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Capítulo 52: Éter 11–15


Capítulo 52

Éter 11–15

Introdução

O livro de Éter conta a trágica destruição de uma grande nação, e essa história nos ajuda a ver as consequências inevitáveis de rejeitar os profetas e os resultados devastadores do pecado desenfreado. Por outro lado, também encontramos reflexões profundas quanto à fé em Jesus Cristo. Tanto os ensinamentos do profeta Éter como os de Morôni demonstram que a fé leva ao arrependimento, traz milagres e transforma a fraqueza em força. Infelizmente, os jareditas recusaram-se a dar ouvidos ao que Éter ensinou e deram as costas à verdade que poderia tê-los salvo. Durante a leitura dos capítulos 11–15 de Éter, pergunte-se: “Que lições esses capítulos têm para mim e para minha geração?”

Comentários

Éter 11. Os Estágios Finais da Civilização Jaredita

  • Assim como aconteceu com os nefitas, a sociedade jaredita passou por repetidos ciclos de prosperidade, apostasia, castigo, arrependimento, prosperidade, etc. Por fim, aconteceu o mesmo que ocorreria com os nefitas, a apostasia e a iniquidade foram aumentando a ponto de se tornarem fatais (ver o diagrama “O Ciclo de Retidão e Iniquidade” no apêndice, página 442.) Éter 11 conta os estágios finais do ciclo de apostasia entre os jareditas. Eles zombaram dos profetas, os rejeitaram e ultrajaram. O rei Sule decretou uma lei que protegia os profetas e punia quem os perseguisse (ver Éter 7:23–26), mas um dos reis posteriores transformou a execução dos profetas em prática comum (ver Éter 11:5). Por fim, a iniquidade tornou-se tão generalizada que os profetas “prantearam e retiraram-se do meio do povo” (Éter 11:13) (ver a seção de comentários relativos a Helamã 12:5–6 na página 296).

Éter 11:2–5, 13, 20–22. Eles Rejeitaram as Palavras dos Profetas

  • O profeta Amós ensinou que os profetas têm a responsabilidade de alertar o povo de sua destruição iminente (ver 2 Néfi 25:9; ver também Ezequiel 33:7–10). Éter 11 demonstra claramente as consequências de não dar ouvidos à admoestação dos profetas. Pondere no que o Presidente Henry B. Eyring, da Primeira Presidência, disse do preço que se paga quando se rejeitam os conselhos dos profetas e a segurança que encontramos quando obedecemos a eles:

    “Para aqueles que possuem uma fé consolidada, uma forma sensata de procurar o caminho seguro é dar ouvidos ao conselho dos profetas. Ao ouvirem um profeta falar, aqueles que não têm muita fé talvez pensem que se trata apenas de um homem sábio dando um bom conselho. Se o conselho for agradável e sensato e adequar-se ao que eles querem fazer, obedecem-no. Do contrário, consideram-no falho ou usam as circunstâncias em que vivem como justificativa para não seguirem o conselho. Os que não possuem fé talvez suponham que os homens que dão o conselho buscam exercer influência por alguma razão egoísta. (…)

    Todas as vezes que escolhi procrastinar a obediência a um conselho inspirado ou considerei-me uma exceção, descobri mais tarde que estivera caminhando em terreno perigoso. Todas as vezes que ouvi o conselho dos profetas, senti uma confirmação ao orar e o segui, percebi, depois, que havia caminhado em direção à segurança” (Conference Report, abril de 1997, pp. 32–33; ou “A Segurança Advinda de um Conselho”, A Liahona, julho de 1997, pp. 27–28).

Éter 11:7–8. As Catástrofes Podem Levar ao Arrependimento

  • Lemos que como resultado de guerras, fomes, pestes e outras catástrofes o povo começou a arrepender-se de sua iniquidade. O Presidente Joseph F. Smith (1838–1918) ajudou-nos a compreender por que, às vezes, o Senhor emprega as catástrofes para promover o arrependimento entre Seus filhos:

    “Ainda que estremeçam por seus próprios pecados e falta de retidão, os santos dos últimos dias acreditam que grandes juízos se abaterão sobre o mundo por causa da iniquidade; acreditam firmemente no que dizem as Sagradas Escrituras quanto às calamidades que sobrevirão às nações como sinais da vinda de Cristo para julgá-las. Acreditam que Deus rege o fogo, os terremotos, os maremotos, as erupções vulcânicas e as tempestades. Reconhecem que Ele é o Mestre e Governante da natureza e de suas leis e reconhecem abertamente Sua mão em todas as coisas. Acreditamos que os juízos de Deus sobrevêm ao mundo para manifestar Seu poder e Seus propósitos à humanidade, para que os seres humanos tenham a oportunidade de arrependerem-se de seus pecados e prepararem-se para a segunda vinda de Cristo para reinar em retidão sobre a Terra. (…)

    Acreditamos que o Senhor faz com que essas grandes calamidades naturais sobrevenham ao homem para o bem de Seus filhos, para despertar seu cuidado para com o próximo, para trazer à tona o que há de melhor em sua natureza para que eles O amem e sirvam” (Doutrina do Evangelho, 5ª ed., 1939, p. 51; para outras passagens que tratam de como o Senhor emprega os elementos da natureza para falar a quem se recusa a arrepender-se, ver Helamã 12:3; D&C 43:21–25; 88:88–91).

Éter 12:4. “Âncora para a Alma dos Homens”

  • O Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008), ensinou que precisamos centralizar nossa vida em Jesus Cristo: “Vivemos em um mundo de incertezas. Para uns, haverá grandes realizações. Para outros, decepções. Para alguns, muita alegria, felicidade, boa saúde e um viver tranquilo. Para outros, quem sabe, a doença e algumas tristezas. Nós não sabemos. Mas uma coisa é certa: assim como brilha a estrela polar no céu, independentemente do que o futuro nos reserva, lá permanece o Redentor do mundo, o Filho de Deus, firme e seguro como a âncora de nossa vida imortal. Ele é a rocha de nossa salvação, nossa força, nosso consolo, o centro de nossa fé” (Conference Report, abril de 2002, p. 107; ou “Voltarmo-nos para Cristo”, A Liahona, julho de 2002, p. 101).

Éter 12:6.
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“A Prova de Vossa Fé”

  • As provas de fé nem sempre vêm sob forma de adversidades. O Élder Richard G. Scott, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou que às vezes a prova de nossa fé é simplesmente uma questão de colocá-la em prática: “Você pode aprender a utilizar a fé de modo mais eficaz colocando em prática este princípio ensinado por Morôni: ‘Fé são coisas que se esperam, mas não se veem; portanto, não disputeis porque não vedes, porque não recebeis testemunho senão depois da prova de vossa fé’ [Éter 12:6; grifo do autor]. Portanto, toda vez que você provar sua fé, ou seja, agir retamente seguindo uma inspiração, você receberá a evidência confirmadora do Espírito. Esses sentimentos fortificarão sua fé. À medida que você for repetindo esse padrão, sua fé se tornará mais forte” (Conference Report, abril de 2003, p. 79; ou “O Poder Alentador da Fé nos Momentos de Incerteza e Provação”, A Liahona, julho de 2003, p. 75).

  • O Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, em seus escritos abordou a questão dos vários graus de fé pelos quais passamos e dos pré-requisitos para demonstrá-los: “A fé preparatória consiste em experiências passadas — por aquilo que sabemos e que serve de alicerce para acreditarmos. Já a fé redentora é algo que muitas vezes precisamos ter quanto a experiências futuras — coisas que desconhecemos — e isso permite que milagres aconteçam. A fé absoluta, o tipo de fé que move montanhas, fé semelhante à do irmão de Jarede, precede os milagres e a certeza. Ele teve que primeiro acreditar, e só depois Deus Se pronunciou. Ele teve que primeiro agir, só depois disso ficou claro que era possível completar a ação. Ele teve que comprometer-se com a totalidade do que aconteceria, antes mesmo que a primeira etapa do processo se realizasse. Ter fé é aceitar incondicional e antecipadamente todas as condições que Deus pode vir a impor seja no futuro próximo ou distante” (Christ and the New Covenant, 1997, pp. 18–19).

  • O Presidente Gordon B. Hinckley ilustrou o princípio de só receber testemunho “depois da prova” de nossa fé:

    “Deixem-me contar-lhes uma história a respeito de uma jovem em São Paulo, Brasil. Ela trabalhava para ajudar a família e ao mesmo tempo frequentava a faculdade. Contarei sua história usando suas próprias palavras. Ela diz:

    ‘Minha universidade tinha um regulamento que proibia a realização de provas por alunos que estivessem em atraso nas mensalidades. Por essa razão, ao receber meu salário, primeiramente separava o dinheiro do dízimo e ofertas, e o restante era distribuído entre o pagamento da escola e outras despesas.

    Lembro-me de um período em que (…) enfrentei sérias dificuldades financeiras. Era uma quinta-feira quando recebi meu salário. Ao calcular o orçamento mensal, notei que não haveria o suficiente para pagar [tanto] o dízimo [como] a faculdade. Teria de escolher entre um e outro. As provas bimestrais começariam na semana seguinte e, se não as fizesse, poderia perder o ano escolar. Senti uma forte angústia. (…) [Fiquei com] o coração aflito. Estava diante de um doloroso impasse e não sabia qual decisão tomar. Ponderava entre as duas escolhas — pagar o dízimo seria arriscar a possibilidade de não conseguir os créditos necessários para a aprovação escolar.

    Esse sentimento consumiu minha alma e permaneceu comigo até sábado. Foi quando lembrei que, ao aceitar o batismo na Igreja, concordara em viver a lei do dízimo. Eu havia assumido um compromisso, não com os missionários, mas com o Pai Celestial. Naquele momento, a angústia foi desaparecendo, dando lugar a uma agradável sensação de tranquilidade e determinação. (…)

    Naquela noite, ao orar, pedi perdão ao Senhor por minha indecisão. No domingo, antes do início da reunião sacramental, procurei o bispo e, com grande satisfação, paguei o dízimo e as ofertas. Aquele foi um dia especial. Simplesmente sentia-me feliz e em paz comigo mesma e com o Pai Celestial.

    No dia seguinte, enquanto estava no escritório, tentava descobrir uma saída para conseguir realizar as provas, que se iniciariam na quarta-feira daquela semana. Por mais que pensasse, não achava uma solução. (…)

    Já era final do expediente, quando meu chefe se aproximou e transmitiu as últimas ordens do dia. Feito isso, com sua pasta na mão, despediu-se e deixou a sala. (…) Repentinamente parou e, voltando-se em minha direção, perguntou: ‘Como vai sua faculdade?’ Surpresa, não acreditava no que estava ouvindo. A única coisa que consegui falar com voz trêmula, foi: ‘Tudo bem!’ Ele me olhou pensativo e despediu-se novamente. (…)

    Logo em seguida, a secretária entrou na sala, dizendo que eu era uma pessoa afortunada! Quando lhe perguntei o motivo de tal afirmação, ela simplesmente respondeu: “O chefe acabou de comunicar que, a partir de hoje, o escritório vai pagar integralmente sua faculdade e seus livros. Antes de sair, passe por minha mesa e informe os valores, pois amanhã mesmo lhe darei o cheque”.

    Dito isso, ela retirou-se e eu, chorando muito e sentindo-me humilde, ajoelhei-me ali mesmo e agradeci ao Senhor por Sua generosidade. [Disse] ao Pai Celestial que não precisava abençoar-me tanto. Eu necessitava somente do valor de uma mensalidade, e o dízimo que havia pago no domingo era tão pequeno em comparação à quantia que estava recebendo! Durante aquela oração, as palavras registradas em Malaquias vieram-me à mente: “Fazei prova de mim (…) se Eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes” (Malaquias 3:10). Até aquele momento, nunca havia sentido a grandeza da promessa contida nessa escritura, e que esse mandamento é, na verdade, uma grande prova de amor que o Pai Celestial dá a Seus filhos aqui na Terra” (Conference Report, abril de 2002, pp. 85–86; ou “Andamos pela Fé”, A Liahona, julho de 2002, p. 81).

Éter 12:8–22. A Fé e os Milagres

  • A escritura de Éter 12:8–22 está cheia de exemplos de “maravilhas e prodígios feitos pela fé” (cabeçalho do capítulo 12 de Éter). O livro Lectures on Faith explica que a fé é o princípio que possibilita os milagres:

    “A fé não é só um princípio de ação, é também um princípio de poder para todos os seres inteligentes, seja no céu ou na Terra. (…)

    Pela fé os mundos foram formados. Deus falou, o caos ouviu e os mundos se ordenaram devido à fé que existia Nele. O mesmo se dá com o homem: ele falou com fé, em nome de Deus, e o Sol parou, a lua obedeceu, montanhas foram removidas, prisões caíram por terra, fechou-se a boca de leões, o coração humano deixou o ódio de lado, o fogo aplacou-se, os exércitos inimigos perderam as forças, a espada não mais causou terror e a morte perdeu o seu domínio; tudo isso por causa da fé Nele” (1985, pp. 3, 5).

Éter 12:27.
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A Fraqueza, a Humildade e a Graça

  • Os seres humanos têm fraquezas devido à Queda de Adão. O corpo e a mente física são suscetíveis a doenças e à decadência. Estamos sujeitos às tentações e dificuldades. Todos nós, sem exceção, temos fraquezas. Contudo, o Senhor ensinou claramente que, se O buscarmos com humildade e fé, Ele nos ajudará a transformar nossa fraqueza em força. Sua graça basta para operar essa transformação e levar-nos além do que conseguiríamos alcançar sozinhos. De forma bastante individual, vemos o poder da Expiação agir em nossa vida e vencer os efeitos da Queda.

    O Élder Neal A. Maxwell (1926–2004), do Quórum dos Doze Apóstolos, falou de como o Senhor pode ajudar-nos a vencer nossas fraquezas: “Quando lemos o que as escrituras dizem sobre a ‘fraqueza’ do homem, ela inclui a fraqueza geral mas necessária inerente à condição humana na qual a carne têm influência constante sobre o espírito (ver Éter 12:28–29). Contudo, nela também estão incluídas nossas fraquezas individuais e específicas, as que precisamos sobrepujar (ver D&C 66:3; Jacó 4:7). A vida sempre expõe essas fraquezas” (Lord, Increase Our Faith, 1994, p. 84).

    Além disso, o Élder Maxwell ensinou que podemos aprender ainda mais quando reconhecemos nossas fraquezas e essa é uma forma de aprendizado preparada pelo Senhor:

    “Na verdade, quando somos indevidamente impacientes com o tempo do Deus onisciente, estamos sugerindo que sabemos mais do que Deus. Não é estranho? Nós que usamos relógios de pulso, tentamos aconselhar Aquele que supervisiona os relógios e os calendários cósmicos.

    Como Deus deseja que voltemos para casa, depois de nos termos tornado mais semelhantes a Ele e a Seu Filho, parte desse processo de desenvolvimento consiste obrigatoriamente em sermos apresentados a nossas próprias fraquezas. Por isso, para termos a esperança suprema, precisamos ser submissos, porque com a ajuda Dele até essas fraquezas podem transformar-se em pontos fortes (ver Éter 12:27).

    Não é fácil, porém, ser apresentados a nossas próprias fraquezas, quando elas frequentemente nos são mostradas pelas situações da vida. Não obstante, isso faz parte do processo de achegar-nos a Cristo e é uma parte vital, se bem que dolorosa, do plano de felicidade de Deus” (Conference Report, outubro de 1998, p. 79; ou “Esperança por Intermédio da Expiação de Jesus Cristo”, A Liahona, janeiro de 1999, p. 70).

    As escrituras atestam que Jesus Cristo é capaz de salvar-nos de nossas fraquezas bem como de nossos pecados.

    1. “De boa vontade pois me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo” (II Coríntios 12:9).

    2. “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hebreus 4:16).

    3. “O Senhor Deus mostra-nos as nossas fraquezas a fim de que saibamos que é por sua graça (…) que temos poder para fazer estas coisas” (Jacó 4:7).

    4. “Sei que nada sou; quanto a minha força, sou débil; portanto não me vangloriarei de mim mesmo, mas gloriar-me-ei em meu Deus, porque com sua força posso fazer todas as coisas” (Alma 26:12).

    5. “Se vos negardes a toda iniquidade e amardes a Deus com todo o vosso poder, mente e força, então sua graça vos será suficiente; e por sua graça podeis ser perfeitos em Cristo” (Morôni 10:32).

    Morôni ensinou que não basta ter fé no Senhor, também precisamos ser humildes.

    O livro Sempre Fiéis explica o que é a verdadeira humildade: “Ser humilde é reconhecer com gratidão a nossa dependência do Senhor — compreender que temos constante necessidade de Seu apoio. A humildade é um reconhecimento de que nossos talentos e habilidades são dons de Deus. Não é um sinal de fraqueza, timidez ou medo; é um indício de que sabemos onde repousa nossa verdadeira força” (Sempre Fiéis: Tópicos do Evangelho, 2004, p. 99).

  • No Guia para Estudo das Escrituras, lemos que a graça é “o poder de Deus que possibilita aos homens e mulheres alcançarem bênçãos nesta vida e a vida eterna e exaltação após haverem exercido fé, após se haverem arrependido e feito tudo ao seu alcance para guardar os mandamentos. Tal auxílio ou fortalecimento divino é concedido pela misericórdia e amor de Deus” (“Graça”).

  • O Presidente Thomas S. Monson disse estas palavras de consolo: “Para aqueles que acham que são fracos demais para alterar o curso descendente da própria vida, para aqueles que não conseguem manter a determinação de mudar (e isso devido ao maior de todos os temores: o medo de não conseguir) não há certeza mais reconfortante do que a que nos transmitem estas palavras do Senhor: ‘Minha graça basta a todos os que se humilham perante mim; porque caso se humilhem perante mim e tenham fé em mim, então farei com que as coisas fracas se tornem fortes para eles’” [Conference Report, abril de 2000, pp. 61–62; ver “Sua Viagem Eterna”, A Liahona, julho de 2000, p. 56 (tradução atualizada)].

Éter 12:33–37. Esse Amor É a Caridade

  • O Salvador demonstrou a mais perfeita caridade, ou seja, o amor que nos leva a fazer sacrifícios, ao dar a vida e expiar os pecados de cada um de nós. Precisamos orar e pedir que fiquemos “cheios desse amor” de forma a poder herdar a vida eterna (Morôni 7:48). O Élder Marvin J. Ashton (1915–1994), do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou o que é ter caridade:

    Caridade é, talvez, de muitas maneiras uma palavra mal compreendida. Frequentemente consideramos caridade visitas a doentes, alimentos dados aos necessitados, a doação do que nos sobeja aos menos afortunados. A verdadeira caridade, porém, é mais, muito mais.

    A verdadeira caridade não é algo que doamos; é algo que adquirimos e torna-se parte de nós. E quando a virtude da caridade entra em nosso coração, nunca mais somos os mesmos. Uma língua ferina se torna algo repulsivo.

    Talvez tenhamos maior caridade quando somos amáveis uns com os outros, quando não julgamos ou classificamos as pessoas, quando simplesmente concedemos aos outros o benefício da dúvida ou permanecemos calados. Caridade é aceitar as diferenças, fraquezas e imperfeições dos outros; ter paciência com alguém que nos aviltou; ou resistir ao impulso de ficar ofendido quando alguém não age da maneira que esperávamos. Caridade é recusar-se a tirar vantagem da fraqueza de outra pessoa, é ter o desejo de perdoar quem nos ofendeu. Caridade é esperar o melhor dos outros” (Conference Report, abril de 1992, p. 24; ou A Língua Pode Ser uma Espada Afiada”, A Liahona, julho de 1992, p. 19).

Éter 12:41. Permanecer

  • O verbo permanecer, usado nessa e em outras escrituras (e também o verbo estar conforme usado na expressão estai em mim ou estar no Senhor) significa “ficar até o fim” (ver a etimologia de “permanecer” no Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa). Como disse o Élder Jeffrey R. Holland, isso significa “ficar, mas ficar para sempre’” [Conference Report, abril de 2004, p. 32; ver também “Estai em Mim”, A Liahona, maio de 2004, p. 30 (tradução atualizada)].

Éter 13:1–12. Nova Jerusalém

  • Éter 13:1–12 nos diz que grande vidente era Éter. A ele o Senhor mostrou muitas maravilhas, inclusive a fundação de uma Nova Jerusalém antes da Segunda Vinda. Atente para o que ele disse quanto à Nova Jerusalém:

    1. Ela será “o sagrado santuário do Senhor” (Éter 13:3).

    2. Será edificada no continente americano para o remanescente da posteridade de José (ver versículos 4–6).

    3. Será uma cidade santa, como Jerusalém, edificada para o Senhor (ver versículos 8–9).

    4. Subsistirá até que a Terra seja celestializada (ver versículo 8).

    5. Será uma cidade para os puros e os que vivem em retidão (ver versículo 10).

    O Presidente Joseph Fielding Smith (1876–1972) escreveu o seguinte quanto à Nova Jerusalém:

    “A ideia que predomina no mundo é que [a Nova Jerusalém] é a cidade de Jerusalém, a antiga cidade dos judeus, que será renovada no dia da regeneração, mas isso não é verdade. Lemos no Livro de Éter que o Senhor lhe revelou muitas das mesmas coisas vistas por João. Éter, como os membros da Igreja bem sabem, foi o último profeta dos jareditas, e a ele o Senhor revelou muitas coisas relativas à história dos judeus e de sua cidade de Jerusalém, que existia na época do ministério do Salvador. Em sua visão, que é em muitos aspectos semelhante à de João, Éter viu a cidade de Jerusalém e também uma nova cidade que ainda não fora construída e escreveu os seguinte a esse respeito, de acordo com o texto de Morôni:

    [Éter 13:2–11.] (…)

    No dia da regeneração, quando todas as coisas se tornarem novas, haverá três grandes cidades que serão sagradas. Uma será a Jerusalém antiga, que será reconstruída segundo a profecia de Ezequiel. Outra será a Cidade de Sião, ou de Enoque, que foi levada da Terra quando Enoque foi transladado, a qual será restaurada, e a cidade de Sião, ou Nova Jerusalém, que será construída pela semente de José neste continente, o americano” (Answers to Gospel Questions, Joseph Fielding Smith Jr., 5 vols., 1957–1966, vol. 2, pp. 103–104).

Éter 13:15–31. Coriântumr

  • Coriântumr dedicou muito tempo ao estudo de “todas as artes de guerra e em todas as astúcias do mundo” (Éter 13:16), mas rejeitou a mensagem simples de Éter, que lhe teria proporcionado uma paz que ele não poderia conquistar com seu treinamento militar.

    Observe a promessa que o profeta Éter faz a Coriântumr em Éter 13:20–21 bem como seu cumprimento (ver Éter 15:1–3, 26–32; Ômni 1:20–22).

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    Coriântumr e Éter

    Robert Barrett, © 1986 IRI

Éter 14–15. A Batalha Final dos Jareditas

  • Coriântumr e Siz preferiram deixar que todos os seus seguidores fossem mortos a pôr fim ao conflito. Não compreendemos plenamente o terror da batalha final dos jareditas, na qual até as mulheres e as crianças foram armadas e mandadas para o campo de batalha (ver Éter 15:15), mas ela coloca diante de nós uma imagem vívida daquilo em que as pessoas se tornam quando o Espírito do Senhor se retira e deixa de tentar influenciá-las (ver versículo 19).

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    Coriântumr Mata Siz

    Robert Barrett, © 1986 IRI

Pontos a Ponderar

  • De que maneiras o poder da Expiação torna possível que transformemos nossas fraquezas em força?

  • De que forma o livro de Éter serve de alerta às nações da Terra hoje?

  • A ira e o ódio tiveram um papel determinante na destruição dos jareditas. Em sua opinião, que papel a ira e o ódio desempenham no mundo hoje? Como você poderia combater esse problema em sua própria esfera de influência?

  • De que maneiras sua determinação espiritual já foi provada? Como essas provas de sua fé lhe deram um maior testemunho de Jesus Cristo ou um maior entendimento de verdades eternas?

Tarefas Sugeridas

  • Identifique uma das falhas ou pontos fracos que você tem por ser mortal. Utilize Éter 12:27 como guia para esboçar uma estratégia pela qual esse ponto fraco pode ser transformado em um ponto forte.

  • Medite sobre as palavras de Morôni, que nos exortou a buscar “esse Jesus sobre quem os profetas e apóstolos escreveram, a fim de que a graça de Deus, o Pai, e também do Senhor Jesus Cristo e do Espírito Santo (…) esteja e permaneça em vós eternamente” (Éter 12:41). Escreva uma redação que trate do que você pode fazer para “buscar Jesus” e alcançar “a graça de Deus, o Pai”.