“Eu Creio, Senhor! Ajuda a Minha Incredulidade”

Aprendemos em Alma 32:27: “… mesmo que não tenhais mais que o desejo de acreditar, deixai que esse desejo opere em vós, até acreditardes de tal forma que possais dar lugar a uma porção das minhas palavras.” Isso é mais do que apenas uma ilusão, mas, em vez disso, é um forte sentimento de querer algo — nesse caso, querer ter fé no Senhor Jesus Cristo. Foi assim que nosso amado profeta, o Presidente Russell M. Nelson, disse há pouco tempo: “Quando falamos de fé — a fé que move montanhas —, não estamos falando da fé em geral, mas da fé no Senhor Jesus Cristo. A fé no Senhor Jesus Cristo pode ser fortalecida quando aprendemos a respeito Dele e vivemos nossa religião. A doutrina de Jesus Cristo foi elaborada pelo Senhor para ajudar-nos a aumentar nossa fé.”³

Nossa fé pode e aumentará se fizermos um esforço para estudar as escrituras diariamente e nos familiarizarmos com os ensinamentos de Seus profetas e apóstolos. Quando eu era criança, morava com a minha avó. Ela não sabia ler nem escrever, mas adorava as escrituras. Ela ia à igreja todos os domingos e memorizava os versículos lidos em voz alta. Ela voltava para casa e me pedia para lê-los várias vezes.

Uma noite, enquanto lia 1 Samuel, capítulo 3, me deparei com uma escritura que me fez sentar e perguntar a mim mesmo. Eu li sobre como Samuel foi chamado como profeta. Essa escritura mexeu algo dentro de mim. De fato, a partir daquele momento, comecei a me perguntar por que Deus havia parado de chamar profetas em nossos dias. Comecei a perguntar aos próprios pastores da igreja da nossa família; e como eles só podiam atestar o fato de que Deus falou e é por isso que temos a Bíblia, comecei a procurar em outro lugar. Comecei, então, a procurar uma igreja que acreditasse em um Deus que falasse com Seus filhos por meio de profetas e apóstolos, como fez com Samuel na antiguidade.

Eu tinha apenas 10 ou 11 anos quando comecei essa busca, o que me levou de igreja em igreja até conhecer os missionários na adolescência. A pergunta que eu tinha para eles no nosso primeiro encontro foi simples: “Acreditam em um Deus que fala?” A resposta deles foi um ressonante “sim”, e depois compartilharam comigo como o Pai Celestial chamou Joseph Smith e restaurou Sua igreja por meio dele. Entrei para a Igreja por causa dessa resposta simples e, ao longo dos anos, fui ricamente abençoado pelos ensinamentos dos profetas e apóstolos vivos. O conselho deles me ajudou a aumentar a minha fé e o testemunho do Salvador Jesus Cristo. Uma prática simples do estudo diário das escrituras, ensinada por minha avó, me ajudou como indivíduo e agora como pai — Uma vez que minha esposa e eu nos esforçamos para ensinar a nossos filhos o valor do estudo diário das escrituras.

Para que possamos participar do sacramento dignamente, semanalmente, é importante seguir o conselho do Presidente Nelson quando ele ensinou: “... quando Jesus pede que você e eu nos arrependamos, ele está nos convidando a mudar de idéia, conhecimento, nosso espírito — até a maneira como respiramos. Ele está a nos pedir para mudar a maneira como amamos, pensamos, servimos, passamos nosso tempo, tratamos nossas esposas, ensinamos nossos filhos e até cuidamos de nossos corpos.”⁴ Se algum de nós estiver carregando pecados não confessados, gostaria de fazer um convite a todos vós para dar ouvidos ao conselho do Profeta. Ao fazer isso, voltaremos nosso foco para Cristo, nosso verdadeiro e seguro alicerce e faremos uso de Sua Expiação, que nos levará a encontrar verdadeira cura, paz e conforto. Se exercitarmos fé para o arrependimento, nossa fé aumentará.

Como filhos de um Pai Celestial amoroso, não apenas desejamos nos conectar a Ele através da oração; mas Ele, por sua vez, deseja nos abençoar quando chegamos a Ele com humildade e com um coração cheio de desejo. Ele conhece as nossas preocupações e desafios. Ele está plenamente consciente dos anseios de nosso coração e, como pai amoroso, deseja ouvir de nós. Podemos e devemos nos aproximar do Pai Celestial e pedir que Ele nos abençoe com mais fé.

Algum tempo atrás, enquanto participava da conferência da estaca — e o hino de encerramento estava sendo cantado —, fiquei impressionado ao olhar para o coro. As vozes dos membros do coro eram melodiosas acima de qualquer descrição e todos tinham sorrisos lindos no rosto. Em algum lugar na fila de trás, vi uma irmã com lágrimas nos olhos e pensei que ela provavelmente tivesse se emocionado com o hino que foi cantado: “Deus Vos Guarde”. Imediatamente após a oração de encerramento, levantei-me e fui até a irmã no coro. Apenas senti que tinha que agradecer a ela por sua contribuição ao espírito da conferência.

Perguntei-lhe se o hino que cantamos tinha um significado especial para ela. Ela acenou com a cabeça e, com lágrimas escorrendo pelas suas bochechas, disse: “Perdi meu marido há algumas semanas e, como se isso não bastasse, depois perdi nossa filha, que tinha cerca de dois anos. Tudo o que me resta é a minha filha, que tem cerca de dez anos. Eu estava pensando se eu deveria ou não cantar no coro, mas hoje, quando o último hino foi cantado, senti a presença de meu marido e da nossa filha.” Ela então encerrou com esta observação: “Eu tenho orado ao Pai Celestial por duas coisas: primeiro que Ele fortaleça minha fé em Jesus Cristo e depois que me dê uma compreensão da santa Ressurreição; segundo, que o presidente se aproximasse e dissesse algo que fortaleceria a minha fé.” Não me lembro de dizer nada a essa querida irmã, mas lembro como minha fé foi fortalecida por sua fé inabalável e pelo fato de que sua oração era uma resposta à minha. Antes dessa mesma conferência, eu havia orado para ser conduzido a alguém a quem eu teria a oportunidade de ministrar — em vez disso, acho que ela ministrou a mim naquele dia.

Ao enfrentarmos os desafios da vida, é importante nos aproximarmos a um Pai Celestial onisciente e buscarmos Sua sabedoria e entendimento para lidar com quaisquer desafios que possamos estar a enfrentar. Os desafios podem surgir em forma de doença, perda de um ente querido, profunda decepção com um cônjuge ou amigo, lutando para encontrar um companheiro eterno ou até pressões financeiras em casa. Durante esses tempos difíceis, nossa fé pode ser fortalecida ou destruída a um ponto em que nos afastamos de tudo o que antes era precioso. Meus queridos amigos, não importa o que aconteça, não se afastem do Santo de Israel, mas, em vez disso, sigamos o convite que Ele lhes deu em Jerusalém quando disse: “Vem, e Segue-Me”⁵. Sei que, ao orarmos ao Pai, em nome de Cristo, nossa fé pode e será fortalecida em meio a todos os desafios que podemos encontrar ao nosso redor. Como o Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, colocou em um de seus discursos da conferência geral: “No incessante ruído e agitação de nossos dias, que nos esforcemos para ver a Cristo no centro de nossa vida, no centro de nossa fé e de nosso serviço.”⁶

Ao procurarmos servir os filhos e filhas do Pai Celestial, nossa fé aumentará. Conheço um jovem chamado Gofaone Lebang que filiou-se a igreja quando tinha cerca de 16 anos. Havia algo único nesse jovem; ele nasceu com uma deficiência física, o que significava que estava preso a uma cadeira de rodas desde que era bebê. O irmão Lebang sempre foi um discípulo muito vibrante e cheio de fé no Senhor Jesus Cristo. Aos vinte anos, ele decidiu servir uma missão de serviço. Ele foi chamado para a Missão África do Sul, Joanesburgo. Não se poderia pedir por um indivíduo mais positivo. Ele sempre tinha algo edificante para dizer a todos com quem entrava em contato. Mais tarde, tive a oportunidade de servir com ele na mesma Presidência do Quórum de Élderes e depois no Sumo Conselho. Ao longo dos anos, nunca o ouvi reclamar ou murmurar sobre sua deficiência física, mas sempre vi-lhe seguir em frente com fé. Sua vontade de servir aumentou a fé de todos os que serviam com ele e ao seu redor. Após muitos anos, ele ainda é o mesmo; ele estende a mão e ministra aos outros de maneiras diferentes.