O Poder Sagrado da Procriação

Manual de Sacerdócio Aarônico 1, 1992


Objetivo

Fazer com que cada rapaz aprenda a apreciar o próprio corpo e o poder divino da procriação.

Preparação

  1. 1.

    Materiais necessários:

    1. a.

      Optativo: Gravura 18, Boyd K. Packer (64332 059); gravura 19, um rapaz; gravura 20, casal jovem com a família; gravura 21, grupo de adolescentes; gravura 22, casal jovem com um templo ao fundo.

    2. b.

      Filme estático e fita cassete, A Chave Mestra, se for disponível em sua área.

    3. c.

      Projetor de filme estático, tela e gravador.

  2. 2.

    Veja o filme estático com antecedência (ou o texto), para familiarizar-se com os conceitos neles contidos.

  3. 3.

    Se o filme estático não estiver disponível, convide o conselheiro do bispado, responsável pelo seu grupo etário, para ler o texto contido nesta lição. Use as gravuras indicadas para ilustrar a narração.

  4. 4.

    Reveja o conselho sobre pureza sexual dado na página 15 de Para o Vigor da Juventude.

Sugestão para o desenvolvimento da lição

Usar o Poder da Procriação de acordo com o Plano de Deus

Citação

Leia a seguinte declaração do Presidente Spencer W. Kimball:

“A terra não pode justificar nem continuar sua vida sem o casamento e a família. Ter relações sexuais sem o matrimônio, para todas as pessoas, jovens ou velhas, é uma abominação para o Senhor, e é um grande infortúnio que muitos tenham cegado seus olhos a essas grandes verdades.” (A Liahona, fevereiro de 1974, p. 38.)

Perguntas para meditar

• O que a castidade significa para você?

• Por que a castidade é tão importante?

Filme estático

Apresente o filme estático A Chave Mestra. Se não for possível arranjar projetor, tela e toca-fitas para esta lição, recomenda-se que um membro do bispado seja convidado para assistir a aula e ler o texto designado. Durante a leitura do mesmo apresente as gravuras que se encontram no final do livro no momento em que forem sugeridas no texto.

Texto do filme estático com gravuras “[Apresente a gravura do Élder Packer.] Minha mensagem é da mais profunda importância para vocês. Refere-se à sua felicidade futura. É possível que algumas das coisas que eu diga sejam novidade para aqueles que ainda não leram as escrituras. O assunto que deve ser de grande importância para vocês é “por que manter-se moralmente limpos?” Tratarei desse assunto com a mais profunda reverência.

No princípio, antes de seu nascimento nesta vida mortal, vocês viviam com nosso Pai Celestial. Ele é real. Ele vive e presto testemunho disso.

Lá ele os conhecia, e porque os amava, estava ansioso pela felicidade e progresso eterno de vocês. Ele desejava que vocês fossem capazes de decidir livremente, e de crescer através do poder das escolhas acertadas, de maneira que pudessem tornar-se como ele. Para podermos alcançar isso, foi-nos necessário deixar a sua presença; algo parecido com a ida para uma escola. Foi apresentado um plano e todos anuíram em afastar-se da presença de nosso Pai Celestial para experimentar a vida na mortalidade.

Duas grandes coisas nos esperavam, ao chegarmos a este mundo. A primeira, que receberíamos um corpo mortal, criado à imagem de Deus (Mostre a gravura do rapaz).

Por intermédio dele, e através do seu controle adequado, podemos alcançar a vida e a felicidade eterna. A segunda, é que seríamos provados e testados de tal forma, que pudéssemos crescer em vigor e em poder espiritual.

Em conformidade com o plano aceito, Adão e Eva foram enviados à terra como nossos primeiros pais, e tiveram a possibilidade de preparar corpos físicos para os primeiros espíritos a serem introduzidos nesta vida.

Foi colocado em nosso corpo, como algo sagrado, o poder de criação. Uma luz, por assim dizer, que tem o poder de acender outras luzes. É um poder sagrado e significativo. Esse poder é bom.

Vocês, que são adolescentes, como qualquer outro filho ou filha de Adão e Eva, têm esse poder dentro de si.

O poder de criação, ou melhor – procriação, não é apenas uma parte casual do plano - é indispensável a ele. Sem esse poder, nada teria prosseguimento, e desvirtuá-lo pode esfacelar o plano.

Grande parte da felicidade que lhes pode advir nesta vida dependerá da forma como usarem esse sagrado poder de criação. O fato de que vocês, rapazes podem tornar-se pais, e vocês, moças, podem tornar-se mães, é da mais alta importância, para vocês mesmos. [Mostre a gravura de um jovem casal com seus filhos]. Quando essa capacidade se desenvolver dentro de vocês, rapazes, ela os impulsionará a buscar uma companheira e os habilitará a amá-la e cuidar dela.

Repito, este poder de criação da vida é sagrado. Vocês poderão algum dia ter uma família própria. Por intermédio do exercício desse poder, vocês poderão convidar crianças a viver consigo – garotinhos e meninas que lhes pertencerão – criados de certa forma à sua própria imagem. Vocês poderão estabelecer um lar, um domínio de poder, influência, e oportunidade. Isso traz, paralelamente, grande responsabilidade. Esse poder criador carrega consigo desejos e impulsos muito fortes. Vocês já os têm sentido, na modificação de suas atitudes e interesses.

[Apresente a gravura de um grupo de adolescentes.] Ao entrarem na adolescência, quase instantaneamente um menino ou uma menina se tornam algo de novo e intensamente interessante, um para o outro. Vocês notarão mudanças de formas e feição em seu próprio corpo e nos de outros, e experimentarão os primeiros sussurros do desejo físico.

Necessário foi que tal poder de criação tivesse pelo menos duas dimensões: Primeira, deveria ser forte; segunda, precisaria ser mais ou menos constante.

Esse poder teria de ser forte, porque a maioria dos homens, por natureza, busca aventura. Não fora pela constrangedora persuasão desses sentimentos, os homens se mostrariam relutantes em aceitar a responsabilidade de manter um lar e uma família. Esse poder precisa também ser constante, porque se torna um liame que une a vida familiar.

Creio que vocês são suficientemente crescidos para observar o reino animal que os cerca. Logo perceberão que, onde esse poder de criação é algo fugaz, que se expressa somente em certas ocasiões, não existe vida familiar.

É através desse poder que a vida continua. Um mundo cheio de provações, temores e desapontamentos, pode ser convertido num reino de esperança, alegria e felicidade. Cada vez que nasce uma criança, o mundo, de certo modo, se renova em inocência.

Mais uma vez quero dizer-lhes, jovens, que esse poder dentro de vocês é bom. É um dom de Deus, nosso Pai, e no reto exercício dele, e em nenhuma outra circunstância, podemo-nos aproximar mais do Pai.

Poderemos possuir, em pequena escala, muito daquilo que nosso Pai Celestial tem, ao governar seus filhos. Nenhuma escola, ou campo de teste melhor poderia ser imaginado.

[Mostre a gravura do casal jovem na frente do templo]. Existe, portanto, motivo para assombro, se na Igreja o casamento é tão sagrado e importante? podem vocês compreender por que o seu casamento, que lhes libera o uso desses poderes de criação, deveria ser o passo mais cuidadosamente planejado e mais solenemente considerado da vida? Deveríamos nós considerar espantoso que o Senhor ordenasse que os templos fossem construídos para o propósito da realização de cerimônias matrimoniais?

Agora, existem outras coisas que quero dizer-lhes a título de advertência. No princípio, havia um dentro nós que se rebelou contra o plano do Pai Celestial, e jurou destruí-lo e esfacelá-lo.

Foi-lhe negado ter um corpo mortal, e ele foi expulso, impedido para sempre de possuir um reino seu, e tornou-se satanicamente ciumento. Ele sabe que esse poder de criação não é apenas um incidente no plano, mas a sua chave.

Ele sabe que, se puder seduzir vocês a usarem esse poder prematuramente, a usá-lo cedo demais, ou fazer mau uso dele de qualquer forma, vocês poderão facilmente perder suas oportunidades de progresso eterno.

Ele é um ser real do mundo invisível, e tem grande poder, que há de usar para persuadilos a transgredir as leis estabelecidas para a proteção dos sagrados poderes da criação.

Em tempos passados, ele era esperto demais para colocar diante de alguém um convite aberto para a imoralidade, mas de preferência, sorrateira e silenciosamente tentava jovens e velhos a pensarem de maneira menos séria a respeito desses sagrados poderes de criação, para rebaixar a um nível vulgar e comum aquilo que é sagrado e belo.

Atualmente suas táticas têm mudado. Ele o descreve apenas como um apetite a ser satisfeito, e ensina que não há responsabilidades ligadas ao uso desse poder. O prazer, dir-lhes-á ele, é o único propósito.

Seus convites demoníacos em cartazes são apresentados sob a forma de piadas e escritos em letras de música, são dramatizados na televisão e no cinema; estarão olhando para vocês atualmente na maioria das revistas.

Vocês estão crescendo numa sociedade em que, diante de si, encontram o convite constante para violentar esses poderes sagrados.

Quero dar-lhes um conselho, e gostaria de que se lembrassem dessas palavras. Não permitam que ninguém toque ou manuseie o seu corpo, ninguém mesmo! Aqueles que lhes falam de outra maneira, estão tentando atraí-los para partilhar a sua culpa. Nós lhe ensinamos que mantenham a sua inocência.

Afastem-se de todos os que quiserem persuadi-los a experimentar esses poderes criadores da vida.

O único uso justo desse poder sagrado é dentro do convênio do casamento.

Nunca façam uso errado desses sagrados poderes. E agora, meus jovens amigos, devo dizer-lhes solene e seriamente, que Deus declarou em linguagem inconfundível, que a miséria e o sofrimento hão de acompanhar a violação das leis da castidade. ‘Iniqüidade nunca foi felicidade’ (Alma 4:10). Essas leis foram estabelecidas para guiar todos os seus filhos no uso desse dom.

Ele não tem de ser rancoroso, ou vingativo, para que punição venha em decorrência da quebra do código moral. As leis estão estabelecidas por si mesmas. Serão coroados de glória os que viverem retamente. A perda da coroa pode bem constituir suficiente punição. Com freqüência mesmo, costumamos ser punidos por intermédio dos próprios pecados que cometemos, tanto quanto somos punidos também por causa deles.

Talvez ao alcance de minha voz, exista mais de um jovem que já caiu em transgressão. Alguns de vocês moços, quase sem nenhuma intenção, mais persuadidos pelos estímulos e tentações, já fizeram mau uso desse poder. Saibam então, meus jovens amigos, que existe um grande poder purificador, e saibam que podem ser purificados.

Se vocês estão fora da Igreja, o convênio do batismo representa, por si mesmo, entre outras coisas, uma lavagem e uma purificação.

Para os que pertencem à Igreja, existe um caminho, não inteiramente indolor, mas certamente possível. Vocês poderão postar-se puros e sem manchas diante do Senhor. A culpa ter-se-á ido, e vocês poderão estar em paz. Procurem o bispo, que é portador da chave do poder purificador.

Desse modo, um dia, vocês poderão conhecer a plena e correta expressão desses poderes, e a correspondente felicidade e alegria numa virtuosa vida familiar. No devido tempo, dentro dos laços do convênio do casamento, vocês poderão render-se àquelas sagradas expressões do amor que têm como coroamento a geração da própria vida.

[Apresente a gravura de uma família]. Algum diz vocês terão nos braços um bebezinho e saberão que dois de vocês agiram em colaboração com nosso Pai Celestial, na criação da vida. E como o bebê pertence a vocês, então chegarão a amar alguém mais do que a si mesmos.

Essa experiência só pode vir tanto quanto sei, por intermédio da geração de filhos ou, talvez, através da adoção de crianças nascidas de outrem, mas ainda assim acrescentadas aos convênios da família.

Pode ser que alguns de vocês não venham a experimentar as bênçãos do casamento. Protejam, a despeito disso, esses sagrados poderes de criação, porque existe um poder de grande compensação que pode muito bem aplicar-se a vocês.

Através desse amor que vocês dedicarão a alguém, mais do que a si mesmos, tornarse-ão verdadeiramente cristãos. Então vocês saberão, como poucos outros hão de saber, o que significa a palavra ‘pai’, quando usada nas escrituras. Poderão sentir algo do amor e preocupação que nosso Pai Celestial tem por nós.

Deveria ter grande significado o fato de que, dentre todos os títulos de respeito, honra e admiração que lhe poderiam ser aplicados, o próprio Deus, aquele que é o Altíssimo, tivesse escolhido ser chamado simplesmente de Pai.

Protejam e guardem esse seu dom. Sua felicidade está realmente ameaçada. A vida familiar, eterna, que agora pertence apenas às suas antecipações e sonhos, pode ser alcançada, porque o Pai Celestial concedeu a todos vocês esse dom mais valioso que todos – esse poder de criação. Trata-se da própria chave da felicidade. Conservem-no como algo santo e puro. Usem-no somente como o Senhor aconselhou.

Imploro as bênçãos de Deus sobre vocês. Que o Pai Celestial possa cuidar de vocês e sustentá-los, para que, na expressão desse sagrado dom, possam aproximar-se dele. Ele vive, e é o nosso Pai. Disto presto testemunho, em nome de Jesus Cristo. Amém.” (Boyd K. Packer, “Por que Manter-se Moralmente Limpo”, A Liahona, janeiro de 1973, pp. 16- 18.)

Debate

• Qual o grande propósito de virmos a este mundo com corpo mortal? (Sermos testados, mostrar se faremos tudo o que o Pai Celestial nos ordenar.)

• Como Deus ordenou que usássemos o poder sagrado da criação? (Expressando amor no casamento e tendo filhos.)

• Por que razão esse poder de criação deve ser forte e constante? (Para que os homens aceitem a responsabilidade de sustentar um lar a uma família.)

• Qual é a responsabilidade que têm quando estão em companhia de garotas?

• Por que razão devem manter-se castos?

• Em que ocasião uma pessoa começa a perder a castidade?

• Como uma pessoa pode purificar-se, se usar indevidamente o poder de criação? (Confessando-se ao bispo e se arrependendo.)

Explique-lhes que, para obter uma recomendação para o templo, uma pessoa deve provar a sua dignidade, respondendo a diversas perguntas formuladas pelo bispo e por um membro da presidência da estaca. Uma dessas questões trata especificamente da castidade e é a seguinte: “Você já esteve envolvido em transgressão moral relativa à lei da castidade, que não foi resolvida pelas autoridades apropriadas?

Um Filho de Deus que Honra a Si Próprio, Abençoa a Si Mesmo e a Sua Família

Debate

• Quais são as bênçãos que recebe um jovem que honra a si mesmo, mantendo-se casto?

• Como sua família será abençoada através de sua vivência da lei da castidade?

Explique-lhes que, algum dia no futuro, cada um dos rapazes terá a oportunidade de escolher uma esposa e iniciar sua própria família. Seus futuros filhos e netos têm o direito de herdar deles um corpo sadio, uma mente sã e uma herança espiritual valiosa. Seus filhos devem poder dizer: “Sou casto, porque o Senhor ordena que eu o seja e porque meus pais viveram assim. Meu corpo é um templo e eu o manterei puro”. Estabelecendo esse tipo de tradição familiar, eles transmitirão essa firme convicção à sua posteridade.

Reafirme que a lei da castidade, como as outras leis de Deus, nos foi dada para que sejamos felizes. O sexo é sagrado e lindo quando mantido puro através do casamento.

Conclusão

Testemunho e desafio

Termine com seu testemunho concernente ao valor e às bênçãos da castidade. Reveja o conselho sobre a pureza sexual dado nas páginas 11 a 16 de Para o Vigor da Juventude. Desafie os rapazes a obedecerem sempre à lei da castidade.