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Responsabilidade Para Com Os Pais


Lição 16

Responsabilidade Para Com Os Pais

O propósito desta lição é encorajar-nos a amar e honrar nossos pais.

Por que Devemos Honrar Nossos Pais?

Os quatro primeiros dos Dez Mandamentos dizem-nos como devemos relacionar-nos com o Pai Celestial e nossa responsabilidade para com Ele. O quinto mandamento nos fala da responsabilidade para com nossos pais terrenos.

• Ler Êxodo 20:12. Por que o Pai Eterno nos deu o mandamento de honrar nossos pais?

Como acontece com todos os mandamentos, o Salvador é o exemplo de como devemos guardar o mandamento de honrar nossos pais. Mesmo na hora de Seu sofrimento na cruz, Jesus demonstrou preocupação por Sua mãe terrena. (Ver João 19:26–27.)

Temos a tendência de pensar que honrar nossos pais significa meramente obedecer-lhes. Não há dúvida, porém, de que o Senhor tinha em mente mais do que isso, quando disse: “Honra a teu pai e a tua mãe”. Os dicionários dão diversas definições da palavra honra. A maioria delas se relaciona à consideração, ao respeito, estima e admiração e alta reputação. Honrar pai e mãe significa mais do que prestar-lhes obediência e respeito. Significa amá-los sem restrições, porque desejamos. Se realmente honramos nossos pais, desejamos obedecer aos seus justos desejos e escutar seus sábios conselhos.

Muitos têm pais dignos de respeito e amor, dignos de serem honrados. Outros, que talvez não possuam tais sentimentos por seus genitores, poderão achar difícil honrá-los. No entanto, ninguém está isento de honrar seus pais, não importa quão difícil possa parecer. Se nossos pais não guardam os mandamentos, podemos pôr em dúvida se merecem ser honrados; mas o quinto mandamento simplesmente manda honrá-los e não nos isenta de tal responsabilidade acrescentando qualificações tais como “se forem membros da Igreja”, “se forem ricos, saudáveis ou educados” ou “se merecerem ser honrados”.Devemos seguir o exemplo de “uma jovem que estava decidida a melhorar seu relacionamento com os pais e buscou o Pai Celestial em oração sincera. Enquanto estava orando, decidiu agradecer ao Senhor pelos pais, embora nunca tivesse feito isso antes. Ao proferir as palavras de agradecimento, sua mente encheu-se instantaneamente de razões pelas quais deveria ser grata aos pais. Levantou-se cheia de novo amor e compreensão por duas pessoas que percebeu serem tão filhas de Deus quanto ela própria”. (Buscai-me em Todo Pensamento, Moças, Curso 1, p. 36.)

• Quais são algumas razões pelas quais devemos honrar os pais e demonstrar-lhes gratidão?

• Como o fato de honrarmos nossos pais ajuda-nos a mostrar amor ao Pai Celestial?

“Um casal americano, em visita à Europa, estava jantando na casa de um médico, e ficou impressionado com a cortesia e estima demonstrada à avó, que era parte da família. O médico pareceu surpreso ao ser-lhe mencionado isso, e respondeu: ‘Deus usou os pais para nos criar. Não podemos desonrá-los, sem desonrar a Deus’.” (Family Home Evening Manual 1967, p. 172)

Como Podemos Honrar Nossos Pais?

• Ler Efésios 6:1–3. Como Paulo sugere que devemos honrar nossos pais? Que restrição faz ele à nossa obediência? Qual o significado da frase “Obedecer [lhes] no Senhor”.

Podemos honrar nossos pais de outra forma, além dessa. Uma jovem irmã, Estilla Ayala, contou como aprendeu a cumprir esse mandamento.

“Desde quando eu tinha cinco anos de idade, até os dezoito, nossa vida familiar foi muito infeliz. Eu era a mais velha dos nove filhos, e ficava amargurada vendo minha mãe e irmãos mais novos sofrerem tanto com o temperamento violento de um pai alcoólatra. Freqüentemente imaginava o que fazer para trazer um pouco de felicidade ao nosso lar.

Quando eu tinha 14 anos de idade e estava no ginásio, alguém me disse que um dos mandamentos de Deus era honrar pai e mãe. Bastante interessada, perguntei como poderia fazê-lo. Disseram-me que estudasse e fosse uma boa aluna, pois isso tornaria meus pais felizes e eu estaria guardando o mandamento. Fiquei contente e pensei que poderia levar um pouquinho de felicidade ao nosso lar. Comecei a estudar com a intenção de ser a melhor aluna da classe; decidi que meu comportamento seria o da melhor filha em toda a cidade. Todos me amavam e respeitavam por isso, mas nada mudou em casa.Pensando em algo mais que pudesse fazer, pedi outro mandamento de Deus e foi-me dito que amasse meu próximo como a mim mesma. Por isso comecei a trabalhar num hospital para poder servir aos doentes, alguns deles muito pobres, e acabei sentindo um amor muito especial por todos eles. Sentia-me feliz ao cumprir esse mandamento, mas em casa tudo continuava na mesma. Para piorar as coisas, meu irmão começou a fumar e beber, e não aceitava meus conselhos.

Nessa época eu estava com 18 anos e parecia que todos os meus esforços tinham sido inúteis. Continuava, porém, tendo grande fé em Deus e não perdi a coragem. Ainda sentia que havia algo mais que eu poderia fazer.

Logo depois, saí de casa para fazer alguns estudos específicos. Pensava constantemente em minha família e ficava imaginando o que estaria acontecendo em casa. Vinte e dois dias mais tarde, fui visitá-los e minha mãe recebeu-me chorando. Pensei que algo terrível tivesse acontecido, mas ela me abraçou e disse: ‘Desde que você foi embora, seu pai nunca mais bebeu’.

Como me senti feliz! Meu pai me abraçou, e depois de entrarmos em casa, minha mãe contou-me que, na noite de minha partida, alguns missionários mórmons tinham aparecido em casa. ‘Seu pai já leu quase todo o Livro de Mórmon e vai ser batizado’, disse ela. Fiquei surpresa!

Meu pai se tornou como uma criancinha. Eu podia ver o arrependimento e a humildade em seus olhos. Ele mudara completamente; deixou de fumar e beber ao mesmo tempo, e tentava guardar os mandamentos que os missionários lhe estavam ensinando. Passou a tratar-me como uma rainha, dispensando igual tratamento à minha mãe e irmãos.

Como resultado, toda minha família foi batizada: meus pais e os cinco filhos com idade suficiente, incluindo eu mesma. Meu pai, com 40 anos de idade, tornou-se o melhor pai do mundo, com uma humildade incomum; e meu irmão logo sairá como missionário. O que mais alguém poderia pedir? Sei que meus sacrifícios não foram em vão, e sei que o evangelho de Jesus Cristo tornou nosso lar o mais feliz do mundo!” (“The Change in My Father”, Ensign, fevereiro de 1975, pp. 42–43)

• Como a irmã Ayala honrou seus pais? Como podemos aplicar o que ela fez em nossa própria vida?

Outra jovem irmã, Lois Christensen, contou como honrou seus pais:

“Tenho certeza de que minha professora da Escola Dominical não se deu conta da impossibilidade de seu pedido. Ela nos pedira que prometêssemos dizer a nosso pai que o amávamos, e queria que fizéssemos isso na semana seguinte.Parecia tão simples, mas eu sabia que não conseguiria fazê-lo. Disse a mim mesma que, se eu tivesse o mesmo tipo de pai de algumas das outras jovens, poderia dizer-lhe tais palavras. Meu pai era completamente inativo na Igreja, e me parecia insensível e sem possibilidade de comunicação. Durante anos, não conversamos seriamente sobre coisa alguma. Além disso, ‘eu amo você’ era uma frase que jamais fora pronunciada em minha família. Senti que nunca poderia fazer o que minha professora acabara de pedir.

Depois da última oração, esperei até que os outros tivessem saído e me aproximei dela.

‘Irmã Innes, é muito bom o que a senhora nos pediu, mas acho que no meu caso estou desculpada, não é? A senhora sabe como é o meu pai e, bem (…) eu nunca poderia dizer-lhe algo parecido.’

A irmã Innes, porém, não estava convencida disso. Olhou-me nos olhos e disse: ‘Não importa o que o seu pai é ou faz; ele precisa ouvir essas palavras de você, da mesma forma que qualquer outro pai. Prometa que vai cumprir a designação’.

Eu concordei, e nos dias seguintes, senti-me como se tivesse um grande fardo sobre os ombros, fardo que eu sabia que só seria tirado de mim quando cumprisse minha promessa. Certa noite, depois de os outros terem ido para a cama, esperei nervosamente o momento certo de dizer aquelas palavras. Meu pai estava fumando e levantou-se para jogar as cinzas no cinzeiro. Com voz vacilante, nervosa e quase inaudível, eu disse: ‘Pai, eu amo você’.

Ele estava de costas para mim e não se virou nem disse ou fez coisa alguma. Achei que não havia ouvido e, fracamente, repeti: ‘Pai , eu amo você.’ Foi então que ele vagarosamente se virou para mim. Meu insensível, intocável pai tinha lágrimas descendo pelas faces. Ele colocou os braços em volta de mim, abraçou-me e beijou-me os cabelos. Segundo me lembro, foi a primeira vez em dezesseis anos de vida que meu pai e eu nos abraçamos”. (Como contado a Linda Marx Terry, “Telling My Father I Loved Him’, Ensign, fevereiro de 1978, p. 51.)

• O que fez essa irmã para honrar seu pai? Como poderia tal ato ajudar-nos a também honrar nossos pais?

• Discuta estas outras maneiras de honrar os pais. Escreva no quadro-negro as sugestões que julgar mais proveitosas para os membros da classe.

  • Promover a harmonia e unidade familiar.

  • Ser digna de confiança, boa, amorosa e obediente.

  • Nunca fazer coisa alguma que nos venha envergonhar, caso nossos pais nos vejam.

  • Mostrar respeito por nossos pais, em qualquer circunstância.

  • Ter consideração por seus sentimentos.

  • Dar-lhes motivo para terem orgulho de nós.

  • Ser pacificadoras e exemplos do evangelho de Cristo.

• O que podemos fazer para pôr em prática as sugestões acima? Como podemos honrar nossos pais, quando estamos com amigos? Acrescente idéias à lista do quadro-negro.

Às vezes, quando nos é lembrado que devemos honrar os pais, pensamos que esse mandamento se aplica principalmente às crianças. No entanto, não há limite de idade. Não importa a idade, o mandamento se aplica a todas nós.

• Mostre o auxílio visual 16-a. “Uma mulher cuidando da mãe idosa.”

“Quando Jesus esteve aqui na Terra, os judeus tinham mudado a lei que exigia que honrassem pai e mãe, dizendo que, se alguém prometesse dar à igreja o dinheiro que normalmente usava para ajudar seus pais, não tinha obrigação de atender às suas necessidades. Jesus fez-lhes ver que, com essa lei, estavam quebrando o mandamento de Deus; não estavam honrando pai e mãe.” (Ver Mateus 15:1–6.) (Family Home Evening Manual, 1967, p. 167)

• Mostre o auxílio visual 16-b: “Rute e Noemi”.

Na Bíblia, lemos a história de Rute que ficara viúva, com sua sogra, Noemi, e sua cunhada, Orfa. Noemi encorajou as duas noras a voltarem para seu antigo lar. Orfa assim o fez, mas Rute ficou com sua sogra, dizendo:

“(…) Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus;

Onde quer que morreres morrerei eu, e ali serei sepultada (…).“ (Rute 1:16–17)

Rute e Noemi voltaram então para a terra de Moabe, onde Rute foi apanhar espigas nos campos, a fim de prover o sustento da sogra idosa.

• Como Rute nos ensinou a cuidar das pessoas idosas?

O Presidente Joseph F. Smith disse: “Filhos, lembrem-se sempre de seus pais. Depois que eles os tiverem educado através dos tenros anos da infância, depois de tê-los alimentado, vestido e instruído, depois de lhes terem dado uma cama para descansar e feito tudo ao seu alcance para o seu bem, não os negligenciem, quando ficarem fracos e estiverem debilitados com o peso dos anos. Não os abandonem, pelo contrário, estabeleçam-se perto deles, e façam todo o possível para lhes proporcionar conforto e bem-estar”. [Doutrina do Evangelho, 5ª ed. (1939), p. 285]

• Qual é nossa responsabilidade para com o bem-estar físico de nossos pais? De que maneira podemos cuidar desse bem-estar?

Algumas pessoas têm pais que se opõem à sua entrada na Igreja. Entrando na Igreja e assim desobedecendo à vontade deles, talvez achem que quebraram o mandamento de honrar pai e mãe. Tal foi o problema enfrentado por Renée Pool Vorhaus, uma irmã judia:

“(…) como lutei com isto! Como poderia tornar-me mórmon, a não ser em pensamento? Todos os meus avós, tias, tios e primos haviam morrido no Holocausto da Segunda Guerra Mundial. A morte deles, assim como a morte de seis milhões de outros judeus, teria sido um desperdício. Se eu fosse agora professar publicamente que Jesus era o Cristo, não estaria, então, na realidade, declarando a vida deles desperdiçada? Durante séculos, os judeus haviam sofrido (…) por não se desviarem de seu compromisso e fé. Foram (…) perseguidos de país em país (…) sem proteção perante a lei do homem. (…)

Como podia eu agora repudiar e negar meu povo e sua afirmação de fé? (…)

Eu amava a recordação de minha família; amava a lembrança de meus antepassados; e amava o meu judaísmo. Mas agora encontrara a fonte de todo o amor, e para participar dela plenamente, compreendi que teria de me tornar mórmon.” (“O Deus de Meus Pais”, A Liahona, fevereiro de 1979, p. 32)

Em meio ao seu dilema, essa irmã recebeu um maravilhoso testemunho de que não havia nada mais importante na Terra do que ser membro da verdadeira Igreja. Seus pais, sem dúvida, tinham-na ensinado a procurar a verdade, a amar a Deus, a seguir os sussurros de seu coração e do Espírito. A decisão que ela tomou não foi de desrespeito, mas de obediência aos seus ensinamentos de obedecer a Deus e procurar a verdade. É com a filiação à Igreja que os conversos podem encorajar seus pais e outros a abraçarem o evangelho.

• De que forma a pessoa recém-convertida pode mostrar amor e respeito por seus pais?

Mesmo depois de nossos pais terem morrido, podemos honrá-los, levando o tipo de vida que lhes daria orgulho. Podemos também honrá-los, fazendo a história da família.

• De que maneira podemos continuar a honrar nossos pais depois de sua morte? Acrescente idéias à lista do quadro-negroPor meio das bênçãos do templo podemos unir nossa família para a eternidade. Tal privilégio se estende além de nossa família imediata, até nossos antepassados, que nos precederam aqui na Terra. Sobre isso diz o Élder Theodore M. Burton: “Foi-lhes (a nossos antepassados) feita a promessa de que, mesmo se nascessem numa época e lugar em que não poderiam ouvir a pregação do evangelho em vida, Deus providenciaria salvadores dentre seus descendentes, de modo que pudessem um dia receber todas as bênçãos que lhes foram prometidas. Nós somos esses salvadores”. [God’s Greatest Gift (1996), p. 233; grifo do autor] (Para informação adicional sobre história da família, ver a lição 20, “Nossa Responsabilidade para com a História da Família”, neste livro.)

Conclusão

Por meio de nossos pais, ganhamos um corpo físico e a oportunidade de ser provados nesta Terra. Foi-nos ordenado que honrássemos nossos pais. Todos devemos tentar fazê-lo, vivendo os princípios do evangelho e seguindo o exemplo de Jesus Cristo.

Desafio

Pense no que pode fazer para honrar seus pais. Prepare uma lista das coisas que você pode fazer diariamente para honrá-los. Planeje uma atividade em honra a seus avós. Nesta semana, faça questão de, pessoalmente ou por carta, dizer a seus pais que os ama e é grata por eles, apresentando pelo menos uma razão específica para isso.

Escrituras Adicionais

  • Levítico 20:9 (não amaldiçoar os pais)

  • Provérbios 6:20–22; 23:22–26 (seguir os ensinamentos dos pais)

  • Mateus 19:19 (honrar pai e mãe)

  • 1 Néfi 17:55 (Néfi ordena aos irmãos que honrem seus pais)

  • Doutrina e Convênios 98:16 (o coração dos filhos se volta aos pais)

Preparação da Professora

Antes de apresentar esta lição:

  1. Leia a seção “Responsabilidades Familiares”, capítulo 37 de Princípios do Evangelho.

  2. Se desejar, designe às irmãs a apresentação de histórias, escrituras ou citações da lição.