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Capítulo 4: Coletar e Registrar as Informações sobre a História da Família


Capítulo 4

Coletar e Registrar as Informações sobre a História da Família

Introdução

Esta lição faz um apanhado de princípios básicos para registrarmos dados de história da família e sobre a importância de mantermos registros do modo mais correto e completo possível. Esta lição também pretende lembrar aos alunos que, ao coletarem nomes de antepassados, eles estão lidando com pessoas que vivem em espírito no mundo espiritual pós-mortal. O Senhor revelou ao Profeta Joseph Smith (1805–1844): “Nós, sem eles, não podemos ser aperfeiçoados; nem podem eles, sem nós, ser aperfeiçoados” (D&C 128:18).

O Presidente Howard W. Hunter (1907–1995) observou uma ligação entre nós e nossos antepassados falecidos que ilustra essa interdependência: “Os mortos esperam ansiosamente que os santos dos últimos dias pesquisem seus nomes e, a seguir, compareçam ao templo para oficiar em seu lugar, a fim de que possam ser libertados da prisão no mundo espiritual. Todos nós devemos encontrar alegria nesse magnífico trabalho de amor” (“Um Povo Motivado pelo Templo”, A Liahona, maio de 1995, p. 3).

À medida que os alunos aprenderem mais sobre o envolvimento no trabalho de história da família, vão tomar cada vez mais consciência de que os nomes que eles enviam ao templo pertencem a pessoas reais que passaram pela mortalidade e terão a oportunidade de progredir na eternidade graças às ações dos descendentes deles — seus alunos.

Ao iniciar cada aula, você pode dar aos alunos a oportunidade de relatar o progresso alcançado, de tirar dúvidas e de contar experiências. Se seus alunos estiverem usando a informática na pesquisa de história da família, você precisará prever tempo suficiente nas aulas para acompanhamento e auxílio contínuo. Se, por exemplo, os alunos tiverem sendo incentivados na aula anterior a cadastrar-se no site de história da família destinado aos membros da Igreja, convém fazer o acompanhamento com eles. É interessante para os alunos ouvir as histórias de sucesso dos colegas no trabalho de história da família.

Algumas Doutrinas, Alguns Princípios e Algumas Verdades do Evangelho

  • O nome de cada antepassado falecido representa um filho do Pai Celestial, uma pessoa real no mundo espiritual pós-mortal.

  • Registros precisos e organizados facilitam a coleta e o compartilhamento de dados de história da família.

  • Antes de realizar as ordenanças do templo por antepassados falecidos, é preciso conseguir certos dados sobre cada um deles.

  • Há diretrizes para registrar os dados de história da família.

  • Os gráficos de linhagem e os registros de grupo familiar são os formulários-padrão para registrar os dados de história da família.

  • Podemos conseguir informações valiosas contatando e entrevistando outros familiares.

Sugestões Didáticas

Observação para o professor: Em virtude do tamanho desta lição e da quantidade de assuntos abordados, sugere-se que você a ministre em duas aulas.

O Nome de Cada Antepassado Falecido Representa um Filho do Pai Celestial, uma Pessoa Real no Mundo Espiritual Pós-Mortal

Escreva as seguintes informações no quadro:

Alvin Smith

Nasceu em 11 de fevereiro de 1798 ou 1799

Morreu em 19 de novembro de 1823

Diga aos alunos que Alvin Smith era o irmão mais velho de Joseph Smith. Ele ouviu o relato de Joseph Smith da Primeira Visão e acreditou. Alvin e o restante da família também ouviram Joseph contar sobre as visitas de Morôni. Alvin morreu alguns meses depois da primeira visita de Morôni, vários anos antes de Joseph receber as placas de ouro. Pouco antes de morrer, Alvin disse a Joseph: “Quero que você seja um bom rapaz e faça tudo que estiver a seu alcance para obter os registros. Seja fiel no recebimento de instruções e no cumprimento de todo mandamento que lhe for dado” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, p. 423).

Joseph escreveu o seguinte sobre Alvin: “Alvin, meu irmão mais velho — lembro-me bem do sofrimento que senti em meu peito de jovem e quase dilacerou meu terno coração quando ele morreu. Ele era o mais velho e o mais nobre da família de meu pai. Ele foi um dos mais nobres filhos dos homens” (Ensinamentos: Joseph Smith, pp. 509–510).

Pergunte aos alunos a idade de Alvin ao falecer. (Você pode apontar para a informação escrita no quadro: ele tinha 24 ou 25 anos de idade quando morreu.)

Peça aos alunos que abram em Doutrina e Convênios 137 e atentem para a data dessa revelação. (21 de janeiro de 1836.) Pergunte quantos anos após a morte de Alvin essa revelação foi recebida. (Cerca de 12 anos.)

Explique-lhes que, antes dessa revelação, a doutrina da salvação pelos mortos não era claramente conhecida.

Peça a alguém que leia Doutrina e Convênios 137:1–6.

  • O que essa revelação ensina sobre Alvin Smith, Adão e Abraão?

Saliente que, entre outras coisas, ensina que após a morte continuamos a existir como seres individuais, com identidade individual.

  • A seu ver, que repercussão essa revelação teve sobre Joseph Smith e seus pais?

  • Alvin Smith precisaria que as ordenanças do evangelho fossem realizadas por ele? (Sim.)

  • Por quê? (Ele morreu antes de acontecer a restauração das ordenanças e depois de atingir a idade da responsabilidade — oito anos de idade; ver D&C 68:25–27; 138:32−34, 58−59.)

Peça a dois alunos que leiam em voz alta as declarações no manual do aluno nas seções “Cada nome representa uma pessoa real” (4.1.1) e “Cada pessoa pertence a uma família” (4.1.2).

  • Como o fato de lembrar que os antepassados falecidos são mais do que apenas nomes numa folha de papel pode influenciar nossa atitude ao fazermos o trabalho de história da família?

Escreva: “Mais do que só nomes” no quadro. Preste testemunho de que, assim como Alvin Smith, os familiares falecidos dos alunos são pessoas reais no mundo espiritual. Essas pessoas precisam das ordenanças de salvação do evangelho a fim de alcançar o maior grau de felicidade proporcionado pelo plano de salvação do Pai Celestial.

Registros Precisos e Organizados Facilitam a Coleta e o Compartilhamento de Dados de História da Família

Leia ou mostre alguns dos seguintes trechos tirados de cartas enviadas à Biblioteca de História da Família em Salt Lake City, Utah, antes do desenvolvimento de tecnologias de informática para a história da família. Peça aos alunos que prestem atenção ao humor presente nas tentativas de transmitir informações que às vezes foram mal compreendidas. (Pergunte aos alunos como a formulação das frases pode impedir uma comunicação eficaz e peça-lhes que reformulem os trechos para transmitir melhor a ideia original pretendida):

“Estou com dificuldades para me localizar em Londres. Se eu fosse daqui, seria pequenininha e não poderia ser achada.”

“Envio anexa minha avó. Faz 50 anos que tento resolver o caso dela, sem sucesso. Agora vejam o que podem fazer.”

“Queira batizar esta página.”

“Enviarei mais três dólares para que processem a família Wheeler.”

“Meu avô morreu aos três anos de idade.”

“Fonte das informações: Bíblia da família de posse da tia Maime até o tornado atingir Topeka, Kansas. Agora só o Senhor sabe onde foi parar.”

“Eu gostaria de descobrir se tenho parentes vivos ou mortos ou se há antepassados em minha família.”

Peça aos alunos que apresentem motivos para a importância de mantermos os registros de história da família de modo correto e organizado. Resuma as respostas no quadro.

Divida a classe em três grupos. Dê a um grupo a atribuição de estudar Doutrina e Convênios 127:5–9, a outro, Doutrina e Convênios 128:3–4 e ao terceiro grupo, Doutrina e Convênios 128:7–8, 24. Peça a cada grupo que identifique palavras e frases nesses versículos ligadas à importância da manutenção de registros. Dê tempo para os grupos estudarem e depois peça que um representante de cada grupo resuma o que identificaram. Pergunte aos alunos como podemos contribuir para o cumprimento de Doutrina e Convênios 128:24.

Leia Doutrina e Convênios 132:8 com a classe e pergunte:

  • O que as verdades contidas nesse versículo têm a ver com a manutenção de registros corretos?

Diga aos alunos que não precisam ser genealogistas profissionais para fazer história da família. Mas precisamos registrar as informações de modo claro e preciso, a fim de que sejam compreendidas por outras pessoas.

Antes de Realizar as Ordenanças do Templo por Antepassados Falecidos, É Preciso Conseguir Certos Dados sobre Cada um Deles

Pergunte se alguém sabe quais são as informações mínimas necessárias para que as ordenanças básicas sejam realizadas por alguém (anote as respostas no quadro). [Se necessário, deixe os alunos lerem o manual do aluno na seção “É necessária uma quantidade mínima de informações” (4.3.1).]

  • Em que situações, seria adequado enviar nomes para as ordenanças do templo com um mínimo de dados? (Quando, de modo razoável, não for possível encontrar informações adicionais.) Lembre os alunos que, com o gráfico de linhagem que se encontra no site FamilySearch.org, podemos processar o nome e realizar as ordenanças e depois continuar a refinar os dados e adicionar fatos novos sem impactos para a pessoa e sem mudar o fato de que suas ordenanças foram realizadas. Só deixamos o trabalho em suspenso caso haja dúvidas se temos a pessoa certa ou se estamos lidando com uma ou mais pessoas com nome e datas semelhantes.

  • Que cuidados você recomendaria aos alunos iniciantes em história da família sobre o uso da quantidade mínima de informações necessárias para enviar nomes? (Não se apresse para enviar nomes sem pesquisar exaustivamente os dados; o uso das informações mínimas pode gerar confusão para quem for fazer pesquisas depois.)

Há Diretrizes para Registrar os Dados de História da Família

Peça aos alunos que abram o manual do aluno na seção “Siga as diretrizes para registrar os nomes” (4.4.1).

Mencione as datas de nascimento e morte de Alvin que estão no quadro.

  • De acordo com as diretrizes do manual do aluno, como escrever as datas de nascimento e morte de Alvin?

    Nascido em 11 fev 1789/99 ou 11 fev 1798 ou 1799 (Ambas as respostas estão corretas.)

    Faleceu em 19 nov 1823

  • Quais outras informações mínimas seriam necessárias para realizar as ordenanças do templo? (Além do nome, sexo e da data de um evento, seria preciso o local de um evento ou um grau de parentesco com alguém presente na árvore genealógica.)

Diga aos alunos que sabemos o local de nascimento de Alvin Smith e também há instruções para registrar esse dado.

Observação para o professor: Muitos genealogistas em potencial desanimaram por terem letra ruim ou não serem tão apegados a detalhes quanto gostariam. Os programas de computador de genealogia foram criados para vencer esses desafios e permitem a todos os usuários ser bons genealogistas.

  • Quais são as diretrizes para registrar os locais? [Ver o manual do aluno na seção “Siga as diretrizes para registrar os locais” (4.4.3).]

Perto da data de nascimento no quadro, escreva o local de nascimento: Tunbridge, Orange, Vermont, Estados Unidos (Orange é o condado onde se situava a cidade de Tunbridge).

Diga aos alunos que sabemos também o local da morte de Alvin. Pergunte se isso também deve ser listado. (Sim. Embora já esteja além das informações mínimas necessárias para a realização das ordenanças do templo, os registros devem conter o máximo de dados possível.)

Perto da data de falecimento no quadro, escreva o local de falecimento: Manchester, Ontário, Nova York (Ontário é o condado onde se situava a cidade de Manchester).

Com as revelações que vieram em seguida (como D&C 127 e 128), Joseph pôde começar a realizar as ordenanças do templo por seu irmão Alvin.

Os alunos podem praticar procurando em Joseph Smith—História 1:3 e na introdução da seção 135 de Doutrina e Convênios os dados relativos ao nascimento e falecimento de Joseph Smith. Peça a alguns alunos que venham para a frente do quadro e registrem dados como fizeram para Alvin Smith. Deixe que os alunos façam quaisquer ajustes, correções ou comentários que tiverem. Como alternativa didática para os alunos que trouxerem computador para a aula, peça-lhes que façam esse exercício usando o recurso da árvore familiar ou outro administrador de registros. Esses programas encarregam-se da formatação das datas e dos locais.

Pergunte aos alunos que têm dúvidas sobre o registro de nomes, datas ou locais.

Observação para o professor: Esses exercícios têm o objetivo de servir de motivação para os alunos iniciarem a manutenção de registros, e não criar cópias permanentes dos arquivos de história da família deles.

Os Gráficos de Linhagem e os Registros de Grupo Familiar São os Formulários-Padrão para Registrar os Dados de História da Família

Dê um gráfico de linhagem em branco a cada aluno. Os alunos que trouxerem computador para a aula podem preencher o gráfico de linhagem online. Os gráficos de linhagem são usados para listar várias gerações de antepassados diretos. Peça aos alunos que preencham no gráfico de linhagem os dados relativos ao máximo possível de antepassados de suas primeiras quatro gerações que conseguir recordar. Por ora, trata-se apenas de um exercício para praticar valendo-se da memória, assim os alunos não devem se preocupar com a exatidão dos dados. As primeiras quatro gerações incluiriam os próprios alunos, seus pais, avós e bisavós.

Você pode conseguir exemplares de gráficos de linhagem e registros de grupo familiar nos centros de distribuição da Igreja, em centros de história da família ou no site FamilySearch.org.

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registro de grupo familiar

Em seguida, mostre um registro de grupo familiar (que está no fim desta lição) ou passe um exemplar de mão em mão. Pode também pedir aos alunos que procurem esse formulário no computador. Os registros de grupo familiar são usados para listar todos os membros da família de um antepassado, acompanhado de informações como data e local de nascimento, casamento e ordenanças. Peça aos alunos que preencham num registro de grupo familiar (ou escrevam numa folha de papel) os dados que conseguirem lembrar relativos à família de seu pai e sua mãe, o que inclui os próprios alunos e seus irmãos.

Peça aos alunos que formem duplas e que se revezem para resumir o que aprenderam até o momento nesta aula, inclusive o propósito e o valor do gráfico de linhagem.

Podemos Conseguir Informações Valiosas ao Entrar em Contato com Outros Familiares ou Entrevistá-los

Peça aos alunos que informem o nome de dois ou três parentes que contatarão a fim de conseguir mais informações sobre a família (como um avô, uma avó, uma tia, um tio ou um primo).

Com a classe inteira, faça no quadro uma lista de perguntas que os alunos considerarem úteis para conseguir informações com parentes.

Se os alunos tiverem acesso a um dispositivo de gravação de voz, como um smartphone, sugira que gravem as entrevistas com o parente caso ele não se oponha. Diga aos alunos que há programas de computador de reconhecimento de voz e transcrição disponíveis para ajudá-los caso desejem transcrever essas entrevistas em forma de texto a fim de divulgar as informações.

Para encerrar a aula, chame um ou dois alunos voluntários para contar qualquer experiência bem-sucedida que tiveram no trabalho de história da família até o momento ou quaisquer sentimentos positivos em relação a seus esforços nessa área.

Preste testemunho de que nossos antepassados falecidos vivem agora no mundo espiritual, e muitos deles estão aguardando as ordenanças do templo que podemos lhes proporcionar. Incentive os alunos a continuarem dedicando-se fielmente à história da família.