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Ensinar o Recato e a Virtude No Lar


Lição 19

Ensinar o Recato e a Virtude No Lar

O propósito desta lição é ajudar-nos a saber como ensinar o recato e a virtude no lar.

Introdução

O Élder Boyd K. Packer, ao falar sobre os valores morais do recato e da virtude, disse: “A responsabilidade e o direito de ensinar essas coisas sagradas é dos pais no lar. Não acredito que seja responsabilidade da escola, nem das organizações da Igreja. A contribuição da Igreja a esse respeito é ensinar aos pais o padrão de moralidade que o Senhor revelou e ajudá-los em sua responsabilidade de ensinar esses assuntos sagrados a seus filhos”. (Teach Ye Diligently [1975], p. 256)

O profeta Mórmon escreveu uma carta a seu filho Morôni na qual ensina o grande valor da pureza moral. Ele disse que a castidade e a virtude são mais caras e preciosas do que qualquer outra coisa. (Ver Morôni 9:9.) Esses valores continuam importantes hoje em dia. Nosso corpo é sagrado; devemos vestir-nos com recato e manter-nos puros e virtuosos.

Recato e Virtude

O Senhor dá grande valor à virtude. Portanto, é importante compreender o que o Senhor quer dizer com recato e virtude. O recato normalmente se refere à maneira como falamos ou nos vestimos; a virtude refere-se ao modo como agimos. O Presidente Spencer W. Kimball disse:

“Outra dentre as muitas coisas que levam à falta de castidade é a falta de recato. Atualmente, muitas moças e muitos rapazes gabam-se do seu conhecimento a respeito de assuntos relacionados ao sexo. Pensam saber todas as respostas. Falam a respeito de sexo com a mesma naturalidade que falam de carros, filmes e roupas. A falta de recato desenvolveu-se a ponto de nada mais parecer sagrado.

Um dos fatores que contribuem para a falta de castidade e o colapso dos valores morais é a maneira com que as pessoas se vestem hoje em dia. Tenho certeza de que as roupas sem recato usadas por algumas de nossas moças, e também pelas mães, contribuem direta e indiretamente para a imoralidade existente em nossa época. Até mesmo os pais as incentivam algumas vezes. Questiono-me se nossas jovens irmãs percebem a tentação que representam ao exibirem aos rapazes o corpo parcialmente despido. (…)

Tenho certeza de que as roupas que usamos podem ser um fator preponderante no declínio gradual de nosso amor pela virtude, de nossa firmeza no que concerne à castidade”. (Faith Precedes the Miracle [1972], pp. 163, 168)

• Como o conhecimento de que o nosso corpo é sagrado afeta a maneira como nos vestimos e como agimos? Como o conhecimento de que somos filhos de nosso Pai Celestial afeta a maneira como nos vestimos e como agimos?

O Élder Vaughn J. Featherstone contou a história do filho de um rei que compreendia quem era e como deveria agir. O rei Luís XVI da França havia sido deposto e estava preso. Seu jovem filho, o príncipe, fora levado pelos que haviam aprisionado o rei. Uma vez que o jovem príncipe deveria ser o próximo rei, eles queriam destruí-lo moralmente. Sabiam que se o conseguissem, ele nunca seria capaz de ser o próximo rei da França.

Essas pessoas levaram o príncipe para uma cidade distante, onde tentaram o rapaz com todas as coisas imundas que conseguiram encontrar. Tentaram fazer com que ele comesse alimentos que logo fariam com que perdesse o controle de si mesmo. Utilizavam um linguajar horrível perto dele o tempo todo. Tentaram-no com mulheres malignas. Ele foi exposto à desonra e desconfiança. Ele foi continuamente cercado por tudo o que poderia fazer com que uma pessoa perdesse seus valores morais. Ele recebeu esse tipo de tratamento durante seis meses. Mas o rapaz não cedeu à tentação nem uma única vez. Finalmente, após fazerem tudo o que era possível, perguntaram-lhe por que ele não cedera às tentações, o rapaz respondeu: “Não posso fazer o que me pedem porque nasci para ser rei”. (Adaptado de “The King’s Son”, New Era, novembro de 1975, p. 35)

Nós também nascemos para ser reis. (Ver Pedro 2:9; Apocalipse 1:6.) Nosso propósito na vida, no entanto, é maior do que ser reis de um país. Somos filhos de Deus e nascemos para tornarmo-nos como Ele. É impossível atingirmos tal objetivo se não formos recatados e virtuosos.

A Importância do Exemplo

Uma de nossas responsabilidades mais importantes como membros da Igreja de Deus é dar o exemplo adequado de recato e virtude. Devemos não somente manter nossa mente e nosso corpo limpos e puros, mas também demonstrar que consideramos o nosso corpo sagrado por meio da maneira como falamos, do tipo de humor que apreciamos e da literatura que lemos. Isso é importante sobretudo para os pais e os filhos mais velhos. Quando damos o exemplo adequado, nossos filhos, ou nossos irmãos e irmãs, podem desenvolver os mesmos valores que temos e comportarem-se como nos comportamos.

• Peça aos alunos que pensem por um momento a respeito de suas próprias atitudes e de seu comportamento e façam a si mesmos as seguintes perguntas:

“Existe algo em minhas atitudes e meu comportamento que poderia vir a ser prejudicial àqueles a quem tento ensinar?”

“Existe algo que eu faço ou em que penso que eu não gostaria de que meus filhos fizessem ou pensassem?”

• Leia Jacó 2:35, que contém a repreensão de Jacó aos nefitas por seus maus exemplos. Por que é importante dar o exemplo adequado?

Ensinar Recato e Virtude

O ensino do recato e da virtude exige a orientação do Espírito. O Élder Boyd K. Packer disse: “Se há um ingrediente essencial para o ensino de valores morais e espirituais, (…) é ter o Espírito do Senhor conosco quando ensinamos”. (Teach Ye Diligently, [1975], p. 272)

É também necessário que tratemos do assunto com reverência e humildade. A abordagem do Élder Packer é um bom exemplo de como ensinarmos o recato e a virtude de modo muito reverente:

“Nosso corpo físico foi provido do poder da criação, que é sagrado. Uma luz, por assim dizer, que tem o poder de acender outras luzes. Esse dom deve ser usado apenas dentro dos sagrados laços do casamento. Por meio do exercício desse poder da criação, pode-se conceber um corpo mortal, dentro do qual entrará um espírito, e uma nova alma nascerá nesta vida.

Esse poder é bom. Ele pode criar e suster a vida. É na vida em família que encontramos a fonte da felicidade. Esse poder é dado virtualmente a todos os indivíduos nascidos na mortalidade. É um poder sagrado e significativo. (…)

Você está crescendo numa sociedade em que existe o convite constante para se usar mal esses poderes sagrados. (…) Não permita que ninguém toque o seu corpo, ninguém! Aqueles que disserem algo diferente estarão querendo que você compartilhe da culpa deles. Nós o ensinamos a manter sua inocência. (…) O único uso correto desse poder sagrado é no convênio do casamento. Nunca use tal poder de modo errado”. (Teach Ye Diligently, [1975], pp. 259, 262)

Para que tenhamos êxito no ensino desses princípios à nossa família, temos de ter bastante cuidado a fim de protegermos nosso lar contra a falta de pureza. O Élder A. Theodore Tuttle ensinou-nos que “o pai é o protetor do lar. Ele protege-o contra a entrada de coisas malignas vindas de fora. Antigamente, ele protegia seu lar com armas e janelas de madeira. Hoje em dia, essa tarefa tornou-se mais difícil. As portas e janelas com grades protegem apenas das coisas físicas. Não é fácil proteger uma família contra as invasões do mal na mente e no espírito dos familiares. Essas coisas podem entrar facilmente em casa e realmente o fazem. [Satanás é muito esperto.] Ele não precisa arrombar a porta”. (Conference Report, outubro de 1973, pp. 86–87; ou Ensign, janeiro de 1974, p. 67)

• Quais são algumas das maneiras pelas quais o mal pode penetrar em nosso lar hoje em dia? (As respostas podem incluir revistas imorais, programas de rádio e de televisão, livros e a Internet.)

• O que o pai pode fazer para proteger sua família deste tipo de coisas? (Ajudar cuidadosamente os familiares a escolher as leituras, os programas de rádio e televisão e o conteúdo dos sites da Internet.)

• Leia e discuta Doutrina e Convênios 93:40–43.

O Senhor repreendeu Frederick G. Williams por ele não ter cumprido sua responsabilidade de criar os filhos em luz e verdade.

• Peça aos alunos que pensem em como se sentiriam se o Senhor lhes dissesse que não tinham ensinado seus filhos a importância da modéstia e da virtude. Peça-lhes também que ponderem a respeito das maneiras pelas quais podem melhorar seu modo de ensinar os filhos.

A Hora Certa para Ensinar

• Mostre a gravura 19-a, “O pai deve entrevistar seus filhos regularmente”.

As noites familiares são um excelente momento para ensinar recato e virtude. Muitos pais também acham que é útil fazer entrevistas individuais com os filhos. Um pai, por exemplo, entrevista cada filho uma vez por mês no domingo de jejum. Ele faz perguntas a respeito de pureza moral e ouve qualquer problema que eles possam ter. Ele ensina, presta o testemunho e fala a respeito do amor que tem por eles.

• Que efeito esse tipo de entrevista pode ter sobre os filhos?

• Mostre a gravura 19-b, “As oportunidades para ensinar surgem, freqüentemente, em momentos inesperados”.

Apesar de ser vital ensinar nossos filhos em situações formais, tais como entrevistas e noites familiares, precisamos estar alerta para suas necessidades em todos os momentos. Devemos estar atentos para os momentos em que eles compreendam melhor o que queremos que eles saibam. Se conversarmos com eles regularmente e mostrarmos nosso amor por eles, nossos filhos sempre nos procurarão quando precisarem falar a respeito de seus sentimentos e problemas.

O Senhor deu-nos o mandamento de aproveitarmos todas as oportunidades para ensinar nossos filhos. (Ver Deuteronômio 6:5–7.) Se estivermos atentos para as oportunidades de ensinar, poderemos transmitir-lhes ensinamentos profundos em situações totalmente inesperadas. Poderemos ser capazes de ensinar verdades importantes a respeito da virtude e do recato, por exemplo, num piquenique, depois de uma reunião sacramental, durante uma caminhada, no carro, nas férias, a caminho da escola ou durante um momento de grandes dificuldades.

• Você consegue lembrar-se de algum momento em relação a seus filhos ou a seus pais em que ocorreram a comunicação e o ensino verdadeiros? Onde foi? Em que momento? Foi planejado ou a situação surgiu inesperadamente?

Conclusão

Temos a responsabilidade de ensinar o recato e a virtude por meio das palavras e de nosso exemplo. Ao mantermos esses valores, teremos direito à companhia do Espírito e sentiremos a felicidade advinda de sermos moralmente limpos.

Desafios

Planeje uma noite familiar para falar a respeito da virtude e do recato.

Dê exemplo de recato e virtude em sua maneira de vestir e por meio de suas ações.

Escrituras Adicionais

  • I Timóteo 4:12 (a importância do exemplo)

Preparação do Professor

Antes de dar esta aula:

  1. Planeje com todo cuidado a maneira como apresentará a lição. Se houver jovens portadores do sacerdócio em sua classe, não transforme a aula numa série de sermões dirigidos a eles. Você pode desejar discutir com eles as maneiras pelas quais os jovens podem ajudar os pais a falar com eles a respeito desse assunto delicado. Discuta por que a castidade e o recato são tão importantes e o que os alunos podem fazer para dar bons exemplos aos outros.

  2. Designe membros da classe para apresentar histórias, escrituras ou citações que você queira.