Ele está ao meu lado

Joseph David (“J. D.”) Evans, Virgínia, EUA

Minha falecida esposa e eu nos ajoelhamos em um altar em um templo sagrado, e alguém que tinha o poder selador pronunciou bênçãos sobre nós. Acredito nas bênçãos que nos foram prometidas.

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homem sentado

Fotografia: Leslie Nilsson

Quando eu estava na igreja, certo domingo de manhã em 2013, desliguei meu telefone porque não queria que ele interrompesse a reunião sacramental. Quando a reunião terminou, liguei o celular novamente e vi que minha esposa, Tanya, tinha me ligado. Tentei ligar de volta, mas ela não respondeu.

Durante a reunião, a van que ela estava dirigindo a caminho de uma reunião anual de família capotou em algum lugar na autoestrada de Nova York. Minha filha e dois de meus netos ficaram gravemente feridos, e Tanya morreu instantaneamente. Depois de 44 anos de casamento, minha esposa se foi de repente.

“A fé é chamada de um dom de Deus”, diz o irmão Evans, “mas também é uma escolha que fazemos — a escolha de acreditar”.

Quatro anos depois, Katie, uma de minhas noras, passou por uma cesariana de emergência para dar à luz gêmeas com 25 semanas de gestação, muito perto do limite de viabilidade infantil para nos deixar menos preocupados. Quando as meninas tinham apenas oito semanas de idade, Katie estava voltando para casa tarde da noite após a visita diária às meninas na UTI neonatal do hospital e morreu num acidente, ao ser atingida por uma motorista bêbada, deixando meu filho viúvo com seis filhos.

Minha esposa era tudo para mim, e a esposa de meu filho era tudo para ele. Aqueles foram momentos difíceis para nossa família.

Agarrar-se às promessas

Eu nunca tive a consciência plena do quanto Tanya era maravilhosa e quanto dependia dela até que ela faleceu. Mas nos ajoelhamos em um altar em um templo sagrado, e alguém que tinha o poder selador havia pronunciado bênçãos sobre nós. Tenho me apegado à promessa dessas bênçãos. Acredito nas bênçãos que nos foram prometidas.

A morte de Tanya foi uma crise de fé para mim. Tive que decidir: “Será que realmente acredito?” A fé é chamada de dom de Deus, mas também é uma escolha que fazemos — a escolha de acreditar. Decidi acreditar e descobri que Morôni estava correto quando escreveu que não recebemos testemunho até depois da prova de nossa fé (ver Éter 12:6). Depois da provação, recebi o testemunho. Minha fé foi recompensada com uma profunda paz de espírito. Foi isso que me permitiu seguir em frente.

Como minha segunda esposa, Becky, diz: “Precisamos de fé principalmente quando enfrentamos uma crise. Buscar o Senhor é realmente a única resposta. É o caminho para sabermos lidar com o problema e ter esperança”.

O irmão Evans e sua esposa, Becky, mostrando fotos de sua nora e das filhinhas gêmeas dela.

Por algum tempo, tive dificuldades para descobrir o que era fé e o que era esperança. Alma descreve a fé, como a “esperança nas coisas que se não veem e que são verdadeiras” (Alma 32:21). Por causa de minha fé em Jesus Cristo, tenho esperança de que, se eu permanecer fiel a meus convênios, posso ter vida eterna com Tanya. Também sou grato pela certeza que tenho de que o Salvador está ao lado de cada um de nós. Há uma diferença entre pensar que “Ele Se importa” e perceber que “Ele Se importa comigo”.

Meus dois netos têm sequelas que vão durar o resto da vida por causa do acidente de carro, e ainda sofro com a ausência de Tanya em minha vida. Nunca vou parar de sentir falta dela, e o amor que tenho por ela não diminui devido ao amor que tenho por minha segunda esposa. O amor se multiplica.

Meu filho também se casou novamente. Sua nova esposa é prima de Becky. Nós dois nos casamos na mesma família. Quais as possibilidades de isso acontecer? É uma coincidência incrível, ou talvez não seja.

Provações e bênçãos

Nossa família teve sua porção de provações, mas também recebemos bênçãos. Meu filho se tornou um de meus heróis. Ele perdoou a motorista bêbada que matou sua esposa e disse-lhe que esperava que ela endireitasse sua vida. Suas duas filhinhas comemoraram recentemente seu quinto aniversário. Elas são milagres reais.

“Sou grato pela certeza que tenho de que o Salvador está ao nosso lado.”

Nos últimos 17 anos, tive o privilégio de servir como patriarca. A princípio, tive medo de não poder cumprir o chamado, mas aprendi que as bênçãos são dadas pelo Senhor, não pelo patriarca. Há temas comuns nas bênçãos patriarcais porque nosso Pai Celestial deseja muitas das mesmas coisas para todos os Seus filhos, mas cada bênção é diferente, individual e pessoal.

Um dos propósitos de uma bênção patriarcal é ajudar as pessoas a ver quem são como filhos de Deus e discernir o quanto o Pai Celestial as ama. Como patriarca, sempre que imponho as mãos sobre a cabeça de alguém para dar-lhe uma bênção patriarcal, por apenas alguns momentos preciosos, o Pai Celestial me permite sentir o amor que Ele tem por aquela pessoa. É um sentimento extraordinário! Quando sinto o quanto Ele ama cada pessoa que recebe a bênção, sinto que Ele me ama também.

“Nada me traz mais alegria do que as promessas do templo, que me dão esperança de que, por meio de Cristo, posso vencer todas as provações”, diz o irmão Evans.

Hoje, Becky e eu nos concentramos no templo. Uma das razões pelas quais nosso Senhor nos deu o templo é para nos dar um vislumbre de Sião. Além de ser patriarca, fui convidado há alguns anos para servir como selador no templo. Essa tem sido outra grande alegria em minha vida. É um chamado para todas as ocasiões felizes. Nada me traz mais alegria do que as promessas do templo, que me dão esperança de que, por meio de Cristo, posso vencer todas as provações.