2018
Conferência Geral: Um Fenômeno Único
Outubro de 2018


Mensagem do Setenta de Área

Conferência Geral: Um Fenômeno Único

Uma tradição distinta da Igreja, e que está ancorada na vida dos Santos dos Últimos Dias, é a grande reunião chamada conferência geral, onde cada um dos oradores inspirados dá uma mensagem — uma mensagem que toca os membros individualmente.

Como o último orador da Conferência Geral de abril de 2011, o Élder Jeffrey R. Holland disse: “Ao chegarmos ao término da nossa conferência, peço que reflitam nos próximos dias não apenas sobre as mensagens que ouviram, mas também sobre o fenômeno inigualável (grifo do autor) que é a conferência geral em si — que nós, como Santos dos Últimos Dias, acreditamos que essas conferências são, e que convidamos o mundo a ouvir e a observar nelas.”1

Desde o meu batismo, há 25 anos, comecei a ter o hábito de ler os discursos da conferência geral publicados na revista A Liahona. Além de ler meu Livro de Mórmon, ler essas mensagens inspiradas da conferência geral ajudou-me a entender melhor as doutrinas do evangelho e fortaleceu o meu testemunho da realidade e veracidade das mensagens dos profetas vivos. É para mim uma testemunha adicional de revelação contínua. Estávamos a receber A Liahona, algumas semanas ou mesmo meses após a conferência, mas as mensagens ainda tinham um impacto corrente em mim.

Durante vários anos, a Área África Sudeste gravava conferência geral em discos compactos que assistíamos duas a três semanas após as sessões da conferência. Hoje, a Igreja disponibilizou receptores de satélite que nos permitem assistir algumas sessões ao vivo e outras depois, mas dentro de um intervalo médio de uma semana, após a conferência geral. Que benção!

Para nós, como membros, a conferência geral tem um espírito especial. Quando reflito sobre isso, dois pontos principais vêm à mente, em primeiro lugar, é uma responsabilidade sagrada para aqueles que são escolhidos para discursar aos membros da Igreja e para o mundo inteiro, e em segundo lugar, é uma responsabilidade especial para aqueles de nós que ouvimos as mensagens que são dadas.

Aqueles que são designados para falar têm a enorme responsabilidade de encontrar palavras que tocam o coração de milhões de pessoas e de garantir que a mesma mensagem dada por uma única pessoa penetre no coração de todos e, ainda assim, atenda às necessidades individuais.

O Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou: “Talvez já saibam (e se não sabem deveriam saber) que, com raras exceções, a nenhum dos oradores, tanto homens como mulheres, é designado um tópico”.2

O Élder Neil L. Andersen, do Quórum dos Doze, disse: “Quando e como vem a inspiração para os discursos da Conferência Geral?

Sem tópicos designados, vemos o céu coordenando lindamente os assuntos e temas da verdade eterna em todas as conferências.

Um de meus companheiros de chamado me disse que o assunto para seu discurso desta conferência foi dado a ele imediatamente após seu discurso na última conferência em abril. Outro mencionou três semanas atrás que ainda estava orando e esperando a resposta do Senhor. Outro, quando lhe perguntaram quanto tempo havia levado para elaborar um discurso especialmente tocante, respondeu: ‘Vinte e cinco anos.’”3

Aqueles que ouvem têm a responsabilidade de preparar seus corações para serem ensinados. Minha experiência pessoal com a conferência geral não é apenas ouvir as palavras, mas também sentir o que o Espírito do Senhor gostaria que eu aprendesse. Eu ouço as mensagens da conferência geral sempre com vontade de aprender o que é importante para mim. Em uma ocasião, o orador estava a relatar uma história que eu já havia ouvido antes e sobre um tópico do qual me senti satisfeito com sua aplicação em minha vida. Imediatamente senti uma impressão e ouvi algo me dizendo: “Eustache, em vez de dizer a si mesmo que sabe do que se trata e que já está a faze-lo bem, pergunte-se porquê o Senhor quer que você ouça e aprenda novamente.” Ao ouvir o discurso, aprendi algo novo que nunca teria aprendido de outra maneira.

O Élder Jeffrey R. Holland declarou: “Se ensinarmos pelo Espírito e você ouvir pelo Espírito, alguém dentre nós vai abordar a sua situação, enviando uma epístola profética pessoal especialmente para você.”4 Também é importante observar que alguns tópicos frequentemente abordados são os mesmos, mas suas mensagens são diferentes a cada momento — se ouvirmos com o propósito de aprender. É óbvio que, para o mesmo assunto, o Senhor nos ensina “linha sobre linha”5 em cada ocasião em que ouvimos outra mensagem sobre o mesmo assunto.

Quando falamos em nossas famílias sobre as mensagens dadas na conferência geral, percebemos que muitas vezes somos tocados pelos mesmos discursos ou oradores, mas às vezes, temos diferentes entendimentos e sentimentos. Pela mesma mensagem ouvida ao mesmo tempo, minha esposa terá uma inspiração diferente da minha. Esta é a prova de que o Espírito do Senhor inspira a cada um de nós e fala conosco de acordo com nossas necessidades individuais.

Muitas vezes tenho sido tocado pela maneira como o Espírito do Senhor fala conosco — quer tenha tido a oportunidade de assistir a conferência ao vivo ou de fazer isso depois de uma gravação — toda vez que minha mente recebe instrução espiritual. Quer seja ouvido em Inglês, a língua em que os oradores falam ou quando há tradução, o Espírito ensina à todos em sua língua, o que o Senhor gostaria que aprendêssemos.

Muitas vezes ouvi membros da Igreja a dizer que uma mensagem em particular os tocou, e eles têm a impressão de que isso foi feito para eles pessoalmente. Este é o resultado de uma preparação pessoal e de um desejo de cumprir com as coisas do Espírito. Que possamos continuar a olhar para uma conferência geral como uma nova oportunidade de ser ensinado de uma maneira única por aqueles que o Senhor escolheu para nos falar e nos guiar no caminho estreito e apertado.

O Élder Eustache Ilunga foi chamado como Setenta de Área em abril de 2018. Ele e a sua esposa, Mamie, são pais de quatro filhos. O Élder e a Irmã Ilunga moram em Kinshasa, na República Democrática do Congo.

Notas

  1. Jeffrey R. Holland, “Um Estandarte entre as Nações”, A Liahona, maio de 2011, 111; ênfase adicionada.

  2. Jeffrey R. Holland, “Um Estandarte entre as Nações”, A Liahona, maio de 2011, 111.

  3. Neil L. Anderson, “A voz do Senhor”, A Liahona, Nov. de 2017, 122.

  4. Jeffrey R. Holland, “Um Estandarte entre as Nações”, A Liahona, maio de 2011, 113.

  5. Doutrina e Convênios 98:12; 128:21.