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Capítulo 43: Doutrina e Convênios 109–110


“Capítulo 43: Doutrina e Convênios 109–110”, Doutrina e Convênios — Manual do Aluno 2017

“Capítulo 43”, Doutrina e Convênios – Manual do Aluno

Capítulo 43

Doutrina e Convênios 109–110

Introdução e cronologia

As pedras de esquina do Templo de Kirtland foram colocadas em 23 de julho de 1833. Nos três anos seguintes, os membros da Igreja em Kirtland, Ohio, fizeram grandes sacrifícios para edificar o templo em obediência ao mandamento do Senhor (ver D&C 88:119; 95:8–9). Enquanto se preparava para a dedicação do Templo de Kirtland, o profeta Joseph Smith, auxiliado por Oliver Cowdery, escreveu uma oração que “foi-lhe dada por revelação” (D&C 109, cabeçalho da seção) e que ele ofereceu no serviço dedicatório realizado no domingo, 27 de março de 1836. Essa oração está registrada em Doutrina e Convênios 109 e contém apelos para que o Senhor “[aceitasse] a dedicação [do templo] a [Ele]”, (D&C 109:78), para que Ele abençoasse “todas as pessoas que [atravessassem] [suas portas]” (D&C 109:13) e Se “[lembrasse] de toda a [Sua] igreja, (…) para que o reino que [Ele estabeleceu] sem mãos se transforme em uma grande montanha e encha toda a Terra” (D&C 109:72).

Em 13 de abril de 1836, Jesus Cristo apareceu ao profeta Joseph Smith e Oliver Cowdery no Templo de Kirtland. Os profetas Moisés, Elias, e Elias, o profeta, também apareceram e restauraram importantes chaves do sacerdócio. Um relato dessas aparições está registrado em Doutrina e Convênios 110.

Início de junho de 1833Os membros da Igreja iniciam a construção do Templo de Kirtland, Ohio.

27 de março de 1836O profeta Joseph Smith lê a oração dedicatória para o Templo de Kirtland, mais tarde registrada em Doutrina e Convênios 109.

30 de março de 1836Jesus Cristo apareceu a alguns que estavam reunidos em assembleia solene no Templo de Kirtland.

3 de abril de 1836Joseph Smith e Oliver Cowdery viram e ouviram Jesus Cristo e receberam as chaves do sacerdócio de Moisés, Elias e Elias, o profeta, no Templo de Kirtland, conforme registrado em Doutrina e Convênios 110.

Doutrina e Convênios 109: Informações históricas adicionais

Os membros da Igreja em Kirtland, Ohio, trabalharam por cerca de dois anos e meio para cumprir o mandamento do Senhor de edificar “uma casa de Deus” (D&C 88:119). Em 26 de março de 1836, “[o profeta Joseph Smith], Oliver Cowdery, Sidney Rigdon e dois escribas [do profeta], Warren A. Cowdery e Warren Parrish, reuniram-se na sala do presidente no sótão do templo para se prepararem para a dedicação. Oliver Cowdery anotou em seu diário que nessa reunião ele ‘auxiliou na composição de uma oração para a dedicação do templo’” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume: 5: outubro de 1835–janeiro de 1838, ed. por Brent M. Rogers e outros, 2017, p. 189). A oração escrita “foi dada [ao profeta Joseph Smith] por revelação” (D&C 109, cabeçalho da seção).

Na manhã seguinte — domingo, 27 de março — “uma multidão de aproximadamente mil pessoas lotou o templo”. Centenas de pessoas permaneceram do lado de fora, inclusive muitas que haviam feito sacrifícios para ajudar a construir o templo. Por sugestão do profeta, “algumas dessas pessoas que não puderam entrar, realizaram uma reunião na escola adjacente, enquanto outras, voltaram para casa para esperar uma segunda reunião dedicatória”. A dedicação teve início com uma oração e um hino de abertura, depois “[Sidney] Rigdon de dirigiu à congregação por duas horas e meia sobre diversos assuntos. [Ele] então apresentou o nome [de Joseph Smith] à congregação” para ser apoiado como “profeta e vidente” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 5: outubro de 1835–janeiro de 1838, p. 189; ver também The Joseph Smith Papers, Journals [Documentos de Joseph Smith, Diários] Volume 1: 1832–1839, ed. por Dean C. Jessee e outros, 2008, pp. 200, 203). Após um intervalo de 20 minutos, o profeta Joseph Smith falou brevemente à congregação e chamou os líderes da Igreja para um voto de apoio. O profeta então leu a oração dedicatória em voz alta. A reunião terminou com a congregação dando o Brado de Hosana, proclamando em alta voz: “Hosana! Hosana! Hosana a Deus e ao Cordeiro, Amém, Amém e Amém!” três vezes (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith, Volume 5: outubro de 1835–janeiro de 1838, p. 209; ver também The Joseph Smith Papers, Journals [Documentos de Joseph Smith, Diários] Volume 1:1832–1839, pp. 203–211). A dedicação do Templo de Kirtland serviu como um padrão para a dedicação de outros templos.

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Mapa 7: Kirtland, Ohio, 1830–1838

Doutrina e Convênios 109:1–28

O profeta Joseph Smith pede ao Senhor que aceite o Templo de Kirtland e abençoe os que lá entrarem para O adorar

Doutrina e Convênios 109:1–5. “Teus servos agiram de acordo com teu mandamento”

Em uma revelação recebida em junho de 1833, o Senhor repreendeu os membros da Igreja em Kirtland, Ohio, por não terem iniciado a construção do templo lá (ver D&C 95). Havia somente 150 membros da Igreja vivendo na área de Ohio naquela época, e nenhum deles estava qualificado para administrar tal projeto. O custo estimado de $40.000 para a construção, sobrecarregou os recursos financeiros dos santos nos três anos seguintes. (Ver Lisa Olsen Tait e Brent Rogers, “Uma casa para nosso Deus”, em Revelações em Contexto, ed. por Matthew McBride e James Goldberg, 2016, p. 174 ou history.LDS.org). Entretanto, o Senhor prometeu a esses santos que se eles guardassem os mandamentos, eles “[teriam] poder para [construir o templo]” (D&C 95:11). Os membros da Igreja passaram quase três anos trabalhando arduamente e fazendo sacrifícios para edificar a casa do Senhor. Na oração dedicatória do Templo de Kirtland, oferecida em 27 de março de 1836, o profeta Joseph Smith reconheceu os sacrifícios dos santos que haviam generosamente doado seu tempo e “bens” para construir o templo, apesar de suas “grandes tribulações” e “pobreza” (D&C 109:5). A irmã Eliza R. Snow, que morava em Kirtland quando o templo foi construído, descreveu a fé e o sacrifício dos santos:

“Os santos eram poucos em número e a maioria deles era muito pobre; e, se não fosse pela certeza de que Deus havia dito e ordenado que uma casa fosse edificada ao Seu nome (…) uma tentativa de construir esse templo, naquelas circunstâncias, teria sido, para todos os envolvidos, uma grande insensatez. (…)

Com muito pouco capital, exceto planejamento e trabalho árduo, combinados com uma inabalável confiança em Deus, homens, mulheres e até mesmo crianças trabalharam com afinco; (…) todos vivendo com o máximo de simplicidade possível, para que cada centavo pudesse ser [usado] para o grande objetivo, enquanto suas energias eram estimuladas pela perspectiva de participar na bênção de uma casa edificada pela direção do Altíssimo e aceita por Ele” (em Eliza R. Snow, an Immortal [Eliza R. Snow: Uma imortal], 1957, pp. 54, 57).

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ilustração da construção do interior do Templo de Kirtland

Os santos doaram generosamente seu tempo e seus “bens” para a construção do Templo de Kirtland apesar de suas “grandes tribulações” e “pobreza” (D&C 109:5).

“No segundo semestre de 1835, homens e mulheres trabalharam lado a lado para concluir a construção do templo. Os homens geralmente faziam trabalhos de alvenaria, conduziam o gado e transportavam pedras, enquanto as mulheres geralmente fiavam, tricotavam e teciam roupas para os trabalhadores. (…) As mulheres também trabalhavam nos véus, ou cortinas, que seriam pendurados na Casa do Senhor” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 5: outubro de 1835–janeiro de 1838, p. 188). “Até as crianças ajudaram ao coletar louças e vidros quebrados, que foram adicionados ao reboco [usado como argamassa no templo] para ajudá-lo a brilhar ao sol” (Tait e Rogers, Uma casa para nosso Deus”, p. 176 ou history.LDS.org). Para ajudar a financiar a construção do templo, muitos membros doaram tudo o que podiam. Assim, com sua fé e sacrifícios combinados, os santos edificaram um templo onde o Salvador pudesse se “manifestar a seu povo” (D&C 109:5).

O presidente Thomas S. Monson explicou por que sempre foi pedido aos santos que fizessem sacrifícios para construir templos e adorar ao Senhor nesses edifícios sagrados:

“Algum grau de sacrifício sempre esteve associado à construção de templos e à frequência ao templo. Incontáveis são os que trabalharam e lutaram para obter para si mesmos e para sua própria família as bênçãos que são encontradas nos templos de Deus.

Por que há tantos que estão dispostos a dar tanto de si para receber as bênçãos do templo? Aqueles que compreendem das bênçãos eternas que advêm do templo sabem que nenhum sacrifício é grande demais, nenhum preço é alto demais, nenhuma luta é difícil demais para receber essas bênçãos” (“O templo sagrado — Um farol para o mundo”, A Liahona, maio de 2011, p. 92).

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Windows of Heaven [As Janelas do Céu], de David Lindsley

Windows of Heaven [As Janelas do Céu], de David Lindsley. Os membros da igreja passaram quase três anos trabalhando arduamente e fazendo sacrifícios para edificar a casa do Senhor em Kirtland, Ohio.

O bispo H. David Burton, que serviu como bispo presidente da Igreja, sugeriu maneiras que os santos de hoje podem fazer sacrifícios para que o trabalho do templo possa ir avante: “As oportunidades que o serviço no templo nos reserva atualmente são diferentes das que havia no passado. Não se espera que usemos o martelo, cortemos pedras, serremos tábuas, viremos concreto ou façamos o trabalho braçal da construção dos templos. Temos, porém, a excelente oportunidade de pagar o dízimo fielmente para que o trabalho de construção de templos e a obra do Senhor continuem a progredir. Temos também o desafio de ser dignos de nos oferecer para realizar as ordenanças salvadoras pelos falecidos. Em poucas palavras, a maior oportunidade das famílias da Igreja hoje é fazer com que a luz de nossos templos fique acesa desde cedo até tarde. Poderíamos fazer com que fosse necessário que elas ficassem acesas a noite inteira, como acontece nos finais de semana em vários templos” (“Época de oportunidades”, A Liahona, janeiro de 1999, p. 11).

Doutrina e Convênios 109:5. Um lugar para o Senhor Se “manifestar a seu povo”

Na antiguidade, os templos eram locais de revelação onde o Senhor Se manifestava a Seu povo (ver Êxodo 19:10–17; 25:8, 22; 1 Reis 6:11–13). Da mesma forma, o Senhor prometeu aos membros da Igreja em Kirtland, Ohio, que se eles “[construíssem] uma casa a [Ele] em nome do Senhor e (…) não [permitissem] que nela [entrasse] qualquer coisa impura, de modo que não [fosse] profanada, [Sua] glória [descansaria] sobre ela; (…) e [Sua] presença lá [estaria]” (D&C 97:15–16). Essa promessa foi particularmente cumprida entre janeiro de maio de 1836, quando muitas manifestações espirituais significativas ocorreram durante as reuniões realizadas no Templo de Kirtland. Em 30 de março de 1836, o profeta Joseph Smith observou que “o Salvador apareceu a alguns, enquanto anjos ministravam a outros” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith] Volume 5: outubro de 1835–janeiro de 1838, p. 221: ortografia padronizada).

O Templo de Kirtland foi construído “a fim de que o Filho do Homem tivesse um lugar onde se manifestar a seu povo” (D&C 109:5). A palavra manifestar-se significa revelar ou dar a conhecer. O élder John A. Widtsoe (1872–1952), do Quórum dos Doze Apóstolos, testificou: “É uma grande promessa a de que Deus se manifestará nos templos, e que lá os homens O verão. O que essa promessa de comunhão significa? Será que significa que, uma vez ou outra Deus se manifestará nos templos e que o puro de coração talvez O veja lá de vez em quando? Ou significa algo maior ainda: que o puro de coração que frequenta os templos pode sempre ter, lá, uma maravilhosa e rica comunhão com Deus por meio de Seu Espírito? Creio que é isso que significa para mim e para a maioria de vocês. Temos frequentado esses lugares sagrados, com nossa mente livre dos cuidados do mundo, e temos literalmente sentido a presença de Deus. Dessa maneira, os templos são sempre locais onde Deus Se manifesta ao homem e aumenta sua inteligência. Um templo é um local de revelação” (em “Temple Worship” [Adoração no Templo], The Utah Genealogical and Historical Magazine, vol. 12, abril de 1921, p. 56).

Ver também o comentário sobre Doutrina e Convênios 97:15–17 neste manual.

Doutrina e Convênios 109:6–11. “Convocai uma assembleia solene”

Para uma explicação sobre a assembleia solene citada em Doutrina e Convênios 109:6–11, ver o comentário sobre Doutrina e Convênios 88:70–76 neste manual.

Doutrina e Convênios 109:12–13. “Que todas as pessoas que atravessarem o umbral (…) sintam o teu poder”

Quando o Templo de Kirtland foi dedicado, ele se tornou uma casa “santificada e consagrada como santa”, um lugar onde a “santa presença [do Senhor está] continuamente” (D&C 109:12). Na oração dedicatória, o profeta Joseph Smith suplicou ao Senhor que todos aqueles que entrassem no templo sentissem Seu poder. Essa bênção continua a ser cumprida atualmente onde quer que as pessoas participem dignamente da adoração no templo.O presidente Howard W. Hunter (1907–1995) ensinou:

“Voltamos a enfatizar as bênçãos da adoração no templo e a santidade e segurança que obtemos dentre aquelas paredes sagradas. É a casa do Senhor, um lugar de revelação e de paz. Ao irmos ao templo, aprendemos mais rica e profundamente o propósito da vida e o significado do sacrifício expiatório do Senhor Jesus Cristo. Façamos do templo, com a adoração, os convênios e o casamento no templo, nosso objetivo básico na vida e a mais sublime experiência da mortalidade. (…)

Todo o nosso empenho em proclamar o evangelho, aperfeiçoar os santos e redimir os mortos conduzem-nos ao templo santo. Isso porque as ordenanças do templo são absolutamente essenciais: não podemos regressar à presença de Deus sem elas. Incentivo todos a frequentarem o templo dignamente ou a se prepararem para entrar nessa casa santa a fim de receberem suas ordenanças e convênios” (“Segui o Filho de Deus”, A Liahona, janeiro de 1995, p. 97).

Doutrina e Convênios 109:15. “A plenitude do Espírito Santo”

Durante a dedicação do Templo de Kirtland, o profeta Joseph Smith orou ao Pai para que todos os que adorassem no templo “[crescessem Nele] e [recebessem] a plenitude do Espírito Santo” (D&C 109:15). O élder D. Todd Christofferson, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou: “Em todas as ordenanças, especialmente nas do templo, somos investidos de poder do alto. Esse ‘poder da divindade’ advém à pessoa pela influência do Espírito Santo” (“O poder dos convênios”, A Liahona, maio de 2009, p. 22). À medida que os santos recebem as ordenanças do templo e guardam seus convênios fielmente, eles obtêm a plenitude das bênçãos que são concedidas pelo do poder do Espírito Santo, inclusive a santificação pessoal e a divindade.O élder Christofferson também explicou: “A ‘plenitude do Espírito Santo’ [D&C 109:15] inclui aquilo que Jesus descreveu como ‘a promessa de vida eterna que vos faço, sim, a glória do reino celestial; cuja glória é a da igreja do Primogênito, sim, de Deus, o mais santo de todos, por intermédio de Jesus Cristo, seu Filho’ (D&C 88:4–5)” (“O poder dos convênios”, p. 23, nota 5).

Doutrina e Convênios 109:20–21. “Não se permita que qualquer coisa imunda entre em tua casa”

O salmista do Velho Testamento declarou:

“Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?

Aquele que é limpo de mãos e puro de coração” (Salmos 24:3–4).

O mesmo padrão é mantido nos últimos dias com a “casa” de Deus (D&C 109:20). O presidente Russell M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos, testificou:

“Em cada templo estão inscritas as palavras ‘Santidade ao Senhor’. Essa declaração afirma que tanto o templo como seus propósitos são santos. Aqueles que entram no templo também devem possuir o atributo da santidade. (…)

 Nosso Redentor exige que Seus templos sejam protegidos contra a profanação. Nenhuma coisa impura pode entrar em Sua casa santa [ver D&C 109:20; ver também Isaías 52:11; Alma 11:37; 3 Néfi 27:19]. Mas todos aqueles que se preparam bem serão bem-vindos” (“Preparação pessoal para as bênçãos do templo”, A Liahona, julho de 2001, pp. 37–38).

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exterior das porras do Templo de Kirtland

Aproximadamente 1.000 pessoas passaram pelas portas do Templo de Kirtland para participar na dedicação em 27 de março de 1836.

Na oração dedicatória do Templo de Kirtland, o profeta Joseph Smith orou para que o Senhor fosse misericordioso com Seu povo, para que quando eles “[transgredissem], (…) se [arrependessem] rapidamente e [voltassem] para [Ele] e [encontrassem] favor a [Seus] olhos e [fossem] restituídas as bênçãos” do templo (D&C 109:21). O élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, fez o seguinte convite: “Se fizeram convênios, guardem-nos. Se ainda não fizeram, façam-nos. Se já os fizeram e os quebraram, arrependam-se e renovem-nos. Nunca é tarde demais, enquanto o Mestre da vinha disser que há tempo. Ouçam o sussurro do Santo Espírito dizer-lhes, neste exato momento, que devem aceitar a dádiva da Expiação do Senhor Jesus Cristo e desfrutar o agradável convívio que há em Seu trabalho” (“Os trabalhadores da vinha”, A Liahona, maio de 2012, p. 33).

Doutrina e Convênios 109:22–23. Os servos do Senhor recebem poder no templo para pregar o evangelho

Uma das bênçãos pedidas pelo profeta Joseph Smith na oração dedicatória do Templo de Kirtland foi para que aqueles que participassem na adoração no templo saíssem “armados [do] poder [de Deus]” ao propagarem a veracidade do evangelho “aos confins da Terra” (D&C 109:22–23). O élder Joseph B. Wirthlin (1917–2008), do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou: “Na casa do Senhor, os membros fiéis da Igreja podem ser investidos de ‘poder do alto’ (D&C 95:8), poder que nos permitirá resistir à tentação, honrar os convênios, obedecer aos mandamentos do Senhor e prestar um testemunho fervoroso e destemido do evangelho a familiares, amigos e vizinhos” (“Cultivar qualidades divinas”, A Liahona, janeiro de 1999, p. 31).

Embora qualquer um possa receber poder e proteção por meio das ordenanças do templo e da adoração no templo, as bênçãos pedidas registradas em Doutrina e Convênios 109:22–23 são especificamente para aqueles que “[saem]” do templo para declarar as “novas sumamente grandes e gloriosas” do evangelho restaurado. O élder David A. Bednar, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou que os missionários chamados “[podem] ser [armados] de poder [ver D&C 109:22] por meio dos convênios e das ordenanças do templo sagrado. Antes de oferecer um serviço missionário eficaz, é preciso ir ao templo e permitir que o espírito do templo transborde em você” (“Chamados ao trabalho” A Liahona, maio de 2017, p. 70).

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Landscape with Kirtland Temple [Paisagem com o Templo de Kirtland], de Al Rounds

Landscape with Kirtland Temple [Paisagem com o Templo de Kirtland], de Al Rounds. O Templo de Kirtland, Kirtland, Ohio

Doutrina e Convênios 109:24–28. Que bênçãos recebemos quando “honrosamente [temos] um nome e uma posição” no templo?

Quando os seguidores de Jesus Cristo entram em um convênio para tomar sobre eles o Seu nome, eles são identificados como Seus (ver D&C 18:21–24). A oração inspirada do profeta Joseph Smith para a dedicação do Templo de Kirtland indica que o processo de tomar sobre nós o nome de Jesus Cristo está associado à adoração no templo (ver D&C 109:22, 26). O élder David A. Bednar ensinou:

“Nas revelações modernas, o Senhor refere-se ao templo como uma casa a ser construída “para o meu nome” (D&C 105:33; ver também D&C 109:2–5; 124:39). Na oração dedicatória do Templo de Kirtland, o profeta Joseph Smith pediu ao Pai: ‘Que teus servos saiam desta casa armados de teu poder; e que teu nome esteja sobre eles’ (D&C 109:22). Ele também pediu uma bênção sobre o povo do Senhor, sobre quem se colocaria Seu nome naquela casa (ver versículo 26). Quando o Senhor apareceu no Templo de Kirtland e o aceitou como Sua casa, declarou: ‘Pois eis que aceitei esta casa, e meu nome aqui estará; e manifestar-me-ei a meu povo com misericórdia nesta casa’ (D&C 110:7).

Essas escrituras nos ajudam a compreender que o processo de tomar sobre nós o nome de Jesus Cristo, que teve início nas águas do batismo, continua e é ampliado na casa do Senhor. Ao entrarmos nas águas do batismo, visualizamos o templo. Ao tomarmos o sacramento, visualizamos o templo. Prometemos sempre nos lembrar do Salvador e guardar Seus mandamentos como preparação para participar das ordenanças sagradas do templo e receber as mais altas bênçãos, por meio do nome e pela autoridade do Senhor Jesus Cristo. Portanto, nas ordenanças do templo sagrado tomamos, mais completa e plenamente, o nome de Jesus Cristo sobre nós” (“Ter honrosamente um nome e uma posição”, A Liahona, maio de 2009, p. 98).

Com respeito às bênçãos pedidas pelo profeta Joseph Smith que estão registradas em Doutrina e Convênios 109:24–28, o élder Bednar explicou:

“Pensem nesses versículos à luz dos atuais ataques do adversário e (…) de nossa disposição de tomar sobre nós o nome de Jesus Cristo e a bênção de proteção prometida aos que honrosamente tiverem um nome e uma posição no templo sagrado. É significativo notar que essas bênçãos referentes aos convênios são para todas as gerações e para toda a eternidade. Convido-os a estudar repetidamente e a ponderar fervorosamente as implicações dessas escrituras em sua vida e em sua família.

Não devemos ficar surpresos com o empenho de Satanás em prejudicar ou desacreditar a adoração e o trabalho no templo: o diabo tem aversão à pureza e ao poder que existem na casa do Senhor, E a proteção disponível a cada um de nós nas ordenanças e convênios do templo e por meio delas são um grande obstáculo aos desígnios maléficos de Lúcifer. (…)

Enfrentamos hoje e ainda enfrentaremos grandes desafios à obra do Senhor. Mas, como os pioneiros que encontraram o lugar que Deus lhes havia preparado, renovaremos nossa coragem sabendo que Deus jamais nos abandonará (ver “Vinde, ó santos”, Hinos, nº 20). Atualmente, há templos espalhados pela Terra como lugares de ordenanças e convênios, de edificação e de refúgio contra a tempestade” (“Ter honrosamente um nome e uma posição”, pp. 99–100).

Doutrina e Convênios 109:29–80

O profeta Joseph Smith pede ao Senhor que “[tenha] misericórdia [de Seu] povo” e outros e que “[aceite] a dedicação desta casa”

Doutrina e Convênios 109:35–39. “Como naqueles no dia de Pentecostes”

“Como parte da lei de Moisés, a festa de Pentecostes, ou seja, das Primícias, era realizada cinquenta dias após a festa da Páscoa (Levítico 23:16). A Festa de Pentecostes comemorava a colheita e no Velho Testamento é chamada de festa das colheitas ou festa das semanas. Era esta a festa que estava sendo celebrada quando em Jerusalém os apóstolos ficaram cheios do Espírito Santo e falaram em línguas (Atos 2; D&C 109:36–37)” (Guia para Estudo das Escrituras, “Pentecostes”, scriptures.LDS.org).

Na dedicação do Templo de Kirtland, o profeta Joseph Smith orou para que o Senhor “[cumprisse nos santos], como naqueles no dia de Pentecostes” (D&C 109:36). No dia de Pentecostes, no Novo Testamento, o Espírito Santo se manifestou aos discípulos do Salvador pela aparição de “línguas repartidas, como que de fogo, e pousaram sobre cada um deles. E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas” (Atos 2:3–4). A casa onde eles se reuniram se encheu de “um som, como um vento veemente e impetuoso” (Atos 2:2). Essa experiência sagrada ajudou a preparar os primeiros discípulos para serem “testemunhas [de Jesus Cristo] (…) até os confins da Terra” (Atos 1:8).

Mais tarde, o profeta Joseph Smith registrou que essas poderosas manifestações do poder e do amor de Deus ficaram evidentes durante a dedicação do Templo de Kirtland e em muitas outras reuniões realizadas no templo durante aquele período: “Foi realmente um Pentecostes e [uma investidura] para ser lembrado por muito tempo, porque o som saiu deste lugar para o mundo, e o que ocorreu neste dia deve ser transmitido de geração em geração pelas páginas da sagrada história de todas as gerações, como o dia de Pentecostes; que esse dia seja contado e celebrado como um ano de jubileu e uma ocasião para os santos se regozijarem no Deus Altíssimo” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 5: outubro de 1835–janeiro de 1838, p. 221; ortografia e maiúsculas padronizadas).

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Templo de Kirtland

O Templo de Kirtland foi dedicado em 27 de março de 1836.

Outros membros da Igreja registraram algumas manifestações espirituais que ocorreram durante as reuniões no templo. Um participante escreveu: “Anjos de Deus entraram na sala, línguas repartidas repousaram sobre alguns servos do Senhor como fogo, [e] eles falaram em línguas e profetizaram”, e outro escreveu que “uma pessoa viu um pilar ou nuvem repousar sobre a casa brilhante, como quando o sol brilha em uma nuvem deixando-a dourada, dois outros viram três personagens (…) na sala com chaves brilhantes em suas mãos”. Oliver Cowdery registrou: “O espírito se derramou — eu vi a glória de Deus, como uma grande nuvem, descer e repousar sobre a casa, e enchê-la como um vento veemente e impetuoso. (Em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 5: outubro de 1835–janeiro de 1838, pp. 190–191).

Doutrina e Convênios 109:55–67. “Que todos os remanescentes dispersos de Israel (…) conheçam a verdade”

Um dos propósitos do Templo de Kirtland era preparar os servos do Senhor para proclamar a mensagem do evangelho para toda a Terra, inclusive para “todos os remanescentes dispersos [da casa] de Israel” (D&C 109:67). O profeta Joseph Smith (1805–1844), juntamente com seus conselheiros na Primeira Presidência, declarou:

“A obra do Senhor nestes últimos dias é de imensa magnitude e está quase além da compreensão dos mortais. Suas glórias estão além de qualquer descrição e sua grandiosidade é insuperável. É o assunto que inflamou o coração dos profetas e homens justos desde a criação do mundo, ao longo de todas as gerações subsequentes até o momento presente; e esta é verdadeiramente a dispensação da plenitude dos tempos, quando todas as coisas que estão em Cristo Jesus, seja no céu ou na Terra, serão reunidas Nele e quando todas as coisas serão restauradas, como foram mencionadas por todos os santos profetas desde o princípio do mundo; porque nela acontecerá o glorioso cumprimento das promessas feitas aos patriarcas, e a manifestação do poder do Altíssimo será grandiosa, gloriosa e sublime. (…)

 A obra que tem que ser realizada nos últimos dias é de imensa importância e exigirá toda a energia, habilidade, talento e capacidade dos santos, para que possa rolar com aquela glória e majestade descrita pelo profeta [ver Daniel 2:34–35, 44–45]; e exigirá portanto a concentração dos santos na realização de obras de tamanha magnitude e grandiosidade.

A obra da coligação mencionada nas escrituras será necessária para levar a efeito as glórias da última dispensação (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, pp.537–538).

O profeta Joseph Smith também ensinou: “Somos o povo favorecido que Deus escolheu para trazer à luz a glória dos últimos dias. Foi-nos dado o privilégio de ver, participar e ajudar a levar adiante a glória dos últimos dias, (…) em que os santos de Deus serão coligados de todas as nações, tribos, línguas e povos, em que os judeus serão reunidos, e os iníquos também para serem destruídos, como foi dito pelos profetas; o Espírito de Deus também habitará com Seu povo e será retirado do restante das nações, e todas as coisas, tanto no céu como na Terra, serão congregadas, sim, em Cristo” Ensinamentos: Joseph Smith, pp.538–539).

Doutrina e Convênios 109:72–76. “Que tua igreja saia do deserto da escuridão e resplandeça”

Na oração dedicatória do Templo de Kirtland, o profeta Joseph Smith usou simbolismos da Bíblia para profetizar sobre o propósito da Igreja nos últimos dias (por exemplo, comparar D&C 109:72 com Daniel 2:44–45; D&C 109:74 com Isaías 40:4–5; D&C 109:75 com 1 Tessalonicenses 4:16–17).

Referindo-se aos simbolismos em Doutrina e Convênios 109:72–73, o presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) ensinou:

“Somos testemunhas dessa notável súplica. Cada vez mais, a Igreja tem sido reconhecida no país e no exterior pelo que verdadeiramente é. Ainda existem aqueles, e não são poucos, que criticam e se rebelam, que apostatam e erguem a voz contra esta obra. Sempre os tivemos. Dizem sua fala ao passar pelo palco da vida e são logo esquecidos. Creio que sempre os teremos enquanto estivermos tentando fazer a obra do Senhor. O honesto de coração percebe o que é verdadeiro e o que é falso. Seguimos em frente, marchando como um exército, munidos de estandartes ornados com a verdade eterna. Nossa causa luta pela verdade e excelência. Somos ‘hostes de Jesus, empunhando as armas da divina luz’ (‘Com valor marchemos’, Hinos, n° 162).

Vemos grande vitalidade nesta obra em todos os lugares que visitamos. Há entusiasmo onde quer que a obra esteja estabelecida. É a obra do Redentor. É o evangelho de boas-novas. É algo que deve alegrar-nos e entusiasmar-nos” “Lembra-te de tua Igreja, ó Senhor”, A Liahona, julho de 1996, p. 87).

Doutrina e Convênios 110: Informações históricas adicionais

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planta do Templo de Kirtland

Um esboço do andar principal do Templo de Kirtland mostrando os púlpitos em cada canto da sala

No domingo de Páscoa, 3 de abril de 1836, uma semana depois de o Templo de Kirtland ser dedicado, aproximadamente 1.000 pessoas se reuniram no templo para adorar. Durante a reunião da manhã, elas foram instruídas por Thomas B. Marsh e David W. Patten, que eram os membros mais antigos do Quórum dos Doze Apóstolos. Naquela tarde o profeta Joseph Smith auxiliou os membros do Quórum dos Doze Apóstolos na administração do sacramento para a congregação (ver The Joseph Smith Papers: Journals [Documentos de Joseph Smith: Diários] Volume 1: 1832–1839, p. 219). No final da reunião, Joseph Smith e Oliver Cowdery foram até os púlpitos elevados na extremidade oeste do andar inferior do templo e baixaram os “véus” ou cortinas que circundavam os púlpitos (ver The Joseph Smith Papers: Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 5: outubro de 1835–janeiro de 1838, p. 225). Após a oração, o profeta e Oliver tiveram uma visão de Jesus Cristo glorificado, que falava com eles. Essa visitação foi seguida pela aparição de Moisés, Elias e Elias, o profeta, que conferiu as chaves do sacerdócio ao profeta Joseph Smith e Oliver Cowdery. Um relato dessa experiência sagrada foi registrado no diário do profeta e posteriormente publicado como Doutrina e Convênios 110.

Doutrina e Convênios 110:1–10

O Salvador aparece em glória e aceita o Templo de Kirtland como Sua casa

Doutrina e Convênios 110:1–5. O Salvador aparece a Joseph Smith e Oliver Cowdery

A aparição de seres celestiais — especialmente de Jesus Cristo — vista por pessoas que participaram da Restauração da plenitude do evangelho de Jesus Cristo reafirma sua veracidade. Uma revelação registrada em Doutrina e Convênios explica como essas aparições celestiais foram possíveis: “Em tempo algum, na carne, o homem viu Deus, a não ser vivificado pelo Espírito de Deus” (D&C 67:11). Assim, um ser mortal deve ser transfigurado — ou temporariamente elevado espiritualmente — a fim de suportar a presença de um ser glorificado (ver Moisés 1:11). O profeta Joseph Smith também explicou que durante uma visão que ele e Oliver Cowdery tiveram do Salvador, “abriram-se olhos de [seu] entendimento” — explicando que com o auxílio do Espírito Santo, coisas espirituais invisíveis tornavam-se visíveis (ver D&C 110:1).

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Jesus Christ Appears to the Prophet Joseph Smith and Oliver Cowdery [Jesus Cristo Aparece ao Profeta Joseph Smith e Oliver Cowdery], de Walter Rane

Jesus Christ Appears to the Prophet Joseph Smith and Oliver Cowdery [Jesus Cristo Aparece ao Profeta Joseph Smith e Oliver Cowdery], de Walter Rane O Salvador apareceu ao profeta Joseph Smith e Oliver Cowdery e aceitou o Templo de Kirtland como Sua casa em 3 de abril de 1836 (ver D&C 110:1–7).

A aparição do Salvador ressuscitado ao profeta Joseph Smith e a Oliver Cowdery no Templo de Kirtland cumpriu a promessa que Ele havia feito de que “se meu povo construir uma casa em nome do Senhor e não permitir que nela entre qualquer coisa impura, (…) minha glória descansará sobre ela” (D&C 97:15–16).

Doutrina e Convênios 110:6–7. “Eis que aceitei esta casa”

Durante a dedicação do Templo de Kirtland, o profeta Joseph Smith rogou ao Senhor que aceitasse a casa que Ele os mandara construir (ver D&C 109:4; ver também D&C 109:78). Uma semana depois, Jesus Cristo apareceu ao profeta Joseph Smith e Oliver Cowdery e disse: “Que se regozije o coração (…) de todo o meu povo. (…) Pois eis que aceitei esta casa” (Doutrina e Convênios 110:6–7).

Doutrina e Convênios 110:9–10. “O coração de milhares e dezenas de milhares grandemente se regozijará”

Quando Jesus Cristo apareceu ao profeta Joseph Smith e Oliver Cowdery no Templo de Kirtland, Ele declarou o impacto abrangente que a investidura de poder e as chaves do sacerdócio teriam na vida de “milhares e dezenas de milhares” (ver D&C 110:9, 16). O presidente Boyd K. Packer (1924–2015), do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou: “[Em 1836] o Senhor profetizou que ‘a fama desta casa espalhar-se-á por terras estrangeiras’. (D&C 110:10). Nas circunstâncias então existentes, isso era, na melhor das hipóteses, improvável. Os membros da Igreja eram apenas um punhado de santos que viviam espalhados nas áreas rurais de uma terra recém-descoberta. Mas apesar da perseguição, das dificuldades e das provações daqueles dias iniciais, hoje há congregações espalhadas literalmente pelo mundo todo, e milhares de missionários prestam testemunho em toda casa em que são recebidos” (The Holy Temple [O Templo Santo], 1980, p. 135).

O presidente Joseph Fielding Smith (1876–1972) explicou como o Templo de Kirtland se diferenciava dos templos construídos depois:

“O Templo de Kirtland possui um lugar especial nos anais da construção de templos. Não é apenas mais um templo. Ele foi edificado primeiramente para a restauração das chaves da autoridade. No recebimento dessas chaves a plenitude das ordenanças do evangelho é revelada. (…)

No Templo de Kirtland não havia meios de se realizar a salvação dos mortos. Não havia fonte batismal, pois ele era apenas um templo preparatório. Não havia meios de se realizar as ordenanças de investidura, que foram reveladas mais tarde. No entanto, era um templo, e respondeu plenamente ao propósito de sua criação.

“O Templo de Kirtland cumpriu sua missão pouco tempo depois de sua dedicação” (Doutrinas de Salvação, comp. Bruce R. McConkie, 1955, vol. 2: p. 241).

Doutrina e Convênios 110:11–16

Moisés, Elias e Elias, o profeta, restauram as chaves do sacerdócio ao profeta Joseph Smith e Oliver Cowdery

Doutrina e Convênios 110:11–16. As chaves do sacerdócio são conferidas ao profeta Joseph Smith e a Oliver Cowdery

Após a visão de Jesus Cristo no Templo de Kirtland em 3 de abril de 1836, o profeta Joseph Smith e Oliver Cowdery foram visitados por três profetas da antiguidade: Moisés, Elias e Elias, o profeta, que lhes conferiram chaves específicas. O presidente Russell M. Nelson explicou que essas chaves foram conferidas a Joseph e Oliver como parte da “[restauração] de todas as coisas” (D&C 27:6) na dispensação da plenitude dos tempos:

“A autoridade do sacerdócio existiu em muitas dispensações, como a de Adão, Noé, Enoque, Abraão, Moisés, o meridiano dos tempos, os jareditas, os nefitas e outros. Todas as dispensações anteriores foram limitadas no tempo, pois cada uma delas terminou em apostasia. Elas também se limitaram a pequenas porções do planeta Terra. Ao contrário, a nossa dispensação — a dispensação da plenitude dos tempos — não será limitada no tempo nem no espaço. Globalmente, ela promoverá a união completa, total e perfeita de todas as dispensações, chaves, poderes e glórias desde os dias de Adão até o tempo atual [ver D&C 128:18].

O Sacerdócio Aarônico foi restaurado em 15 de maio de 1829, por João Batista; o Sacerdócio de Melquisedeque foi restaurado pouco depois, por Pedro, Tiago e João [ver Joseph Smith—História 1:72; D&C 27:8, 12]. Outros mensageiros celestes transmitiram chaves específicas do sacerdócio. Morôni possuía as chaves do Livro de Mórmon [ver D&C 27:5]. Moisés trouxe as chaves da coligação de Israel e da condução das dez tribos [ver D&C 110:11]. Elias transmitiu as chaves da restauração de todas as coisas [ver D&C 27:6], inclusive o convênio abraâmico [ver D&C 110:12]. E Elias, o profeta, conferiu as chaves da autoridade do selamento [ver D&C 27:9; 110:13–16].

Vocês sabem alguma coisa a respeito de chaves. Em seu bolso pode ser que esteja a chave de sua casa ou de seu carro. As chaves do sacerdócio, porém, são intangíveis e invisíveis. Elas ‘ligam’ a autoridade do sacerdócio. Algumas chaves até dão o poder de ligar nos céus assim como na Terra [ver Mateus 16:19; 18:18; D&C 124:93; 127:7; 128:8, 10; 132:46.

Joseph Smith conferiu as chaves do sacerdócio a todos os Doze. Essas chaves foram transferidas para sucessivos líderes. Hoje [o presidente da Igreja] possui autoridade para todas as chaves restauradas possuídas por ‘todos os que receberam uma dispensação em qualquer tempo, desde o começo da criação’ [D&C 112:31; ver também D&C 128:18]” (“Responsabilidade pessoal no sacerdócio” A Liahona, novembro de 2003, pp. 45–46).

Doutrina e Convênios 110:11. Moisés e a coligação de Israel

O profeta Moisés conferiu as chaves da coligação de Israel ao profeta Joseph Smith e a Oliver Cowdery (ver D&C 110:11). Foi dito ao profeta que ele havia sido “designado para receber mandamentos e revelações nesta igreja” e “presidir toda a igreja e ser semelhante a Moisés” (D&C 28:2; 107:91). Ele deveria “[guiar os membros da Igreja] como Moisés guiou os filhos de Israel” (D&C 103:16). O presidente Joseph Fielding Smith explicou: “Moisés possuía as chaves da coligação de Israel. Ele conduziu Israel do Egito para a terra de Canaã. Nesta dispensação, ficou encarregado de restaurar as chaves da coligação moderna” (Church History and Modern Revelation [A História da Igreja e a Revelação Moderna], 1953, vol. 2, p. 48). Pouco depois de Moisés conferir as chaves da coligação de Israel ao profeta Joseph Smith no Templo de Kirtland, o profeta começou a exercer essas chaves ao enviar missionários pelo mundo para auxiliar na coligação. Esses missionários incluíam Heber C. Kimball, Orson Hyde e outros, que viajaram para a Inglaterra em 1837 e batizaram quase 2.000 pessoas.

Doutrina e Convênios 110:12. Elias e “a dispensação do evangelho de Abraão”

Durante as visões no Templo de Kirtland em 3 de abril de 1836, o profeta Joseph Smith e Oliver Cowdery também foram visitados por Elias, que conferiu as chaves do sacerdócio associadas à “dispensação do evangelho de Abraão” (D&C 110:12). O título Elias pode designar alguém que é um precursor — enviado para preparar o caminho — e alguém que foi enviado para ser um restaurador (ver Guia para Estudo das Escrituras, “Elias”, scriptures.LDS.org).

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Trabalho artístico de Gary E. Smith, representação de Moisés, Elias e Elias, o profeta, aparecendo no Templo de Kirtland

Moisés, Elias e Elias o profeta apareceram ao profeta Joseph Smith e Oliver Cowdery no Templo de Kirtland em 3 de abril de 1836 (ver D&C 110:11–13). (Trabalho artístico de Gary E. Smith).

O élder Bruce R. McConkie (1915–1985) explicou a missão de Elias que apareceu no Templo de Kirtland: “Elias traz de volta ‘o evangelho de Abraão’, o grandioso convênio abraâmico pelo qual os fiéis recebem promessas de progênie eterna, promessas de que, por meio do casamento celestial, sua posteridade eterna será tão numerosa quanto os grãos de areia do mar ou as estrelas do firmamento. Elias faz a promessa — recebida no passado por Abraão, Isaque e Jacó — de que pelos homens modernos e sua semente todas as gerações serão abençoadas. E agora estamos oferecendo as bênçãos de Abraão, Isaque e Jacó a todos que desejarem recebê-las” (“As chaves do reino”, A Liahona, julho de 1983, p. 39).

Doutrina e Convênios 110:13–15. Elias e o poder selador

A profecia do Velho Testamento de que o profeta Elias retornaria à Terra para “[converter] o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais” (ver Malaquias 4:5–6) foi cumprida com sua aparição no Templo de Kirtland em 3 de abril de 1836. O presidente James E. Faust (1920–2007), da Primeira Presidência, ensinou:

“Na grande visão no Templo de Kirtland, Elias, o profeta apareceu ao profeta Joseph Smith e a Oliver Cowdery, entregando as chaves do trabalho no templo e o poder selador nas mãos de Joseph Smith [ver D&C 110:13–14, 16]. Isso cumpriu a profecia de Malaquias que Elias seria enviado ‘para voltar o coração dos pais para os filhos e os filhos para os pais, a fim de que a Terra toda não seja ferida com uma maldição’ [ver D&C 110:14–15].

Então o que isso significa? Voltar nosso coração a nossos pais é buscar os nomes dos nossos antepassados e realizar as ordenanças salvadoras no templo por eles, o que criará uma corrente contínua entre nós e nossos antecessores até finalmente chegarmos ao Pai Adão e à Mãe Eva. (…)

O evangelho de Jesus Cristo nos ensina que a organização familiar celestial será ‘uma organização completa’, o que significa ‘uma organização de pai, mãe e filhos de uma geração ligada ao pai, mãe e filhos da geração seguinte, ampliando-se e expandindo-se assim até o fim dos tempos’ (Joseph Fielding Smith, Doutrinas de Salvação, comp. Bruce R. McConkie, 1955, vol. 2, p. 174)” (“O fenômeno que é você”, A Liahona, novembro de 2003, p. 55).

O presidente Russell M. Nelson explicou:

“Elias, o profeta, veio para converter o coração dos pais aos filhos e o dos filhos aos pais.

Com isso, a afeição natural entre as gerações começou a crescer. Essa restauração foi acompanhada pelo que às vezes é chamado de Espírito de Elias — uma manifestação do Espírito Santo que presta testemunho da natureza divina da família” (“A New Harvest Time”, [Uma nova época de colheita] Ensign, maio de 1998, p. 34).

À medida que nosso coração se volta para nossos antepassados, desejamos encontrar as informações necessárias para realizar as ordenanças salvadoras a favor deles e sermos selados a eles. Ao fazer isso, nos tornamos salvadores no Monte Sião, como o profeta Joseph Smith explicou:

“Qual é o objetivo [da vinda de Elias]? Ou como ela deve ser cumprida? As chaves devem ser entregues, o espírito de Elias, o profeta, deve vir, o Evangelho deve ser estabelecido, os santos de Deus devem ser reunidos, Sião deve ser edificada e os santos devem tornar-se salvadores no Monte Sião [ver Obadias 1:21].

“Como eles se tornarão salvadores no Monte Sião? Construindo seus templos, erigindo suas fontes batismais, seguindo e recebendo todas as ordenanças, batismos, confirmações, abluções, unções, ordenações e poderes de selamento sobre sua cabeça, em favor de todos os seus antepassados falecidos, redimindo-os para que possam surgir na primeira ressurreição e ser exaltados em tronos de glória com eles; e essa é a corrente que une o coração dos pais aos filhos e dos filhos aos pais e cumpre a missão de Elias, o profeta” (Ensinamentos: Joseph Smith, pp. 498–499).

Podemos nos tornar instrumentos nas mãos do Senhor ao realizar o trabalho de salvação por nossos antepassados e por outros que já faleceram. O élder Richard G. Scott (1928–2015), do Quórum dos Doze Apóstolos, pediu que cada um de nós considerasse o que podemos fazer para participar na obra de redenção dos mortos:

“Testifico que o Espírito de Elias está tocando o coração de muitos filhos do Pai no mundo inteiro, fazendo com que o trabalho pelos mortos seja acelerado a uma velocidade sem precedentes.

Mas e quanto a você? Já orou a respeito do trabalho por seus próprios antepassados? Deixe de lado aquelas coisas de sua vida que realmente não importam. Decida fazer algo que tenha consequências eternas. Talvez já tenha sido inspirado a procurar antepassados, mas sentiu que não era genealogista. Percebeu que não precisa ser? Tudo começa com amor e um desejo sincero de ajudar aqueles que estão do outro lado do véu e que não podem ajudar a si mesmos. Verifique a seu redor. Deve haver alguém onde você mora que possa ajudá-lo a ter sucesso.

Esta é uma obra espiritual, um trabalho monumental de cooperação de ambos os lados do véu, no qual a ajuda vem nas duas direções. Em qualquer lugar do mundo em que estiver, com oração, fé, determinação, diligência e algum sacrifício, você pode fazer uma vigorosa contribuição. Comece agora. Prometo que o Senhor vai ajudá-lo a encontrar um meio. E isso vai fazê-lo sentir-se maravilhosamente bem” (“A alegria de redimir os mortos”, A Liahona, novembro de 2012, p. 95).