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O CONVÊNIO ABRAÂMICO


O CONVÊNIO ABRAÂMICO

Promessas

Notas Explanatórias

Terra

“Uma terra estranha (…) darei a tua semente depois de ti por possessão eterna.” (Abraão 2:6; ver também Gênesis 12:7; 13:14–15; TJS, Gênesis 15:9–12; Gênesis 15:18; 17:8.)

Essa bênção se refere especificamente à terra “desde o rio do Egito [não o Nilo, mas um rio que separa o Egito de Israel) até ao (…) rio Eufrates” (Gênesis 15:18), que na verdade ultrapassa as fronteiras do que geralmente chamamos de Canaã (ou Israel, ou Palestina). Desde a época de Abraão, alguma parte ou toda essa área foi habitada pela posteridade de Abraão, por Ismael, Isaque e os filhos de Quetura. Quando o Senhor renovou o convênio com o neto de Abraão, Jacó, Ele disse que os filhos de Israel receberiam a terra de Canaã por herança, mas também se estenderiam “ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul”. (Gênesis 28:14)

Por exemplo: À posteridade de José, filho de Jacó (Israel), foi prometida uma terra especial além de Canaã, na qual eles “[rechaçariam] todos os povos até as extremidades da terra”. (Deuteronômio 33:17; ver vv. 13–17; ver também Gênesis 49:22–26.) Essa profecia se refere ao hemisfério ocidental, onde se estabeleceu o povo do Livro de Mórmon—que eram descendentes de José—e onde o evangelho foi restaurado nos últimos dias aos da tribo de Efraim que estavam entre os gentios. [Efraim era o primogênito de José; Brigham disse que “Joseph Smith era um efraimita puro”. (Discourses of Brigham Young, p. 322)] Além disso, Joseph Smith ensinou que “todas as Américas são Sião, de norte a sul” (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 354), onde foi profetizado que as outras tribos perdidas receberiam suas bênçãos do convênio abraâmico “pelas mãos dos (…) filhos de Efraim”. (D&C 133:32; ver vv. 26–34.) O Senhor até designou um lugar na América do Norte para a cidade de Sião (ver D&C 57:1–3), o local da Nova Jerusalém (ver D&C 84:2–5).

Todas as tribos, ou famílias, de Israel ainda receberão herança na terra de Canaã, mas a terra foi especialmente designada como local de coligação da tribo de Judá. (Ver D&C 109:62–64.)

Por fim, essa promessa de uma herança “eterna” de terra será cumprida quando os justos herdarem a Terra em seu estado glorificado. (Ver TJS, Gênesis 15:9–12; D&C 45:57–59; 63:20; 88:17–20.)

O Sacerdócio e as Bênçãos do Evangelho

1. “Levar-te-ei para pôr sobre ti o meu nome, sim, o Sacerdócio”. (Abraão 1:18)

1. Conforme era o seu desejo (ver Abraão 1:2–4), Abraão recebeu o sacerdócio, que é a autoridade para agir em nome de Deus. Ele recebeu o Sacerdócio de Melquisedeque. (Ver D&C 84:14.)

2. “Mediante teu ministério, meu nome será conhecido na Terra para sempre”. (Abraão 1:19; ver também Abraão 2:9.)

2. Além de quando pregam o evangelho como representantes do Senhor, essa bênção é cumprida quando os portadores do sacerdócio realizam ordenanças, como o batismo, o sacramento ou as ordenanças do templo, fazendo com que o nome do Senhor seja conhecido ao se exigir que as pessoas tomem sobre si o nome Dele. (Ver D&C 20:37, 77; 109:22, 26.)

3. “Engrandecerei o teu nome entre todas as nações”. (Abraão 2:9; ver também Gênesis 12:2.)

3. Sabemos que “nenhum outro nome se dará (…) pelo qual a salvação seja concedida aos filhos dos homens, a não ser em nome e pelo nome de Cristo”. (Mosias 3:17) Devido ao fato de a posteridade de Abraão ter tomado o nome de Cristo sobre si e os povos do mundo terem tomado conhecimento de Seu nome por meio deles (ver Abraão 1:18–19), o nome de Abraão torna-se “grande”, ou muito importante e preeminente, para todos os que buscam a vida eterna. Em outras palavras, o nome de Abraão é grande porque ele preside sua posteridade que ministra as bênçãos da vida eterna a todo o mundo. As bênçãos são chamadas de “a dispensação do evangelho de Abraão” (D&C 110:12) e foram restauradas por Elias no dia 3 de abril de 1836, no templo de Kirtland. Por terem sido restauradas essas chaves, toda a humanidade pode receber as bênçãos da exaltação para si mesmos e sua posteridade.

4. “Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem”. (Abraão 2:11; ver também Gênesis 12:3.)

4. Essa é a bênção prometida aos que possuem o evangelho e são representantes justos do Salvador.

5.“Este direito [do sacerdócio] continuará em ti e em tua semente”. (Abraão 2:11.).

5. Ver “Posteridade”, número 5, nesta tabela.

Posteridade

1. “Farei de ti uma grande nação”. (Abraão 2:9)

1. Neste caso, grande parece significar “poderoso” ou “preeminente” e refere-se à qualidade de vida que o Senhor proporciona a Seu povo (ou “nação”) permitindo que tenham o evangelho e vivam seus princípios. O evangelho “engrandece” todos que o vivem. A semente de Abraão também será importante porque possui a autoridade para realizar as ordenanças de salvação e unir as famílias para a eternidade. (Ver “O Sacerdócio e as Bênção do Evangelho”, número 3; “Posteridade”, número 5; e “Salvação e Vida Eterna”, número 1, nesta tabela.)

2. “Serás o pai de muitas nações”. (Gênesis 17:4; ver também Gênesis 17:5–6, 16.)

2. Abraão significa “pai de uma multidão” ou “pai de nações”. Abraão se tornou “pai de nações” pela posteridade de Isaque (Israel), Ismael (ver Gênesis 17:20) e os filhos de Quetura (ver Gênesis 25:1–4) e pela casa de Israel que foi dispersa e se tornou numerosa em todas as nações da Terra (ver Amós 9:9; 1 Néfi 22:3–5).

3. “Multiplicarei a ti e a tua semente depois de ti, (…) e se puderes contar o número das areias, assim será o número de tuas sementes”. (Abraão 3:14)

3. Essa promessa refere-se à posteridade mortal de Abraão (ver número 2 acima) e à oportunidade por meio do casamento eterno ou celestial de continuar a ter posteridade por toda a eternidade (ver D&C 132:30; ver também “Salvação e Vida Eterna”, número 2, nesta tabela).

4. Reis sairão de ti”. (Gênesis 17:6; ver também Gênesis 17:16.)

4. Os reis de Israel e Judá foram todos descendentes de Abraão, assim como muitos outros reis não bíblicos que foram descendentes de Ismael, dos filhos de Quetura e dos remanescentes das tribos perdidas de Israel que viviam nas terras dos gentios. O mais importante descendente de Abraão foi o Rei dos reis, Jesus Cristo, que nasceu pela linhagem real de Judá. (Ver Mateus 1:1.) Além disso, aqueles que recebem o convênio abraâmico e são fiéis a ele recebem a promessa de que se tornarão reis e sacerdotes (ou rainhas e sacerdotisas) para Deus. (Ver Apocalipse 1:6; D& 76:56.)

5. “Tua semente (…) [levará] este ministério e Sacerdócio a todas as nações; (…)

Este direito [do sacerdócio] continuará em ti e em tua semente”. (Abraão 2:9, 11; ver também Gênesis 17:7, 19; Abraão 1:4.)

5. Possuir o sacerdócio é tanto uma bênção quanto uma responsabilidade. Os descendentes de Abraão são “herdeiros legais” do sacerdócio e suas bênçãos. (Ver D&C 86:8–9) Isso significa que têm direito a ele. Precisam, porém, provar-se dignos das bênçãos. (Ver Alma 13:4.) Aqueles que foram preordenados ao sacerdócio (ver Alma 13:3; Abraão 3:23) são enviados à Terra na época e local em que possam cumprir seus chamados préordenados e ministrar as ordenanças de salvação a todas as nações. Essa bênção não se refere apenas ao direito de possuir o sacerdócio, mas também ao direito de receber as ordenanças de salvação do sacerdócio, portanto se aplica tanto aos descendentes de Abraão do sexo masculino quanto do feminino.

6. “Todos os que receberem este Evangelho serão chamados segundo o teu nome e contados como tua semente; e levantar-se-ão e abençoar-te-ão como seu pai”. (Abraão 2:10; ver também Isaías 51:1–2.)

6. Antes de Abraão, as ordenanças do evangelho eram ministradas pelos pais, na ordem patriarcal. (Ver D&C 107:40–56.) O pai de Abraão apostatou e não tinha autoridade para ministrar essas ordenanças a Abraão, como era desejo de Abraão. (Ver Abraão 1:2–5.) Devido ao grande desejo, fé e obediência de Abraão, ele recebeu as bênçãos do sacerdócio daqueles que possuíam autoridade para concedê-las, bem como o direito de ministrá-las a sua posteridade. Isso deu início a uma nova dispensação do evangelho, com Abraão como “pai”, na qual todos os que desejassem essas mesmas bênçãos para si mesmos e para sua posteridade poderiam recebê-las da mesma forma que Abraão as recebeu. Pelo fato de Abraão ter recebido a promessa de que sua posteridade teria o direito ao sacerdócio a partir de sua época até o fim do mundo, todos os que desejarem as bênçãos das ordenanças de salvação do sacerdócio recebem-nas das mãos de Abraão e seus descendentes. Dessa maneira, independentemente de terem literalmente o sangue de Abraão em suas veias ou não, todos os que aceitam o evangelho se tornam filhos de Abraão. Devemos notar que o Profeta Joseph Smith tenha dito que “o efeito do Espírito Santo num gentio é retirar-lhe o sangue velho e convertê-lo efetivamente em descendente de Abraão” (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 145), de modo que todos os que são batizados e recebem o Espírito Santo são efetivamente filhos e filhas de Abraão.

Além disso, Cristo era descendente de Abraão e foi quem tornou possível o cumprimento de todas as bênçãos prometidas a Abraão. (Ver TJS, Gênesis 15:9–12.) Quando as pessoas aceitam o evangelho e nascem de novo, tornam-se filhos e filhas de Cristo (ver Mosias 5:7) e conseqüentemente Seus herdeiros. Cristo foi o primeiro a receber plenamente todas as bênçãos prometidas a Abraão. Só depois de nos tornarmos filhos e filhas de Cristo podemos qualificar-nos como herdeiros de tudo o que o Pai tem (ver D&C 84:38), que foi a promessa feita a Abraão e sua descendência. (Ver Gálatas 3:27–29; ver também “Salvação e Vida Eterna”, número 3, nesta tabela.) Tomar sobre nós o nome de Cristo é a maneira mais importante de tornar-nos filho ou filha de Abraão. Se uma pessoa for literalmente da posteridade de Abraão mas nunca aceitar o evangelho de Cristo, ela será deserdada em relação ao convênio e suas bênçãos. (Ver 2 Néfi 30:2.) É por isso que o Livro de Mórmon ressalta que os filhos de Abraão precisam não apenas tomar conhecimento de quem são como povo, mas precisam ser reunidos a Cristo e restaurar seu relacionamento de convênio com Ele. (Ver 2 Néfi 30:4-5

7. “Ele [Abraão] há de ordenar a seus filhos (…) para que guardem o caminho do Senhor, para agir com justiça e juízo”. (Gênesis 18:19)

7. Desde o início de seu registro, Abraão expressou o desejo de não apenas receber as bênçãos do evangelho nesta vida e a vida eterna no mundo vindouro, mas também de ministrar essas bênçãos a sua posteridade. (Ver Abraão 1:2–4.) Aqueles que chamam Abraão de pai farão “as obras de Abraão” (João 8:39), que incluem a reunião de seus filhos em “luz e verdade” (D&C 93:40).

Salvação e Vida Eterna

1. “Em tua semente depois de ti (…) serão abençoadas todas as famílias da Terra”. (Abraão 2:11; ver também Gênesis 12:3; 18:18; 22:18.)

1. As famílias da Terra serão abençoadas por meio de Abraão porque sua posteridade irá conceder-lhes as bênçãos do evangelho, que trazem “paz neste mundo e vida eterna no mundo vindouro”. (D&C 59:23)

As famílias serão ainda mais especificamente abençoadas pelo convênio de Abraão porque a maior bênção desse convênio é o casamento eterno. (Ver “Posteridade”, número 3, nesta tabela.) Por meio dessa sagrada ordenança, os pais são unidos a sua posteridade por toda a eternidade. Além disso, por causa das chaves restauradas pelo profeta Elias (ver D&C 110:13–16), a posteridade de Abraão pode também realizar as ordenanças do templo em favor de seus antepassados e outras pessoas falecidas. Por meio da realização dessas ordenanças do sacerdócio pela descendência de Abraão, incluindo o casamento celestial em favor de vivos e mortos, as famílias podem ser unidas para sempre. Aqueles que não aceitam essas ordenanças e convênios “permanecem separados e solteiros [ou seja, sem casamento e família], sem exaltação (…) por toda a eternidade”. (D&C 132:17)

Por fim, a maior bênção que as famílias da Terra recebem por intermédio da descendência de Abraão vem pela Expiação de Jesus Cristo, um filho de Abraão na carne. As bênçãos da Expiação são concedidas a todas as famílias da Terra. (Ver I Coríntios 15:21–22; Mórmon 9:12–23.)

2. “Abençoar-te-ei sobremaneira (…)

“E em tua semente depois de ti (…) serão abençoadas todas as famílias da Terra, sim, com as bênçãos do Evangelho, que são as bênçãos de salvação, sim, de vida eterna”. (Abraão 2:9, 11; ver também Gênesis 12:2.)

2. Por meio de Jesus Cristo é possível recebermos todas as bênçãos da vida eterna. Abraão conhecia Cristo, viu as obras que Ele realizou e acreditava Nele. Esse conhecimento deu paz à sua alma e proporcionou-lhe a fé para realizar todas as coisas que lhe foram exigidas na mortalidade. (Ver TJS, Gênesis 15:9–12; Hebreus 11:8–19.)

Doutrina e Convênios ensina que a maior bênção que Abraão recebeu foi o casamento celestial, que o qualificou para a exaltação e deu-lhe a capacidade de tornar-se semelhante a Deus. (Ver D&C 131:1–4; 132:29–32, 37.) O Élder Bruce R. McConkie escreveu que quando somos “casados no templo para esta vida e para toda a eternidade, todo membro digno da Igreja faz pessoalmente o mesmo convênio que o Senhor fez com Abraão”. (A New Witness for the Articles of Faith, p. 508.)

3. “Eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão”. (Gênesis 15:1)

3. As palavras escudo e galardão descrevem as bênçãos resultantes de nossos convênios com Deus nesta vida e na eternidade. Por meio dos convênios, o Senhor protege-nos do poder do adversário que deseja impedir-nos de receber a vida eterna. Também por meio dos convênios o Senhor nos faz promessas concernentes ao nosso galardão eterno e a capacidade de alcançá-lo. Esse galardão “é o maior de todos os dons de Deus”. (D&C 14:7) Se reconhecermos que o Senhor tem poder para cumprir as Suas promessas, tal como fez com Abraão (ver Gênesis 15), nós O colocaremos juntamente com Seus convênios acima de todas as outras coisas de nossa vida e receberemos essas bênçãos prometidas.

4. “A tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos”. (Gênesis 22:17)

4. Por causa do poder do evangelho, das ordenanças do sacerdócio e da Expiação de Cristo, todos os descendentes de Abraão (aqueles que aceitam todas as ordenanças e convênios do convênio abraâmico) “vencerão todas as coisas”, porque Deus subjugará “todos [os seus] inimigos sob seus pés e “habitarão na presença de Deus e seu Cristo para todo o sempre”. (D&C 76:60–62.) Entre os inimigos que Deus subjugará está o diabo, “que é o inimigo de toda retidão”. (Alma 34:23; ver também Morôni 7:12.)