Ensinamentos dos Presidentes
Capítulo 19: Liderança do Sacerdócio na Igreja de Jesus Cristo


Capítulo 19

Liderança do Sacerdócio na Igreja de Jesus Cristo

“O Senhor zela por esta obra. Este é Seu reino. Não somos ovelhas sem pastor. Não somos um exército sem líder.”

Da Vida de Gordon B. Hinckley

O Presidente Gordon B. Hinckley relembrou: “Minha primeira responsabilidade na Igreja, o primeiro ofício que me foi dado, foi o de conselheiro do rapaz que presidia nosso quórum de diáconos. Nosso bom bispo me chamou e conversou comigo a respeito desse chamado. Fiquei muito impressionado. Senti-me inquieto e preocupado. Eu era, acreditem ou não, inibido e acanhado, e acho que esse chamado para servir como conselheiro de um quórum de diáconos me deixou tão apreensivo, levando em consideração minha idade e experiência, quanto minha responsabilidade atual”.1

O Presidente Hinckley teve sentimentos semelhantes em 1961, quando foi chamado para servir como membro do Quórum dos Doze Apóstolos. Em seu primeiro discurso como apóstolo na conferência geral, ele disse:

“Acho que sinto um pouco da carga desta responsabilidade de ser uma testemunha do Senhor Jesus Cristo perante um mundo que é relutante em aceitá-Lo. ‘Assombro me causa o amor que me dá Jesus.’ Estou subjugado pela confiança do profeta do Senhor em mim e pelo amor expressado por esses meus irmãos, as Autoridades Gerais. (…) Oro por forças, oro por auxílio e oro pela fé e o desejo de ser obediente”.2

Em 1º de abril de 1995, o Presidente Hinckley falou na sessão do sacerdócio da conferência geral, após os membros da Igreja apoiarem-no pela primeira vez como seu profeta e Presidente. Nos 14 anos anteriores, ele servira como Conselheiro de três outros Presidentes da Igreja. Havia testificado repetidas vezes do chamado divino deles e insistia para que os santos dos últimos dias seguissem seus conselhos. Então, ao se achar nessa posição, seus sentimentos de dependência do Senhor não diminuíram desde o tempo em que era um diácono até ser chamado como apóstolo. Em vez disso, tornou-se cada vez mais consciente de sua necessidade da força de apoio do Senhor. Ele disse:

“Seus braços erguidos na assembleia solene desta manhã demonstram sua disposição e seu desejo de nos apoiar, seus irmãos e servos, com sua confiança, sua fé e suas orações. Sinto-me profundamente grato por essa demonstração. Agradeço a cada um. Garanto-lhes, como já o sabem, que nos métodos do Senhor ninguém ambiciona chamados. O Salvador disse a seus discípulos: ‘Não me escolhestes vós a mim, porém eu vos escolhi a vós, e vos designei’ (João 15:16). Não se aspira a esse ofício. O direito de escolha pertence ao Senhor. Ele é o mestre da vida e da morte. É Seu o poder de chamar. É Seu o poder de levar embora. É Seu o poder de reter. Tudo está em Suas mãos.

Não sei por que, em Seu grandioso plano, alguém como eu encontraria um lugar. Tendo, porém, esse manto recaído sobre mim, dedico mais uma vez o que tiver em termos de forças, tempo, talentos ou vida à obra de meu Mestre, no serviço de meus irmãos e minhas irmãs. Mais uma vez agradeço-lhes (…) pelo que fizeram hoje. O que mais peço em minhas orações é que eu seja digno. Espero ser lembrado em suas orações”.3

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Primeira Presidência

A Primeira Presidência, 1995. Presidente Gordon B. Hinckley (centro); Presidente Thomas S. Monson, Primeiro Conselheiro (à esquerda); e Presidente James E. Faust, Segundo Conselheiro (à direita).

Ensinamentos de Gordon B. Hinckley

1

O Senhor chama cada Presidente da Igreja após submetê-lo à experiência, a refinamento e à lapidação.

Venho trabalhando com os Presidentes da Igreja desde o chamado do Presidente Heber J. Grant. (…) Conheci os conselheiros de todos eles e conheci o Conselho dos Doze durante os anos de administração de todos esses Presidentes. Todos esses homens foram humanos. Tiveram características humanas e talvez algumas fraquezas humanas. Entretanto, acima de tudo, houve na vida de todos eles uma manifestação avassaladora da inspiração de Deus. Todos os Presidentes foram profetas de uma forma muito real. Testemunhei intimamente o espírito de revelação sobre eles. Cada um deles chegou à Presidência depois de muitos anos de experiência como membro do Conselho dos Doze e em outras posições. O Senhor os refinou e poliu, deixou que conhecessem o desânimo, o fracasso, que experimentassem a doença e, em alguns casos, o profundo pesar. Tudo isso tornou-se parte do grande processo de refinamento, e o efeito desse processo evidenciou-se de maneira muito bela em sua vida.

Meus queridos amigos no evangelho, esta é a obra de Deus. É a Sua Igreja e a Igreja de Seu Filho Bem-Amado, cujo nome ela ostenta. Deus nunca permitirá que um impostor esteja à frente dela. Ele chamará seus profetas e lhes concederá inspiração e orientação.4

Alguns se preocupam com o fato de que o Presidente da Igreja será, provavelmente, sempre um homem idoso, ao que eu respondo: “Que grande bênção!” (…) Ele não precisa ser jovem. Ele tem homens mais jovens para viajarem pelo mundo a serviço do ministério e continuará dispondo deles. Ele é o sumo sacerdote presidente, repositório de todas as chaves do santo sacerdócio e a voz de revelação de Deus ao seu povo. (…)

A meu ver, é profundamente confortador saber que (…) teremos um Presidente que foi disciplinado e treinado, provado e testado, cuja fidelidade à obra e integridade na causa foram temperadas na forja do servir, cuja fé amadureceu e cuja intimidade com Deus foi cultivada durante muitos anos.5

Falo (…) expressando gratidão pelo profeta que nos guia nestes últimos dias. Peço-lhes lealdade a esse homem que o Senhor chamou e ungiu. Rogo-lhes que o apoiem firmemente e que deem ouvidos aos seus ensinamentos. Eu disse em outra ocasião (…) que, se temos um profeta, temos tudo. Se não temos um profeta, não temos nada. Nós, porém, temos um profeta. Temos tido profetas desde a fundação desta Igreja. Nunca ficaremos sem um profeta se formos dignos deles.

O Senhor zela por esta obra. Este é Seu reino. Não somos ovelhas sem pastor. Não somos um exército sem líder.6

2

Quando um Presidente da Igreja falece, o apóstolo sênior torna-se o próximo Presidente.

Essa transição de autoridade, da qual tenho participado algumas vezes, é muito bela em sua simplicidade. É indicativa de como o Senhor faz as coisas. Segundo o procedimento determinado por Ele, um homem é escolhido pelo profeta para tornar-se membro do Conselho dos Doze Apóstolos. Ele não escolhe a posição como carreira. Ele é chamado como foram os apóstolos na época de Jesus, a quem disse o Senhor: “Não me escolhestes vós a mim, porém eu vos escolhi a vós, e vos designei” (João 15:16). Passam-se os anos. Ele é instruído e disciplinado nos deveres de seu ofício. Viaja pelo mundo desempenhando seu chamado apostólico. É um longo processo de preparação, no qual vai conhecer os santos dos últimos dias onde quer que se encontrem, assim como estes vêm a conhecê-lo também. O Senhor põe à prova seu coração e sua essência. No decurso natural das coisas, ocorrem vagas nesse conselho e novos chamados são feitos. Durante esse processo, determinado homem se torna o apóstolo sênior. Como todos os seus companheiros de quórum, ele retém latente em si todas as chaves do sacerdócio, recebidas por ocasião da ordenação. Porém, a autoridade para exercer essas chaves é restrita ao Presidente da Igreja. Quando ele morre, essa autoridade se torna ativa no apóstolo sênior, que é, então, nomeado, designado e ordenado profeta e Presidente por seus companheiros do Conselho dos Doze.

Não existe eleição. Não existe campanha. Existe somente a execução tranquila e simples de um plano divino que provê uma liderança inspirada e provada.

Tenho sido uma testemunha pessoal desse maravilhoso processo. Presto meu testemunho de que é o Senhor quem escolhe [o profeta].7

Com o falecimento do Presidente [Howard W.] Hunter, dissolveu-se a Primeira Presidência. O irmão Monson e eu, que servíramos como seus Conselheiros, tomamos nossos lugares no Quórum dos Doze, que se tornou a autoridade presidente da Igreja.

(…) Todos os apóstolos vivos ordenados reuniram-se em espírito de jejum e oração na sala superior do templo. Ali cantamos um hino sagrado e oramos juntos. Tomamos o sacramento da ceia do Senhor, renovando, no sagrado e simbólico testamento, nossos convênios e nosso relacionamento com Aquele que é nosso Redentor divino.

A presidência foi então reorganizada, seguindo-se o precedente firmemente estabelecido há gerações passadas.

Não houve campanha alguma, nenhum concurso, nenhuma ambição pelo cargo. Foi tudo sereno, tranquilo, simples e sagrado. Tudo foi feito de acordo com o modelo estabelecido pelo próprio Senhor.8

3

O Senhor disponibilizou princípios e procedimentos para o governo de Sua Igreja se o Presidente não está em condições de atuar plenamente.

O Presidente Hinckley fez este pronunciamento em 1992, enquanto servia como Primeiro Conselheiro da Primeira Presidência: O Senhor Jesus Cristo está à frente da Igreja. Esta é a Igreja Dele. Mas o líder terreno é nosso profeta. Os profetas são homens investidos de um chamado divino. Não obstante a divindade do chamado, eles são humanos. Estão sujeitos aos desafios da mortalidade.

Amamos, respeitamos, honramos o profeta destes dias, o Presidente Ezra Taft Benson, e nele confiamos. Ele tem sido um líder magnífico e talentoso, cuja voz tem ecoado em testemunho desta obra no mundo inteiro. Possui todas as chaves do sacerdócio na Terra, hoje. Atingiu, porém, uma idade em que não pode realizar tudo o que outrora fazia. Isso não o diminui em seu chamado de profeta. Limita-o, porém, nas atividades físicas.9

O Presidente Hinckley fez este pronunciamento em 1994, enquanto servia como Primeiro Conselheiro da Primeira Presidência: É natural que os membros da Igreja desejem informações sobre o estado de saúde do Presidente. O Presidente Benson está agora com 95 anos. (…) Ele está seriamente debilitado pela idade e pela doença e incapacitado de exercer importantes deveres de seu santo ofício. Esta não é uma situação sem precedentes. Outros Presidentes da Igreja já estiveram doentes e incapacitados de exercer plenamente suas funções nos últimos meses ou anos de vida. É possível que isso volte a acontecer no futuro.

Os princípios e procedimentos que o Senhor estabeleceu para o governo de Sua Igreja nos instruem sobre o que devemos fazer nessas circunstâncias. É importante (…) que não reste nenhuma dúvida ou questão sobre o governo da Igreja e o exercício dos dons proféticos, inclusive o direito à inspiração e à revelação quanto à administração dos assuntos e programas da Igreja caso o Presidente adoeça ou não consiga desempenhar plenamente suas funções.

A Primeira Presidência e o Conselho dos Doze Apóstolos, chamados e ordenados para portar as chaves do sacerdócio, têm a autoridade e a responsabilidade de governar a Igreja, administrar suas ordenanças, expor suas doutrinas e estabelecer e manter suas práticas. Todo homem ordenado ao apostolado e designado como membro do Quórum dos Doze é apoiado como profeta, vidente e revelador. Como seus antecessores, o Presidente Benson era o apóstolo sênior na ocasião em que foi chamado para ser Presidente da Igreja. Seus conselheiros foram trazidos do Conselho dos Doze. Consequentemente, todos os membros do Quórum da Primeira Presidência e do Conselho dos Doze receberam as chaves, os direitos e a autoridade pertencentes ao santo apostolado.

Cito Doutrina e Convênios:

“Do Sacerdócio de Melquisedeque, três sumos sacerdotes presidentes, escolhidos pelo grupo, designados e ordenados a esse ofício e apoiados pela confiança, fé e orações da igreja, formam o quórum da Presidência da Igreja” (D&C 107:22).

Quando o presidente adoece ou não consegue desempenhar plenamente os deveres de seu ofício, seus dois conselheiros formam o Quórum da Primeira Presidência. Eles realizam o trabalho diário da Presidência. Em circunstâncias excepcionais, quando somente um deles for capaz de desempenhar suas funções, ele poderá agir na autoridade do ofício da Presidência como estabelecido em Doutrina e Convênios, seção 102, versículos 10–11. (…)

Os Conselheiros na Primeira Presidência conduzem o trabalho diário desse ofício. Mas quaisquer assuntos de maior importância quanto a normas, procedimentos, programas ou doutrinas são considerados fervorosa e deliberativamente pela Primeira Presidência e pelos Doze em conjunto. Esses dois quóruns, o Quórum da Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos, reúnem-se, com total liberdade de expressão, para decidir todos os assuntos de importância vital.

Novamente cito as palavras do Senhor: “E toda decisão tomada por um desses quóruns deve sê-lo pelo voto unânime do mesmo; isto é, cada membro de cada quórum deve concordar com suas decisões, a fim de que estas tenham o mesmo poder ou validade entre si” (D&C 107:27). (…)

Que fique bem claro para todos que Jesus Cristo está à frente desta Igreja que leva Seu santo nome. Ele zela por ela. Ele a guia. À direita do Pai, Ele dirige esta obra. Ele tem o direito, o poder e a opção de chamar homens para altos e santos ofícios e de desobrigá-los de acordo com Sua vontade, chamando-os de volta ao lar. Ele é o Mestre da vida e da morte. Não me preocupo com as circunstâncias em que nos encontramos. Aceito-as como uma expressão de Sua vontade. Igualmente, aceito a responsabilidade, com meus irmãos, de fazer todo o possível para levar avante esta santa obra, em espírito de consagração, amor, humildade, dever e lealdade.10

4

Os apóstolos são testemunhas especiais do nome de Cristo em todo o mundo.

Depois de [serem] ordenados ao santo apostolado e designados membros do Conselho dos Doze, é esperado que se dediquem primordialmente à obra do ministério. Eles colocarão em primeiro lugar na vida, acima de todas as demais considerações, a responsabilidade de serem testemunhas especiais do nome de Cristo em todo o mundo. (…)

Como todos nós, eles são humanos. Têm qualidades e fraquezas humanas. Daqui em diante, contudo, para o resto de seus dias, enquanto forem fiéis, seu principal cuidado deve ser a continuação da obra de Deus na Terra. Eles terão de preocupar-se com o bem-estar dos filhos de nosso Pai, dos que estão dentro ou fora da Igreja. Devem fazer tudo que puderem para confortar os que choram, dar forças aos fracos, encorajar os que vacilam, oferecer amizade aos solitários, alimentar os desfavorecidos, abençoar os enfermos, prestar testemunho do Filho de Deus, seu Amigo e Mestre, de quem são servos, não por crença, mas por conhecimento concreto. (…)

Presto testemunho da fraternidade, devoção, fé, industriosidade que neles existe e do enorme serviço que prestam no progresso do reino de Deus.11

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Quórum dos Doze Apóstolos

O Quórum dos Doze Apóstolos, 1965. Sentados, da esquerda para a direita: Ezra Taft Benson, Mark E. Petersen (no braço da poltrona), Joseph Fielding Smith (presidente do quórum) e LeGrand Richards. Em pé, da esquerda para a direita: Gordon B. Hinckley, Delbert L. Stapley, Thomas S. Monson, Spencer W. Kimball, Harold B. Lee, Marion G. Romney, Richard L. Evans e Howard W. Hunter.

5

A Primeira Presidência e o Conselho dos Doze buscam revelação e total harmonia antes de tomarem decisões.

Nenhuma decisão emana das deliberações da Primeira Presidência e dos Doze sem total unanimidade entre todos os envolvidos. No início da análise das questões, pode haver diferenças de opinião. E isso é de se esperar. Cada um desses homens tem uma origem diferente. São homens que pensam por si mesmos. Mas, antes da tomada de uma decisão final, há unanimidade de mente e voz.

Isso é o esperado quando se segue a palavra revelada do Senhor (ver D&C 107:27, 30–31). (…)

[Quando] servi como membro do Conselho dos Doze e [quando] servi na Primeira Presidência, nunca foi tomada uma decisão importante sem que esse procedimento fosse seguido. (…) E é justamente nesse processo no qual os homens externam sua opinião que as ideias e os conceitos são examinados e peneirados. Mas nunca presenciei discórdia grave ou inimizade pessoal entre meus irmãos. Na verdade, sempre observei algo belo e notável — a união, sob a influência orientadora do Espírito Santo e sob o poder de revelação, de pontos de vista divergentes, até surgir harmonia total e pleno acordo. (…)

Não conheço nenhum outro corpo administrativo de qualquer espécie onde ocorra o mesmo.12

6

Um presidente de estaca é chamado por inspiração para servir como um consultor para os bispos e um líder para o povo.

O presidente da estaca é o líder chamado por revelação para servir como elo entre os bispos das alas e as Autoridades Gerais da Igreja. É uma responsabilidade extremamente importante. Ele recebe treinamento das Autoridades Gerais e, por sua vez, treina os bispos. (…)

O presidente da estaca é o consultor dos bispos. Todo bispo sabe que, quando tiver que lidar com um problema difícil, sempre haverá alguém prontamente à sua disposição que ele poderá procurar para compartilhar seu fardo e receber conselho.

O presidente da estaca proporciona uma segunda medida de segurança na avaliação da dignidade para se entrar na casa do Senhor. (…) O presidente também se torna um segundo filtro na avaliação da dignidade daqueles que vão representar a Igreja no campo missionário. Ele também entrevista o candidato e, somente quando se considerar satisfeito com a sua dignidade, vai endossar a recomendação. Ele também recebeu autoridade para designar os que foram chamados para servir missão e para desobrigá-los quando terminarem seu trabalho.

Mais importante que tudo, ele é o principal líder responsável pelas medidas disciplinares na estaca. (…) Ele possui a pesada responsabilidade de certificar-se de que a doutrina ensinada na estaca seja mantida pura e imaculada. É seu dever cuidar para que nenhuma doutrina falsa seja ensinada e que nenhuma prática falsa seja realizada. Se isso for feito por qualquer portador do Sacerdócio de Melquisedeque, ou qualquer outra pessoa em certas circunstâncias, ele deve aconselhar a pessoa e, se ela persistir nessa prática, então o presidente é obrigado a tomar certas medidas. Ele convocará o ofensor para apresentar-se perante um conselho disciplinar, no qual serão tomadas medidas para que seja designado um período probatório, ou para que a pessoa seja desassociada ou excomungada da Igreja.

Essa é uma tarefa extremamente penosa e ingrata, mas o presidente precisa encará-la sem medo nem favorecimentos. Tudo isso é feito em harmonia com a orientação do Espírito e conforme determinado na seção 102 de Doutrina e Convênios.

Subsequentemente, ele precisa fazer todo o possível para trazer de volta, no seu devido tempo, a pessoa que foi alvo da medida disciplinar.

Tudo isso e muito mais constituem as suas responsabilidades. Isso implica, portanto, que a sua vida deve ser exemplar perante as pessoas. (…)

Por causa da grande confiança que tenho neles, peço aos membros locais que não procurem as Autoridades Gerais para serem aconselhados ou abençoados. Seu presidente de estaca foi chamado pela mesma inspiração com que as Autoridades Gerais foram chamadas.13

7

Os bispos são os pastores do rebanho.

A [Igreja] pode vir a crescer e multiplicar-se numericamente, o que certamente acontecerá. O evangelho deve ser levado a todas as nações, tribos, línguas e povos. Não pode haver jamais no futuro uma interrupção ou malogro na busca, na continuidade, na construção e no crescimento de Sião em todo o mundo. Apesar disso, deve continuar a haver um relacionamento pastoral íntimo entre cada membro e um sábio e preocupado bispo ou presidente de ramo. São eles os pastores do rebanho, cuja responsabilidade é cuidar das pessoas em número relativamente pequeno, de modo que nenhuma seja esquecida, negligenciada ou descuidada. Jesus foi o verdadeiro pastor que buscou os que sofriam, um de cada vez, dando uma bênção individual a cada um.14

Os bispos da Igreja (…) são, de maneira muito real, os pastores de Israel. Todos [na Igreja] prestam contas a um bispo ou presidente de ramo. Os fardos que eles carregam são tremendos e eu convido todo membro da Igreja a fazer todo o possível para aliviar o fardo sob o qual nossos bispos e presidentes de ramo trabalham.

Precisamos orar por eles. Eles precisam de ajuda ao carregarem cargas tão pesadas. Podemos apoiá-los mais e depender menos deles. Podemos auxiliá-los de todas as maneiras possíveis. Podemos agradecer a eles por tudo o que fazem por nós. Nós os estamos desgastando rapidamente com os fardos que impomos a eles.

(…) [Todo bispo] é um homem que foi chamado pelo espírito de profecia e revelação, e designado e ordenado pela imposição de mãos. Cada um deles possui as chaves da presidência de sua ala. Cada um deles é um sumo sacerdote, o sumo sacerdote presidente de sua ala. Cada um deles carrega as enormes responsabilidades de sua mordomia. Cada um deles é como um pai para seu povo.

Nenhum deles é pago pelo serviço que presta. Nenhum bispo é remunerado pela Igreja por seu trabalho como bispo.

Os requisitos de um bispo hoje são iguais aos do tempo de Paulo, que escreveu a Timóteo (ver 1 Timóteo 3:2–6). (…)

Em sua epístola a Tito, Paulo acrescenta que “convém que o bispo seja irrepreensível, como administrador da casa de Deus (…);

Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes” (Tito 1:7, 9).

Essas palavras descrevem adequadamente um bispo nos dias de hoje em A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.15

Exorto a vocês, irmãos da Igreja, onde quer que estejam, quando enfrentarem problemas, que primeiro procurem resolvê-los pessoalmente. Reflitam a respeito deles, analisem alternativas possíveis, orem sobre o assunto e busquem a orientação do Senhor. Se não forem capazes de achar a solução por vocês mesmos, então falem com o bispo ou presidente de ramo. Ele é um homem de Deus, chamado pela autoridade do santo sacerdócio como pastor do rebanho.16

Sugestões para Estudo e Ensino

Perguntas

  • Por que precisamos de profetas vivos? O que mais chamou sua atenção sobre o “processo de refinamento” para o preparo e chamado de um Presidente da Igreja? (Ver seção 1.)

  • Quais são as suas impressões ao refletir sobre a descrição do Presidente Hinckley a respeito de como é escolhido um novo Presidente da Igreja? (Ver seção 2.) Por que é importante saber que o Presidente é escolhido de acordo com a “execução tranquila e simples de um plano divino que provê uma liderança inspirada e provada”?

  • Quais princípios e procedimentos o Senhor estabeleceu para o governo da Igreja se o Presidente não estiver capacitado para cumprir plenamente seus deveres? (Ver seção 3.)

  • Como os apóstolos dos últimos dias mostram preocupação por todos os filhos de Deus, “tanto os que são membros quanto os que não o são”? (Ver seção 4.) De que maneira as mensagens das conferências refletem essa preocupação? Como você se beneficiou dos ensinamentos de profetas e apóstolos vivos?

  • Estude os ensinamentos do Presidente Hinckley sobre como a Primeira Presidência e o Quórum dos Doze tomam decisões (ver seção 5). O que podemos aprender sobre a maneira como eles tomam decisões? Como podemos aplicar esses princípios em nossa família na Igreja?

  • Ao rever as seções 6 e 7, o que você aprende sobre os chamados de presidente de estaca e bispo? Como podemos apoiar de uma forma melhor nossos líderes na Igreja?

Escrituras Relacionadas

Efésios 2:19–20; 4:11–14; D&C 1:38; 21:1–6; Abraão 3:22–23; Regras de Fé 1:5–6

Auxílio Didático

“Testifique sempre que o Espírito o inspirar a fazê-lo e não só no fim das aulas. Crie oportunidades para seus alunos prestarem testemunho” (Ensino, Não Há Maior Chamado, 2009, p. 45).

Notas

  1. “Nos Conselheiros Há Segurança”, A Liahona, janeiro de 1991, p. 54.

  2. Conference Report, outubro de 1961, pp. 115–116; citando “Assombro Me Causa”, Hinos, nº 112.

  3. “Esta Obra Diz Respeito a Pessoas”, A Liahona, julho de 1995, p. 54.

  4. “Fortalecer Uns aos Outros”, A Liahona, junho de 1985, p. 4.

  5. “Não Tosquenejará Nem Dormirá”, A Liahona, julho de 1983, p. 7.

  6. “Crede em Seus Profetas”, A Liahona, julho de 1992, p. 54.

  7. “Vinde e Participai”, A Liahona, julho de 1986, p. 47.

  8. “Esta É a Obra do Mestre”, A Liahona, julho de 1995, p. 74.

  9. “A Igreja Prossegue”, A Liahona, janeiro de 1993, p. 61.

  10. “Deus Está ao Leme”, A Liahona, julho de 1994, p. 63.

  11. “Testemunhas Especiais de Cristo”, A Liahona, julho de 1984, p. 98.

  12. “Deus Está ao Leme”, p. 63.

  13. “O Presidente da Estaca”, A Liahona, julho de 2000, p. 59.

  14. “Esta Obra Diz Respeito a Pessoas”, p. 54.

  15. “Os Pastores de Israel”, A Liahona, novembro de 2003, p. 60.

  16. “Vivei o Evangelho”, A Liahona, janeiro de 1985, p. 87.