras pessoas ou às circunstâncias, jamais adquiriremos força para mudar. Alguns têm a tendência de racionalizar seu comportamento ou recorrer a desculpas. Essas maneiras de agir são táticas ilusórias usadas para aliviar a culpa e fugir temporariamente de sentimentos de fracasso na tomada de decisões adequadas na vida. Elas enfraquecem nosso caráter e prolongam nosso sofrimento e estresse.

Cultivar a fé. A fé dá-nos forças para fazer as mudanças necessárias em nossa vida. (Ver 2 Néfi 1:10.) Se não tivermos fé suficiente, não poderemos mudar nem ser curados de nossas enfermidades. (Ver 3 Néfi 17:8.) Nossas fraquezas nunca se tornarão forças se não exercermos a plenitude da fé. Precisamos de fé para receber respostas para nossas orações. (Ver D&C 10:47.) Morôni ensinou: “Eis que vos digo que todo aquele que crer em Cristo, sem de nada duvidar, tudo o que pedir ao Pai, em nome de Cristo, ser-lhe-á concedido”. (Mórmon 9:21)

Jamais devemos subestimar o poder do Senhor, mesmo quando nos sentirmos impotentes. Néfi faz-nos lembrar o poder infinito do Senhor com as seguintes palavras: “Sim, e como é que vos haveis esquecido de que o Senhor é capaz de fazer todas as coisas segundo sua vontade, para os filhos dos homens, se nele exercerem fé? Sejamos-lhe, portanto, fiéis”. (1 Néfi 7:12)

Ele é de fato um Deus de milagres. (Ver 2 Néfi 27:23.) Morôni alertou-nos: “Pois, se não houver fé entre os filhos dos homens, Deus não pode fazer milagres entre eles”. (Éter 12:12) O Senhor advertiu-nos no tocante à fé: “Lembra-te de que sem fé nada podes fazer”. (D&C 8:10)

Desenvolver desejos justos. Nossa motivação para mudar vem dos desejos de nosso coração. Sem um desejo profundo e divino de arrependimento, não haverá transformação. Alma ensinou esse princípio vigoroso ao dizer: “Sei que ele concede aos homens segundo os seus desejos”. (Alma 29:4)

Aumentar nosso comprometimento. Sem comprometimento, nosso desejo tende a diminuir e morrer. O comprometimento dá-nos força e poder para efetuarmos as mudanças adequadas que desejarmos. Esse comprometimento deve ser como o de Néfi, na antigüidade. Ao receber uma designação difícil, sua reação foi marcada por um comprometimento justo voltado para a vitória: “Eu irei e cumprirei as ordens do Senhor, porque sei que o Senhor nunca dá ordens aos filhos dos homens sem antes preparar um caminho pelo qual suas ordens possam ser cumpridas”. (1 Néfi 3:7; ver também 1 Néfi 3:15.)

Jejuar e orar. O Senhor deu-nos o mandamento “de [continuarmos] em oração e jejum a partir de agora”. (D&C 88:76) Recebemos grande poder ao jejuarmos e orarmos acerca de nossas dificuldades e nosso bem-estar espiritual.

Ao jejuarmos, devemos fazê-lo com um propósito, orando e “com os olhos fitos na glória de Deus”. (D&C 4:5) Devemos empenhar-nos para adquirir autodomínio, ter pensamentos puros e refletir sobre as coisas espirituais. Podemos adquirir força por meio do estudo das escrituras durante o jejum. Devemos dar ouvidos aos sussurros do Espírito ao buscarmos soluções.

Devemos suplicar em oração ao Senhor que nos dê forças e nos livre do cativeiro de nosso comportamento. (Ver Alma 58:10; Jacó 3:1.) Devemos orar pedindo força para resistir às tentações. O Senhor adverte e aconselha: “Ora sempre, para não caíres em tentação e não perderes tua recompensa”. (D&C 31:12; ver também D&C 61:39; 10:5.) Devemos orar pedindo perdão e externando nosso amor e gratidão ao Pai Celestial.

Em conseqüência de nosso arrependimento sincero, orações e jejum, receberemos o perdão. Podemos sentir os frutos do Espírito com alegria. (Ver D&C 59:13.) Podemos ser santificados (ver Helamã 3:35) e herdar a vida eterna. (Ver Ômni 1:26.)

O jejum e a oração nos ajudarão a controlar nossos pensamentos, sentimentos, paixões e apetites. Poderemos sujeitar esses impulsos, bem como nosso corpo, ao espírito. Teremos maior espiritualidade, força, poder, humildade e testemunho. Conseguiremos receber respostas para nossas orações e desfrutar sentimentos de paz e consolo. Gozaremos da companhia do Espírito. Sentiremos um amor maior. Os sentimentos ruins serão extirpados de nossa alma. Teremos maior poder para resistir às tentações e vencer as fraquezas. Estaremos livres de preocupações desnecessárias. Nossa fé e nossa esperança aumentarão. A dúvida e o desânimo se dissiparão.

Recordar as bênçãos do sacerdócio. Ao passarmos por dificuldades, podemos pedir uma bênção do sacerdócio. Para que a bênção tenha efeito, precisamos ser humildes e doutrináveis. Devemos estar dispostos a submeter nossa vontade à vontade do Senhor, conforme formos orientados na bênção. Essa bênção pode ser uma grande fonte de conselhos do Senhor. Nossa mente pode ser iluminada e nosso conhecimento e compreensão podem ser aguçados. Ele deixou-nos uma promessa significativa em relação ao que será dito pelo portador do sacerdócio que pronunciar a bênção: “E tudo que disserem, quando movidos pelo Espírito Santo (…) será a vontade do Senhor, será a mente do Senhor, será a palavra do Senhor, será a voz do Senhor e o poder de Deus”. (D&C 68:4)

Devemos ter total fé e completa confiança nos conselhos que recebermos. Precisamos ter a coragem de segui-los. Se assim fizermos, receberemos maior poder para sairmo-nos vencedores em nossas dificuldades.

Ponderar nossa bênção patriarcal. Nossa bênção patriarcal é outra fonte de fortalecimento durante nossos momentos de dificuldade. O Presidente Ezra Taft Benson (1899–1994) disse o seguinte acerca do Salvador: “Ele conhece de antemão todas as estratégias que o inimigo usará contra vocês. (…) Ele conhece suas fraquezas e suas forças. Pela revelação pessoal, vocês poderão vir a conhecer alguns de seus pontos fortes por meio de um estudo cuidadoso e fervoroso de sua bênção patriarcal”. ( The Teachings of Ezra Taft Benson [1988], p. 214)

O Presidente James E. Faust, quando servia no Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou: “Nossa bênção patriarcal pode trazer-nos alento quando estivermos desanimados, fortalecer-nos quando estivermos temerosos, consolar-nos quando estivermos tristes, dar-nos coragem quando estivermos ansiosos e erguer-nos quando estivermos com o espírito enfraquecido”. (“Patriarchal Blessings”, New Era, novembro de 1982, p. 6)

Conselhos Finais

Se nossas dificuldades forem com o pecado, devemos ponderar a súplica fervorosa de Alma:

“E agora, meus irmãos, desejo, do mais íntimo de meu coração, sim, com grande ansiedade e até dor, que deis ouvidos a minhas palavras e abandoneis vossos pecados e não procrastineis o dia de vosso arrependimento;

Mas que vos humilheis perante o Senhor e invoqueis seu santo nome e vigieis e oreis continuamente para não serdes tentados além do que podeis suportar; e serdes assim conduzidos pelo Santo Espírito, tornando-vos humildes, mansos, submissos, pacientes, cheios de amor e longanimidade;

Tendo fé no Senhor; tendo esperança de que recebereis a vida eterna; tendo sempre o amor de Deus no coração.” (Alma 13:27–29)

As palavras do Salvador constituem conselhos adequados no tocante a dificuldades não relacionadas ao pecado: “Buscai diligentemente, orai sempre e sede crentes; e todas as coisas contribuirão para o vosso bem, se andardes retamente e vos lembrardes do convênio que fizestes uns com os outros”. (D&C 90:24)

Todos os conselhos contidos nas escrituras e nas palavras das Autoridades Gerais são palavras de esperança. Refletem o amor que o Salvador tem por nós e Seu desejo de que tenhamos sucesso. Não existe outra maneira de adquirirmos força em nossos momentos de necessidade. Se seguirmos Seus conselhos, encontremos força infinita em nossas provações.