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O Quórum do Sacerdócio


Lição 4

O Quórum do Sacerdócio

O propósito desta lição é ajudar-nos a entender as maneiras pelas quais os quóruns do sacerdócio podem ajudar indivíduos, famílias e a Igreja.

Introdução

Inicie a lição com “Trabalhemos Hoje” (Hinos, nº 141 ou Princípios do Evangelho, 318)

Como portadores do sacerdócio, temos a liberdade e responsabilidade de realizar muitas coisas de nossa livre vontade sem que tenhamos que ser mandados pelos líderes da Igreja. (Ver D&C 58:26–29.) Podemos fazer nosso trabalho; podemos cuidar dos membros de nossa família, podemos ser obedientes e fazer muitas coisas boas por nós mesmos, nossa família e outros. No entanto, todos devemos reconhecer que em certos momentos necessitaremos da ajuda de outros. Podemos estar confusos, doentes sem forças para buscar ajuda, magoados com a desobediência de um filho, ou desanimados porque ninguém parece se importar conosco. A história que se segue ilustra a importância de pedirmos ajuda aos outros quando dela necessitamos:

Certo dia um fazendeiro se preparava para recolher o feno em seu celeiro quando viu que uma violenta tempestade se aproximava. Se não conseguisse recolher o feno antes da chuva, o feno ficaria arruinado. Ele necessitava de ajuda imediata. Pediu aos seus vizinhos que ajudassem e eles o fizeram, recolhendo o feno antes que a chuva o danificasse. Graças à ajuda de seus vizinhos, ele foi capaz de salvar sua colheita.

Quando tivermos problemas individuais ou familiares que não pudermos solucionar sozinhos, não devemos ter receio de pedir ajuda aos outros.

• A quem poderíamos pedir ajuda em épocas de necessidade?

A Definição e Propósito dos Quóruns do Sacerdócio

Um quórum do sacerdócio é um grupo organizado de irmãos que possuem o mesmo ofício no sacerdócio. Em algumas unidades da Igreja onde poucos homens possuem o sacerdócio, todos esses portadores podem reunir-se juntos para receberem instrução do sacerdócio.

Em unidades da Igreja onde muitos homens possuem o sacerdócio, são organizados quóruns de sumos sacerdotes, élderes, sacerdotes, mestres e diáconos. Cada quórum, exceto o quórum dos sacerdotes, é presidido por um presidente e dois conselheiros. O quórum dos sacerdotes é presidido por um bispo com dois sacerdotes como seus assistentes. O presidente da estaca e seus conselheiros são a presidência do quórum dos sumos sacerdotes para todos os sumos sacerdotes da estaca.

O Pai Celestial estabeleceu quóruns do sacerdócio para auxiliar os membros desses quóruns a aprenderem juntos a magnificar o sacerdócio e receberem instruções adicionais acerca do evangelho.

Todos os domingos, realizam-se reuniões do quórum para ajudar seus membros a cumprirem sua obrigação e ensinarem uns aos outros suas responsabilidades. A finalidade dessas reuniões é ensinar o evangelho, ensinar as responsabilidades do sacerdócio, administrar os assuntos do quórum, discutir as necessidades do quórum ou ala, prestar testemunhos e criar unidade entre os membros.

As escrituras nos ensinam como cumprir nossas responsabilidades e deveres no sacerdócio.

• Leia Doutrina e Convênios 107:99–100.

As presidências de quórum ou líderes de grupo são responsáveis por ensinar-nos os deveres no sacerdócio e por dar-nos oportunidades de aprender por meio do cumprimento de nossos deveres. Após aprendermos nossos deveres, nossa responsabilidade é agir diligentemente no ofício para o qual fomos chamados no sacerdócio. Ao magnificarmos nossos chamados no sacerdócio, servindo ao próximo e aceitando designações de nossas presidências de quórum, ampliamos nosso entendimento e nossa habilidade para servir.

• Peça aos membros que discutam alguns dos deveres do sacerdócio que eles tenham aprendido e posto em prática.

Como Funcionam os Quóruns do Sacerdócio

Os quóruns do sacerdócio funcionam de acordo com os princípios que ajudam seus membros a viverem mais plenamente o evangelho e desfrutarem das bênçãos de pertencerem a um quórum. Alguns desses princípios são a retidão, unidade, assistência e amizade.

Retidão

O Senhor disse que “os direitos do sacerdócio são inseparavelmente ligados com os poderes do céu e que os poderes do céu não podem ser controlados nem exercidos a não ser de acordo com os princípios da retidão”. (D&C 121:36) A força de nosso quórum do sacerdócio depende da força de seus membros. Quanto mais justos nos tornarmos, mais poder e orientação receberemos do Senhor.

Unidade

A fim de realizar seus propósitos, os quóruns do sacerdócio devem ser unidos. “O quórum deve ser tão unido de modo que seja possível um ajudar o outro, não apenas espiritualmente, mas também financeiramente e de qualquer outra maneira. Se pudermos obter tal espírito de unidade em nossos quóruns, então estaremos começando a entender o significado completo de nossa organização do sacerdócio na Igreja.” (David O. McKay, “The Fundamental Basis for Home Teaching”, Improvement Era, julho de 1963, p. 615)

Assistência

Um dos propósitos mais importantes dos quóruns do sacerdócio é incentivar os membros do quórum a servirem uns aos outros. “Todos os quóruns do sacerdócio (…) ‘receberam o mandamento’ [do Senhor] para unir suas forças e, sob o espírito e poder do Sacerdócio, providenciar para que toda pessoa que esteja necessitada seja ajudada pelo seu quórum a tornar-se auto-suficiente.” (Harold B. Lee, “The Place of the Priesthood Quorum in the Church Security Program”, Improvement Era, outubro de 1937, p. 634)

O Presidente J. Reuben Clark Jr. relacionou diversos exemplos de como podemos dar assistência uns aos outros. Ele disse: “A assistência [prestada pelo quórum] pode ser a de ajudar um irmão pobre em suas necessidades e problemas, na construção de uma casa, a dar início a um pequeno negócio. Se ele é um artesão, pode-se dar-lhe um jogo de ferramentas; se ele é um fazendeiro, pode-se dar-lhe algumas sementes, ajudá-lo a plantar ou colher, providenciar-lhe o crédito urgente de que necessita, supri-lo com roupas, abrigo, alimento, assistência médica, escola para as crianças ou dar-lhe auxílio de diversas outras maneiras”. (“Church Welfare Plan” [A discussion before the First Citizens’Conference on Government Management at Estes Park, Colorado, 20 de junho de 1939], p. 20)

Amizade

Nos primeiros dias da Igreja, os homens “dedicaram-se a seus quóruns com total lealdade. (…) Jamais saberemos dimensionar a força e a beleza das amizades criadas naqueles quóruns do sacerdócio. Os homens cuidavam das famílias dos irmãos que estavam em missão. As privações e tristezas eram compartilhadas, havia muita lealdade. (…) Os homens ofereciam sua vida uns pelos outros. (…)

É verdade que não estamos expostos aos mesmos perigos físicos daquela época, mas somos assediados por inúmeros outros perigos os quais temo serem em certos momentos piores em suas conseqüências do que os confrontados por nossos antepassados. Precisamos de amigos para enfrentar essas situações? Sim, precisamos! (Stephen L. Richards, “The Priesthood Quorum: A Three-Fold Definition”, Improvement Era, maio de 1939, p. 294)

Deve ser uma fonte de conforto para nós saber que se tivermos necessidade de sermos fortalecidos no evangelho, todos os fiéis irmãos em nosso quórum se unirão para nos admoestar, fortalecer espiritualmente e ajudar-nos a encontrar nosso caminho de volta à atividade na Igreja. O Élder Boyd K. Packer disse: “Um homem que se torna menos ativo não deixa de ser um membro do quórum. Ele pode perder o interesse no quórum, mas o quórum não deve jamais deixar de interessar-se por ele. O quórum é responsável sempre e continuamente pelos seus membros. Ignorar um membro menos ativo, não ter interesse e nem contato com ele é o mesmo que ab-rogar seus direitos como portador do sacerdócio”. (A Royal Priesthood [Melchizedek Priesthood personal study guide, 1975], p. 134)

A Igreja necessita de “todos os membros, para que todos sejam juntos edificados, a fim de que o sistema se mantenha perfeito”. (D&C 84:110) Os quóruns do sacerdócio são uma parte vital da organização da Igreja. À medida que o quórum do sacerdócio desempenha suas responsabilidades, cada membro do quórum deve ser levado em consideração. O Élder Packer disse: “Se o quórum do sacerdócio funcionar devidamente, um homem [ou rapaz] apoiado pelos irmãos de seu quórum, dificilmente falhará em alguma responsabilidade em qualquer fase da vida”. (A Royal Priesthood [1975], p. 134)

O quórum funciona devidamente quando cada um de seus membros faz a sua parte. Ao servir como mestres familiares, por exemplo, os portadores do sacerdócio são o contato entre o presidente do quórum e cada família. Quando os problemas são identificados e as necessidades são comunicadas pelos mestres familiares, o quórum pode ajudar a solucionar os problemas. Com essa informação, o quórum, sob a direção da presidência do quórum do sacerdócio, pode ajudar seus membros necessitados. Depois da família, o quórum é a primeira fonte de ajuda para os que dela necessitam.

• Quais são algumas maneiras específicas pelas quais os membros do quórum podem servir uns aos outros?

• Peça aos membros que leiam e marquem Doutrina e Convênios 108:7. O que esta escritura nos ensina que podemos fazer para fortalecer uns aos outros? (Faça uma lista das respostas no quadro-negro.)

Fazendo Nossa Parte como Membros do Quórum do Sacerdócio

Um dos propósitos do quórum do sacerdócio é ajudar cada portador do sacerdócio a aprender como usar o sacerdócio e auxiliar os membros do quórum que estejam necessitados de ajuda. Esse objetivo é mais fácil de ser alcançado se cada membro estiver disposto a ajudar e se as necessidades específicas dos membros do quórum forem identificadas. Por esse motivo, devemos manter nossos líderes do quórum informados a respeito das necessidades que observamos e estar dispostos a pedir auxílio para nós mesmos, se estivermos necessitados. Os membros do quórum não podem ajudar aos outros sem que saibam de suas necessidades. Cada portador do sacerdócio deve tentar solucionar seus próprios problemas, mas há ocasiões em que necessitamos da ajuda do quórum. Não devemos envergonhar-nos de pedir ajuda, pois isso proporcionará aos outros uma oportunidade de servir.

A história seguinte mostra-nos como um quórum ajudou um de seus membros:

“Em 1918, ano de terríveis condições climáticas durante a Primeira Guerra Mundial, em que mais de 14 milhões de pessoas morreram de uma doença chamada gripe espanhola, (…) o inverno chegou mais cedo (…) e congelou a maior parte da safra de beterrabas ainda no solo. Papai e meu irmão Francis tentavam desesperadamente arrancar da terra gelada um carregamento de beterrabas por dia, que tinham de ser extraídas com o arado e, depois de cortadas as folhas, jogadas uma a uma no grande carroção e, a seguir, era necessário transportar o carregamento até o engenho de açúcar. Tratava-se de um trabalho moroso e cansativo, devido à geada e à falta de auxiliares, visto que eu e meu irmão Floyd estávamos no exército. (…)

Assim se empenhavam em colher o único produto agrícola lucrativo da família. Certa noite, estavam jantando, quando pelo telefone nosso irmão mais velho, George Albert, (…) comunicou-nos a trágica notícia de que Kenneth, o filho de nove anos de nosso irmão Charles, (…) fora acometido pela terrível gripe e falecera nos braços do pai, após poucas horas de extremo sofrimento; pedia que papai fosse a Ogden buscar o garotinho morto para enterrá-lo na sepultura da família, no Cemitério de Leí.

Meu pai (…) foi para Five Points, em Ogden, buscar o corpinho do neto para o enterro. Quando chegou ao seu destino, encontrou ‘Charl’ deitado sobre o corpinho inerte do filho querido (…) e queimando de febre.

‘Leve meu menino para nossa terra’, murmurou o jovem pai doente, enterre-o na sepultura da família e volte para me buscar amanhã’.

Papai trouxe Kenneth, fez um caixão na sua oficina de carpintaria; mamãe e minhas irmãs (…) forraram-no e puseram um travesseiro, enquanto papai com Franz e dois vizinhos prestativos foram abrir a cova. Havia tantas mortes, que as famílias tinham que se encarregar da abertura das covas. Um breve serviço ao pé da sepultura era tudo o que se permitia.

As pessoas mal acabaram de voltar do cemitério e o telefone voltou a tocar; era George Albert (Bert) com outra mensagem horrível: Charl havia morrido e duas de suas lindas meninas —Vesta, 7, e Elaine, 5 — estavam muito mal, e as duas menores —Raeldon, 4, e Pauline, 3 — também estavam doentes.

Nossos bons primos (…) conseguiram arranjar um caixão para Charl e mandaram-no para casa num vagão de carga pela estrada de ferro. Meu pai e Franz foram buscar o corpo na estação ferroviária (…)

No dia seguinte, meu bravo e imbatível pai foi chamado para mais outra cruel missão — desta vez trazer para casa a pequena e sorridente Vesta, de cabelos negros e grandes olhos azuis.

Chegando lá, encontrou Juliett, a mãe enlouquecida de dor, ajoelhada junto ao berço da pequenina Elaine, o anjinho de olhos azuis e caracóis dourados. Juliett orava, soluçando exausta (…)

Antes de papai chegar em casa com Vesta, veio outra infausta notícia. Elaine fora para junto de seu pai, e dos irmãozinhos Kenneth e Vesta. E assim, meu pai teve que fazer mais outra dolorosa viagem, indo buscar para o sepultamento o quarto membro de sua família, todos na mesma semana.

O telefone não tocou no dia em que Elaine foi sepultada, tampouco houve notícias de morte na manhã seguinte (…)

Depois do desjejum, papai disse a Franz:’Bem, filho, é melhor irmos para o campo e ver se conseguimos colher mais um carregamento de beterrabas, antes que a terra fique ainda mais congelada. Vamos logo!’

Francis conduziu o carroção puxado por quatro cavalos, e papai subiu na boléia. Ao descerem pela estrada de Saratoga, foram passando por carroção após carroção carregados de beterrabas a caminho do engenho, conduzidos por lavradores da vizinhança. Ao passar, cada um dos condutores tinha uma saudação amigável: ‘Oi, tio George’; ‘Sinto muito, George’; ‘Agüente firme, George’; ‘Você tem muitos amigos, George’.

No último carroção estava (…) Jasper Rolfe. Acenou alegremente, gritando: ‘Este é o último, tio George’.

Meu pai, voltando-se para Francis, comentou: ‘Quisera que fossem todos nossos’.

Quando chegaram ao portão da fazenda, Francis pulou do grande carroção para abri-lo e passar para o campo. Pulou no carro, fez estacar as parelhas, ficou parado por um momento examinando o campo, da esquerda para a direita, de cima para baixo, e eis que, imaginem, não restava uma única beterraba no campo todo. Só então começou a compreender o que Jasper Rolfe quis dizer, ao gritar: ‘Este é o último, tio George!’

Papai então desceu da carroça, apanhou um punhado da fértil terra escura que tanto amava, e na mão esquerda à qual faltava o polegar, pegou uns talos de beterraba, e ficou por uns momentos olhando esses símbolos de sua faina, como se não conseguisse acreditar em seus olhos.

Então, meu pai sentou-se num monte de folhas de beterraba — esse homem que trouxera para enterrar em casa quatro de seus entes queridos em apenas seis dias, fez os caixões, cavou sepulturas e até mesmo ajudou a vestir os mortos — esse homem assombroso que nunca vacilou, nem se esquivou ou tremeu durante a angustiosa provação — sentou-se num monte de folhas de beterrabas e soluçou qual criança pequena.

Depois, levantou-se, enxugou os olhos com seu enorme lenço vermelho estampado, olhou para o céu e disse: Muito obrigado, Pai, pelos élderes de nossa ala.” (Les Goates, citado por Vaughn J. Featherstone, Conference Report, abril de 1973, pp. 46–48; ou Ensign, julho de 1973, pp. 36–37)

Conclusão

Todos os quóruns da Igreja são organizados para cumprir os propósitos do Senhor. Como portadores do sacerdócio, devemos cumprir as responsabilidades que nos foram conferidas.

O Presidente Joseph Fielding Smith escreveu: “Nunca antes na história da Igreja, a responsabilidade conferida ao sacerdócio necessitou mais de cumprimento do que hoje. Jamais tivemos maior obrigação de servir ao Senhor, de guardar seus mandamentos e magnificar os chamados de que fomos incumbidos”. (Doutrinas de Salvação, comp. Bruce R. McConkie, 3 vols. [1978], 3:119)

Desafios

Cumpra as designações do sacerdócio dadas a você.

Conheça as necessidades de outros membros do quórum.

Busque ajuda do seu quórum do sacerdócio quando necessitar.

Preparação do Professor

Antes de apresentar esta lição:

  1. Leia Doutrina e Convênios 107:21–26, 58–66, 85–100.

  2. Designe membros da classe para apresentar histórias, escrituras ou citações que você queira.