Viemos Buscar Nossos Presentes

Quando eu fazia parte da presidência de nosso distrito, ajudei a coordenar uma atividade na qual os membros do distrito doariam brinquedos para as crianças pobres que moravam na cidade de Soacha, Colômbia. A resposta de todos os membros foi maravilhosa. Nem todos os presentes eram novos, mas a maioria estava em bom estado.

Ao terminarmos de carregar os presentes nos ônibus que nos levariam à cidade, uma menininha veio até mim com uma bola de plástico bastante surrada e riscada. Segurei a bola e me perguntei quem teria doado uma bola em estado tão ruim. Com certo desdém joguei-a debaixo de meu assento.

Quando chegamos, nossos jovens começaram a cantar hinos de Natal. Aquela música, junto com seus gorros natalinos, atraiu um grande grupo de crianças. Quando começamos a distribuir os presentes, aquelas crianças chamaram outras. Em pouco tempo, tínhamos distribuído todos os nossos presentes.

Quando estávamos prestes a ir embora, vi um menino de cerca de oito anos correndo em nossa direção e segurando o irmãozinho pela mão. Ao chegarem, o menino mais velho disse: “Viemos buscar nossos presentes”. Sua inocência me deixou sem palavras e tocou-me o coração.

Expliquei-lhe que não havia mais presentes. Ele respondeu: “Não me importo se eu não ganhar presente, mas o de meu irmãozinho precisa estar aqui”.

Então me lembrei da bola que eu jogara debaixo de meu banco. Disse aos meninos que eu tinha mais um presente, mas que era bem humilde.

“Não faz mal”, garantiu ele. “Está ali.”

Entrei no ônibus e achei a bola. Quando a dei ao menininho, sua alegria foi contagiante. Pulando de gratidão, disse: “Uma bola! É o presente que pedi ao menino Jesus”. Ele continuou a dançar e saltar de alegria ao ir embora com o irmão mais velho e seu presente precioso.

Fiquei em silêncio por alguns instantes e chorei ao ser envolvido por uma sensação cálida de paz e gratidão. A preocupação e o cuidado altruísta daquele irmão mais velho com o mais novo me tocaram; e eu esperava ter a mesma disposição de abençoar o próximo que aquele menino mais velho de abençoar o irmãozinho.

Quando os meninos foram embora saltitantes, lembrei-me do amor do Salvador por nós. Ele não Se esquecera de um menininho no sopé de uma montanha que pedira uma bola simples de Natal.