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Ensinar O Evangelho


Lição 16

Ensinar O Evangelho

O propósito desta lição é ajudar-nos a reconhecer nossa responsabilidade de ensinar o evangelho de maneira eficaz.

Introdução

Em uma revelação dada por intermédio do Profeta Joseph Smith, o Senhor nos deu o mandamento de ensinar:

“E dou-vos um mandamento de que vos ensineis a doutrina do reino uns aos outros.

Ensinai diligentemente e minha graça acompanhar-vos-á, para que sejais instruídos mais perfeitamente em teoria, em princípio, em doutrina, na lei do evangelho, em todas as coisas pertinentes ao reino de Deus, que vos convém compreender.” (D&C 88:77–78)

As possibilidades de ensino do evangelho são muitas e diversas. Podemos ensinar nossa família, nossos amigos, nossos vizinhos, nossos colegas de trabalho e de escola. Podemos ensinar os membros da Igreja em aulas formais, assim como os que ainda não são membros da Igreja, à medida que convivemos com eles no trabalho e no local onde moramos.

Preparar-se para Ensinar o Evangelho

• Mostre a gravura 16-a, “As lições devem ser preparadas tendo-se em mente cada um dos membros da classe” e 16-b “A preparação da lição inclui o estudo das escrituras e a oração”.

Para que nos tornemos bons professores, é preciso prepararmo-nos bem. “Nenhum professor pode ensinar o que não sabe”, disse-nos o Presidente David O. McKay. “Nenhum professor pode ensinar o que ele não sente e não compreende”. (Treasures of Life [1962], p. 476.)

Preparar-nos Espiritualmente

Se nos prepararmos espiritualmente, o Espírito Santo nos guiará e nos ajudará quando ensinarmos. Seguem-se sugestões de como nos prepararmos espiritualmente para ensinar:

  • Orar. Devemos orar freqüentemente para pedir ao Senhor que nos guie ao estudarmos e prepararmo-nos. Devemos também orar pelas pessoas a quem ensinamos.

  • Estudar as escrituras. Ao estudarmos as escrituras, aprendemos a respeito do Senhor e aumentamos nosso conhecimento da verdade.

  • Viver o evangelho. Quando vivemos os ensinamentos do evangelho, somos fortalecidos e sentimos paz e felicidade, que serão um exemplo para aqueles a quem ensinamos.

  • Ser humilde. A humildade ajuda-nos a evitar a busca de honras pessoais ou a dependência excessiva de nossa própria força. O Senhor ensinou: “Sê humilde; e o Senhor teu Deus te conduzirá pela mão e dará resposta a tuas orações”. (D&C 112:10)

Preparar a Lição

O Presidente David O. McKay era professor em sua vida profissional antes de vir a ser chamado como Autoridade Geral da Igreja. Ele sugeriu quatro passos a serem seguidos no preparo de uma aula:

  • Defina o objetivo. O objetivo é a idéia que se quer que os alunos aprendam e coloquem em prática. Escreva seu objetivo e pense nele ao preparar a lição.

  • Conheça bem o conteúdo da lição. Saiba a lição com segurança, de modo que possa ensiná-la com suas próprias palavras. Obviamente, as escrituras e as citações podem ser lidas no manual.

  • Prepare auxílios visuais. A fim de criar interesse na aula, use auxílios visuais interessantes, tais como objetos, gráficos, gravuras e outros materiais úteis. É importante criar interesse na lição, qualquer que seja a idade dos alunos.

  • Organize os materiais necessários para a aula. Reúna tudo o que será necessário para a aula: giz, apagador, papel, lápis e auxílios visuais. Os materiais devem ser organizados na ordem em que serão utilizados a fim de evitar confusão durante a aula.

Aprender a Amar Aqueles a Quem Ensina

Outro aspecto importante do ensino eficaz do evangelho é o amor por aqueles a quem se ensina. O Élder Boyd K. Packer disse: “O bom professor estuda a lição. O professor excelente estuda também os alunos — estuda-os com seriedade e atenção. (…) Ao estudar cuidadosamente o rosto e as expressões de seus alunos, a compaixão cristã poderá desenvolver-se em seu coração. (…) A compaixão é um sentimento semelhante à inspiração; é o amor que irá compeli-lo a descobrir a maneira pela qual se faz o trabalho do Senhor — apascentando Suas ovelhas”. (“Study Your Students”, Instructor, janeiro de 1963, p. 17.)

Os alunos que são amados se tornarão mais autoconfiantes e terão o desejo de melhorar. Prestarão mais atenção, cooperarão mais e ajudarão mais durante a aula. O mais importante, porém, é que os alunos que são amados aprenderão a amar os outros.

Ensinar com o Espírito

Para que um professor ame os alunos, ele deve estar sensível à inspiração do Senhor. Somente dessa maneira, ele compreenderá verdadeiramente as necessidades de seus alunos. O Presidente Brigham Young disse: “Depois de todos os nossos esforços em procurar palavras de sabedoria nos melhores livros, etc., ainda há uma fonte aberta para todos. ‘E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus’ (…).” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Brigham Young, 1997, p. 199.)

A habilidade de ensinar é um dom que recebemos de nosso Pai Celestial. Se Lhe pedirmos, Ele nos dará inspiração ao prepararmos a aula, ao buscarmos conhecer e amar os alunos e ao ensinarmos. E quando ensinamos com o Seu Espírito, ensinamos com poder. (Para mais informações, ver a lição 18, “Ensinar pelo Poder do Espírito Santo”.)

Ensinar no Lar

• Mostre a gravura 16-c, “O pai é responsável por ensinar o evangelho a seus filhos”.

Desde a criação da Terra, o Senhor disse-nos que temos grande responsabilidade de ensinar o evangelho a nossos filhos. Um bom momento para ensinar a família é no domingo ou durante a noite familiar na segunda-feira, mas existem diversos outros momentos oportunos. A história seguinte ilustra como um pai aprendeu a ensinar sua família:

Diversos pais participaram de um estudo a respeito da noite familiar. A maior parte deles disse mais ou menos o seguinte: “Não sou professor; nunca fui e nunca serei”. Foi-lhes prometido que se reunissem a família semanalmente num ambiente informal e tranqüilo, a parte relativa ao ensino não constituiria o problema que imaginavam.

Um pai, cujo nome era Jerry, não demonstrou muito entusiasmo a respeito do projeto. Tentou esquivar-se do pedido dizendo: “Não consigo ensinar”. Mas como ele havia-se comprometido, manteve o que prometera.

Três meses depois, ao ser-lhe solicitado que falasse a respeito de sua experiência, foi muito positivo a respeito dela e seus filhos demonstraram entusiasmo pelo que havia acontecido durante as noites familiares.

Sua esposa disse: “Foi uma experiência maravilhosa! As melhores aulas foram as dadas por Jerry”.

Jerry abaixou a cabeça e não disse nada. A seguir, comentou: “Não foram assim tão boas”.

Sua esposa replicou, com muita sinceridade: “Jerry, quando você nos deu as aulas, foi tão veemente. Parecíamos mesmo uma família. Nunca esqueceremos as coisas que você disse”.

Jerry ficou muito emocionado com as palavras sinceras dela. Levantou a cabeça e disse: “Acho que me saí bastante bem. Eu não queria fazer essas noites familiares. Eu simplesmente achava que não conseguiria. Mas depois que minha esposa tinha dado a aula numa semana e minha filha na outra, decidi tentar”.

Com lágrimas nos olhos, ele disse: “Nunca esquecerei o que senti no coração depois de falar a respeito de coisas boas com a minha família. Parecia que, pela primeira vez, eu estava sendo o pai que deveria ser”. (Ver George D. Durrant, Love at Home: Starring Father [1976], pp. 41–43.)

Essa história demonstra o que pode acontecer quando assumimos nossa responsabilidade de ensinar nossa família.

• Peça a diversos irmãos que falem de suas experiências ao ensinar o evangelho a seus filhos.

O Élder Boyd K. Packer disse: “A maior parte de nossas atividades podem ser consideradas ensino. Ensinar uma criança a amarrar o sapato, (…) ajudar uma filha a fazer um prato a partir de uma receita nova, fazer um discurso na igreja, prestar o testemunho, dirigir uma reunião de liderança e, obviamente, dar uma aula. Tudo isso é ensinar e fazemos essas coisas constantemente. (…) Estamos ensinando quando fazemos discursos e quando participamos das reuniões”. (Teach Ye Diligently [1975], pp. 2–3.)

Ensinar na Igreja

A maioria das vezes em que ensinamos fazemo-lo de maneira informal ao falarmos uns com os outros. No entanto, a Igreja proporciona-nos muitas oportunidades de darmos aulas em classes formalmente organizadas.

O Élder Boyd K. Packer escreveu: “Todos os membros da Igreja ensinam praticamente durante toda a vida. (…) Há professores servindo em todas as organizações da Igreja. Muito do ensino acontece nos quóruns do sacerdócio; de fato, todos os líderes do sacerdócio podem ser designados como mestres familiares. (…) A Igreja segue em frente apoiada pelo poder do ensino que nela é realizado. A obra do Reino diminuirá o ritmo se o ensino não for realizado de maneira adequada”. (Teach Ye Diligently [1975], pp. 2–3).

Algumas vezes, o nosso ensino não se dá na sala de aula, mas sim por intermédio de nossas associações com outras pessoas na Igreja. As seguintes histórias são exemplos de ensino acontecido fora da sala de aula:

“Travamos conhecimento com o bispo Fred Carroll quando nossa família se mudou para a sua ala e eu era diácono já com mais de 14 anos. Esse homem maravilhoso provavelmente não me dirigiu mais de 50 palavras, mas a metade delas ficou para sempre em minha mente. Tenho certeza de que esse bispo nunca soube do enorme impacto que essas 25 palavras, que ele disse em particular e com muita calma, tiveram em mim: ‘Tenho notado como você é reverente em nossas reuniões da igreja. Você dá um exemplo muito bom para os outros meninos’.

Foram só umas poucas palavras, mas como foram importantes! Para mim, elas representaram mais do que centenas de designações que tive posteriormente. Até aquele momento, nunca tinha pensado em mim mesmo como sendo assim tão reverente. Tenho bastante certeza de que o bispo Carroll interpretou meu modo tímido e reservado de ser como se fosse reverência. Desde aquele momento, comecei a pensar no significado da reverência em nossa vida. Logo comecei a me sentir reverente. Afinal de contas, se o bispo Carroll achava que eu era reverente, talvez eu o fosse mesmo! A atitude que se desenvolveu em mim devido à semente plantada pelo bispo Carroll desenvolveu-se e veio a tornar-se a influência que orienta a minha vida.” (Lynn F. Stoddard, “The Magic Touch”, Instructor, setembro de 1970, pp. 326–327.)

O Élder Thomas S. Monson escreveu:

“Quando professores dedicados atendem ao convite do Salvador — ‘aprendei de mim’ — além de aprenderem, passam a partilhar de Seu poder divino. Quando menino, tive a experiência de ser influenciado por uma professora desse tipo. Em nossa classe da Escola Dominical, ela ensinou-nos a respeito da criação do mundo, da queda de Adão, do sacrifício expiatório de Jesus. Personagens como Moisés, Josué, Pedro, Tomé, Paulo e Jesus Cristo eram convidados de honra em suas aulas. Apesar de não o percebermos na ocasião, aprendemos a amá-los, honrá-los e imitá-los.

Seu ensino nunca foi tão dinâmico e com um impacto tão duradouro como num domingo pela manhã quando ela comunicou o falecimento da mãe de um de nossos companheiros de classe. Tínhamos sentido a falta de Billy naquela manhã, mas não sabíamos qual a razão de sua ausência. O tema da lição era ‘Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber’. No meio da lição, nossa professora fechou o manual e abriu nossos olhos, nossos ouvidos e nosso coração para a glória de Deus. Ela perguntou: ‘Quanto temos no fundo reservado à festa da classe?’

Orgulhosamente respondemos: ‘Quatro dólares e setenta e cinco centavos’.

Sempre tranqüila, ela sugeriu: ‘A família de Billy está passando por dificuldades financeiras e estão sofrendo muito. O que vocês acham da idéia de visitar a família nesta manhã e dar-lhes o dinheiro que vocês têm no fundo reservado para a festa?’

Sempre me lembrarei do pequeno grupo de crianças andando três quadras e chegando à casa de Billy. Cumprimentamos Billy, seu irmão, suas irmãs e seu pai. Notava-se a ausência da mãe. Jamais me esquecerei das lágrimas que havia nos olhos de todos nós quando o envelope branco contendo nosso precioso fundo para a festa passou das mãos delicadas de nossa professora para as mãos necessitadas de um pai que muito sofria. Voltamos imediatamente para a capela. Nosso coração estava mais feliz do que nunca; nossa alegria era mais plena; nossa compreensão, mais profunda. Uma professora inspirada por Deus havia ensinado a seus meninos e meninas uma lição eterna da verdade divina. ‘Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.’ ” (Conference Report, abril de 1970, p. 99; ou Improvement Era, junho de 1970, p. 91)

Ensinar o Mundo

Todos os membros da Igreja são missionários com a responsabilidade de ensinar o evangelho por meio da palavra ou de ações a todas as pessoas com quem entrarem em contato. Fizemos o convênio no momento do batismo de “servir de testemunhas de Deus em todos os momentos e em todas as coisas e em todos os lugares em que [nos encontremos], mesmo até a morte”. (Mosias 18:9) Ao ensinarmos nossos amigos e vizinhos, devemos fazê-lo com brandura e mansidão. (Ver D&C 38:40–41.)

Recebemos uma grande responsabilidade, não apenas a de ensinar nossos filhos ou os membros da Igreja, mas a de ensinar todas as pessoas com quem entrarmos em contato.

Conclusão

“O Presidente David O. McKay disse: ‘Não há maior responsabilidade no mundo do que ensinar uma alma humana’. Grande parte da mordomia pessoal de todos os pais e professores da Igreja é educar e ensinar.” (Citado por Vaughan J. Featherstone, em Conference Report, outubro de 1976, p. 153; ou Ensign, novembro de 1976, p. 103.) Temos a responsabilidade de ensinar o evangelho de Jesus Cristo a nossos filhos, aos outros membros da Igreja e aos vizinhos que não são membros da Igreja. Para fazê-lo, temos de preparar-nos estudando e vivendo o evangelho.

Desafio

Prepare e dê a aula da sua próxima noite familiar, estudando e orando para pedir a influência do Espírito Santo.

Escrituras Adicionais

  • Deuteronômio 6:1–7 (importância de ensinar os filhos diligentemente)

  • Mosias 4:14–15 (a maneira adequada de ensinar as crianças)

  • Doutrina e Convênios 68: 25–28 (os pais devem ensinar o evangelho a seus filhos)

  • Doutrina e Convênios 130:18 (continuaremos com a inteligência que recebermos nesta vida ao ressuscitarmos)

Preparação do Professor

Antes de dar esta aula:

  1. Se desejar, designe diversos alunos da classe para falar de boas experiências que tiveram ao ensinar seus filhos.

  2. Designe membros da classe para apresentar histórias, escrituras ou citações que você queira.