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O Que Os Mestres Familiares Podem Fazer Por Nós


Lição 17

O Que Os Mestres Familiares Podem Fazer Por Nós

O propósito desta lição é ajudar-nos a entender como os mestres familiares podem fortalecer nossa família e como podemos ajudá-los no cumprimento de sua responsabilidade.

A Responsabilidade dos Mestres Familiares

“Um presidente de estaca contou-nos que visitou, juntamente com outras pessoas, uma classe da Primária. Os visitantes receberam as boas-vindas, e a professora, procurando acentuar o significado da experiência na mente das crianças, perguntou a um pequenino sentado na primeira fila: “Quantas pessoas importantes temos aqui hoje?” A criança se levantou e começou a contar em voz alta, chegando a um total de dezessete, incluindo todas as pessoas que estavam na sala. Havia dezessete pessoas muito importantes naquela sala, contando as crianças e os visitantes!

É assim que Cristo Se sente a nosso respeito, e nós deveríamos fazer o mesmo”. (Marion D. Hanks, Conference Report, outubro de 1972, p. 167; Ensign, janeiro de 1973, p. 127)

Para o Pai Celestial, toda pessoa é importante.

O Senhor salientou a importância do indivíduo e da família quando revelou a Joseph Smith um plano pelo qual o sacerdócio poderia cuidar de todos. O Senhor instruiu os irmãos a “visitar a casa de todos os membros, exortando-os a oração em voz alta e em segredo”, “a cumprirem todas as obrigações familiares” (D&C 20:47) e a “zelar pela Igreja”. (D&C 84:111)

• Quem são esses mestres a quem é pedido que zelem pelas famílias da Igreja?

Hoje, esses homens são os mestres familiares. Chamados por Deus para zelar por Seu povo. Cabe-lhes fortalecer as pessoas para ajudá-las em suas experiências na vida, e a voltar à presença do Pai Celestial. Devem também ajudar cada indivíduo e família a viverem o evangelho mais completamente.O programa de mestres familiares é dirigido pelas Autoridades Gerais da Igreja. Os mestres familiares representam o Senhor, o bispo ou o presidente do ramo e o líder do quórum do sacerdócio. Eles ajudam o bispo ou o presidente do ramo a terem um relacionamento mais próximo com cada indivíduo e família da ala. Seu trabalho consiste também de ajudar a colocar os programas da Igreja à disposição de cada membro.

O mestre familiar é designado por portadores dignos do Sacerdócio de Melquisedeque. Seu companheiro pode ser um portador do mesmo sacerdócio, ou um jovem portador do Sacerdócio Aarônico. Os mestres familiares devem visitar cada membro em sua casa.

• Mostre o auxílio visual 17-a: “Mestres familiares visitando uma família”.

Certo irmão, ao ser chamado para ser mestre familiar, demonstrou o desejo de servir verdadeiramente as pessoas. Disse ele:

“Li em Doutrina e Convênios a seção que explica quais são os deveres do mestre familiar e fiquei particularmente impressionado com a idéia de (…) zelar pelas minhas famílias, estar com elas e fortalecê-las. (…) (Ver D&C 20.)

Fiz um convênio pessoal com o Senhor de que tentaria (…) “zelar por minhas famílias” (…) da maneira que Ele faria. (…)

Em uma das casas do meu distrito, vivia uma viúva. Certo dia, durante uma tempestade de neve, eu e minha mulher a vimos na rua, indo ao supermercado. Parei o carro e disse-lhe que teria prazer em levá-la. Disse-lhe que gostaria que ela me considerasse seu amigo e me concedesse o privilégio de poder ajudá-la, sempre que necessitasse.

‘Muito obrigada’, respondeu. ‘É a primeira vez que um mestre familiar faz algo parecido por mim.’

Certa noite, lembrei-me de que nunca a vira em nossas atividades, e decidi descobrir o motivo sem ofendê-la.

Ela foi muito gentil, quando eu e meu companheiro batemos à sua porta. (…)

Por fim, toquei no assunto referente às atividades.

‘Bem, admito que já fui convidada algumas vezes, mas nunca me senti parte do grupo. Ninguém mais me convidou e eu não quis incomodar.

Naquele mês, ela assistiu à primeira atividade com minha mulher e eu. Dificilmente alguém poderia ter demonstrado sua gratidão com mais entusiasmo. (…)

Algum tempo depois, ocorreu-me que ela não tinha cargo na ala.

Mencionei o fato ao meu líder de grupo, que falou com o bispo.Ela logo aceitou com gratidão um chamado para ensinar na Primária.

Por meio dessas experiências, aprendi que a posição do mestre familiar é semelhante à de um pai bondoso, que leva a ajuda e os benefícios do quórum da ala e até da Igreja a cada família e membro”. (“The Spirit of Home Teaching”, Improvement Era, junho de 1967, pp. 114–115)

• Como esse mestre familiar compreendeu a designação de zelar pelas famílias?

Podemos Ajudar os Mestres Familiares a Cumprirem Sua Responsabilidade

Devemos fazer com que os mestres familiares sejam bem-vindos em nosso lar, chamando todos os membros da família para receber a visita. Podemos sugerir-lhes que venham nos visitar em ocasiões em que toda a família esteja em casa. Todos os membros devem honrar e respeitar os mestres familiares e considerá-los bons amigos.

Nas horas de dificuldade ou emergência, devemos chamar nossos mestres familiares. Eles podem dar bênçãos, se não houver um portador do Sacerdócio de Melquisedeque no lar. Podemos ajudá-los a cumprir seu chamado, solicitando seu apoio espiritual nas horas difíceis. Certo mestre familiar conta de uma visita sua a uma senhora idosa, semi-inválida: “Ela expressou grande preocupação por um dos netos que no dia seguinte devia submeter-se a uma séria intervenção cirúrgica e perguntou se eu queria ajoelhar-me ao lado de sua cama para oferecer uma oração em favor do bem-estar da criança”. (Boyd K. Packer, A Liahona, julho de 1973, p. 9)

Os Mestres Familiares e o Chefe da Família

Os mestres familiares devem reconhecer, apoiar e fortalecer o chefe da família. Se houver um pai no lar, ele deve ser respeitado como patriarca—o membro da família que preside. Se não houver pai no lar, a mãe deve ser reconhecida como autoridade presidente, e os mestres familiares devem trabalhar por meio dela, ajudando-a em seu papel. Os mestres familiares também devem trabalhar diretamente com membros solteiros, viúvos e outros membros, ajudando-os a se fortalecerem e prestando-lhes assistência sempre que necessário.

Os mestres familiares são incentivados a conversar particularmente com o pai de cada família pela qual são responsáveis a fim de tomarem conhecimento dos problemas, necessidades e situação das famílias que lhes foram confiadas, podendo, conseqüentemente, ajudá-las de maneira mais eficaz a sobrepujar as dificuldades que enfrentam.

O relato seguinte mostra como dois mestres familiares tiveram sucesso em sua designação de ajudar uma família, trabalhando por intermédio do pai.“Roberto Gomes não era membro da Igreja. Sua mulher e filhos eram membros e por causa disso, os mestres familiares faziam-lhes muitas visitas. Essas visitas eram dirigidas especificamente aos membros da Igreja naquele lar. Por causa disso, Roberto sempre arranjava desculpas para não se apresentar na hora da visita. (…) Ocasionalmente ia à Igreja. (…)

Nos dois últimos anos, um novo mestre familiar foi designado para a família Gomes: o irmão Cerqueira. Depois de haver-se encontrado com a família e discutido o problema com o líder do sacerdócio, o mestre familiar sentiu-se profundamente inspirado a concentrar sua atenção no irmão Gomes. Nos meses seguintes, ele fez isso de forma deliberada e bem planejada. Por exemplo, ele [marcava a visita] com o irmão Gomes e só entrava em contato com os filhos do casal com permissão do chefe da família. Em várias ocasiões, foi àquela casa unicamente para ver o irmão Gomes. Nessas visitas, procurava saber como poderia ser útil a cada membro da família. A princípio, o irmão Gomes sentiu-se surpreso por essa deferência, pois não estava de acordo com o padrão costumeiro; mas logo começou a apreciar o irmão Cerqueira. Muitas visitas foram feitas àquela casa, mas raramente uma mensagem direta do evangelho era dirigida à família.

Certa noite, o irmão Cerqueira estava conversando particularmente com o Sr. Gomes em sua sala de visitas e perguntou: ‘Roberto, como aconteceu que, com toda sua família na Igreja, e com toda a atividade deles, você nunca se decidiu a ser também membro da Igreja?’ O irmão Cerqueira ficou estarrecido com a resposta: ‘Acho que foi porque ninguém me perguntou se eu estava interessado. Já li muita literatura da Igreja e creio nela tanto quanto você’.

Um mês depois, o irmão Roberto Gomes foi batizado, e hoje sua família está selada no templo.” (When Thou Art Converted, Sthrengthen Thy Brethren: A Study Guide for Melchizedek Priesthood Quorums, 1974–75, pp. 217–218)

• Quando os mestres familiares não sabem o que fazer para ajudar um casal, quando um deles não é membro ou é inativo, qual é a responsabilidade do outro cônjuge?

Os mestres familiares devem dar apoio ao chefe da família e perguntar-lhe regularmente como poderiam ser mais úteis.

Como os Mestres Familiares Podem Ajudar a Família

Os mestres familiares podem ajudar nossa família de muitas formas. Podem demonstrar como preparar e dirigir uma reunião familiar, incentivar-nos a desenvolver nossos talentos, oferecer conselhos que nos ajudem a resolver problemas e ajudar a aumentar a espiritualidade em nossa casa.Os mestres familiares devem adaptar a mensagem e o curso de ação às necessidades do indivíduo e da família. Eles têm o poder de abençoar, guiar e fortalecer os membros. Precisam, em especial, cuidar dos membros que vivem sozinhos e que freqüentemente se julgam solitários e precisam da segurança e o consolo de saber que os mestres familiares se importam com eles.

O Senhor espera que os pais ensinem o evangelho à sua família no lar. Ao fazê-lo, eles podem chamar os mestres familiares para ajudá-los. Em certa família, os pais, preocupados, pediram conselho e ajuda aos mestres familiares no sentido de aconselharem a filha de dezoito anos, que estava saindo com um rapaz que não era membro. Haviam encontrado séria oposição em seus esforços anteriores para persuadir a filha da inconveniência desse romance.

“O pai dirigiu-se em particular a seu mestre familiar e fez-lhe três pedidos. Disse ele: ‘Em sua próxima visita, eu gostaria de que desse uma mensagem especial para nossa família a respeito do casamento no templo e que prestasse testemunho do que esse princípio significa em sua vida, e que me informasse de sua visita com antecedência, pois desejo que minha filha esteja presente.

Depois de terem marcado o dia da visita, o mestre familiar e seu companheiro júnior deram a mensagem sobre o casamento no templo e prestaram testemunho das bênçãos advindas da obediência a essa ordenança sagrada. Não houve reação imediata por parte da jovem. O namoro continuou. Certa vez, tarde da noite, ao voltar do encontro com o rapaz, chegou-se ao lado da cama dos pais, na ponta dos pés, e sussurrou:

‘Sei que vocês estão preocupados com sua filha, mas hoje à noite decidi que só me casarei no templo. Sabem, desde que nosso mestre familiar deu aquela mensagem, tenho orado bastante, mas agora tenho a resposta para minhas orações. Não sairei mais com o Tom”. (Ver L. Brent Goates, “A New Dimension in Home Teaching”, Improvement Era, outubro de 1966, pp. 874–875)

• Como os mestres familiares ajudaram essa família?

Os mestres familiares podem ajudar os membros recém-batizados a se sentirem à vontade na Igreja, ajudando os missionários de estaca ou de tempo integral a darem as seis lições especiais para a integração de recém-conversos na Igreja. Eles podem ajudar os membros recentes a fazerem novos amigos, cada um segundo sua idade, e fazer com que todos os membros da família participem das atividades da Igreja.

Os mestres familiares devem preocupar-se com o bem-estar físico e espiritual da família. Depois de dar uma mensagem espiritual e orar, um mestre familiar disse: “Faz quatro dias que chove. Como está o telhado de sua casa? Se precisar de conserto, pode me telefonar”. (George Barber, “Home Teaching—Great Potential for Service”, Improvement Era, março de 1968, p. 39)

Depois de um terremoto, no Peru, dois missionários receberam a incumbência de localizar os membros da Igreja de sua área e descobrir as suas necessidades. Um deles relatou:

“Perguntei se alguém sabia onde podíamos encontrar o Hermano Cardenas, primeiro conselheiro do presidente do ramo. Fui instruído a dirigir-me a uma área que ficava perto da parte de trás do acampamento. (…) Depois de nos cumprimentarmos (…) perguntei-lhe se tinha idéia de como poderíamos encontrar os outros irmãos e irmãs do ramo. (…)

Ele tirou do bolso da calça uma folha de papel dobrada, toda amassada, e a estendeu para mim. ‘Élder, disse ele humildemente, ‘fizemos o que você nos ensinou, quando instruiu o quórum dos élderes. Enviamos os mestres familiares! Naquele pedaço de papel sujo, estava escrita a localização, situação e estado de saúde de todas as famílias do ramo, com exceção de duas—informações conseguidas pelos mestres familiares!” (H. Bruce Bowman, “Home Teachers in an Earthquake, Ensign, março de 1978, p. 67)

• Como tal informação pode ajudar-nos em caso de emergência?

O irmão George Durrant contou-nos como um mestre familiar ajudou sua família:

“Ele vinha freqüentemente à nossa casa. Quando chegava, chamava cada um de nossos filhos pelo nome e falava a cada um em particular. Escutava cuidadosamente tudo o que falavam. As crianças sabiam que ele se importava com elas.

Quando nossos bebês foram abençoados, ele estava ao meu lado, junto com os demais portadores do sacerdócio que ministraram a bênção. Quando nossos filhos se aproximaram da idade de serem batizados, falou-lhes sobre a importância dessa grande ordenança. Ao entrarem nas águas, lá estava como testemunha e regozijou-se conosco. Impôs as mãos sobre a cabeça deles, junto com as minhas, quando os confirmei membros da Igreja. Na ocasião em que nosso filho mais velho foi ordenado diácono, esse homem veio congratular-se conosco.

Quando tive que me ausentar da cidade a negócios, telefonava diariamente para minha casa, a fim de saber se minha família estava bem. Toda semana, ao entrarmos na capela, ele nos procurava para nos cumprimentar. Certa vez, quando fiquei doente, ele e outro irmão vieram à nossa casa para dar-me uma bênção. Muitas vezes ajoelhou-se com nossa família e orou conosco.Jamais pregou a nós, embora a forma como nos ouvia nos fizesse desejar sermos melhores. Não era conhecido como um grande professor nem como um erudito, mas, por meio dele, sentíamos força e sabedoria. Ele irradiava um espírito que nos levava a respeitá-lo e confiar nele. Não era tanto o que dizia que influenciava, mas aquilo que ele era.” (George Durrant, “The Man I Remember Best”, Improvement Era, maio de 1970, p. 42)

• Peça a uma irmã que conte como os mestres familiares ajudaram sua família.

Conclusão

Os mestres familiares representam o Senhor, o bispo ou presidente do ramo, e o quórum do sacerdócio no fortalecimento espiritual, temporal e emocional das famílias. Podem ajudar as famílias que lhes foram designadas a apreciarem os programas da Igreja, e incentivá-las a cuidar de suas responsabilidades para com a família e para com a Igreja. Os mestres familiares trabalham com o chefe de cada família para fortalecer o lar e preparar a família para a exaltação.

Desafio

Convide os mestres familiares a participarem de uma reunião familiar especial, numa noite que não seja a de segunda-feira. Chame os mestres familiares nas horas de necessidade. Mantenha-os informados de sua situação e dificuldades pessoais e familiares.

Escrituras Adicionais

  • II Timóteo 2:2 (homens fiéis para ensinarem os outros)

  • Doutrina e Convênios 20:46–47 (sacerdotes para visitar e exortar)

  • Doutrina e Convênios 44:6 (élderes para visitar os pobres e necessitados)

  • Doutrina e Convênios 82:19 (todo homem procurando o interesse do próximo)

Preparação da Professora

Antes de apresentar esta lição:

  1. Leia Doutrina e Convênios 20:46–47.

  2. Designe uma irmã para falar resumidamente sobre como os mestres familiares ajudaram sua família.

  3. Se desejar, designe às irmãs a apresentação de histórias, escrituras ou citações da lição.