O Nosso Companheiro Constante

Meus amados irmãos e irmãs, nesta conferência fomos abençoados com uma efusão de revelações. Os servos do Senhor Jesus Cristo falaram e vão falar palavras de verdade, encorajamento e orientação.

Fui tocado pelos testemunhos prestados nesta conferência de que o Senhor fala connosco pessoalmente, por intermédio do Espírito Santo. Ao orarmos e depois prestarmos atenção aos sussurros do Espírito, obtemos maior compreensão e bênçãos para nos guiar nos dias cada vez mais difíceis que se avizinham.

Ouvimos novamente a advertência do Presidente Nelson de que “nos dias que estão por vir, não será possível sobreviver espiritualmente sem a orientação, a direção, o consolo e a influência constante do Espírito Santo”.¹

Esta advertência profética levou-me a ponderar sobre o que posso ensinar aos meus filhos, netos e bisnetos sobre como receber esta orientação crucial nos dias difíceis que irão ter pela frente.

Portanto, esta mensagem hoje é uma breve carta aos meus descendentes que poderá ajudá-los quando eu não estiver com eles nos dias emocionantes que se avizinham. Quero que eles saibam o que aprendi e que os pode ajudar.

Comecei a compreender melhor o que é necessário para que eles tenham a influência constante do Espírito Santo na época em que vão viver. Senti-me inspirado a falar hoje sobre a minha experiência pessoal de convidar o Espírito Santo, tanto quanto possível, para ser o meu companheiro constante. A minha oração é que eu possa encorajá-los.

Começaria por fazê-los pensar e orar sobre os filhos de Helamã, Néfi e Leí, e os outros servos do Senhor que trabalharam com eles. Eles enfrentaram uma oposição feroz. Estavam a servir num lugar iníquo e tiveram de lidar com formas terríveis de engano. Retiro coragem, e todos podem, com este versículo do registo de Helamã:

“E no septuagésimo nono ano começaram a surgir muitas contendas. Aconteceu, porém, que Néfi, Leí e muitos [dos] seus irmãos que conheciam os verdadeiros pontos da doutrina, recebendo diariamente muitas revelações, pregaram ao povo, de modo que puseram fim às suas contendas nesse mesmo ano”.²

Este relato encoraja-me e também pode encorajar-vos. Os filhos de Helamã foram ensinados e guiados por uma série de experiências com o Espírito Santo. Isto garante-me que podemos ser ensinados e aprender com o Espírito, linha sobre linha, a receber o que precisamos e, então, quando estivermos prontos, receberemos mais.

Sinto-me encorajado, da mesma forma, pelo relato de Néfi, quando lhe foi dito para voltar a Jerusalém para buscar as placas de Labão. Lembram-se da escolha que ele fez, quando disse: “Eu irei e cumprirei as ordens do Senhor”.³

Nesta missão, a experiência de Néfi com o Espírito Santo deu-me muitas vezes coragem quando embarquei em tarefas que sabia serem designações do Senhor, mas que pareciam ir muito além da minha experiência passada e do que considerava ser a minha capacidade.

Lembram-se do que Néfi disse sobre a sua experiência: “E era noite; e eu fiz com que [os meus irmãos] se escondessem fora das muralhas. E depois de se haverem eles escondido, eu, Néfi, penetrei sorrateiramente na cidade e dirigi-me à casa de Labão”.

Depois, acrescenta: “E fui conduzido pelo Espírito, não sabendo de antemão o que deveria fazer”.⁴

Sinto-me encorajado ao saber que Néfi foi guiado pelo Espírito, minuto a minuto, durante a noite, naquela missão do Senhor.

Precisamos, e todos vão precisar, da companhia constante do Espírito Santo. Agora, desejamo-lo, mas sabemos por experiência que não é fácil de conseguir. Cada um de nós pensa, diz e faz coisas diariamente que podem ofender o Espírito.

Quando isto acontecer, e certamente acontecerá, podemos sentir a reprovação do Senhor. E podemos ser tentados a sentir que estamos sozinhos. É importante que nos lembremos da promessa segura que recebemos a cada semana, ao nos arrependermos e tomarmos o sacramento: “Para que possam ter sempre consigo o seu Espírito”.⁵

Se já sentiram a influência do Espírito Santo hoje, entendam isso como uma doce evidência de que a Expiação está a atuar na vossa vida.

Como disse o Elder Jeffrey R. Holland: “Sempre que estes momentos difíceis [chegarem], não podemos sucumbir ao medo de que Deus nos [abandonou] ou de que não [ouve] as nossas orações. Ele ouve-nos. Ele vê-nos. Ele ama-nos”.⁶

Esta garantia ajudou-me. Quando me sinto distante do Senhor, quando as respostas às minhas orações parecem estar atrasadas, aprendi a seguir o conselho do Presidente Nelson de rever a minha vida em busca de oportunidades de arrependimento. Ele relembra-nos: “O arrependimento diário é o caminho para a pureza e a pureza traz poder”.⁷

Se estiverem com dificuldade em sentir o Espírito Santo, podem ponderar se há alguma coisa da qual precisam arrepender-se e receber perdão.⁸ Podem orar com fé para saber o que fazer para serem purificados e, assim, estarem mais qualificados para essa companhia constante do Espírito Santo.

Se querem receber a companhia do Espírito Santo, têm de querê-la pelos motivos certos. Os vossos propósitos têm de ser os propósitos do Senhor. Se os vossos motivos forem demasiado egoístas, vão achar difícil receber e sentir os sussurros do Espírito.

A chave, para mim e para vós, é querer o que o Salvador quer. Os nossos motivos carecem de ser movidos pelo puro amor de Cristo. As nossas orações carecem de ser: “Tudo o que eu quero é o que tu queres. Seja feita a Vossa vontade”.

Tento lembrar-me do sacrifício do Salvador e do Seu amor por mim. Então, quando oro ao Pai Celestial para agradecer, sinto amor e segurança de que as minhas orações são ouvidas e que receberei o que for melhor para mim e para aqueles que amo. Isto fortalece o meu testemunho.

De todas as coisas de que o Espírito Santo testifica, a mais preciosa para nós é que Jesus é o Cristo, o Filho vivo de Deus. O Salvador prometeu: “Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, a saber, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim”.⁹

Há muitos anos, recebi um telefonema de uma mãe desolada. Ela contou-me que a sua filha se tinha mudado para longe de casa. Apercebeu-se, pelo pouco contacto que tinha tido com ela, que algo estava terrivelmente errado. Implorou-me por ajuda.

Descobri quem era o mestre familiar da filha. Por este nome já podem ver que foi há muito tempo. Telefonei-lhe. Ele era jovem. Apesar disso, contou-me que ele e o seu companheiro tinham sido acordados durante a noite, não só pela preocupação com aquela jovem, mas também com a inspiração de que ela estava prestes a fazer escolhas que trariam tristeza e miséria. Apenas com aquela inspiração do Espírito, foram visitá-la.

A princípio, ela não queria contar-lhes sobre a sua situação. Por inspiração, imploraram-lhe para que se arrependesse e escolhesse o caminho que o Senhor tinha para ela. Ela percebeu então, acredito que pelo Espírito, que a única forma deles poderem saber o que se passava na vida dela era através de Deus. Uma mãe entregou as suas preocupações amorosas ao Pai Celestial e ao Salvador. O Espírito Santo foi enviado àqueles mestres familiares porque estavam dispostos a servir ao Senhor. Eles tinham seguido o conselho e a promessa encontrados em Doutrina e Convénios:

“Que [as] tuas entranhas também sejam cheias de caridade para com todos os homens e para com a família da fé; e que a virtude adorne [os] teus pensamentos incessantemente; então [a] tua confiança se fortalecerá na presença de Deus; e a doutrina do sacerdócio destilar-se-á sobre [a] tua alma como o orvalho do céu.

O Espírito Santo será [o] teu companheiro constante, e [o] teu cetro, um cetro imutável de retidão e verdade; e [o] teu domínio será um domínio eterno e, sem ser compelido, fluirá para ti eternamente”.¹⁰

Testifico que o Senhor cumpriu a Sua promessa. O Espírito Santo está a ser enviado aos membros fiéis do convénio da Igreja de Jesus Cristo. Agora, as vossas experiências serão singulares e o Espírito vai guiar-vos da forma mais adequada à vossa fé e capacidade de receber revelação, quer para vós mesmos quer para aqueles que amam e servem. Oro, com todo o meu coração, para que a vossa confiança cresça.

Presto o meu testemunho de que Deus, o Pai, vive. Ele ama-vos. Ele ouve todas as vossas orações. Jesus Cristo orou ao Pai para que enviasse o Espírito Santo para nos guiar, consolar e testificar da verdade. O Pai e o Seu Filho Amado apareceram a Joseph Smith num bosque. O Profeta Joseph Smith traduziu o Livro de Mórmon pelo dom e poder de Deus.

Mensageiros celestiais restauraram as chaves do sacerdócio. O Presidente Russell M. Nelson é o profeta de Deus para toda a Terra.

Como testemunha de Jesus Cristo, sei que Ele vive e lidera a Sua Igreja. Temos a oportunidade de ter o Espírito Santo como nosso companheiro constante e de ter estas verdades confirmadas ao nos lembrarmos e amarmos o Salvador, ao nos arrependermos e pedirmos que o Seu amor esteja no nosso coração. Oro para que possamos ter esta bênção e a companhia do Espírito Santo hoje e todos os dias da nossa vida. Eu amo-vos. No sagrado nome de Jesus Cristo. Amém.