Uso de Drogas

Moças – Manual 1, 1992


Objetivo

Ajudar cada aluna a reconhecer os efeitos do uso de drogas sobre o corpo e o espírito.

Preparação

  1. 1.

    Providenciar um lápis para cada aluna.

  2. 2.

    Optativo: Preparar para cada jovem uma cópia da lista de verificação (encontrada na Introdução).

  3. 3.

    Optativo: Preparar um cartaz com a definição de abuso de drogas, como aparece na Introdução.

  4. 4.

    Optativo: Preparar um cartaz das seguintes palavras, encontradas em I Coríntios 3:17: “Porque o templo de Deus, que sois vós, é santo”.

  5. 5.

    Designar algumas jovens para debaterem as razões pelas quais o abuso de drogas não é uma coisa válida, usando o material da lição ou suas próprias idéias (ver a segunda parte da lição).

  6. 6.

    Se desejar, designe algumas alunas para apresentarem escrituras, histórias ou citações.

Sugestão para o desenvolvimento da lição

Introdução

Entregue a cada aluna uma cópia da lista de verificação abaixo, e um lápis. Peça-lhes que identifiquem as substâncias que são drogas ou que contêm drogas, colocando um”X” ao lado delas.

Lista de Verificação

  • ___ maconha

  • ___ tabaco

  • ___ cafeína

  • ___ LSD

  • ___ cocaína

  • ___ crack

  • ___ álcool

  • ___ heroína

  • ___ barbitúricos

  • ___ anfetaminas

  • ___ comprimidos para emagrecer

Debate

Depois de uns dois minutos, debata os itens constantes da lista, comentando também sobre outros de sua escolha. Diga às jovens que todas essas substâncias, além de muitas outras não mencionadas, são drogas, ou contêm drogas. Diga-lhes que essas drogas diferem umas das outras de várias formas. Algumas são depressivas (ou calmantes – diminuem as funções do organismo), outras são estimulantes (estimulam as funções do organismo), e algumas são mais nocivas do que outras, mas todas podem induzir o hábito ou a dependência.

Citação, cartaz optativo e debate

Peça às jovens que definam o vício das drogas. Debata todas a idéias apresentadas.

Indique que a maioria das drogas são medicamentos úteis para o tratamento de moléstias, mas o vício é ocasionado pelo “uso excessivo de drogas, para fins não medicinais, buscando as mudanças que operam nas emoções, pensamentos ou comportamento”. (Ira W. Hillyard, “Drug Abuse: It Starts in the Medicine Cabinet”, Ensign, abril de 1977, p. 42.) Mostre o cartaz e debata esta definição do vício de drogas. Inclua e saliente a idéia de que o uso inadequado de remédios com e sem receita médica também é abuso de drogas. Peça às alunas que mantenham a definição em mente, durante o decorrer da aula.

O Abuso de Drogas Não Pode Ser Justificado

Apresentação pela professora

Explique-lhes que, embora a maioria das pessoas compreenda os riscos do abuso de drogas, o problema é de enormes proporções. Tanto jovens quanto adultos sentem a pressão crescente para que façam o que seus amigos estão fazendo, sendo levados a experimentar drogas. Devido à seriedade e desenvolvimento do problema, precisamos compreender por que ocorre, procurando meios de combatê-lo.

Debate com uso do quadro-negro

Élder Marvin J. Ashton perguntou: “O que levará um rapaz ou moça fortes, amáveis, vibrantes a permitir que uma substância química controle sua conduta?” (“Amor ao que É Reto”, A Liahona, janeiro de 1972, p. 38.) Pergunte às alunas por que acham que os jovens se envolvem com drogas. Aliste as respostas no quadro-negro e debata-as, insistindo em que expliquem suas idéias. Neste ponto da lição, não coloque em debate o motivo por que essas razões para o uso de drogas não são válidas. Isto será feito posteriormente. Algumas razões poderão ser pressão da sua turma de amigos, fuga, imaturidade, disponibilidade e propaganda.

Essas idéias são esclarecidas nas afirmações a seguir. Peça a algumas jovens que leiam os conceitos, acrescentando o que achar necessário.

  1. 1.

    Pressão de grupo. Ser aceito por outros pode parecer importante. As pessoas que são pressionadas pelos amigos, para experimentar drogas, podem fazê-lo para ganhar ou manter aceitação ou popularidade.

  2. 2.

    Fuga. Algumas pessoas podem sentir que seus problemas e tensões são intoleráveis. Podem procurar escapar deles através de drogas que diminuam sua percepção ou produzam um estímulo marcante, o qual cria uma sensação temporária de bem-estar.

  3. 3.

    Imaturidade. Curiosidade, enfado, ou rebelião, são a causa do uso de drogas, algumas vezes. Essas pessoas podem estar procurando envolvimento, ação e sensações novas. Os jovens também às vezes pensam que parecerão mais velhos, fazendo coisas que consideram “adultas”.

  4. 4.

    Disponibilidade. Devido ao tráfico ilegal de drogas e com o desenvolvimento rápido de novas drogas, existe uma disponibilidade cada vez maior de novas substâncias nocivas. Essas e outras condições facilitam a aquisição das drogas. Esse acesso mais fácil também pode dar a impressão de que o uso se tornou mais aceitável.

  5. 5.

    Propaganda. Os anúncios que apresentam pessoas bonitas, confiantes, prósperas, com aparência saudável, podem tornar atraentes os produtos indesejáveis. As técnicas de propaganda são muitas vezes convincentes e podem fazer com que esses produtos pareçam aceitáveis.

Debate

Depois de discutir os motivos que levam as pessoas ao uso impróprio de drogas, refira-se aos itens que se encontram no quadro-negro e pergunte às alunas por que as razões alistadas não são válidas e não justificam o abuso de drogas.

Apresentação optativa por membros da classe

Se pediu antecipadamente a algumas alunas que debatam por que os motivos do abuso de drogas não são válidos, com base no material da lição ou em outras idéias, solicite-lhes que apresentem o que prepararam, neste momento. Caso contrário, peça a algumas alunas que leiam as seguintes declarações:

  1. 1.

    Pressão de grupo. Precisamos desenvolver convicções pessoais a respeito do que é certo ou errado, cedo na vida. Embora haja amigos que insistem em que façamos coisas erradas, também há amigos que estão fazendo o que é certo, e cujo exemplo podemos seguir. O ideal seria que estivéssemos entre aqueles que estabelecem seu próprio caminho de retidão e que encorajam os outros a fazerem a mesma coisa, ao invés de estarmos entre os que, numa demonstração de fraqueza, cedem às pressões e fazem coisas erradas. Podemos ajudar aqueles que abusam das drogas, “dando o exemplo de um modo de vida forte, saudável e cristão…” Podemos demonstrar na vida diária “as recompensas do viver reto, como boa saúde, felicidade, paz e realização”. (Victor L. Brown, Jr., “Q and A”, New Era, maio de 1971, p. 33.)

  2. 2.

    Fuga. As tensões e exigências da vida são reais. Todos precisam de um escape ou mudança de vez em quando, mas de forma aceitável. Esta válvula de escape pode ser a discussão de nossos problemas com a família, com amigos, com líderes e professores da Igreja ou com conselheiros profissionais. A mudança pode ser conseguida em forma 3. de atividades sadias – atividades esportivas e culturais, passatempos criativos, férias, descanso, serviço ao próximo. Estas formas de atividade tornam-se não apenas um escape da tensão, mas também contribuem para nossa valorização própria. Devemos evitar o uso e abuso do álcool e das drogas como meios de escaparmos da responsabilidade pelo que fazemos.

  3. 3.

    Imaturidade. Todos nós passamos pelo processo do crescimento e do aprendizado. No decorrer deste processo cometemos erros. Entretanto, o crescimento e o aprendizado podem ser acompanhados de bom senso e autocontrole em todos os estágios. É uma pena que alguns “jovens impulsivos…procurem emoções para dar colorido aos anos impacientes que vão do crescimento à maturidade. Tendo ouvido falar das emoções, mas pouco sabendo ou entendendo dos perigos envolvidos, alguns deles passam a usar – às vezes deliberadamente, às vezes acidentalmente – drogas” (Hillyard, “Drug Abuse”, p. 41).

  4. 4.

    Disponibilidade. A disponibilidade de algo não significa que seja bom ou que precisemos aproveitá-lo. Necessitamos desenvolver defesas pessoais para proteger-nos de muitas coisas da nossa sociedade que se acham disponíveis, mas que não são, necessariamente, desejáveis. “Certamente a disponibilidade de drogas novas e mais potentes e exóticas, em grande quantidade, tem sido um fator (no aumento de seu uso)…Essas drogas escorregaram com muita rapidez para o uso diário e tornaram-se uma muleta para ajudar as pessoas a enfrentarem até mesmo pequenas provações diárias”. (Hillyard, “Drug Abuse”, p. 42.)

  5. 5.

    Propaganda. Embora a propaganda forneça informações, freqüetemente distorce, manipula ou informa apenas parcialmente. Alguns anúncios prometem a cura de qualquer mal por meio de drogas. É preciso que tenhamos conhecimento suficiente para julgar com bom senso e avaliar essas propagandas. Se não ficamos atentos, podemos ser “condicionados a pensar nas drogas, como uma coisa rotineira, como cura instantânea para qualquer coisa que nos possa ferir ou nos fazer infelizes”. (Hillyard, “Drug Abuse”, p. 42.)

Apresentação pela professora

Explique-lhes que, ao invés de sermos desencaminhados por razões que pareçam justificar o uso inadequado de drogas, precisamos unir o conhecimento à sabedoria, para fortalecer-nos contra fraquezas e desenganos.

Citação

“As drogas e o álcool parecem ser particularmente atraentes em nossa geração, embora tenham sido usados pela humanidade em diferentes formas e por razões diversas, desde o começo dos tempos. Sempre prometeram liberação. Sempre mentiram” (E. Brent Frazier, “Drugs: Why Do Kids Start? How Can You Help?” Ensign, agosto de 1975, p. 67).

Devemos Compreender as Conseqüências do Abuso de Drogas

Apresentação pela professora

Diga-lhes que drogas legalizadas, administradas ou obtidas de um médico, são muitas vezes necessárias à saúde e ao bem-estar. Entretanto, quando usadas contrariamente à orientação médica, ou sem a mesma, podem ser prejudiciais. Outras drogas, incluindo as obtidas sem receita médica, quando ingeridas por razões erradas, tornam-se destrutivas tanto para o corpo quanto para o espírito.

Debate

• Quais são algumas conseqüências físicas e espirituais do abuso de drogas?

Saliente o conceito de que as pessoas que tomam drogas geralmente o fazem conscientemente, argumentando que têm o direito de consumir o que bem entenderem, dizendo-se justificadas por razões que os outros podem ou não entender, achando que essas substâncias não são prejudiciais, e, com freqüência, alegando que as conseqüências não são sérias ou não têm importância. Estes e outros argumentos não válidos podem resultar no uso indevido de drogas. Tal decisão - mesmo que seja apenas uma experiência – é prejudicial não apenas ao indivíduo, mas àqueles que o cercam. O consumo de drogas nocivas não é uma questão particular ou pessoal. Afeta, inevitável e profundamente, a vida de outros que são, com freqüência, inocentes, resultando em tragédias desnecessárias. O abuso de drogas é um convite alarmante e irresponsável a dificuldades mais profundas, tristeza infinita e, possivelmente, desastre.

Os seguintes casos são relatos verídicos sobre jovens que se envolveram com drogas. Peça a algumas alunas que os leiam em voz alta. Depois, debata alguns detalhes de cada caso, para ajudar as jovens a compreenderem as conseqüências destrutivas do uso inadequado de drogas.

Estudo de caso João era um sacerdote SUD muito ativo. Também jogava na equipe de basquete da escola. Alguns membros da equipe costumavam reunir-se nos fins-de-semana, para beber cerveja e fumar maconha, e João decidiu associar-se a eles. Pensou que não iria beber nem fumar, apenas aproveitaria a companhia deles. Sabia, porém, que os pais desaprovariam, se soubessem aonde ele ia. Finalmente cedeu à pressão do grupo e começou a tomar cerveja e a fumar maconha com eles. Todas as vezes que o fazia, voltava para casa com um peso na consciência, sabendo que tinha feito uma coisa muito errada. Para que sua consciência não pesasse tanto, começou a encontrar desculpas para não participar das atividades da Igreja e começou a afastar-se da família.

Debate

• Quais foram as conseqüências imediatas da atitude de João?

• Quais poderiam ser as conseqüências a longo prazo?

• Como o envolvimento de João com drogas iria afetá-lo tanto física quanto espiritualmente?

Estudo de caso

“Bárbara tornara-se viciada no uso de heroína aos doze anos de idade, depois de dois anos de uso excessivo de maconha. O vício da heroína a transformara, àquela tenra idade, em prostituta e ladra. Além de heroína, ela abusava das bebidas alcoólicas e de barbitúricos. Dois meses após o seu décimo oitavo aniversário, tomou uma grande dose de LSD, e esta droga, juntamente com todas as outras, literalmente lhe destruiu a mente.” (Hillyard, “Drug Abuse”, p. 41.)

Debate

• Como se sentem ouvindo essa história?

Debata o envolvimento gradativo de Bárbara com os diversos tipos de drogas.

• Que efeito a experiência de Bárbara teria sobre vocês, se fosse sua irmã ou uma amiga querida? Que efeito teria sobre a família?

• Durante esses anos de amargor e declínio, como Bárbara foi afetada física e espiritualmente?

Estudo de caso

A caminho de casa, voltando da escola, Janete e suas amigas decidiram que gostariam de perder alguns quilos. Pararam numa farmácia, e cada uma delas comprou um vidro de remédio para emagrecer, que fora anunciado como um modo fácil de perder peso. Dentro de pouco tempo, a maioria das jovens havia emagrecido o suficiente ou tinha parado de tomar o remédio. Entretanto Janete notara que quando tomava as pílulas, parecia ter mais energia, e continou a tomá-las, embora já tivesse perdido os quilos que desejava. Parecia que o remédio a ajudava a fazer mais coisas durante o dia. Não viu nada de mal nisso, pois o remédio não requeria receita médica e era legal. Não percebeu sua dependência até decidir parar de tomá-lo.

• Por que esta não era uma boa forma de perder peso? Qual o perigo de depender de pílulas para controlar o apetite?

• Que conseqüências – físicas, emocionais e espirituais – poderiam advir daquele hábito?

• Que conseqüências, o fato de haver usado drogas em excesso, poderia trazer para Janete?

Debata o perigo de se tornar inocentemente viciada ou dependente de remédios aparentemente inofensivos, que não precisam de receita médica.

Estudo de caso

“Mais ou menos nesta época, há um ano…eu estava em algum lugar…drogada. Estava morando longe de casa, no mundo fabricado dos viciados, cheio de ilusões. O que me cercava não era o que eu estava procurando…

Ao mesmo tempo que dizia a mim mesma: `Você é feliz, imaginava por que era tão difícil convencer-me disso. Tornara-me dependente de uma coisa que estava fora de mim. À medida que me aprofundava nesse mundo, afastava-me de meus amigos.

Onde estou eu? O que sou eu? Quem sou eu? Era perseguida dia e noite por essas perguntas, e, a cada dia que passava encontrava-me mais distante das respostas.

Uma noite, enquanto caminhava pelas ruas, sob a influência de alguma droga que somente o traficante que me vendia sabia qual era, fiz uma descoberta. Em meio àquela pretensa liberdade, a única coisa que estava conquistando era a morte. E me senti sozinha, sufocada pela solidão.” (Charleen Hurson, “Start the World; I Want to Get On”, New Era, abril de 1972, p.12.)

Debate

• Quais são algumas das conseqüências físicas e espirituais deste tipo de experiência?

• Como esta jovem poderia livrar-se de seus problemas e mudar de vida?

Citação

Peça a uma das alunas que leia a seguinte citação:

“Sede espertos. Não sejais cegos a ponto de vos envolverdes com bebidas alcoólicas, fumo e drogas. É simplesmente falta de esperteza fazê-lo. É estúpido, se me perdoais a expressão, usar cocaína, maconha ou quaisquer outras drogas que vos roubam o domínio mental. Após cada `embalo’, segue um período de depressão. Por que gastar dinheiro com coisas que só vos prejudicam? Por que tornar-vos escravos de um hábito que só prejudica e obstrui vosso futuro?” (Gordon B. Hinckley, em Conference Report, outubro 1981, p.57; ou Ensign, novembro 1981, pp. 40-41).

Cartaz optativo e escritura Mostre o cartaz com a mensagem de I Coríntios 3:17. Leia e debata o versículo, e peça às jovens que marquem em suas Bíblias. Explique-lhes que as advertências e promessas da Palavra de Sabedoria (D&C 89) se aplicam ao uso e abuso de drogas. O uso descuidado de substâncias nocivas ao corpo contraria os conselhos e mandamentos do Senhor.

Conclusão

Apresentação pela professora

Ressalte que a única decisão sábia a respeito de quaisquer drogas prejudiciais é simplesmente nunca usá-las, mesmo que seja em pequena quantidade. Leia a seguinte citação:

“Quantas pessoas costumam dizer: `Um cigarro, uma xícara de chá ou café, ou uma tragada de maconha não fazem mal, e um gole de álcool certamente não mata ninguém’.

Quero deixar claro que, quem não toma o primeiro, nunca tomará o segundo, e jamais se tornará um alcoólatra ou viciado.” (N. Eldon Tanner, “O Sucesso É Medido pelo Autodomínio”, Ensign, maio de 1975, p. 77.)

Aplicação da Lição

Peça às alunas que assumam o compromisso de jamais fazerem uso inadequado de drogas, ou associar-se com pessoas que o fazem. Sugira-lhes que também tentem ajudar outras pessoas a compreenderem o perigo e a tristeza causados pelo abuso de drogas em sua vida, e na vida daqueles que as cercam.