Pioneiros Modernos


Pioneiros Modernos Vivem a Fé dos Pais

O Presidente Dieter F. Uchtdorf compartilha sua gratidão pelos antigos pioneiros da Igreja e pelos pioneiros modernos.

Mais de um século se passou desde que dezenas de milhares de pioneiros navegaram pelo oceano para atender ao chamado de um profeta de se reunirem em Sião. Eles deixaram familiares e amigos, puxaram carrinhos de mão através das planícies, construíram uma cidade no deserto. Acima de tudo, os pioneiros deixaram um legado de perseverança, fé e sacrifício.

Hoje não é pedido à maioria dos membros que façam os mesmos sacrifícios físicos como os pioneiros, mas os santos de todas as nações podem ser “pioneiros em tudo”, disse o Presidente Thomas S. Monson, quando sofrem com coragem, inspiram a fé nas pessoas e fazem coisas difíceis que são necessárias para alcançar a salvação eterna e edificar o reino de Deus na Terra (ver “Pioneers All”, Ensign, maio de 1997, p. 93).

Em um discurso de conferência intitulado “Pioneiros Modernos”, o Élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, prestou tributo aos membros comuns da Igreja que “enfrentam dificuldades, superam obstáculos e seguem os servos do Senhor Jesus Cristo de modo tão valente quanto os pioneiros de outras épocas”.

Alicerce da Fé

Vencer a oposição com a ajuda do Senhor leva a experiências memoráveis.

Susan Johnsen foi criada na Irlanda e frequentou uma igreja cristã desde a juventude, mas sentia que não entendia quem Deus realmente era. Certa noite, quando tinha 18 anos, orou pedindo ajuda para saber mais a respeito de Deus. No dia seguinte, os missionários bateram à sua porta e começaram a ensinar-lhe.

Ela logo adquiriu um testemunho do evangelho e desejou ser batizada. Os pais dela, no entanto, não concordaram com sua decisão. Apesar da oposição que enfrentou de amigos e familiares, ela foi batizada.

“Meus pais vieram ao meu batismo, mas deixaram bem claro que (…) se vissem alguma coisa nociva para mim, [meu pai] me tiraria de lá à força”, lembrou ela. “Ao sair da água depois do meu batismo (…) lembro da sensação de limpeza que senti e de estar onde deveria estar.”

Nos meses seguintes, ela constantemente respondeu às perguntas dos familiares e amigos e esclareceu rumores que tinham ouvido sobre a Igreja. Susan perdeu muitos amigos, mas continuou tentando ensinar sua família sobre o evangelho, muitas vezes convidando os missionários para irem a sua casa.

Certo dia, quase dois anos depois que Susan tinha sido batizada, sua mãe estava lendo Alma 34 no Livro de Mórmon. “Ela leu que ‘esta vida é o tempo para os homens prepararem-se para encontrar Deus’ e que não devemos ‘deixar o dia do arrependimento para o fim’ e de repente ela sabia que precisava ser batizada”, disse Susan.

Hoje, sua irmã, seus pais, filhos e netos são membros fiéis da Igreja.

Susan disse que muitas vezes pensou sobre os paralelos entre as pessoas na sua situação — aqueles que foram os primeiros membros da família a se filiarem à Igreja ou os que entraram para a Igreja contra os desejos de seus entes queridos — e os pioneiros.

“Sempre senti que não tivemos as mesmas provações físicas que eles tiveram, (…) mas que talvez tivéssemos precisado de forças de maneira diferente, ou da mesma forma, mas em circunstâncias diferentes”, disse ela. “Tivemos que ter a convicção de que estávamos fazendo a coisa certa e que o Senhor queria que fizéssemos aquilo, e que iríamos fazê-lo, seja qual fosse a situação.”

Assim, como os pioneiros, disse ela, quando passamos por uma provação e permanecemos fiéis, somos recompensados com o conhecimento de que o que fizemos foi a coisa certa.

“Todo mundo tem [provações], mesmo que não sejam necessariamente experiências de pioneiros”, disse ela. “E às vezes a única maneira de passarmos por essas provações é saber que o que estamos fazendo é a coisa certa e orando para que o Senhor nos ajude, nos dê a força que precisamos. (…) Sempre senti que me filiar à Igreja foi como sair da escuridão — sair de um quarto escuro para a luz — e que nunca voltaria.”

Um Padrão de Serviço

Em 2007, o número de casais missionários em todo o mundo chegou a mais de 2.600. Eles contribuem de modo significativo: prestam serviço dedicado ao pregar o evangelho, servem nos templos, auxiliam no trabalho de história da família, fortalecem os líderes, missionários e membros e ajudam de muitas outras maneiras a levar adiante a missão da Igreja.

Glen e Lola Mae Taylor voltaram de sua quarta missão em novembro de 2009, tendo servido no Templo de Toronto Canadá (1996-1998), na Área África Sudeste (2001–2002), no Templo de Manila Filipinas (2004) e no Templo de Londres Inglaterra (2008–2009).

Vez após vez, eles responderam ao chamado dos líderes da Igreja de mais casais idosos prestando serviço. Da mesma forma, os pioneiros deixaram suas casas e várias vezes mudaram-se para novos locais sob a direção do Profeta e tiveram novas dificuldades.

Os missionários modernos — como os pioneiros — fazem sacrifícios para levar adiante a obra do Senhor.

“Acho que o principal objetivo e meta de nossos antepassados era o de serem obedientes ao Pai Celestial e fizeram isso pelo evangelho de Jesus Cristo, disse irmã Taylor. “As coisas que fazemos e as missões que servimos têm essa mesma meta e esse mesmo propósito.”

Os Taylor deixaram onze filhos, 53 netos e 68 bisnetos para trás quando aceitaram o chamado de servir. Eles deixaram de ir a casamentos, despedidas missionárias e bênçãos de bebês. Também enfrentaram sacrifícios financeiros, mas testificaram a respeito das bênçãos que receberam por terem sido obedientes a seu chamado.

“Todas as vezes em que fomos designados, nosso presidente de estaca nos abençoou para que nossa família fosse bem cuidada, e foram”, disse o irmão Taylor.

“Confesso que, quando fomos para nossa primeira missão, foi assustador. Estávamos indo para um lugar onde nunca tínhamos estado antes”, disse a irmã Taylor. “Mas lembro-me de como me senti quando adentramos as portas do templo. Senti a mão do Senhor ao redor de meus ombros (…) e estávamos em casa.”

Perseverar até o Fim

De inúmeras maneiras, os membros da Igreja em todo o mundo seguem os passos dos pioneiros e “realizam o trabalho essencial do reino, tanto os importantes como os rotineiros”, disse o Élder Oaks.

Alguns membros aceitam chamados que cumprem fielmente e doam voluntariamente de seu tempo para prestar serviço a outras pessoas.

Alguns, como os pioneiros que perderam seus entes queridos ao fazerem a trilha rumo ao oeste, são testados ao cuidarem daqueles que estão doentes. Outros carregam fardos menos aparentes fisicamente.

“Os fardos carregados no coração podem ser tão pesados quanto os puxados em um carrinho de mão”, disse o Élder Oaks. “E assim como alguns pioneiros lutaram em benefício de outros, alguns pioneiros modernos carregam fardos impostos pelas transgressões ou leviandade de outras pessoas.”

O caminho dos pioneiros modernos pode parecer diferente, mas não é menos difícil, pois apresentam dificuldades e exigem sacrifício, perseverança e fé.

Seja qual for a situação, salientou o Élder Oaks, os pioneiros de todas as idades podem ganhar forças para perseverar por meio da promessa do Senhor em Doutrina e Convênios 98:1–3:

“Em verdade vos digo, meus amigos: Não temais; que se console vosso coração; sim, regozijai-vos sempre e em tudo dai graças;

Esperando pacientemente no Senhor, porque vossas orações chegaram aos ouvidos do Senhor de Sabaote e estão registradas com este selo e testamento — o Senhor jurou e decretou que serão atendidas.

Portanto ele vos faz essa promessa, com um convênio imutável de que serão cumpridas; e todas as coisas que vos tiverem afligido reverterão para o vosso bem e para a glória do meu nome, diz o Senhor.”