Pureza Pessoal através da Autodisciplina

Moças – Manual 1, 1992


Objetivo

Ajudar cada aluna a compreender como a autodisciplina pode ajudá-la a viver virtuosamente.

Preparação

  1. 1.

    Preparar cinco tiras de papel para usar após o relato da história sobre Ana.

  2. 2.

    Designar algumas jovens para apresentarem escrituras , histórias ou citações, se desejar.

Sugestão para o desenvolvimento da lição

Podemos Aprender a Disciplinar a Nós Mesmas

História

Aplausos estrondosos encheram a sala de concertos. Um dos maiores violinistas do mundo acabara de dar um recital. Entusiasmada, uma mulher abriu caminho até o palco, na esperança de expressar admiração ao grande artista. Quando finalmente o alcançou, apertou-lhe a mão e disse, exuberantemente: “Ah, eu daria minha vida para poder tocar como o senhor!” Ele respondeu prontamente: “Minha senhora, foi isso que eu fiz!”

Debate

• O que vocês acham que o violinista precisou fazer para dominar a arte de tocar violino? (Usar a autodisciplina para estudar, renunciar a algumas coisas que poderiam ser mais fáceis ou mais divertidas, ter o desejo, arranjar um excelente professor, estabelecer a meta de ser um grande artista.)

Explique-lhes que muito do que fazemos ou não fazemos é determinado pela habilidade que temos em disciplinar-nos. Esta disciplina inclui tanto realizar tarefas difíceis como não realizar outras.

• Quais são algumas coisas que vocês precisam fazer dia após dia, e que lhes parece difícil? (Deixe que as alunas respondam.)

• Como deixamos de fazer coisas que sabemos que não devemos fazer?

Peça às alunas que se imaginem nas seguintes situações:

  1. 1.

    Seu irmão gosta de contrariá-la. Ele acabou de dizer algo que lhe deu vontade de gritar com ele ou até bater-lhe. Você consegue controlar-se?

  2. 2.

    É domingo de jejum, e você está com fome, mas ainda não é hora de comer. Consegue agüentar até o momento de quebrar o jejum?

Apresentação pela professora

• Vocês estão sentindo dentro de si uma luta interior, ao mencionarmos estas situações?

Diga-lhes que parece que alguns de nós queremos que façamos o que temos vontade, expressando nossas emoções e apetites; outros desejam controlar essas emoções e apetites. A influência restritiva é exercida pelo nosso espírito.

Citação

“Uma das falsas noções de nossa sociedade, é a de que somos vítimas de nossos apetites e paixões. A verdade, porém, é que o corpo é controlado pelo espírito que nele habita.” (Terrande D. Olsen, “Teaching Morality to Your Children”, Ensign, março de 1981, p. 14.)

Quadro-negro

Escreva no quadro-negro: “O Espírito Controla o Corpo”. É fácil controlar algumas coisas a respeito de nosso corpo; outras é mais difícil.

Apresentação pela professora

Explique-lhes que temos um bom controle sobre algumas partes do corpo — os dedos, por exemplo. Se ordenamos a um dos dedos que se dobre, ele obedece. Se lhe dizemos que se estique ele o faz. Se dizemos aos pés que façam algo, eles obedecem imediatamente. Sugira que também podemos aprender a escolher nossos pensamentos, aprendendo a canalizá-los em direções positivas e construtivas.

Atividade

Explique às alunas que farão uma experiência de autodisciplina. Peça-lhes que movam a mão direita em círculo, depois que movam o pé esquerdo para frente e para trás, depois a cabeça para cima e para baixo. Agora diga-lhes que fiquem bem quietinhas, concentrando-se em qualquer coisa, exceto naquilo que irá descrever-lhes. Depois, descreva em detalhe um prato ou uma sobremesa deliciosa.

• O que foi mais difícil, dizer à mão ou aos pés o que fazer, ou dizer aos pensamentos e emoções o que fazer?

Esclareça que muita gente não acredita que possa controlar seus pensamentos e disciplinar seus atos, mas a mente pode concentrar-se apenas em uma coisa de cada vez. Podemos exercer controle sobre nossos pensamentos, resolvendo pensar numa coisa diferente.

Algumas pessoas acham que este tipo de disciplina não é necessário, ou que é muito difícil, ou que não vale o esforço.

Citação

“Há pessoas que se tornam escravas de hábitos compulsivos, ou que cedem aos apetites ou ao desejo de praticar atos impróprios, clamando que são incapazes de resistir — que são impelidas, persuadidas; que a tentação foi maior do que a vontade de resistir. Podemos escolher… Podemos quebrar os maus hábitos; podemos adquirir bons hábitos; podemos escolher o que pensamos, através de simples determinação.” (Richard L. Evans,

“Self Control”, Improvement Era, dezembro de 1963, p.1.113.)

Apresentação pela professora

Reconheça que é difícil nos controlarmos, mas isso é algo que podemos aprender a fazer.

Nosso Pai Celestial nos disse que devemos manter nossos pensamentos, apetites e emoções dentro de certos limites. Como nosso Pai, ele não nos pediria que fizéssemos uma coisa que nos fosse impossível. Somos seus filhos. Temos capacidade de nos tornarmos como ele.

História

Ouçam atentamente a experiência a seguir, vivida por uma jovem chamada Ana. Vejam se podem descobrir algumas coisas que Ana aprendeu, a fim de disciplinar-se.

“Todos faziam, por que eu não podia? Os mandamentos diziam apenas que não devíamos tomar o nome do Senhor em vão. Percebi que estava tentando justificar minhas razões para blasfemar, mas não estava adiantando muito. Sabia que era errado dizer certas coisas, embora todos os meus amigos o fizessem. Aquilo continuou a me incomodar, e finalmente decidi que era melhor fazer algo para resolver meu problema. De alguma forma, eu me sentia ‘suja’ e indigna de me aproximar do Senhor em oração, mas sabia que, se não me arrependesse, as coisas só poderiam piorar.

Comecei tentando controlar-me apenas por um dia. Sabia que blasfemar se tornara um hábito em mim. Ouvia tantas expressões vulgares o dia todo, na escola, que me parecia natural também dizê-las. Decidi que tentaria passar um dia sem blasfemar.

No primeiro dia em que tentei, conscientemente, correu tudo bem até a hora do almoço. De repente, todos estavam entusiasmados e fazendo barulho e, antes que me desse por mim, minha língua estava acompanhando minhas emoções. Mal percebi o que dissera; quando novamente me conscientizei de meu hábito, senti-me desapontada e muito mal.

Naquela noite, orei fervorosamente e pedi forças. No dia seguinte, consegui coragem para dizer às minhas duas melhores amigas da escola que não achava certo falar daquele jeito, e que estava tentando mudar. Tentei novamente naquele dia.

Não imaginava que seria tão difícil. Sempre sentira que seria fácil viver o evangelho. Demorou quatro dias para que conseguisse passar um dia sem dizer uma palavra feia. Fiquei muito entusiasmada, mas sabia que precisaria ser muito mais cuidadosa todos os dias. Seria fácil demais escorregar e voltar aos velhos hábitos.

Durante todo esse tempo, continuei orando para ter forças. Fiz progressos e abandonei o linguajar vulgar, mas não sentia que havia sido perdoada. Então tivemos uma reunião de testemunho das Moças. Pedi perdão a meus amigos pelo mau exemplo que até ali tinha dado. Senti o Espírito com tanta força, que não pude sufocar o desejo de prestar testemunho. Expressei meu amor ao Pai Celestial, a seu Filho e ao evangelho. Quando terminei, foi como se um peso gigantesco houvesse sido tirado de meus ombros. Sabia que fora perdoada.”

Debate

Discuta com as jovens a experiência de Ana, usando as seguintes perguntas como guia. Depois de debater cada pergunta, coloque a tira de papel correspondente, que apresenta uma conclusão sobre autodisciplina que pode ser tirada do debate.

  1. 1.

    Como Ana tentou encontrar desculpas para seu comportamento? Por que tentamos racionalizar nosso comportamento de modo semelhante? Por que devemos evitar fazer isso? (Coloque a tira de papel com os dizeres: “Quando encontramos desculpas para a quebra de um mandamento, enfraquecemos nossa capacidade de autocontrole”.)

  2. 2.

    O que fez com que Ana desejasse mudar seu comportamento? Como se sentiu ela? O que acontece, quando quebramos um mandamento? (Coloque a tira de papel com as palavras: “Quando quebramos um mandamento, perdemos o Espírito do Senhor”.)

  3. 3.

    Quais foram algumas das coisas que ela fez para disciplinar-se? Como contar aos amigos a respeito da decisão, a ajudou? Como dar um passo de cada vez pode ajudarnos a aprender a autodisciplina? (Coloque a tira de papel com dizeres: “Aprendemos autodisciplina dando um passo de cada vez”.)

  4. 4.

    Qual foi a maior fonte de força que Ana encontrou para aprender a autodisciplina? (Coloque as palavras: “Nosso Pai Celestial nos fortalecerá se lhe pedirmos ajuda”.)

  5. 5.

    Como Ana se sentiu após vencer o problema? Por que sentiu paz ao prestar testemunho? (Coloque a tira com as palavras: “A autodisciplina nos coloca em harmonia com o Pai Celestial e com nós mesmas”.)

Peça às alunas que contem experiências próprias ao buscarem alcançar a autodisciplina, salientando o que mais as ajudou.

Disciplinando-nos, Podemos Viver Virtuosamente

Apresentação pela professora

Explique-lhes que, seja aprendendo a tocar um instrumento musical, tentando controlar nosso gênio, ou tentando levantar quando temos vontade de continuar dormindo, nossos esforços para desenvolver a autodisciplina em qualquer aspecto da vida podem ajudarnos na tentativa de vivermos virtuosamente.

História

Relate a seguinte história:

“Um missionário que estava servindo na parte leste dos Estados Unidos foi interrogado por um estudante universitário que estava mais interessado no estrito código moral que o missionário seguia, do que no (evangelho). O estudante perguntou ao missionário como é que conseguia controlar seus desejos, havendo tantas jovens bonitas por perto, insinuando assim que ele não devia ter reações normais. O élder explicou: `Não é que eu seja anormal; é que sei que sou responsável e tenho controle sobre minha mente e meu corpo. Você acha que não tem poder sobre seus desejos. Acredita ser vítima deles. Eu já provei a mim mesmo que sou senhor desses sentimentos.’” (Terrance D. Olson,

“Teaching Morality to Your Children”, p.14.)

Debate

• Qual era a diferença entre as opiniões do estudante e do élder? O que o missionário aprendeu a fazer em relação a seus sentimentos e emoções?

Apresentação pela professora

Explique-lhes que ser moralmente limpo e virtuoso requer restrições físicas e autocontrole.

Ajude as alunas a entenderem que, quando exercemos a autodisciplina, fortalecemos o controle do espírito sobre o corpo, e a capacidade de nos controlarmos aumenta todas as vezes que decidimos fazê-lo.

Estudos de caso

Escolha as situações que melhor se adaptam à classe. Depois que cada situação for apresentada, faça as seguintes perguntas: (1) Como a pessoa poderia aplicar a autodisciplina na situação? (2) O que poderia acontecer, se a pessoa não o fizesse? (3) O que a pessoa poderia ter feito para prevenir ou evitar a situação? 4) Como a autodisciplina é importante em tais situações? Depois que as jovens tiverem respondido às perguntas, leia as conclusões dos casos.

Situação e debate

1. Algumas de minhas amigas da escola convidaram-me para uma festa. Fiquei entusiasmada, porque um dos rapazes com quem simpatizava muito disse que estaria lá e que gostaria de que eu também fosse. Queria muito encontrá-lo. Quando lá cheguei com minhas amigas, vi que os pais estavam ausentes e que não havia nenhum adulto para tomar conta. A iluminação era fraca e alguns jovens estavam dançando, enquanto outros pares se beijavam e se acariciavam. O rapaz de quem gostava me viu entrar.

Conclusão

Eu sabia que deveria sair, mas gostava mesmo desse rapaz. Fiquei preocupada com o que ele pensaria, se eu fosse embora. Estava escuro, e eu não queria ir para casa sozinha. Finalmente controlei meus sentimentos. Telefonei a meus pais e pedi-lhes que fossem buscar-me.

Situação e debate

2. Eu sabia que não devíamos namorar antes dos dezesseis anos, mas divertia-me muito na escola conversando e brincando com os rapazes. Um deles era Bruno, um moço bonito que parecia gostar de mim. Um dia, ele me convidou para ir ao cinema. Havia uma atividade das Moças planejada para o mesmo horário. Seria fácil dizer a meus pais que eu iria à atividade e pegar o ônibus para o cinema para encontrar-me com ele às escondidas. Voltaria para casa mais ou menos no mesmo horário em que a atividade deveria terminar. Respondi que sim, aceitando o convite, mas, quando chegou a hora de sair, fiquei muito nervosa. Minha mãe me chamou para perguntar se pegara o casaco, e disse: “Divirta-se!” Depois entrou em casa.

Conclusão

Comecei a caminhar para o ponto do ônibus. Devia sentir-me feliz. Ia ver um grande filme com um rapaz que gostava de mim. Então, por que me sentia tão mal? Metade de mim tinha vontade de correr para o ônibus; a outra metade, de voltar correndo. Parei e comecei a pensar em todas as mentiras que teria de contar quando voltasse para casa, as mentiras que teria de contar durante muitos dias. E então me lembrei de uma frase que papai nos ensinara: `Onde há uma vontade, há uma saída’. Comecei a me acalmar, a pensar mais claramente. Disse a mim mesma que devia voltar para casa, telefonar a Bruno, dizer-lhe que não iria encontrá-lo, explicar o motivo, e depois ir à atividade. Fiz o que dissera a mim mesma que deveria fazer.

Conclua esta parte da lição, debatendo como exercer a autodisciplina em situações como as que foram apresentadas permite que as jovens tenham controle suficiente para viver virtuosamente.

Conclusão

Apresentação pela professora

Diga às alunas que, em cada uma das experiências debatidas na lição, a pessoa travou uma luta pessoal para exercer autodisciplina, mas conseguiu fazê-lo. Cada vez que nos disciplinamos, fortalecemos nossa capacidade de viver virtuosamente. Finalize a aula com a seguinte citação do Presidente Brigham Young, reafirmando que podemos aprender autodomínio. Peça às jovens que prestem atenção à promessa que nos é feita, se exercermos o autocontrole.

“…quando fordes vencidos por uma falta, ou quando cometerdes um ato impensado em público, quando estiverdes cheios de paixões diabólicas e dejardes entregar-vos a elas, parai e deixai que o espírito que Deus colocou em vosso tabernáculo tome a direção. Se assim fizerdes, eu vos prometo que sobrepujareis todos os males e obtereis a vida eterna.” (Em Journal of Discourses, p. 70; grifo nosso.)