Capítulo 4: A Influência da Mãe

"Capítulo 4: A Influência da Mãe," Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph F. Smith, (1998)


Da Vida de Joseph F. Smith

OPresidente Joseph F. Smith tinha imenso carinho pelas mães. Sua própria mãe foi para ele um exemplo de determinação e fé. Ao descrever sua nobre influência, ele disse:“Lembro-me de minha mãe na época em que morávamos em Nauvoo [1839–1846]. Lembro-me de vê-la com seus filhos indefesos apressadamente reunidos em uma balsa, com uns poucos pertences que conseguiu tirar de sua casa quando a cidade de Nauvoo começou a ser bombardeada por seus inimigos. Lembro-me das dificuldades que a Igreja enfrentou naquele lugar e no caminho para Winter Quarters e no rio Missouri, e de como ela orou por seus filhos e sua família naquela fatigante jornada. (…) Lembro-me de todas as provações que tivemos para acompanhar o Acampamento de Israel até chegarmos aos vales destas montanhas. Sem parelhas de bois suficientes para puxar nossos carroções e sem os meios para comprar as parelhas necessárias, ela utilizou vacas e bezerros para puxar os carroções e atrelou um carroção a outro; de modo que partimos para Utah nessas tristes e desamparadas condições, mas minha mãe disse:‘O Senhor abrirá o caminho’, embora ninguém soubesse como. (…)

Acaso imaginam que essas coisas não deixem uma forte impressão na mente? Acham que posso esquecer o exemplo de minha mãe? Não. Sua fé e seu exemplo sempre estarão vívidos em minha lembrança. Como me sinto? A cada vez que respiro, todos os sentimentos de minha alma ascendem a Deus em gratidão por minha mãe ter sido uma santa, por ela ter sido uma mulher de Deus, pura e fiel, que preferia morrer a trair a confiança que nela fora depositada; que preferia sofrer com a pobreza e aflições no deserto e tentar manter sua família unida a permanecer em Babilônia. Esse foi o espírito que ficou imbuído nela e em seus filhos. Acaso seus filhos não seriam indignos de ter uma mãe assim caso se recusassem a ouvir e seguir seus conselhos? Por isso, digo: Deus abençoe as mães de Israel”. 1

Ensinamentos de Joseph Smith

A influência da mãe se estende de geração em geração.

Como amo e estimo a verdadeira maternidade! Nada abaixo do reino celestial pode sobrepujar o amor imortal que sinto pela doce, verdadeira e nobre alma que me deu à luz: Minha própria mãe! Que boa mulher foi ela! Quão verdadeira! E pura! Era realmente uma santa! Uma nobre filha de Deus! Devo a ela minha própria existência bem como meu sucesso na vida,par a par com a benevolência e misericórdia de Deus! 2

Como regra geral, as mães de Sião, as mães de Israel, são as melhores mulheres que vivem na Terra, as melhores que podem ser encontradas em todo o mundo. (…) A boa influência que uma boa mãe exerce sobre os filhos é como o fermento lançado em uma medida de farinha até que tudo esteja levedado; e sua influência se estende não apenas a seus próprios filhos,mas os amigos de seus filhos também a sentem, e isso tem bons resultados.

Irmãs, vocês não fazem idéia de até onde se estende sua influência. A mãe bem-sucedida na criação de um bom rapaz ou moça, fazendo com que imite seu exemplo e siga seus preceitos na vida, planta sementes de virtude, honra, integridade e retidão em seu coração,que serão sentidas durante toda a sua vida;e aonde quer que vá esse rapaz ou moça, depois de adulto, seja qual for seu círculo social, a boa influência do exemplo daquela mãe sempre será sentida; e nunca morrerá, porque se estenderá deles para seus filhos, de geração em geração. Esperamos em particular que isso aconteça no evangelho de Jesus Cristo. 3

Em minha infância (…) fui ensinado a crer na divindade da missão de Jesus Cristo. Fui ensinado por minha mãe, que era realmente uma santa, que Jesus Cristo é o Filho de Deus; que Ele foi realmente o Unigênito de Deus na carne e que, portanto, o próprio Deus, o Pai Eterno, é Seu Pai e o autor de Sua existência no mundo. Isso foi-me ensinado por meu pai, pelo Profeta Joseph Smith, por minha mãe que aceitou o evangelho porque acreditava no testemunho de Joseph Smith, e ela acreditava na honra, integridade e veracidade de seu marido; e durante toda a minha infância e em todos os meus anos no mundo apeguei-me a essa crença. Na verdade, jamais tive grandes dúvidas em minha mente, mesmo na minha infância. 4

Grandes são as responsabilidades das mães de Israel.

O papel da mãe é o alicerce da felicidade no lar e da prosperidade da nação. Deus deu obrigações muito sagradas aos homens e às mulheres com respeito à maternidade. 5

Creio que as melhores mães do mundo devem ser encontradas, como geralmente o são, entre os santos dos últimos dias. Creio que as melhores esposas de todo o mundo são encontradas entre os santos dos últimos dias. Não conheço nenhuma outra mulher no mundo que tenha a mesma compreensão do papel da esposa e da mãe como as santas dos últimos dias. Nosso relacionamento pessoal não se destina apenas a esta vida. (…) Vivemos nesta vida e para toda a eternidade. Formamos relacionamentos e laços para esta vida e para toda a eternidade. Nosso afeto e nosso desejo são preparados para perdurar não apenas por toda a vida mortal ou física, mas por toda a eternidade. 6

Prosperaremos e edificaremos Sião na Terra; porque essa é nossa missão, e a obra de suas mães e filhas de Sião — as mães de hoje e depois as filhas que, por sua vez, serão mães em Israel. Grandes são as suas responsabilidades. Dependem de vocês o treinamento e a orientação dos pensamentos e da inspiração do coração de seus filhos, pois eles absorvem o espírito da mãe, e a influência da mãe sobre os filhos é a mais duradoura impressão que pode ser deixada. Nada há que seja tão indelével quanto a influência da mãe; isto é, quando ela é boa, tem o espírito do evangelho no coração e cria os filhos no caminho em que devem trilhar. 7 Nossas mães e as mães de nossos filhos, as quais têm o coração cheio de solicitude pelo bem-estar de seus filhos, depois que recebem o dom do Espírito Santo, pela imposição de mãos, podem ir para seu quarto e curvar-se perante Deus e comungar com Ele como nenhuma mãe na Terra é capaz de fazer, se apenas observarem os princípios que aceitaram e viverem à altura dos privilégios que receberam. Pela influência que terão sobre o coração de seus filhos, elas os conduzirão pelo caminho da verdade e retidão e os criarão na doutrina e na admoestação do Senhor, no amor pela verdade, na obediência a Seus mandamentos, de uma forma que as que não possuem esses privilégios, bênçãos e investiduras tão generosamente concedidos às mães em Israel não conseguem fazer. 8

Não pode haver felicidade genuína longe e distante do lar, e todo esforço feito para santificar e preservar sua influência é enlevadora para aqueles que se esforçam e sacrificam para seu estabelecimento. Homens e mulheres freqüentemente buscam substituir a vida no lar por outro tipo de vida; eles forçam-se a crer que o lar significa restrição; que a maior liberdade está na total oportunidade de movimentar-se à vontade. Não existe felicidade sem serviço, e não há serviço maior do que aquele que converte o lar em uma instituição divina e que promove e preserva a vida em família.

(…) As mais fortes lembranças da infância são as que giram em torno do lar, e as mais ternas recordações da velhice são as que evocam as amizades da juventude e do feliz ambiente a seu redor. 9

No lar, a mãe é a principal disciplinadora na tenra infância do filho, e sua influência e disciplina determinarão em grande parte a capacidade de seus filhos de assumir na vida adulta os mais amplos governos da Igreja e do estado. 10

Com toda a sinceridade espero que as mães de Israel protejam muito zelosa e cuidadosamente a vida de suas filhas e filhos. Eu gostaria que estivesse a meu alcance a capacidade de possibilitar todas as mães a terem a alegria e a inefável satisfação de criar seus filhos e filhas de modo que estejam acima de qualquer reprovação e acima do poder do pecado. 11

O amor de uma verdadeira mãe chega a ser semelhante ao amor de Deus.

Nenhum amor no mundo pode se igualar ao amor de uma verdadeira mãe.(…) Já me perguntei algumas vezes:Como seria possível o próprio Pai amar Seus filhos mais do que minha mãe amou os seus? Ela era minha vida; minha força, meu incentivo; era o amor que gerava amor ou afeição em mim. Eu sabia que ela me amava de todo o coração. Ela amava seus filhos do fundo de sua alma. Ela se esforçava e trabalhava e se sacrificava dia e noite, para proporcionar o conforto físico e as bênçãos que ela modestamente podia oferecer aos filhos, por meio de seu próprio trabalho. Não havia sacrifício pessoal de seu tempo, lazer ou satisfação, ou oportunidade de descanso que sequer chegasse a ser por um instante levado em consideração, quando comparado a seu dever e seu amor para com seus filhos.

Quando eu tinha quinze anos de idade e fui chamado para ir a um país estrangeiro para pregar o evangelho — ou aprender como fazê-lo, e aprender sozinho — a mais forte âncora que tinha na vida e que me ajudou a manter firmes a minha ambição e desejos, mantendo-me equilibrado e firme, foi o amor que a pessoa que me trouxe ao mundo tinha por mim.

Eu era apenas um menino, totalmente imaturo de juízo, sem os benefícios da educação, jogado no meio das maiores seduções e tentações que um homem ou rapaz podia ser submetido — mas sempre que essas tentações se tornavam mais sedutoras e fortes, o primeiro pensamento que me vinha à mente era este: Lembrese do amor de sua mãe. Lembre-se de como ela se esforçou para seu bem-estar. Lembre-se de como estava disposta a sacrificar a vida pelo seu bem. Lembre-se do que ela lhe ensinou em sua infância. (…) Esse sentimento por minha mãe tornou-se uma defesa, uma barreira que me separava da tentação, de modo que eu conseguia desviar-me da tentação e do pecado com a ajuda do Senhor e o amor que tinha na alma por aquela que eu sabia que me amava mais do que qualquer outra pessoa no mundo, e mais do que qualquer outro ser vivo poderia me amar. (…) A verdadeira mãe, a mãe que tem o temor de Deus e o amor pela verdade na alma, jamais fugiria do perigo ou do mal deixando seu filho exposto a essas coisas. Mas tal como é natural que as faíscas se levantem para voar, tal como é natural que respiremos o fôlego da vida, se houver um perigo que ameace o filho, ela se colocará entre o perigo e o filho; ela defenderá o filho até o fim. Sua vida de nada vale quando comparada à vida do filho. Esse é o amor que a verdadeira mãe tem por seus filhos.

Aprendi a ter imenso carinho pelo amor da mãe. Sempre digo, e repito, que o amor da verdadeira mãe é o que mais se aproxima do amor de Deus dentre todos os tipos de amor. 12

Talvez o mais perfeito ideal na arte de curar seja a mãe cujo terno e bondoso amor assume a tarefa de remover o sofrimento de uma punição merecida ou imerecida. Seu amor cura todas as feridas! Seus carinhos aliviam a dor e confortam! O exemplo de sua vida é a sabedoria que o amor ensina. 13

Nada existe entre o céu e a Terra que compense fazer algo que aflija ou magoe minha mãe. Por quê? Porque ela me amou e teria morrido por mim muitas vezes, se isso fosse possível, apenas para me salvar. Por que eu deveria afligi-la, por que eu deveria desapontá-la? Por que eu deveria seguir por um caminho que fosse contrário à vida dela e aos ensinamentos que me deu, pois ela ensinou-me honra, virtude, verdade, integridade ao reino de Deus, e ensinou-me não apenas por preceito mas também pelo exemplo. 14

Não posso expressar a alegria que sinto ao pensar em encontrar-me com meu pai, minha querida mãe, que me deu à luz em meio à perseguição e pobreza, que carregou-me nos braços e foi paciente, terna e verdadeira em todos os meus momentos de desamparo no mundo. Quem pode expressar a alegria que sinto ao pensar em revê-la?

Deus abençoe as mães de Sião.

Deus abençoe as mães de Sião, e os filhos e filhas de Israel, e mantenha nossos filhos longe dos caminhos do mundo, da transgressão e da tentação que os desviam do caminho. Que o poder de Deus esteja sobre toda a família da fé. 16 Olho para essas mães em Israel, que receberam o dom do Espírito Santo, que nasceram de novo, (…) as filhas de Israel que nasceram da água e do Espírito e que receberam o dom do Espírito Santo, pela imposição de mãos daqueles que possuíam autoridade para transmitir esse poder e dom às filhas de Sião, bem como aos filhos de Sião. Creio que toda mãe tem o direito de (…) saber o que fazer em sua família e em sua esfera, com relação a seus filhos, para orientá-los e guiá-los; e que essa mãe e toda mãe que possuir esse espírito tem o dom de revelação, o dom de inspiração e o dom do conhecimento, que é o espírito de profecia, o espírito de discernimento, um dom de Deus para elas, para governar sua família e liderar seus filhos no caminho da verdade e retidão. 17

Sinto em meu coração o desejo de abençoá-las, mães e irmãs, com todo meu coração e com todo o poder e autoridade que possuo no sacerdócio, que é segundo a ordem do Filho de Deus. (…) Tenho o direito e a autoridade no sacerdócio para abençoar Israel, e para abençoar os que são fiéis, em especial; e sinto em meu coração que devo abençoá-las. 18

Sugestões para Estudo

  • O que lhes impressionou mais na descrição que o Presidente Smith fez de sua mãe? Que qualidades de retidão vocês vêem no exemplo dado pelas mães que conhecem?

  • Por que a maternidade é “o alicerce da felicidade no lar e da prosperidade da nação”? Quais são as “sagradas obrigações” dos homens e mulheres “com respeito à maternidade”?

  • De que modo nossa compreensão da condição eterna da família influencia nossas ações e atitudes em relação às mães e à maternidade?

  • Como a mãe influencia a mente e o coração dos filhos para a retidão? Como vocês foram abençoadas pela influência de uma mãe em Sião?

  • Que desafios os pais enfrentam hoje em dia para criar seus filhos “no amor à verdade, na obediência aos mandamentos [de Deus]”? De que modo os pais podem lidar com esses desafios?

  • Que bênçãos espirituais o Presidente Smith disse que as mães de Israel que receberam o dom do Espírito têm o direito de ter? Como as mães podem usar esses dons para ajudar seus filhos a seguir pelo caminho da retidão?

  • De que modo o amor e os ensinamentos da mãe se tornam “uma defesa, uma barreira [que nos separa] da tentação”?

Exibir Referências

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    1.  Deseret News: Semi-Weekly, 5 de janeiro de 1892, p. 3; parágrafos acrescentados.

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    2.  Life of Joseph F. Smith (A Vida de Joseph F. Smith), comp. Joseph Fielding Smith (1938), p. 452.

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    3.  Deseret News: Semi-Weekly, 5 de janeiro de 1892, p. 3.

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    4.  Gospel Doctrine, 5.a ed. (1939), p. 494.

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    5.  Gospel Doctrine, p. 288.

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    6. “General Conference of the Relief Society” (Conferência Geral da Sociedade de Socorro), Relief Society Magazine, junho de 1917, p. 316.

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    7.  Deseret News: Semi-Weekly, 5 de janeiro de 1892, p. 3.

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    8. Conference Report, abril de 1912, p. 7.

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    9.  Gospel Doctrine, pp. 300–301.

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    10.  Gospel Doctrine, p. 290.

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    11. “General Conference of the Relief Society”, pp. 316–317.

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    12.  Gospel Doctrine, pp. 314–315.

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    13.  Gospel Doctrine, p. 264.

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    14.  Gospel Doctrine, p. 463.

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    15.  Gospel Doctrine, p. 429.

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    16. Conference Report, abril de 1907, p. 118.

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    17. Discurso proferido na casa de A.W. McCune, 14 de novembro de 1913, Historical Department Archives, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

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    18. “General Conference of the Relief Society”, p. 320.