Conferência Geral
Apoiar a nova geração
Conferência Geral de Abril de 2024


Apoiar a nova geração

Na vida dos jovens, são esses relacionamentos que têm a maior influência em suas escolhas.

Ao me preparar para falar a vocês, lembrei-me da história de Helamã e dos jovens guerreiros do povo de Amon. Por meio do estudo desse relato, tenho sentido o poder dos profetas do Livro de Mórmon ensinando pais, bispos e membros da ala.

Helamã foi um homem em quem os jovens amonitas podiam confiar. Ele os ajudou a se desenvolver e a amadurecer em retidão. Eles o conheciam, amavam e “desejaram que Helamã fosse seu chefe”.1

Helamã amava aqueles jovens como filhos e via seu potencial.2 O élder Dale G. Renlund ensinou que, “para servir efetivamente ao próximo, devemos vê-los (…) pelos olhos do Pai Celestial. Só então poderemos começar a compreender o verdadeiro valor de uma alma. Só então conseguiremos sentir o amor que o Pai Celestial tem por todos os Seus filhos”.3 Os bispos hoje são abençoados com discernimento para verem a identidade divina dos jovens sob seus cuidados.

Helamã contou4 os jovens que liderava. Era sua prioridade construir um relacionamento forte com eles.

Em um momento crítico de vida ou morte, Helamã e seus jovens guerreiros perderam de vista o exército que os perseguia. Helamã conversou com eles e perguntou:

“Eis que não sabemos se pararam com a intenção de que marchemos contra eles (…).

Portanto, que dizeis, meus filhos?”5

Aqueles jovens fiéis responderam: “Pai, eis que nosso Deus está conosco e não permitirá que sejamos vencidos; então avancemos”.6 Eles venceram a batalha naquele dia, pois Helamã apoiou aqueles jovens em sua resolução7 de agir.8

Os jovens amonitas serviam a uma grande causa e eram valentes “para ajudar o povo”.9 Aquela “pequena força”, liderada por Helamã, levou “grandes esperanças e muita alegria”10 ao coração dos experientes homens que integravam os exércitos nefitas. Os bispos hoje podem liderar seus jovens, que têm dons extraordinários, para que abençoem a ala e coliguem Israel. O presidente Russel M. Nelson ensinou que esta é “a missão para a qual [eles] foram enviados à Terra”.11

Assim como aqueles jovens amonitas que eram “fiéis em todas as ocasiões e em todas as coisas que lhes eram confiadas”,12 Helamã seguia fielmente seus líderes. Fossem quais fossem os desafios e contratempos, Helamã sempre se manteve determinado13 a levar adiante seu propósito. Quando lhe foi ordenado que “marchasse com [seus] filhinhos”,14 ele obedeceu.

Os jovens de hoje são abençoados quando os bispos seguem a orientação de nossos líderes de “reunir-se em conselho com a presidente das Moças da ala”.15 Os presidentes de estaca certificam que os bispos e as presidentes das Moças sejam instruídos de modo a cumprir suas responsabilidades para com os jovens.16

Helamã honrava seus convênios. Quando Amon ensinou o evangelho aos pais daqueles jovens, aqueles pais abraçaram o evangelho de coração aberto. Eles estavam tão comprometidos com sua nova vida de discipulado justo que fizeram um convênio e “depuseram as armas de sua rebelião”.17 A única coisa que os levou a considerar a quebra desse convênio, em vista de um passado familiar de guerras, foi ver os nefitas em perigo.

Os amonitas queriam ajudar aquelas pessoas que lhes ofereceram um lar seguro. Helamã, juntamente com outras pessoas, persuadiu aquele povo a guardar o convênio de nunca mais entrar em guerra. Ele confiou mais na força que Deus proveria do que na força que aqueles amonitas poderiam ter fornecido com suas espadas e flechas.

Quando Helamã e seus jovens guerreiros se depararam com desafios assustadores, Helamã se mostrou resoluto. “Eis que não importa — confiamos em que Deus nos livrará.”18 Em certa ocasião, quando estavam prestes a morrer de fome, a resposta deles foi “[elevar] a alma a Deus em oração, para que ele [os] fortalecesse e livrasse (…), [e] o Senhor (…) Deus [lhes] deu a certeza de que [os] livraria”19 “por causa de sua extraordinária fé naquilo que haviam sido ensinados a crer”.20

Aprendemos com Helamã que aqueles rapazes eram apoiados por seus pais. Aqueles pais fiéis sabiam que sua principal responsabilidade era ensinar seus filhos. Eles ensinaram os filhos a guardar os mandamentos e a “andar retamente”21 perante Deus. A mãe de cada um lhes ensinou “que, se não duvidassem, Deus os livraria”.22 Os pais eram exemplos extraordinários de pessoas que faziam convênios.23 Aqueles ex-guerreiros conheciam os horrores da guerra. Eles confiaram seus filhos inexperientes aos cuidados de Helamã e os apoiaram enviando “muitas provisões”.24

Helamã não estava sozinho ao servir a seu jovem exército. Havia pessoas ao seu redor a quem ele recorria em busca de apoio e orientação. Ele pediu ajuda ao capitão Morôni e a recebeu.

Ninguém serve sozinho no reino do Senhor. O Senhor nos abençoou com alas e estacas. Por meio de Sua organização restaurada, temos os recursos, a sabedoria e a inspiração para enfrentar qualquer desafio.

O bispo proporciona orientação para a ala por meio de conselhos.25 Ele faz entrevistas trimestrais de ministração e incentiva o quórum de élderes e a Sociedade de Socorro a cumprir sua responsabilidade de ministrar às famílias. Essas presidências assumem a liderança ao avaliarem necessidades e buscarem soluções inspiradas. Os presidentes de estaca oferecem apoio instruindo as presidências do quórum de élderes e da Sociedade de Socorro nessas responsabilidades.

A orientação necessária para líderes e pais se encontra nos aplicativos Biblioteca do Evangelho e Viver o Evangelho. Nesses recursos inspirados, temos as escrituras, os ensinamentos dos profetas atuais e o Manual Geral. A seção Jovens na Biblioteca do Evangelho contém muitos recursos para as presidências de quórum e de classe26 e o livreto Força dos Jovens: Um Guia para Fazer Escolhas. À medida que todos os membros da ala estudarem essas fontes inspiradas e buscarem a orientação do Espírito, todos serão orientados pelo Senhor para o fortalecimento dos jovens.

Toda a ala será abençoada e fortalecida à medida que os membros se concentrarem na nova geração. Apesar de nossas imperfeições e deficiências, o Pai Celestial convida cada um de nós, por meio da companhia de Seu Espírito, a estender a mão a outras pessoas. Ele sabe que crescemos e somos santificados quando seguimos os sussurros do Espírito Santo.27 Não importa se nossos esforços são imperfeitos. Quando nos tornamos parceiros do Senhor, podemos acreditar que nossos esforços estarão alinhados com o que Ele faria pelos jovens.

Ao seguirmos a orientação do Espírito Santo para ajudarmos os jovens, nós nos tornamos testemunhas do amor do Pai Celestial na vida deles. Agir de acordo com a inspiração do Senhor constrói relacionamentos de amor e confiança. Na vida dos jovens, são esses relacionamentos que têm a maior influência em suas escolhas.

Os jovens aprenderão o padrão de revelação ao participarem conosco do processo de buscar e agir de acordo com a inspiração para servir ao próximo. À medida que os jovens se voltarem para o Senhor em busca dessa orientação inspirada, seu relacionamento com Ele e sua confiança Nele se aprofundarão.

Expressamos nossa confiança nos jovens ao oferecermos apoio e orientação, mas sem assumir o controle.28 Ao recuarmos um pouco e permitirmos que os jovens aprendam por meio do aconselhamento conjunto, escolhendo um curso inspirado e colocando seu plano em ação, eles vivenciarão alegria e crescimento verdadeiros.

O presidente Henry B. Eyring ensinou que “o que mais vai importar será o que eles vão aprender com [vocês] sobre quem eles realmente são e o que realmente podem se tornar. Meu palpite é que eles não vão entender isso muito bem por meio de sermões. Vão entender isso percebendo quem vocês são, quem vocês pensam que eles são e em quem vocês pensam que eles podem se tornar”.29

Nossos jovens nos deixam maravilhados com sua coragem, fé e suas habilidades. Ao escolherem ser discípulos de Jesus Cristo totalmente engajados, Seu evangelho ficará gravado no coração deles. Segui-Lo se tornará parte de quem são, e não apenas do que fazem.

Helamã ajudou os jovens amonitas a ver de que forma vivia um valente discípulo de Jesus Cristo. Podemos ser exemplos excelentes para os jovens de como os discípulos de Cristo vivem hoje. Os pais fiéis oram constantemente por esses exemplos na vida de seus filhos. Nenhum programa pode substituir a influência de adultos amorosos que cumprem convênios.

Como presidente do quórum de sacerdotes, o bispo pode dar o exemplo aos jovens de como ser um marido leal e um pai amoroso30 ao presidir a família, atender às necessidades de seus familiares e protegê-los31 com retidão. A influência de bispos que se concentram nos jovens32 se estende por gerações.

Os jovens de hoje estão entre os espíritos mais nobres33 do Pai Celestial. Eles estavam entre os firmes defensores da verdade e do arbítrio no mundo pré-mortal.34 Nasceram nestes dias para coligar Israel por meio do seu vigoroso testemunho do Senhor Jesus Cristo. Ele conhece cada um deles e conhece seu grande potencial. É paciente à medida que eles crescem. Vai redimi-los e protegê-los. Vai curá-los e guiá-los. Vai inspirá-los. Nós, pais e líderes, estamos preparados para apoiá-los. Temos a Igreja do Salvador para nos ajudar a criar e educar a próxima geração.

Presto testemunho de que a Igreja de Cristo, restaurada por meio do profeta Joseph Smith e liderada hoje pelo presidente Russell M. Nelson, está organizada para ajudar os jovens a cumprir seu grande propósito nestes últimos dias. Em nome de Jesus Cristo, amém.

Notas

  1. Alma 53:19.

  2. “Se vocês escolherem, se desejarem, (…) podem fazer parte de algo grande, importante e majestoso! (…) Vocês estão entre os melhores que o Senhor enviou a este mundo. Vocês têm a capacidade de ser mais inteligentes e sábios e exercer uma influência maior no mundo do que qualquer geração anterior!” (Russell M. Nelson, “Juventude da promessa”, devocional mundial para os jovens, 3 de junho de 2018, Biblioteca do Evangelho).

  3. Dale G. Renlund, “Pelos olhos de Deus”, A Liahona, novembro de 2015, p. 94.

  4. Ver Alma 56:55.

  5. Alma 56:43–44.

  6. Alma 56:46.

  7. “O objetivo de nosso Pai Celestial ao nos ensinar não é que Seus filhos façam o que é certo, é ajudar Seus filhos a escolherem fazer o que é certo” (Dale G. Renlund, “Escolhei hoje”, Liahona, novembro de 2018, p. 104).

  8. “À medida que dermos poder aos jovens, convidando-os a agir e permitindo que o façam, a Igreja vai avançar de maneira milagrosa” (reunião com o élder David A. Bednar; ver também, Instruções para a liderança de templo e história da família de 2020, 27 de fevereiro de 2020, Biblioteca do Evangelho).

  9. Alma 53:22.

  10. Alma 56:17.

  11. Russell M. Nelson, “Juventude da promessa”, Biblioteca do Evangelho.

  12. Alma 53:20.

  13. Ver Alma 58:12.

  14. Alma 56:30.

  15. Manual Geral: Servir em A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, item 7.1.2, Biblioteca do Evangelho.

  16. Ver Manual Geral, item 6.7.2.

  17. Alma 23:7.

  18. Alma 58:37.

  19. Alma 58:10–11.

  20. Alma 57:26.

  21. Alma 53:21.

  22. Alma 56:47.

  23. Ver Alma 23:7; 24:17–19.

  24. Alma 56:27.

  25. Ver Manual Geral, item 7.1.1.

  26. “Ao buscarmos a verdade eterna, as duas perguntas a seguir podem nos ajudar a reconhecer se um conceito vem de Deus ou de outra fonte: O conceito é ensinado de maneira consistente nas escrituras e nas palavras dos profetas vivos? O conceito é confirmado pelo testemunho do Espírito Santo? Deus revela verdades doutrinárias por meio dos profetas, e o Espírito Santo confirma essas verdades a nós e nos ajuda a aplicá-las” (John C. Pingree Jr., “Verdade eterna”, Liahona, novembro de 2023, p. 100).

  27. Ver Doutrina e Convênios 4:2–4.

  28. “Se [nossos] jovens estiverem desiludidos [com a obra de Deus], estarão mais propensos a serem iludidos pelo mundo. (…) Quantas presidências de quórum de diáconos e mestres se contentam em simplesmente chamar alguém para oferecer uma oração ou distribuir o sacramento? Irmãos, esses são espíritos verdadeiramente especiais, e eles podem realizar coisas de grande importância: só precisam de uma chance!” (Neal A. Maxwell, “Unto the Rising Generation”, Ensign, maio de 1985.)

  29. Henry B. Eyring, “Teaching Is a Moral Act” (discurso proferido na Universidade Brigham Young em 27 de agosto de 1991), p. 3, speeches.byu.edu.

  30. Ver “Tema do quórum do Sacerdócio Aarônico”, Biblioteca do Evangelho.

  31. Ver “A Família: Proclamação ao Mundo”, Biblioteca do Evangelho.

  32. “Esperamos que os bispados enfatizem as responsabilidades do sacerdócio dos rapazes e se concentrem nelas, ajudando-os em seus deveres do quórum. Adultos capacitados serão chamados como consultores dos Rapazes para auxiliar as presidências de quórum do Sacerdócio Aarônico e o bispado em seus deveres. Estamos confiantes de que mais rapazes e moças aceitarão o desafio e permanecerão no caminho do convênio devido a esse foco mais centralizado em nossa juventude” (Quentin L. Cook, “Ajustes para fortalecer os jovens”, Liahona, novembro de 2019, p. 41).

  33. “Nosso Pai Celestial reservou muitos de Seus espíritos mais nobres — talvez Seu melhor time, por assim dizer — para esta fase final. Esses espíritos nobres — os melhores jogadores, esses heróis — são vocês!” (Russell M. Nelson, “Juventude da promessa”, Biblioteca do Evangelho.)

  34. “O adolescente que você ama pode muito bem ter sido um dos valentes guerreiros que estavam do lado do arbítrio e da verdade. (…) Podemos ajudar na forma como reagimos à determinação deles de escolherem por si próprios. Eles vão perceber se os vemos como se eles pudessem ter sido um dos guerreiros fiéis da existência pré-mortal, ainda comprometidos com a defesa do arbítrio moral e conscientes de seu grande valor para levá-los à felicidade. Se pudermos vê-los como guerreiros fiéis desde a existência pré-mortal, também poderemos ver suas reivindicações de independência como um sinal de seu potencial, um sinal de que estão testando o poder do arbítrio que os levará à felicidade” (Henry B. Eyring, “A Life Founded in Light and Truth”, devocional da Universidade Brigham Young, 15 de agosto de 2000, speeches.byu.edu).